sábado, novembro 19, 2016

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GONE ROVING





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sexta-feira, novembro 18, 2016

Check-List Take 2

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CHECK-LIST  (TAKE 2)





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quinta-feira, novembro 17, 2016

Check List

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CHECK-LIST






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terça-feira, novembro 15, 2016

A sorte que os pais tinham, quando eu tinha sete anos



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Um dia o meu pai sentou-me na caruma de um pinhal que havia entre a Encarnação e o Aeroporto, hoje transformado em saída da 2ª Circular para a A1. Era Domingo e ele costumava levar-me a mim e aos meus irmãos àquele pinhal onde passámos muitos Domingos saudáveis.

Lembro-me que nesse dia estava uma Lua cheia enorme e bem visível, apesar de ser dia. Eu teria os meus sete anos e o meu pai, que do mais trivial facto fazia uma espécie de conto de encantar, explicou-me o que era a Lua. Porque é que ela ali estava. Porque que é cerca de uma hora depois já não estava no mesmo sítio. Deu-me uma noção dos movimentos de rotação e translação, sem precisar de usar estes palavrões. Disse-me que na Lua não havia ar (recordo que esta foi uma passagem da história que me fez confusão, não havia ar? Mas como é que podia?) e portanto não se podia viver lá. E continuou explicando mais coisas. Em linguagem simples falou-me das marés, uma coisa que já me havia feito confusão na praia do Guincho porque umas vezes via-se aquelas rochas que hoje ainda lá estão e outras não se via e ele explicou-me. Não precisou de falar de Newton, da maçã nem do palavrão gravidade, mas conseguiu explicar-me o fenómeno e eu lembro-me que percebi.

O meu pai era assim. Repito que ele tinha o condão de fazer uma história de encantar de qualquer facto trivial. E desde esse dia em que ele me falou da Lua acho que fiquei a perceber razoavelmente o que era, porque a víamos e porque é que as rochas da praia do Guincho apareciam e desapareciam.

O meu pai tinha muito jeito, eu sei, Mas, aqui para nós, ele tinha a grande vantagem de nessa altura não haver psicólogos que exortavam os pais a explicar às criancinhas porque é que Trump ganhava eleições. Havia coisas bem mais interessantes para explicar aos filhos. E mais úteis. Tanto que em 1969, ia eu a caminho do Bailundo (uma terra angolana que alguns conhecem) visitar uns amigos e ouvi na rádio que um astronauta acabara de chegar à Lua. Lembro-me bem, era um jovem, talvez tivesse ainda fresca a história que o meu pai me contara no pinhal da Encarnação. E ao ouvir a notícia lembrei-me da história. E ontem, ao ver a Super Lua lembrei-me muito do meu pai.


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segunda-feira, novembro 14, 2016

Irresponsabilidade



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Tenho uma vaga desconfiança que António Domingues ainda não bateu com a porta porque entende, provavelmente bem, que a aceitação do cargo de presidente da CGD o obrigou a determinadas medidas da sua vida pessoal que não se conformam com a abdicação do cargo. Assim sendo, provavelmente achará que deverá se indemnizado.

Este silêncio de Costa e Centeno e do próprio Domingues presta-se a congeminações desta natureza, mas custa-me a crer que um quadro como Domingues não terá uma razão forte para manter esta situação em banho-maria até que o governo se descosa e eventualmente cumpra aquilo a que se comprometeu.

O que não é aceitável é o arrastamento desta situação e a progressiva e gradual degradação da CGD e correspondente delapidação de capital, tal como ainda hoje já a imprensa noticia a fuga de milhares de milhões de euros dos tais 1,3% de grandes depositantes acima de €100.000.

