sábado, julho 29, 2017

Terra de Nosso Senhor…




[6162]
«...Destaca-se também pelo nome: Marx Lenin, que por acaso prefere o pé direito ao pé esquerdo, tem sido por causa da sua graça um sucesso nos relvados e nas redes socIais.
Mas ele, garante, não percebe muito bem porquê. "Para falar a verdade, eu nem sei muito bem quem são esse dois caras, o Marx e o Lenin", diz o próprio Marx Lenin.
Conta o jogador que tudo o que sabe é que a mãe queria uma adaptação mais moderna do nome do pai, conhecido como Seu Marques. Dai usar a terminação em x, exatamente como o filósofo alemão. "Já Lenin", diz Marx Lenin a propósito do nome que partilha com o líder soviético, "não faço ideia como apareceu, só sei que não existe ninguém na família com esse nome"...»

«...E em 2018? Ano de eleições, à partida quentes e disputadas num Brasil cada vez mais polarizado, em quem Marx Lenin, já com cartão de eleitor, vai votar? Lula? Marina Silva? Jair Bolsonaro? "Não sei ainda", responde o jovem jogador, "voto em quem minha mãe mandar"...»

Ler a notícia aqui.


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António Lobo Costa Xavier



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Foi na Quadratura do Círculo. O programa onde supostamente se junta a nata dos comentadores/analistas políticos, mesmo com o terno e planeado pluralismo que naturalmente emana da presença de um político (!!!) do calibre de Jorge Coelho, de quem, Deus me perdoe, só oiço banalidades inanes, proselitismo nauseabundo e palavreado balofo onde abundam os “hadem” e, anteontem, a "grandidade" (suponho que ele queria falar na “grandeza” deste governo, mas saiu-lhe aquilo). Se houver dívidas é verem o vídeo do programa de anteontem.

Pois no cream of the crop do comentário político foi possível usar, sem exagero, 4/5 do tempo malhando no PSD em geral e no Passos Coelho em particular. Por mim, acho que a “coisa” assume já contornos de uma patologia estranha que não sei definir. Quando o comentário político que, por definição, presume um posicionamento crítico em relação ao Poder e se torna na mais despudorada, contínua e acéfala campanha contra um homem de quem há dois anos ouço dizer que está morto e enterrado, eu tenho de parar para reflectir e tentar fazer uma avaliação higiénica de tudo quanto se está passando, no meio de quem ando a ser pastoreado e a quem pago cerca de metade dos meus proventos anuais.

Não é crível, nem aceitável, que se assista ao presente desiderato. Sobretudo quando tenho um governo que, esse sim, deveria pedir desculpa aos portugueses pela sua arrepiante ineficácia, pela forma como conduz Portugal a um posicionamento dúbio no palco internacional que só nos envergonha e que nos encaminha, literalmente, para nova bancarrota e, sensivelmente, estende uma passadeira vermelha aos regimes obsoletos e danosos de totalitarismo, pensamento único e destruição de tudo quanto nos tem custado alcançar. E, neste caso, como gosta de dizer Jorge Coelho, são os próprios números que falam. Como os da dívida e dos juros, mas aqui diria eu, não Jorge Coelho.

Ontem, até Lobo Xavier parecia um caniche enclausurado em casa e que se leva ao parque ao fim da tarde e começa aos pinotes. Lobo Xavier anteontem ontem esperneou, saltou, fez cangochas, pinos e cambalhotas para acusar o homem que tem andado mais calado nos últimos tempos – Passos Coelho. Apesar, e reconheçamo-lo, de ter cometido um erro de que já se penitenciou e desculpou. E, naturalmente, daquela cena idiota das 24 horas, protagonizada por um inexperiente chefe da bancada parlamentar e que deu origem ao gáudio da geringonça.

Tudo isto é estranho. Como um homem morto e enterrado faz soltar tanta poeira é coisa que verdadeiramente me espanta. E faz-me lembrar aqueles cães com uma incrível e improvável mistura de genes que quando mordem não abrem a boca nem à paulada na cabeça, ou as barracudas, com o mesmo tipo de reacção. Com a diferença de que tanto o cão como a barracuda se limitam ao impulso dos genes, enquanto os malhadores de serviço no anterior legislatura e no lambebotismo de uma situação de conveniência têm, se quiserem, capacidade de pensar. E de manter um módico da dignidade que, obviamente lhes falta.


