quinta-feira, março 28, 2013

Não havia como não falar da entrevista


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Da entrevista de Sócrates, apenas retive um pormenor. A desfaçatez da criatura a falar de moral, que não reconhecia ao PR autoridade para lhe dar lições de moral. Perante uma afirmação destas... só chamando mesmo as autoridades e acabar com a entrevista logo ali. O homem não tem mesmo tento na língua nem vergonha na cara, para citar Morais Sarmento.

Quero ainda registar que, ao contrário do que tinha suposto, acho que os jornalistas cumpriram razoavelmente a tarefa, tentando abordar algumas questões sensíveis. Só não esclarecidas porque Sócrates não esclarece nada, nunca esclareceu e, para além de mentir, especializou-se em falar em tropel, despejar palavras em cascata, sem fio nem concordância, coisa que, de resto, lhe valeu o epíteto de «animal feroz». Ainda não percebi bem porquê... os animais ferozes têm, normalmente, um sentido mais claro das suas intenções e uma grande nobreza de carácter. Por outras palavras. Outra narrativa...
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quarta-feira, março 27, 2013

Da operação quase satírica, roçando o erótico e certamente burlesca da colheita de uma amostra de urina


[4884]

Eu assim, velho, velho, não sou. Mas ainda me lembro de, em jovem, ir a um qualquer laboratório de análises e ver gente com garrafas de refrigerante ou cerveja embrulhadas em folhas do Diário de Notícias encobrindo (muitas vezes, mal) a primeira urina da manhã de muita gente que, por isto ou por aquilo, tinha de fazer análises. Era o tempo da famosa Urina Tipo II, designação hoje vertida numa designação mais harmónica com os tempos modernos de análise sumária com análise de sedimento. E era assim que me recordo do par de vezes que fiz este tipo de análises que me vi rodeado de gente com garrafinhas de laranjina C semi-embrulhadas em papel de jornal que colocavam num cantinho de chão junto aos pés, enquanto liam uma revista com dois ou três anos de idade da sala de espera.

Com a modernização que assolou o país, auto-estradas e assim, também os laboratórios de análises acompanharam o passo do progresso e foi assim que perante a indicação do meu médico fui fazer um exame geral que inclui análises de sangue e urina. Pelo que me dirigi a um laboratório de análises e percebi que a velhinha Tipo II sofreu um adequado aggiornamento e me deram uma espécie de tubinho de ensaio para a colheita de urina. Hoje de manhã, obediente às instruções da menina do laboratório, acordei muito cedo e atirei-me à operação de colheita e aí a porca torceu o rabo. Eu sei que sou um homem dimensionado dentro dos parâmetros normais dos hominídeos, serve isto para dizer que não sou grande nem pequeno, sou assim a atirar para o normal, mas quando me vi obrigado a «acertar» (é o termo) com a primeira urina da manhã num tubinho de cerca de 10 cm de comprimento e não mais que 10 mm de diâmetro percebi que a «coisa» ia ser complicada. Começa porque um cidadão acorda como um exemplo acabado daquele princípio da física de que o calor dilata os corpos, uma saudável questão que eu espero ver continuada por muitos mais anos e deve haver um calor qualquer durante o sono que se encarrega de no-lo provar. Depois… pôr um cidadão a praticar tiro ao alvo ainda com sono, a veicular o tal princípio da física e com um potencial fluxo comparável às cheias da avenida de Ceuta no princípio dos Outonos de cada ano é realmente complicado. A gente segura no tubinho, obviamente estreito para colocar lá dentro seja qual for a peça anatómica do corpo e percebe que... não dá... a opção é acertar com o fluido corporal na abertura do tubo e é isso que faz. Depois de pormenores que me abstenho de esmiuçar, por decoro, lá acertamos com o alvo e quando pensamos que a operação vai levar alguns segundos, eis que o tubinho se enche num lapso inferior ao dos mecânicos da fórmula 1 a mudarem uma roda nos «pits»… ora o resultado de tudo isto é um tubinho cheio, molhado, para não falar noutras coisas que ficam molhadas também e não creio que haja forma de fugir a esta situação, considerado que seja o dimensionamento normal do nosso equipamento varonil (literalmente). Bom, mas lá acabamos com o tubinho cheio e quando pensamos que tudo o que resta é fechá-lo com aquela eficiente tampinha de borracha, percebemos que o tubinho está demasiado cheio. É aqui que a física entra de novo e percebo que na verdade não há como dois corpos ocuparem o mesmo espaço, independentemente de serem sólidos líquidos ou gasosos. Ou seja… tubinho cheio não dá… porque a tampa é de rosca interna e penetra um bom centímetro dentro do tubo. Que tem, assim, de ser esvaziado uns dois centímetros para a tampa penetrar o tubo e cumprir a sua missão.

