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As coisas vão começando a ficar patéticas e sem aparente remissão. O homem da Quercus hoje aconselha-nos vivamente a ter piscinas biológicas. E então é assim, para usar a expressão em uso na paróquia. Faz-se o buraco no chão. Enchemo-lo de água e depois «aquilo» vai-se enchendo de fetos, algas, plantas aquáticas diversas e até nenúfares sobre cujas folhas começarão a aparecer rãs e outros batráquios correlativos. Aí, as plantas emitem oxigénio que desinfecta a água (como sabemos o oxigénio é um poderoso desinfectante, as pessoas é que se lembraram do cloro, do hipoclorito de cálcio e outras esquisitices, em nome do lucro e do progresso e porque as pessoas são assim, são esquisitas, pronto) e, com sorte e a avaliar pelas imagens mostradas na televisão, nessas plantas poderão fácil, e ecologicamente emaranhar-se as pernas de crianças que inevitavelmente morrerão afogadas. Mas mesmo que não dêem com os cadáveres durante uns dias, a água continuará utilizável porque as plantas manterão a sua capacidade de produzir oxigénio e, consequentemente, desinfectar a água, evitando os maus cheiros.
O homem da Quercus não diz, mas presumo que os sapos chamarão cobras, mas sabe-se que, de um modo geral, as cobras de água não são venosas, metem um bocadinho de impressão, mas pouco mais. E venenosas, venenosas mesmo, só se for um casalito ou outro, coisa sem expressão Quanto a fungos e outros agentes de doenças de pele, a peça de televisão também é omissa mas presume-se que a acção desinfectante do oxigénio vai-se a ver e tem também uma acção fungicida. Assim sendo, tudo a fazer piscinas biológicas. Poupamos cloro, promovemos micro ecossistemas e até o pé de atleta deve estar preservado, penso que o oxigénio libertado pelas plantas dá para tudo, micoses incluídas. Com jeitinho e alguns ajustes poderemos até, um dia, quem sabe, substituir as estações de tratamento de água dos grande centros por piscinas naturais. Nestes casos, ate poupamos o sulfato de alumínio para além do cloro. Arriscamo-nos a ter de engolir, aqui e ali, um sapo ou outro, mas hoje em dia quem é que não engole sapos?
Adenda: Lembrei-me que há quem viva em climas tropicais. Nesses casos, há esperança que o ecossistema venha a incluir o caracolinho da bilharzíase. Fica a piscininha ecologicamente completa.
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Etiquetas: cretinismo ecológico, cretinismo militante