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Tintero de plata



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Foi ontem. Procedendo a um arrumo de alguns papéis, tropecei neste “cuento” de autor que desconheço (perdoe-se-me a ignorância), mas que guardei carinhosa e premonitoriamente e que me tinha sido enviado por meu pai, numa altura em que pelos 15 anos eu já deambulava pela “metrópole” para estudar. E vamos ao cuento:

"Con propósitos severos,
en bien de la religión, 
hallábanse en reunión
diferentes caballeros.
Uno era subintendente, 
otro dueño de una tienda, 
otro ministro de Hacienda 
y así sucesivamente.

 — Hay que contener la cosa con toda severidad, 
por que cunde la impiedad 
de una manera espantosa. 
Esto dijo el más anciano que era sastre 

—Viva el clero!

— Viva!—repitió un casero

 — Viva! — gritó un escribano.

Y mientras la gente pía 
se emociona y se arrebata, 
falta el tintero de plata 
que estaba en la escribanía.

— Señores—dijo altanero 
uno de los más fogosos,
— todos sois muy religiosos, 
pero aquí falta un tintero. 

Y como á nadie convenga 
saber quien el caco fué, 
yo la luz apagaré 
y sáquelo quien lo tenga... 

Sopló, por la sacristía 
tendióse el negro capuz, 
y cuando encendió la luz... 
faltaba la escribanía!".

Coisa simples, de humor afinado e que parece ter feito escola ao longo de algumas décadas. Fazendo alguns ajustes necessários, tudo hoje se passa da mesma forma. Os mesmos “Vivas”, a o mesmo fervor de claque, agora em sistema de vasos comunicantes. Também o tintero de plata se transformou em negociatas de milhões. E também o “apaga a luz e acende” possibilita que de cada vez que é feito falte sempre qualquer coisa mais. De referir também que hoje pretende-se apagões, mas que permaneçam apagados para que "à nadie convenga saber quien el caco fué", como na CGD. Ou seja, há um claro aggiornamento da coisa. Sinal dos tempos e dos tinteiros que são, hoje,  muito mais valiosos.

Não sei se no “cuento” alguém foi preso. Se não foi, então acho que neste articular, nada mudou. Porque continua a ninguém ir preso. Um ou outro, para disfarçar e mesmos esses ainda estamos para ver o que sai dali.


Nota: Numa pesquiza não muito fácil consegui finalmente encontrar este “cuento” na hemeroteca municipal de Santa Cruz de Tenerife.


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quinta-feira, julho 27, 2017

Agora, sim, está tudo esclarecido



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António Costa explicou ontem, com a inabilidade do costume e a quase inintegibilidade das palavras comidas a meio que lhe enformam o discurso, que os argumentos da oposição eram “parvos”. Entre outras pérolas, mentiu também, sobretudo naquela jogatina que metia datas, número de vítimas ministério público, etc. Toda a cena se passa entre o secretário de estado (aquele que chora com Marcelo), a imóvel, queda e muda Constança e a comandante Patrícia, aquela senhora  que todos os dias nos vem dizer que as coisas estão difíceis, mas que temos não sei quantos homens no local, mais não sei quantos meios aéreos, mais não sei quantos meios terrestres, mais não sei quantos espanhóis, mais não sei quantas mudanças de direcção de vento, baixas de humidade (e vá lá que não tem havido raios, nem os relâmpagos do Baldaia) e nos explica como se estabelece as prioridades nos ataques dos incêndios.

À noite, a SicN dá uma entrevista com Pedro Nuno Santos, aquele fulano de barba esbranquiçada e bem aparada que se senta quase sempre à direita de Costa, aquele que disse não pagamos, os alemães que se pusessem a pau que ele ia lá e partia-lhes as pernas, não sei se foram estas as palavras exactas, mas qualquer coisa por aí. E para mim, valeu o jornalista ter aflorado o fato de Costa ter dito e repetido que o número de mortos de Pedrógão Grande era assunto esclarecido e que afinal não estava nada esclarecido. E é aqui que o fulano que diz que vai dar umas caneladas aos alemães e não paga diz que Costa disse isso, sim, mas depois disso o Ministério Público listou as vítimas e agora o assunto estava esclarecido (!!!).