Acaba tudo numa profusa lavagem exterior do tubo, das mãos e de outras coisas que não vêm ao caso. É no que dão estas modernices. Não digo que voltemos à era de irmos para uma sala de espera com uma garrafinha de mini embrulhada numa folha do Correio da Manhã ou me expliquem, finalmente, o que era aquilo da Urina tipo II. Mas, sinceramente, não há como providenciar uns tubinhos um pouco maiores? Digamos… uns tubos, tubos… juro que isto não é publicidade enganosa, este desabafo decorre de serem ainda cinco e meia da manhã, eu ter de estar no consultório às oito e recear ir para a cama de novo, pelo que me atirei ao duche, olhei de soslaio para o tubinho (inho, inho, inho), lavado, seco e depositado num cantinho da pedra do lavatório e lembrar-me que a melhor maneira de passar este bocadinho era vir aqui desabafar e apelar ao ministério da saúde que em vez de andar para aí preocupado com problemas menores como as dívidas às farmácias, médicos a menos, enfermeiros a mais e tempo de espera das cirurgias se lembrasse de propôr ao parlamento a adopção de tubos de colheita de urina, em vez deste material liliputiano que se por um lado nos dá uma sensação de vincada manhood (a dificuldade de coordenarmos a nossa dimensão à coisa ou, porque não, coordenarmos a coisa à dimensão…), por outra nos conduz àquele velho conceito das mulheres, segundo o qual os homens são uns descuidados e raramente conseguem acertar na sanita.
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terça-feira, março 26, 2013

Tugas ajuramentados


[4883]

Vem aí mais uma leva de comentadores políticos para a televisão. Gente que em alguns casos se viu guindada a posições de relevo na sociedade portuguesa, não pelo seu valor intrínseco mas mais pelo valor facial duma reconhecida mestria em se insinuar na mediocridade que é a marca de água da nossa sociedade. 

Isto a propósito de eu ter tropeçado no anúncio de que Jorge Coelho ia botar sentença, também. E aumentar o já elevadíssimo número de políticos que nos vêm ensinar como se faz, explicar o que não se faz e mostrar como poderíamos pensar para sermos todos como deve ser. Não que isso lhes importe, que comentar na TV serve poucos propósitos que não seja dar de beber ao rancor de funções mal conseguidas ou afagar o ego enorme e arrogante de muitos dos fazedores da opinião doméstica.

Não sei se o número inaudito de políticos a debitar verbo na televisão (mesmo quando o conjugam de forma deficiente e há-dem ver se não tenho razão) terá paralelo em algum outro país do mundo. Mas, em minha opinião, reflecte bem a gente que somos, o país que fizemos e parecemos apostados em continuar. Não me ocorre nenhum outro país onde a opinião pública seja presa de tantos políticos, ex, to be’s e would be’s como o nosso. Talvez isso explique muita coisa, incluindo a forma como alegremente resvalámos para uma situação sem fim palpável.

De alguma forma, reflicto sobre a conjugação evidente entre o número e qualidade dos nossos comentadores e o famoso acordo ortográfico, outro exemplo em que devemos ser caso único no panorama mundial. A pressa, ligeireza, vaidadezinha e irresponsabilidade com que, oficialmente, nos balançámos à adopção e implementação (ver o Bom dia Portugal, diário, da RTP) do acordo ortográfico, sem haver sequer consenso entre os países de expressão portuguesa e provado que está o elevado número de erros criados e vocabulário incompleto, tem a mesma matriz desta patética corrida das televisões em porem caras mais ou menos influentes a palrar o que lhes vai na alma ou mesmo que lhes encomendam, quais sacristães amestrados a quem se encomendou a missa conveniente e recebem, no fim, uma piedosa bem-aventurança.

Este desabafo podia não ter nada a ver com Sócrates que nos começa a azucrinar amanhã. Mas acaba, também, por ter. Porque não me conformo. Não propriamente pelo facto da nefasta e nebulosa criatura receber, de novo, púlpito adequado, mas mais por ver como é possível que isto aconteça.