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quarta-feira, julho 26, 2017

Em rigor e em liberdade



Acho que se chama Patrícia e é suposta defender os civis. "Brifa" jornalistas... não se 1 se 100, as câmaras NUNCA mostram

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Volta e meia cruzo-me com esta senhora na TV que, aparentemente, faz um briefing diário sobre o desenvolvimento da situação dos incêndios, em obediência às normas emanadas da Geringonça.

Do que percebi antes, estes briefings destinam-se a formatar e normalizar o fluxo informativo da situação (Costa dixit) e supõe-se que sejam seguidos pela comunicação social. E digo supõe-se por NUNCA as câmaras rodarem para mostrar os jornalistas. Não sei se a senhora fala para um, dez, cinquenta ou nenhum jornalista. No local, continuo a ver repórteres a fazer perguntas a populares. Perguntas capciosas e inteligentes, como: Estão, está preocupada? Ou a presidentes de Câmara que vão dizendo qualquer coisa assim a modos que não querem dizer nada mas lá vão dizendo qualquer coisa. Isto entre gente ilustre que vai passando pelas objectivas como secretários de Estado e até o Presidente Marcelo ontem sacudiu o torpor e lá foi ele a Mação dizer que antigamente, na ditadura, que ele viveu, a informação era muito controlada. E agora, não. Era livre. Para mim isto soou um bocado a anedota, mas posso estar a exagerar, talvez Marcelo estivesse apenas bem disposto.

Mas desviei-me um pouco da ideia inicial. A tal senhora que aparece todos os dias no briefing é um exemplo acabado de um tipo de informação manipulador e, frequentemente, falso. Tudo o que acontece é grave, mas é brando. E fofo. Os helicópteros aterram em dificuldade em vez de se despenharem, o SIRESP falhou outra vez, mas a espaços e pontualmente (???) e por aí fora.

Fico na dúvida se este tipo de gente fala assim porque acha que é assim ou porque lhe dão um papel para ler – tipo cartilha de que falam muito agora, a propósito do futebol. O que é, no mínimo, confrangedor. E ridículo. No caso do helicóptero, por exemplo, enquanto a senhora falava, outra estação mostrava a foto de um helicóptero despenhado e retorcido, explicando o que se passou. Felizmente, com o piloto a salvo.

Nada disto é diferente do que se passava na ditadura que Marcelo ontem referiu. Só que dantes todos nós dávamos o desconto, sabíamos o que a casa gastava. E agora temos uma poderosa máquina de comunicação que nos convence que esta despudorada manipulação é feita com rigor e em liberdade.

NOTA: Não sei se ainda estou com sono ou se ouvi mesmo, ali nas notícias, Marcelo dizer três vezes: A luta continua, a luta continua, a luta continua. Deve ter sido sono. Meu.


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segunda-feira, julho 24, 2017

Inaceitável. Deplorável



[6157]

Não me ocorre de alguma vez se viver um período de tal mistificação do Estado com a que agora atravessamos.

À circunstância de a actual equipa do governo ser muito provavelmente a mais incompetente que alguma vez esteve no Poder e, para isso, basta ouvir o discurso (???) de ministros como a MAI, o de Defesa, o das Finanças, o da Saúde, só para citar alguns, para percebermos a impreparação de tal gente, o que só corrobora a ideia de que ocupam as pastas por conveniência e criteriosa escolha do primeiro-ministro. Para não mencionar exemplos como César, Ascenso e outras preciosidades. Simplesmente não conseguem articular um período completo sem erros ou duma exasperante sintaxe.

Se juntarmos a este fenómeno o facto de o primeiro-ministro mostrar sinais iniludíveis de uma total ausência de escrúpulos na consecução dos seus objectivos pessoais e de uma índole em que está bem patente a sua tendência para o totalitarismo, concluímos sem esforço que vivemos um deplorável período de atmosfera política de que, repito, não tenho memória. Não creio ser excessivo se afirmar que mesmo no consulado de Sócrates havia gente mais competente. Tal como havia um grupo de apoio que transitou, sem pudor, para a presente legislatura.

Esta notícia do Jornal Económico é um bom exemplo do que acabei de dizer. É uma atitude absolutamente amoral, totalitária e mostra bem o tipo de gente a que estamos sujeitos.


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domingo, julho 16, 2017

Pesadelo em Elm Country




[6156]

Costa agora deu em gritar... as TV's não se calam, em obediência ao título que lhe outorgaram de político hábil (vá-se lá saber porquê...) e o homem grita, gesticula, acho mesmo que ralha por não percebermos bem o que este governo faz por nós... e agora já inclui mesmo a tragédia de Pedrógão e a vergonha de Tancos, “fechadas” as questões como causas naturais para Pedrógão e roubo de sucata no paiol.