Temos o país que merecemos e somos aquilo que parecemos gostar de ser. Nada a fazer, portanto.
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segunda-feira, março 25, 2013

Love is in the air


[4882]

Cá para mim, Afrodite não era grega coisa nenhuma. Era cipriota-grega e não deve ter nascido da espuma do mar, mas antes do óleo das frites belgas. É o que deduzo quando oiço Olli Rehn dizer na TV que a mulher se queixa de que ele passa mais tempo com a Christine Lagarde do que com ela e Christine diz que o marido dela se queixa do mesmo

Este Ollin, nunca me enganou. Com aquele arzinho de castidade de esferovite, parece que não há quem o segure. Apesar de ele já ter dito que as  farssssaaaaaaa as he´s concernedsaaaaaaa, these aresaaaaaa only rumourssssaaaaaaa coming fromsaaaaaa peoplesaaaaaa always smellingsaaaaaaaa for scandalsaaaaaaa.
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domingo, março 24, 2013

Torquato da Luz

[4881]

O Torquato da Luz faleceu hoje. Acabei de ser informado.

Do que ele era e da sua obra existe o registo adequado e de fácil acesso. Tive o privilégio de o conhecer, de privar com ele algumas vezes e de receber das suas mãos dois dos seus livros autografados. Fica-me uma recordação muito doce de um homem educado, elegantíssimo, amigo e senhor de uma extraordinária sensibilidade. Já doente, troquei com ele algumas mensagens e em todas elas ressaltava a esperança e o seu apego à vida, mesmo quando pressentia o seu fim, com uma serenidade e uma elegância invejáveis.


Descansa em paz meu Amigo. E hoje, como dizes no último poema de que há registo no teu blogue, vou pôr a poesia na lapela. Ponho-a também à janela  e afasto o cortinado, para que o sol que bate nela a impregne da tua bondade e lhe diga que continuarás a dormir, noite após noite, com ela na cama.



Poucas pessoas gostam de poesia,
embora a maioria,
como é sabido, diga que sim.
É que a  poesia, erva ruim,
cresce sem pedir licença
e não precisa de jardim
para marcar presença.

Vicejando em qualquer lado,
há quem a ponha na lapela
para o encontro aprazado.
Outros mostam-na à janela
no lugar do cortinado.

Mas, sem que nisso haja drama,
raros são decerto aqueles
que a fazem dormir com eles
noite após noite na cama. ( * )

( * ) Último poema do Torquato da Luz no Ofício Diário

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E ninguém se lembrou de dizer às criancinhas que se lhes saisse o jackpot também poderiam e deveriam ir ao cinema e jantar fora. Depois de pagar os impostos do papá, claro



[4880]

A SIC Notícias mantém a sua continuada acção de deprimir as pessoas através de um enquadramento de notícias ou factos que nos fazem suspirar de alívio no fim de cada um dos serviços informativos. Raia o absurdo a forma grotesca como esta estação aproveita qualquer circunstância para manter bem viva a instilação do desânimo, a cultura da depressão, do pavor, do desalento e, pior ainda, convencer-nos que esta desgraçada crise que atravessamos tem a ver com o desgraçado governo que temos.

Ocorreu-me esta reflexão na sequência do cinzentismo acentuado deste últimos dois dias, logo que soube que o inenarrável estava aí, comentando na RTP, e logo que começaram a surgir os seus prosélitos a botar «faladura», sobretudo Jorge Coelho que reiniciou aquele seu estilo de descompostura paternalista para nos fazer ver que há-dem ver como ele tem razão e que não nos metamos com ele (mêtamos?) senão levamos.

Pois a SIC Notícias deu há um par de dias uma reportagem sobre o Jackpot do euromilhões, 100 milhões. E qual a maneira mais inteligente de o fazer? Pois, juntar uma dúzia de crianças de sete ou oito anos e começar a perguntar-lhes o que fariam com cem milhões de euros. Claro que as criancinhas responderam de forma adequada, uma dizia que ia ajudar o pai a pagar a renda de casa, outra que ia ajudar a pagar os medicamentos do avô, que estão muito caros, outro ainda que ia ajudar na comida, mais um que era para pagar os impostos do pai (esta é superlativa…) e ainda outro que ia ajudar o pai que estava desempregado.

Arranjar um conjunto de crianças amestradas e explicar-lhes o que devem dizer perante perguntas de uma televisão já é notoriamente condenável. Pôr nas crianças este tipo de respostas no sentido óbvio de fazer «negrito» na crise já me parece obsceno e indigno. Não que isso me surpreenda muito em face do mais ou menos recente alinhamento da SIC. Mas, infelizmente, não há como calar este tipo de estratégias e apetece dizer à SIC Notícias que vá fazer reportagens sobre o euromilhões para um sítio que não digo, que este blog não tem bolinha vermelha e ainda são quatro da tarde.
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A fraca gente...