O homem está possesso...acho, logo eu que não acredito no mafarrico, mas que o diabo veio, parece que sim. Só que em vez de lhe borrar a escrita do défice (uma das mais fraudulentas acções do homem), tratou de o possuir.

Isto está a tornar-se um pesadelo, O tom de voz, os temas, a forma, as mentiras e até as ameaças a empresas privadas (a bravata do energúmeno na AR sobre a Altice foi uma situação confrangedora...) e a aquiescência gelatinosa dos seus sequazes tornam este país um lugar só apetecível aos turistas, ainda que alguns deles possam estranhar as aparições histriónicas da criatura na TV e puxem do GPS para confirmar se estão mesmo na Europa.

Alguém que diga alguma coisa. Alguém que seja ouvido. Uma ou outra entrevista avisada, como a de António Barreto não chega. E as reclamações por aqui não têm peso específico porque são tituladas de excrescências de “direitolas” que se entretêm a falar mal da geringonça nas redes sociais. Alguém, ainda que minimamente, possa explicar ao Presidente Sousa (por sinal muito calado ultimamente, benza-o Deus) que não há um plano de recuperação, uma reforma estrutural, qualquer que seja, que nos livre da dívida, dos juros e do papel de idiotas bacanos que estamos para aqui na ponta da Europa, à conta de nos mandarem uns trocos. E que se deixe de assustar os investidores e se produza cabalmente um programa de desenvolvimento económico como deve ser. Como dizia o já saudoso Medina Carreira.

E se acabe com esta treta das esquerdas, maravilhadas como andam com o gosto do Poder mas, hélas, o essencial permanece. São forças que lidam muito mal com a liberdade e a democracia (excepto com as que lhes dão) e que, podendo, tornam isto tudo numa Venezuela qualquer, assim como assim, o objectivo último desse pessoal. Da agressiva Catarina ao fofinho (no dizer jocoso do João Miguel Tavares, não sei bem porquê…) do Jerónimo.

Até lá, vamos resistindo. Mas cansa. E dói. E preocupa pelos filhos, pelos netos e pelos filhos dos netos e netos dos netos Este país está mal e um dia destes fica "redondo", entenda-se, sem ponta por onde se lhe pegue.

Uma última coisa. Não há um jornalista, “unzinho” que seja, que explique à pateta Catarina que a PT entrou em fragmentação no tempo de Guterres, depois em total regabofe no tempo de Sócrates e que o anterior governo se limitou a apanhar os cacos? Ninguém lhe diz que os grandes culpados daquela tragédia, incluindo o provável despedimento de uma centena de trabalhadores, se deve ao Partido com quem ela anda agora de namoro? É assim tão difícil de lhe explicar? Por qué no te calas, Catarina? Relaxa e compra o livro do “direitolas” Alberto Gonçalves. Talvez te ajude.


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sábado, julho 15, 2017

Rir é o melhor remédio, dizia o "Reader's"... mas pode dar úlceras, também.




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A propósito do riso alarve com que somos brindados diariamente pelo nosso primeiro-min…isso. Projecto-me nesse riso, de patologia não inteiramente definida, muitas dezenas de vezes nos modestos posts que vou por aqui deixando.

Este post do Alberto Gonçalves (ainda não comprei o livro…) fala no riso com o engenho e a graça que são as suas marcas de água, pelo que passo a “linkar”. O que me dá também a satisfação de verificar que não sou o único a recear uma úlcera duodenal “à cause” do riso alarve da criatura que referi. Deixo uma pequena amostra, mas ler tudo, linha a linha, é essencial. No fim, só não acabamos a rir, porque muito provavelmente acabaremos a chorar. De raiva e desespero.

Nota: A coisa pega-se e torna-se uma imagem de marca. Uma tal Anabela Neves, habitualmente repórter da SicN na AR ainda ontem não resistiu a uma espécie de riso múltiplo quando, com o seu titubeio habitual, noticiava que o CDS pedia a demissão de dois ministros (e aqui solta-se-lhe o riso... mas solta mesmo), mas o primeiro-ministro (nova risada) só demitiu secretários de Estado.