[4879]

Não há como não ter que falar de Sócrates, de novo. A catadupa de opiniões sobre a sua putativa condição de comentarista da RTP acabou por misturar tudo, razões ponderáveis e inaceitáveis sobre o acontecimento, deixando para trás, em meu entender, o essencial. Que há um grupo de pessoas que efectivamente manejam o momento político e compõem os acontecimentos à medida dos seus interesses, no desrespeito total pela dignidade e sensibilidade das pessoas. No caso vertente das pessoas, e somos praticamente todos, que sofrem na pele os efeitos de um homem virulento, manipulador, mentiroso e sem escrúpulos, que conduziu o país à desgraça em que vivemos. E não me venham com o argumento estafado de que não há provas, que toda a gente é inocente até provada culpada e «berrebéubéu». Existe em relação a este homem muita matéria factual que nos permite perceber quão prejudicial ele foi ao país e aos seus cidadãos. De resto, por muito patéticas que tenham parecido as petições que, de imediato, surgiram por aí, uma delas reuniu mais de 100.000 assinaturas em poucas horas e de forma espontânea, o que, queiramos ou não, diz bem do sentimento generalizado que grassa em relação à inenarrável pessoa de Sócrates.

Também choca e define bem a anomia de todos nós, a rapidez com que, de supetão, o «socratismo» saiu ao terreno, com Vera Jardim, Silva Pereira e, sobretudo, Jorge Coelho a debitarem prosa coincidente e atempada. É chocante, imoral e desprestigiante. Quanto a Jorge Coelho, ao menos espera-se que enquanto quadro superior da Mota-Engil ao menos tenha aprendido a enunciar o verbo haver, que tenha suavizado os seus humores em relação àqueles que se metem com o PS e, já agora, que tenha melhorado a sua performance a cantar o «Only you». E, com sorte, cai por aí outra ponte qualquer para ele se demitir e ficar lindo na fotografia.

É demais. Não há como suportar esta gente. Para não mencionar esta lastimosa sensação de fazerem de nós parvos, sempre que lhes apetece.
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Habemus lagartum


[4878]

Agora, mandamos nós. Disse Bruno Carvalho, pessoa que não conheço mas que me pareceu ser o únco dos candidatos com um discurso convincente e ideias claras. Mas este «agora mandamos nós» soou-me bem. Sempre me pareceu que o clube estava a tornar-se uma coutada de pretensos socialistas pretensamente importantes, pretensamente insubstituíveis. O resultado foi o que se viu, tentaram estabelecer uma democracia no futebol, sobretudo com a ideia peregrina de colocarem vários órgãos do Clube nas mãos de «tendências diferentes» o que, como se sabe, dá imenso «sainete» e faz muito a mania socialista de pôr toda a gente a dar ideias plurais desde que eles continuem a mandar. De todos, a figura mais sinuosa pareceu-me ser o cirurgião Barroso que agora, finalmente e como ele tanto apregoava desejar, poderá comentar e intrigar na sua qualidade de adepto.

Long live o Sporting e que o novo presidente seja mesmo alguém capaz de meter ordem na paróquia.
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domingo, março 17, 2013

ATENÇÃO. Não faça isto em casa


[4877]

Não fazer o quê? Estar entretido no computador e, distraidamente, deixar o televisor sintonizado na SIC Notícias às 22:30. Arrisca-se a ouvir o Jorge Jesus dizendo que no jogo de hoje, ele decidiu optar por ambas as três. Como se isto não chegasse, aparece Rui Santos, resplandecente de gel na testa, a dizer que o Vítor Pereira tem uma forma tubercular de gerir a equipa (eu seja ceguinho...). E que há um défice de assunção do ADN no F.C.Porto, mas não podemos assacar à dinâmica de encontrar os bodes espiatórios. Sobretudo porque há demasiado menos meio campo, na óptica do exército Porto.

Prontes. Disse. Agora vou tomar um duche bem quente, borrifar-me para os conselhos sobre poupança e gestão ambiental do Francisco Ferreira da Quercus, manter-me meia hora debaixo do chuveiro e assegurar-me que este tal de Rui Santos não me volte a entrar em casa.

Há quem fale bem, há quem se expresse mal. Hoje, em dois ou três minutos fortuitos, tive a confirmação de uma desconfiança minha de longa data: A arte de falar mal não está ao alcance de qualquer um. Falar assim tão mal é, efectivamente, uma arte. Experimentem!

NOTA FINAL: A meio dos comentários, o pivot interrompeu para um directo de Guimarães, para informar que o autocarro do Benfica estava a sair do estádio e até àquele momento a situação estava calma. Após o que Rui Santos retomou o fio da conversa para dizer que o próximo presidente do Sporting vai ter um «microciclo».
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post pomoídeo


[4876]


O ano frutícola este ano foi muito mau na Ilha da Madeira!
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sábado, março 16, 2013

Faz anos...



[4875]


Aqui fica a flor do costume, com os parabéns do Dad, como os meus filhos me chamam. A flor que representa a tua terra, mas que nem é bem a tua terra. Porque adoptaste outra, onde acabaste por crescer e que representa muito para ti, eu sei.

Parabéns filhota.
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As aldrabices e a manha do costume


[4874]

Alguém se admirava com as razões das hienas se rirem muito. De quê? Perguntava esse alguém, que, salvo erro, era Raul Solnado? Pois se comem m… e carne putrefacta e copulam uma vez por ano, riem-se de quê?

Já a Helena Matos se admira com as tropelias da esquerda. Seja esquerda net ou sem net, porque a única coisa que muda são as moscas. Por mim, não me admira nada que a esquerda, net ou sem, se ria. No fundo ela faz o que sabe fazer melhor. Tramóia, mente, defrauda e não olha a quaisquer meios para atingir os fins, mesmo que, lá no fundo, ela saiba que os fins não valem dez reis de mel coado e não haja no mundo UM exemplo de sucesso do sistema, regime ou ideologia. A esquerda mente, aldraba e atrapalha toda a gente por duas ordens de razões. Uma porque lhe está no ADN, não há nada a fazer, outra porque sabe que o pode fazer impunemente, as sociedades excitam-se imenso e acham graça ao pensamento politicamente correcto e, factor não despiciendo, as mentes mais ladinas sabem que a instituição de um regime de esquerda traz-lhes incomensuráveis vantagens e mordomias.

Por mim, prefiro as hienas. Comem m…, carne putrefacta e copulam uma vez por ano, ou seja, reproduzem-se com parcimónia, e mantêm um lugar de relevo no equilíbrio do ecossistema. Já a esquerda…
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quinta-feira, março 14, 2013

Dementis convitia nihil facias



[4873]

Os nossos patuscos meios de “comunicação social” foram buscar os tudólogos do costume, e dois ou três católicos “progressistas”, para comentar o novo Papa. Vi, por exemplo, a Constança Cunha e Sá a ter de pôr na ordem a sra. D Sande Lemos – duma coisa chamada “somos igreja” mas que não deve fazer a mais vaguíssima ideia do que seja a igreja a tremelicar contra uma coisa chamada Raztinger, o perigoso “conservador”, como se o Papa Francisco representasse um misto de Obama com Dilma no Vaticano. Noutro sítio, o cachimbeiro prof. Rosas, ao lado do freizinho Domingues e de uma alta comissária para os “diálogos”, insinuava contemporizações do novo Papa com a ditadura argentina e muita crítica à “modernizadora”  Kirschener o que, vindo de um historiador, só um pano encharcado na cara poderia eventualmente resolver. Nem o baladeiro padre Borga escapou. E assim sucessivamente na costumada insolência ignorante com que se fala e escreve sobre tudo sem saber nada. Alguém no seu perfeito juízo católico, apostólico e romano imagina que Bergoglio representa alguma descontinuidade em mais de dois mil anos de história da Igreja fundada por Pedro? Ou que seja, à semelhança dos que o antecederam, susceptível da menor tergiversação relativamente à fé e aos seus fundamentos?

João Gonçalves, no seu «As Benevolentes»

Também vi a D. Sande Lemos e também gostei da atitude de Constança Cunha e Sá. A D. Sande é uma das razões pelas quais frequentemente coro, só de ouvir o estilo e substância de gente que, na verdade, não tem a mínima ideia do que está a dizer, pendurando-se nos chavões que vai ouvindo aqui e ali. E tratando-se de Igreja, como era o caso, a abundância de lugares-comuns e de progressismo take away é imensa. João Gonçalves não refere pormenores, mas ouvir a D. Sande a falar dos ouros e das rendas do Papa, da necessidade de se «desvaticanizar» (juro que ela disse isto…) e de acabar JÁ com a pirâmide do poder e iniciar um sistema colegial de decisão, tudo isto pelo meio dos pecados da Igreja, que são imensos, como a pedofilia, a soberba e a indiferença pelos desprotegidos provoca uma sensação muito semelhante à da filária na errância subcutânea de um desprevenido nos trópicos.

É por estas e por outras que quando oiço estas criaturas me fica na ideia que mais do que os desfavorecidos do hemisfério sul, onde o catolicismo medra sem grandes constrangimentos, quem precisa realmente da aplicação urgente das virtudes teologais e de um Papa apropriado somos nós. Os europeus em geral e os portugueses em particular. Ah! E quando a Constança se referiu à perda acentuada de valores na Europa e a Sande perguntou, tipo trovão: Valores? Mas quais valores é que perdemos? 
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quarta-feira, março 13, 2013

Não fosse a direita a destruir, a esquerda não parava de criar postos de trabalho



[4872]

É preciso um especial equilíbrio filosófico para, depois de ouvir a exortação cretina de Mário Soares a uma guerra civil, ter que aturar Seguro com estas épicas tiradas. Só espero que os 200.000 postos de trabalho que Passos destruiu não tenham atingido os 150.000 que Sócrates criou. Seria uma indizível injustiça.