 E então, vejamos:

«…É natural. Já Orwell falava no riso cruel dos ditadores. E um inglês muito antigo atribuía-lhes o “riso artificial”, uma “mistura de hipocrisia, maldade e prazer bárbaro”. Sempre que escorrega para o autoritarismo, ou que deriva do dito, o poder raramente evita a troça alarve. Há anos, por acaso ou delírio, ocupei um serão na companhia da televisão pública de Caracas. Acima da propaganda e da manipulação, o que saltava à vista era o vasto gozo dos indivíduos que mandavam a expensas dos indivíduos que oprimiam. Num “debate”, dois “chavistas” e o “moderador” entretinham-se a escarnecer dos representantes da oposição (evidentemente ausentes) – não porque estes não tivessem razão, mas porque não tinham voz. Por mim, nunca vira em directo tamanha exibição de desumanidade. E não penso que a natureza dos “chavistas” de cá, estimulada por sondagens e a geral irresponsabilidade do sistema, seja essencialmente distinta…»

Ler o artigo todo do Alberto Gonçalves aqui.


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Post a cheirar mal



[6154]

O que é que um presidente da Assembleia da República tem que achar a justiça um absurdo? Provavelmente pelas mesmas razões que um primeiro-ministro se permite publicitar negativamente uma empresa privada, ou até informar o rebanho que usa um servidor de comunicações que NÃO é a Altice.

Tudo farinha do mesmo saco. Sem sentido de Estado e sem a mínima noção do decoro e da responsabilidade e dignidade que deviam conferir aos cargos que ocupam. Um desastre. A vergonha. A balbúrdia. Coisas boas para a Esquerda totalitária. Como habitualmente, a Esquerda tem jeito para o escarcéu mas não tem a mínima noção dos meios de que dispõe para fazer prevalecer a lei e a Constituição. Se Costa acha que a Altice funciona à margem da lei, pois não tem mais que fazer aplicá-la. A lei. E sobre os prováveis despedimentos no pipe-line da PT bem podem agradecer a Costa o empurrão.

Já Ferro, se acha que a justiça é um absurdo, pois tem os meios regimentais para usar no sentido de deixar de ter absurdos a fantasmagorizar-lhe a parte intestina do corpo. E se o PS não tem estrutura intelectual para o perceber deveria, pelo menos, reservar um módico de dignidade para este tipo de "desabafos".


No caso particular de Ferro Rodrigues, pela lógica ele deveria estar a cagar-se para o absurdo da justiça. Porque cagar-se para qualquer coisa está em linha mais directa com a sua índole e compostura, em natural obediência às dejecções muco-membranosas do seu centro de loquacidade. Ao ponto de conseguir que as pessoas cada vez mais se estejam a cagar para ele. O que, no mínimo, é um deplorável “mau aspecto”. Para além de ser quase tão fedorento como esta tralha socrática que nos atanaza o juízo e nos conduz para um iminente desastre. Mais cedo do que tarde.


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terça-feira, julho 11, 2017

Ó xô guarda venha cá, venha ver o quisto é...





[6153]

Hoje há um dado adquirido de que a popularidade de um governo se faz por via de estafadas bandeiras de “esquerda”: formação de um exército tão grande quanto possível de funcionários e atribuição de aumentos ridículos de salários e pensões. Paralelamente, a demonização do patrão, a actividade privada e as grandes negociatas são igualmente imagens de marca de sistemas e regimes que devem ser postergados, mesmo correndo o risco de os eleitores percebendo que o Estado é o principal artífice desta corrupção, através dos seus mentores e, com assustadora frequência, dos seus próprios governantes.

Isto explica de algum modo que, apesar dos acontecimentos das últimas semanas, Pedrógão, Tancos e crescente número de agentes constituídos arguidos, a popularidade do governo continua em alta. Porque as pessoas estão naturalmente e sempre mais interessadas no seu benefício pessoal do que na sanitização da vida política e os seus resultados numa sociedade realmente mais justa, com menos desigualdade social e mais desenvolvimento e qualidade de vida.

Costa sabe disto. Por isso me enerva verificar como a comunicação social, amestrada e/ou castrada por uma cadeia de benefícios atribuídos e que podem ser retirados de supetão e vários outros agentes disseminadores da ideia de que Costa é um político hábil, continua a fazer escola. Porque Costa está longe de ser um político hábil. É um indivíduo grosseiro, inculto, malcriado e que não hesita em pôr em prática aquilo que mais facilmente aprendeu. Cultivar e alimentar a felicidade popular por via de medidas adequadas, basicamente referidas acima e, ainda a manutenção de clientelas (é um termo estafado, mas é o mais adequado) estabelecidas sem a menor hesitação ou decoro, como acontece na esmagadora maioria das instituições que são imediatamente inundadas de “boys”, no início de cada legislatura (o exemplo da defesa civil em Pedrógão é flagrante). Mesmo quando, como o pateta Guterres fazia simultaneamente com o aviso de que a partir dele “no jobs for the boys”, uma frase que os jornalistas aplaudiram freneticamente.

Por isso eu acho que Costa não é hábil. É esperto, o que é muito diferente. E se esperteza nem sempre é “pecado”, neste caso particular é. Porque Costa prossegue uma estratégia adequada a manter a sua popularidade, mas mantendo os eleitores num atávico estado de espírito de alegria e conforto que os conduz a uma quase permanente preferência pelo socialismo e pelos socialistas. Com as inevitáveis consequências de aviltamento e carências na maioria dos serviços públicos, dos transportes à saúde, passando pela justiça e outros. Vistas bem as coisas, nada disto é diferente daquilo que Salazar era acusado, como manter a iliteracia, o caldo verde quentinho a fumegar na tigela, o S. José de azulejo e duas rosas no jardim, orgulhosamente sós. È uma questão de adequação à época e ver o que realmente é diferente – nada. Manter as ovelhas apascentadas, agora com o auxílio dos meios modernos como as selfies e o advento de afectos cúmplices.

Costa percebe isso e não hesita em comprometer os destinos do país para regalar o corpo e o espírito com o “panache” de ser primeiro-ministro. Acolitado por um séquito de “puppies" que se lhes tirassem o tacho e tivessem de ir para o mercado de trabalho não sabiam fazer a ponta de um… isso. Por isso Costa não é apenas incompetente. É mau, também. Má índole e mau carácter. Não é pelo que aprendeu na cartilha internacionalista que ele age. É por ele. À custa de todos nós. E isso dói.

Nota: Ler aqui a Porta da Loja.


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segunda-feira, julho 10, 2017

Duas portuguesas no Chiado



Clic on pic to see how chic...

[6152]

Hoje tenho andado um bocado a correr. Mas não quero deixar de registar esta foto porque daqui a um ano ou dois, o Facebook vai-me avisar naquele “you have memories”. E eu revejo a foto e vou-me lembrar que ontem passei o dia com a minha netita Stella que está a esta hora a voar para Maputo, juntamente com duas amiguinhas dela que levei propositadamente de Cascais e a minha filha mais nova, tia dela.

Estivemos um par de horas no Chiado, claramente segregados pela juventude das meninas, delirantes por estarem juntas. Segregados eu, a minha filha e o respectivo e corpulento cão que está com o pêlo cada vez mais bonito e brilhante porque se alimenta exclusivamente a Petfield Premium (é desta que eu ganho a lagosta…).

À hora de irmos embora, a Stellinha pediu-me para tirar uma foto das duas (neta e filha) para mandarmos para um destino que ela decidiu. Foi o que fiz. E registo aqui a foto, então, para receber o "you have memories" daqui a um ano. E também porque às vezes esqueço-me... e uma simples foto me lembra que tenho uma filha linda e uma netinha linda também. E isto é apenas uma amostra de mais uma filha e mais um filho e mais dois netos, todos lindos de morrer. 

E eu só posso ter que agradecer às mães, porque quando acordo e me olho ao espelho, antes da barba e do duche, referir as mães é uma incontornável questão de justiça.


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domingo, julho 09, 2017

À la MST







[6151]

MST acordou baralhado e debitou uma algaraviada de ideias e factos (muitos deles provavelmente soprados pelo seu amigo EB) e fez uma das suas mais confusas crónicas, quase tão confusas como as suas intervenções na SicN. Pelo meio, aquela virtude bem portuguesa de dizer mal de alguém (no caso, Trump em particular e os americanos em geral, sempre a jeito para levarem uma bordoada, com ou sem razão) e a emulação de um povo, o russo, como uma espécie de Rosa&Teixeira que só assenta bem aos corpos elegantes. Como os dos russos, pontilhados de cultura, virtude e estoicismo, tanto que obliteram sem dificuldade as tropelias criminosas de que foram dando prova tanto no czarismo como, principalmente, já como União Soviética.