Estas diatribes socialistas merecem-me um comentário bem curto. Sobre Soares, ao contrário do que muita gente diz, não acho que ele esteja senil. Pelo contrário, mau grado a sua avançada idade continua a dar sinais de uma agilidade mental invejável. O que se passa é que este tipo de acções está no DNA dos socialistas. Entenda-se uma baixa competência generalizada, um populismo fácil, no convencimento de que o povo é estúpido e que só os moralmente superiores estão à altura de lhes guiar o destino. Acresce que na ausência de uma desejável cultura e sentido de Estado, o exercício do «reviralho», no entender deles, é um nobre cometimento, única via decente e moralmente aceitável do desenvolvimento de qualquer país.

Já Seguro me parece um exemplo vivo de uma mediocridade cultivada deliberadamente no período pós revolucionário, no capítulo da educação. Esta rapaziada aprendeu política mais ou menos como as criancinhas aprendem a tabuada manejando uma calculadora. Depois crescem e seguem o rumo que lhes foi traçado no circunstancialismo em que cresceram e vão actuando em conformidade.

Como na cena do episódio do polícia bom e do polícia mau, os socialistas têm o socialista velho e o socialista novo, servindo o mesmo propósito e mantendo a velha matriz. Infelizmente nenhum deles parece aprender seja o que for. O velho, porque não quer, é teimoso, arrogante e empedernido. O novo porque dá o que sabe e a mais não se sente obrigado. E o que lhe deram a saber já vinha moldado pelos princípios do socialista velho.
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sexta-feira, março 08, 2013

Qualquer dia correm com o Lobo Xavier e «quadraturam» mesmo aquilo




[4871]

As últimas «Quadraturas do Círculo» fazem-me pensar que a coisa mais parecida com a parelha Luís Filipe Aguiar e Dias Ferreira é a parelha António Costa e Pacheco Pereira. Só falta mesmo o beijinho. Quem diria. E esta, hem? Como perguntava o Fernando Pessa!


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Azedumes. Ou, que mal lhe teriam feito os betinhos?



[4870]

Há coisas que azedam, como o leite ou a sopa. Outras já nascem azedas, como as azedas. O Daniel de Oliveira parece juntar estas duas categorias, nasceu azedo e todos os dias azeda mais um bocadinho.

Isto a propósito de quê? De mil coisas, basta ouvir ou ler a criatura nas múltiplas tribunas que lhe são facultadas. Mas hoje, almoçando sozinho, deu-me para comprar o Record. E não sabia que o DO também escrevia sobre futebol. E que é do Sporting! E hoje, na coluna dele, percebi que ele não gosta dos candidatos à presidência. No que está no seu pleno e legítimo direito. Mas não gostar porque um é acarinhado pela betaria (sic) que há anos governa o clube, é tolerado pela banca, que escolhe os presidentes, e não é capaz de fazer um corte com o passado e o outro, um candidato incógnito cujas ligações aos negócios russos e com uma suspeita (sic) de um passado empresarial pouco claro é que me parece um argumentário patético, o velho «hear say» em uso cá na paróquia, ainda que bem moldado na performance habitual de DO.

Pode ser que apareça um candidato da Buraca, ou Massamá, de quem os banqueiros não gostem, que consiga cortar com o passado (???), que tenha negócios sem ser com a Rússia e tenha um passado empresarial claro como a aurora dos trópicos. Mas o que fica deste apontamento é que estes Danieis usam a mesma artilharia e o mesmo substrato em todos os campos. Futebol, política, religião… quem sabe no fado, também.
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terça-feira, março 05, 2013

É bem feito


[4869]