Já os americanos, broncos e ignorantes, paridos dos Colt 45, das forcas arbitrárias, dos stampede de búfalos, Pocahontas degeneradas e traidoras da tribo, lutas sangrentas com os índios (afinal nada de muito diferente do que os russos fizeram, alargando o território em não sei quantos quilómetros quadrados por dia, coisa de impante relevo de MST na crónica), dos duelos, dos “americanos profundos e ignorantes” e do melting pot que lhes dá uma dor de cabeça danada merecem o desprezo de MST. Que esquece que deve aos americanos falar português e possa continuar a viver num país estranho como o nosso, frequentemente à custa de povos desenvolvidos que nos vão dando uns trocos, de cada vez que nos vem a febre do socialismo, o que acontece com infeliz frequência.

MST desbobina depois uma cassete onde constam alguns dos melhores escritores do mundo e o bem nutrido boião de cultura que são a imagem de marca da Rússia. Mas convinha MST não se deslumbrar e entregar-se ao panegírico de um povo pela narrativa do tal amigo dele, numa refeição no tal restaurante mais bonito do mundo e da cidade mais bela do mundo. Qualquer cronista mais avisado e, quiçá, mais intelectualmente honesto que MST seria capaz de inverter as coisas e falar de cultura americana, das qualidades do grande povo americano (mesmo cheio de Trumps), da sua extraordinária capacidade de trabalho e desenvolvimento e, sobretudo, pelo mais conseguido, justo e insubstituível conceito de sociedade e que dá pelo nome de democracia, onde a liberdade individual é consagrada, ainda que no respeito pelo individualismo e liberdade dos outros. Uma coisa em que os americanos não pedem meças a ninguém, muito menos aos russos, que continuam a achar a democracia e a liberdade umas coisas assim meio para o esquisito. E já nem falo de nós, que ainda hoje somos o único país europeu a brincar (e a aturar) aos comunistas. E sobretudo, não esquecer que os russos foram responsáveis por um período trágico da humanidade, quando mataram milhões e, nao menos grave, moldaram a mentalidade de outros milhões de jovens que nasceram entretanto.

NOTA: Esta crónica vai bem com o Expresso. No fundo, um órgão de comunicação social muito à la MST.


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sábado, julho 08, 2017

A "trip" do Poder





[6150]

Já entrei na fase (sério...) de desligar a TV pela simples aparição da Catarina, da Mortágua, do Jerónimo e mais um para de fulanos do PC de que não me ocorre o nome (um deles, aquele que participou na "charanga" pró-Maduro que circulou aí pela baixa de Lisboa). Esta rapaziada que garante a maioria parlamentar do tosco Costa (aquele que passa por hábil político por via da amestrada comunicação social) perdeu completamente a vergonha e presta-se a um exercício frequente de críticas ao governo, apenas para "inglês ver".

Repito o que tenho dito há muito. Provaram do Poder e aquilo é um bocadinho como aqueles adesivos de morfina para tirar as dores do reumático, puseram os adesivos àquele pessoal e agora para os arrancar vai ser o cabo dos trabalhos. A questão é que se fosse só uma questão de vergonha na cara, ainda era como o outro, a coisa ficava aqui pela paróquia. O pior é que de cada intervenção das referidas criaturas releva mais um ponto na escala do desprestígio e carência de credulidade que mantemos e nutrimos internacionalmente.

Costa é o culpado de tudo. Porque deixou. Porque quis, porque se sente bem. Adulado e referido como perito hábil. Um indivíduo malcriado, chocarreiro e sem qualquer traquejo de governança que não sejam os coloridos malabarismos que compunham o trágico período Socrático, de que Costa foi um fiel, atento e venerador intérprete.


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sexta-feira, julho 07, 2017

SEX 7 JULHO



[6149]

Tenho andado um pouco cansado. Almocei e antes de me agarrar ao computador encostei-me no sofá. Passo pelas brasas. Acordo e, meio estremunhado, pego no telemóvel para ver as horas. E no alcantilado da via que nos traz do sono à realidade, a única coisa que leio no mostrador é SEX 7 JULHO.

Esfrego os olhos, remeto-me a um exame de consciência no intuito de perceber se me tinha esquecido de alguma coisa… até que acordo finamente e entendo o quadro. É Sexta–feira, dia 7 de Julho do ano da graça de 2017. Um dia como os outros e, ponto importante, não me esqueci de nada, não fiquei a dever nada a ninguém… e concluí que vivemos na época do automatismo mas ainda não chegámos propriamente ao ponto de ter um telemóvel que nos avise sobre os nossos humores, desejos, fantasias ou, até e em alguns casos, obrigações.

Posto isto, vou trabalhar.


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quinta-feira, julho 06, 2017

13 anos



[6148]

Uma trapalhice entre um pai que não percebia nada “dito e uma filha voluntariosa - e acabei por escrever um post naquilo que eu queria que fosse um blog.

A meio do espectáculo havia que dar nome à coisa. Nada, mas nada vinha à cabeça. E a filha diz: - Pai, dá um nome qualquer, uma coisa que reflicta, sei lá… a espuma dos dias, das coisas, das pessoas. E dessa espuma, eu pensei em voz alta. Espuma da mente? Pai, põe esse e depois, se não gostares, mudas.

E ficou Espumadamente. Depois vi que não gostava, mas não mudei. E quando achei que já sabia mudar, já havia visitas e comentários. E já não dava para mudar, apesar do nome ainda hoje me parecer de uma arrepiante pobreza de imaginação.

Isto passou-se a 6 de Julho de 2004. Treze anos, 6.150 posts e mais de um milhão de visitas depois, o blog ainda aqui anda. Não tenho bem a noção de quantos blogues terão já treze anos. Lembro-me de dois…

Hoje tenho gosto no Espumadamente e sei que o Espumadamente tem gosto em mim. Porque nem eu deixei de escrever nem ele deixou de proporcionar um razoável número de visitas, ainda que não seja um blog chamado de referência. Dá para os gastos.

Um agradecimento sincero a quem ainda o lê. Um abraço aos amigos que aqui criei e conheci. Continuarei. Na esperança, que espero não seja vã, que o Costa “deslargue” da mão rapidamente a ver se consigo ser mais imaginativo.

Obrigado a todos e Tchin-Tchin.


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quarta-feira, julho 05, 2017

As time goes by


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Não sou o H.Bogart, nem a Ingrid Bergman me foi apresentada. Mas é estranho como há situações tão diferentes e tão parecidas…

Lá pela metade do século passado… fatinho novo, penteadinho, enlevo dos papás e pose para a fotografia



Passagem de século. Rigorosamente pela entrada do XXI… num restaurante da Madragoa com amigos.



17 anos depois… primeiros sinais de declínio e/ou senilidade precoce. Aceder a ver quem tem mais jeito para tirar selfies… Há poucas semanas atrás, no Guincho.




Daqui a 17 anos. Espero não andar a fazer figuras destas pela praia fora, a exibir pescoços de gansos para, sei lá… disfarçar alguns engasgos que inevitavelmente surgirão. Tipo trovoada seca que provoque um desgraçado de um raio (um relâmpago do Baldaia) que atinja a única árvore que eu gostaria que passasse incólume pela intempérie.

É isso. Time goes by. Tenho estado a receber muitas dezenas de mensagens de aniversário de amigos. Tenho um dia preenchido, prometo mais logo responder a todos. Mas tenho de acusar, desde já, a satisfação que sinto em ter tanta gente a lembrar-se de mim.




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terça-feira, julho 04, 2017

Forças armadas ????????



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Hoje de manhã ouvi uma notícia esquisita. Vou tentar reproduzi-la:  “As patrulhas nos paióis de armamento eram feitas com soldados com armas, mas sem munições. Porque, às vezes, havia camaradas que davam tiros neles próprios e outros que davam tiros nos companheiros.

Mais palavra menos palavra, foi isto que ouvi. Se alguém, por caridade, me souber explicar o significado desta estranha afirmação, o meu eterno reconhecimento.

Entretanto, sugeria que pelo menos nos próximos tempos em que, por acção sistémica, alguém se lembre de roubar mais armamento, as rondas passassem a fazer-se com camaradas municiados. Se um ou outro disparar contra ele próprio ou o companheiro, o dano será sempre menor do que deixarem roubar mais uma carrada de armamento que pode matar uma data de gente.

Mas, repito: Alguém que me explique esta prevenção do suicídio ou do homicídio em vez de se fazer prevenção aos paióis. Este país ainda hoje é uma grande caixinha de surpresas para mim.


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