Nunca entendi os salamaleques com que o Sporting trata o F.C.P. O Sporting tem sido sujeito a verdadeiros vexames pelo clube da Invicta que sempre o tratou mal, com arrogância e manha, recebendo em troca uma incompreensível bonomia dos dirigentes sportinguistas perante os verdadeiros roubos e batota a que foram sujeitos durante muitos, mas muitos anos, em favor dos dragões.  Até os comentadores televisivos parecem mancomunados e desfazem-se em florilégios, não me ocorrendo, de há muitos anos, uma posição firme de alguém contra o favorecimento descarado do F.C.Porto, nos jogos com os leões. Ainda ontem, José Guilherme Aguiar e Dias Ferreira se «marmelaram» indecentemente quando o pivot trouxe a comentário o Sporting x Porto passado. Acho que só faltou o beijo na boca mesmo, num jogo em que Dias Ferreira deveria ter clamado bem alto a batota a que foi sujeito pelo árbitro no jogo. Ao invés, o representante benfiquista foi uma vez mais maltratado pela grosseria pesporrente de Dias Ferreira que ontem lhe chamou parvo, marreta faccioso e mais um outro mimo qualquer «à la Dias Ferreira» que obrigou mesmo o «pivot»ameaçar com o corte da emissão. E isto a propósito de uma cena entre Sporting e Porto, quando alegadamente um dirigente sportinguista fez um comentário desagradável, Pinto da Costa disse que se fosse no Dragão ele não o faria e um dos esbirros de PC se mostrou de imediato disposto a trocar umas murraças.

Não é por nada, mas acho que este namoro entre o Sporting e o Porto tem duas consequências principais. Uma, a de o Sporting continuar a ser …isso mesmo que estamos a pensar… em regime de permanência e à má fila. Outra é o de aumentar o capital de simpatia pelo seu grande rival da segunda circular que parece realmente ser o único que tem comentadores à altura destes jogos florais.
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segunda-feira, março 04, 2013

«Roupa velha»



[4868]

Continuo a ter grande dificuldade em perceber se a comunicação social de causas acha mesmo que publicar os dislates de Soares tem interesse jornalístico ou se, num outro prisma, martelar as pessoas com o que Soares diz e escreve serve o propósito dos restos de bacalhau na «roupa velha». Tudo ao molho, mais barulho e aproveitar todos os «restos» que sirvam o propósito de bater no ceguinho.

De resto, há a possibilidade de, por esta via, cada vez se ler menos os jornais e se ver menos as TV’s. Porque ouvir uma criatura manhosa como Soares fazer acusações ao governo de não ouvir nem dialogar, da sua falta de legitimidade, de destruir Portugal, de ser inimigo dos povos e de que o povo indignado uma vez chateou-se e acabou com a monarquia não pode ter outro efeito senão recordar como Soares ouvia e dialogava, por exemplo, a polícia, mesmo que fosse aos berros e insultos, ou o governo, quando era Presidente, da legitimidade de que ele se apropriou ao decidir sobre uma descolonização da forma desonesta como o fez, da destruição que ele causou aos países emergentes da descolonização, para além de Portugal, ou de como foi amigo de vários povos (para além do dele, desde que assalariassem a mulher, bem entendido) e, por fim e para seguir a ordem dos argumentos acima, de se meter na trapalhada de endossar ao povo indignado o fim da monarquia, varrendo a Carbonária Portuguesa para debaixo do tapete.

Soares continua a personagem arrogante, manhosa e indigna e vários jornais continuam a encher páginas com a sua verve maledicente e cretina. Ah! E um «like» num link sobre o tema arrasta centenas de comentários no FB de diligentes progressistas. Num deles cheguei a ler um preclaro jurista que foi sempre contra a pena de morte antes de conhecer Passos Coelho. Não há paciência…
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domingo, março 03, 2013

Prontes. É assim. Com carácter, atitude, postura e mudança de paradigma...


[4867]

Hoje sou do Benfica. Prontes… E não digo mais. Cá por coisas!
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Grandolar 4




[4866]

No Face Book, grândola-se imenso. De muitas e muitas dezenas de comentários pró manif não posso deixar de registar um que me tocou mais fundo. Dizia-se nesse comentário que a direita diz que o Terreiro do Paço não encheu porque a manifestação durou cerca de três horas. Daí que as pessoas iam chegando e indo embora… portanto nunca chegaram a estar todas juntas e daí as fotos do Terreiro do Paço estarem assim meio «ralas». Juro. Eu seja ceguinho, se não li isto.
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Grandolar 3

[4865]

Depois da manif e do futebol (uma arbitragem habitual de habilidade à xico-esperto marcando faltinhas de cada vez que um jogador do Sporting dava um pum…) pensei no mal que poderei ter feito a Deus para, pelo menos até aqui, ter levado a minha vida refém de um rancho de gente, mal formada uma, supinamente inteligente mas de má índole, outra. Em miúdo, circunstancialmente estudando em Coimbra, tive os meus primeiros contactos com a esquerda quando joguei râguebi na Académica. Havia, à altura, uma espécie de estudantes profissionais, entenda-se, não acabavam os cursos, chumbavam, mesmo percebendo-se que tinham capacidade e intelecto para os finalizar com uma perna às costas. A verdade é que chumbavam e iam eternizando a sua estadia na cidade universitária numa acção que só muito mais tarde entendi. Claramente, activistas. E lembro-me de uma vez um deles, a quem eu disse nos balneários do estádio, que um colega tinha ido à casa de banho, me ter dito que o cagar era um acto político. Perante a minha provável expressão de incompreensão, ele tratou de me explicar porque é que o cagar era um acto político, ao ponto de dez minutos depois de uma prelecção codiciosa eu achar que devíamos ir partir montras para a Ferreira Borges… e que nisso residia toda a lógica revolucionária do cagar como um acto político. Mais tarde, sofri as consequências de um grupo de gente, alguma bem-intencionada, romântica e cheia de fervor pelos amigos à esquina, gaivotas a voar e amanhãs canoros, outra claramente manipuladora, de má fé, ambiciosa ou patologicamente imbuída de ideologias que conduziram à morte de milhares de pessoas das colónias, e ao esbulho de muitos outros milhares. Pela minha parte, que fiquei do lado dos vivos, limitei-me a sentir obrigado a emigrar (nesta altura ainda não havia a SIC Notícias nem o Público para publicar imagens minhas a dizer que tinha acabado a licenciatura há três anos e que o Estado não me arranjava emprego. Dei corda aos sapatos e fui tratar da vida, enquanto Otelos, Rosas Coutinhos, Gonçalves e correlativos e derivados iam escaqueirando as colónias e o país, mesmo sabendo-se que a maioria das pessoas em Angola e Moçambique tinha consciência de que a independência era não só necessária, como desejável e justa. Passados todos estes anos, ainda tenho que aguentar firme os grandoleiros.

Não desarmam. Se os vampiros do venerado Zeca Afonso diziam que eles comem tudo e não deixam nada, esta rapaziada continua a grandolar porque ainda só comeu um bocadinho. E, não tenhamos ilusões, deixemo-los comer e depois vão ver se eles deixam alguma coisa. Vão por mim, que sei e que vi…
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Grandolar 2



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A nossa comunicação social é má. Batoteira e incompetente, de formação e cultura deficientes e habituou-nos a uma corrente informativa de acordo com estes pressupostos. Mas desta vez exagerou. Só lhes faltou cantar a Grândola também. Os enviados de serviço ao exterior pareciam atacados de histerismo e relatavam convulsivamente pormenores que eu me esforçava em ver, mas sem conseguir. Enquanto que das redacções emanava um cuidado extremo, tipo paternalista, que tratava de corrigir alguns erros cometidos pela «miudagem» (como a TSF quando disse que não cabiam duas agulhas no Terreiro do Paço, mesmo estando este a meio haste) ou reforçar algumas tiradas sobre o número de manifestantes, como no caso da SIC Notícias, que se tornou, definitivamente, um caso patético de deformação da verdade. Os manifestantes foram cerca de um milhão no Terreiro do Paço. Para um milhão e quinhentos mil no país, passando a um milhão e tal no país e muitos milhares no Terreiro do Paço. Não falando nos vinte de Atenas, setenta de Paris, quarenta de Londres e duas mesas de café em Bruxelas.

Sinto um embaraço extremo na comunicação social que temos. A propósito, ler este post, também.
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Grandolar


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Não há como escapar a dizer qualquer coisa. A minha primeira reacção à «grandolice» de ontem foi esta sensação estranha de tentar perceber porque é que esta gente não grandolou quando estávamos na mão de um sicrano sem escrúpulos que chegou a primeiro-ministro por via do voto popular, apesar da névoa permanente em que ele se movimentou, «aparecendo» num número incontável, de memória, de negócios mais ou menos obscenos. Obscenidade que seria descartável, não estivesse em causa o nosso dinheiro. Para além da acção difusa em que aparecia em numerosos casos de justiça, havia ainda casos indesmentíveis de má fé, perseguição, mentira e uma indisfarçável impreparação cultural, mau grado a sua formação de engenheiro mais ou menos. Tudo isto no seio de uma patente caldeirada entre a justiça e o poder político de que pouca gente saiu limpa. Ainda agora a leitura recente de alguns posts do José, versando factos nunca desmentidos, mesmo até porque provavelmente não havia o que desmentir, me fez, uma vez mais reflectir nesta gente que à altura não se lembrava da Grândola. Agora que, pelo menos em matéria de seriedade e ausência de «casos» de justiça, temos um governo que, com mais ou menos competência, mais ou menos erros, tenta resolver a tragédia em que os socialistas nos meteram (pela terceira vez…) a esta gente apetece-lhe grandolar.

Os portugueses sempre se distinguiram por acções que pouca gente ou ninguém entende. Mas desta vez, estamos a exagerar no absurdo.
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