Esta situação seria impensável noutras circunstâncias e, pela parte que me diz respeito como anónimo cidadão e que nem sequer tem €100.000 na CGD, começo a achar que a culpa já nem é do governo, apesar do governo ser totalmente irresponsável e andar a brincar às legislaturas progressistas. A culpa é das pessoas que aceitam tudo, tal como se estivessem a ser sodomizadas e pedir desculpa por estar de costas (expressão que uso algumas vezes e me parece ilustrar bem a situação). E é de Passos Coelho (agora, sim, de Passos Coelho) que ainda não conseguiu fazer duas ou três simples perguntas a Costa. Perguntas simples a exigir respostas simples. O que é que, afinal, Centeno, ou Costa ou ambos prometeram a Domingues para ele aceitar o lugar? Finalmente, a culpa começa a ser de Marcelo, também. Rouba um bocadinho de tempo às selfies, beijinhos e engraxadelas de sapatos e toma uma decisão. Não sei bem qual… mas lembro-me de como o purista Sampaio pôs Santana Lopes no olho da rua. Parece que Santana dormia sestas e houve um ministro qualquer que se demitiu e Sampaio embirrou. E vejo agora esta salgalhada em que a geringonça nos meteu, com a agravante de que tudo isto nos vai custar muito dinheiro. Dinheiro que não temos, mas que Costa acha que é fácil ir buscar ao BCE e que o Pedro qualquer coisa, aquele de barbicha que se senta ao lado dele, acha que não pagamos, porque não temos nada que pagar.


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sexta-feira, novembro 11, 2016

Sem stress, meus (e minhas)



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Isto vai acabar tudo bem. Vão por mim. Domingues acaba por convencer os administradores, acaba por armar uma estrangeirinha qualquer, o TC dá-lhes a necessária e constitucional aquiescência e tudo será uma grande vitória do sorridente Costa.

No fim, vão todos tirar uma selfie junto ao convento do Carmo (que não cai, entretanto) com Marcelo e acabam a engraxar os sapatos na Mexicana que mudou de engraxador. O Costa faz um directo na SICNotícias dizendo que se respeitaram as ijecências conxucionais e logo à noite até é capaz do camarada Nicolau dizer alguma coisa no Expresso da meia-noite, num intervalo entre as sondagens que dão o PS igual ao PSD + CDS e os desacatos em Oakland por causa do Trump.

Não há motivos de preocupação Tudo acaba bem quanto fazemos pontes e não levantamos muros.


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quinta-feira, novembro 10, 2016

África, terra bruta, que até à papaia lhe chamam de fruta...




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Esta tromba de água aconteceu ontem em Joanesburgo. Para os que conhecerem a cidade, a foto mostra Hillbrow (bem visível a torre de Hillbrow) e a tromba de água atingiu principalmente o SE (south east) da cidade, nas áreas de Germiston e Boksburg. Aparentemente, o aeroporto O. Tambo foi também fustigado violentamente pela tempestade o que ocasionou atrasos de horas nos voos, porque os acessos (R24 - a caminho de Pretoria) e N 12 (auto-estrada para Whitbank) foram muito afectados. Parece que até os enormes e moderníssimos parques de estacionamento estiveram inoperacionais apesar de, como se sabe, o aeroporto ser muito moderno, amplo e funcional.

Isto é África na sua plenitude. Lembro-me de uma vez não podermos aterrar em Joanesburgo por causa duma tempestade eléctrica e termos de seguir para Boemfontein onde tivemos de aguardar quatro horas até podermos voar para Jhb

Depois acabo a pensar na nossa suave, moderada, fofa e mimenta chuvinha lisboeta que quando nos afaga cerca de meia hora ocasiona a maior confusão, porque as sarjetas não sei quê, as casas foram feitas em leitos de cheia não sei quantas e, claro, porque o Passos Coelho é que teve a culpa. E questiono-me se um dia cai uma coisa destas aqui na terra o que aconteceria.


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Um notável discurso




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Um notável discurso. Simples, fluente, sem vícios de linguagem, sem constrangimentos fonéticos e, mesmo que condicionado por algum, compreensível, condicionalismo, duma clareza e de um fundamental respeito pelas ideias, pelas convicções, pelas pessoas, pelas instituições, pela democracia. 

É este tipo de atitudes e esta qualidade de verbo que nos faz sentir constrangidos quando nos transportamos à comparação inevitável com quadros semelhantes cá pela paróquia, de que o episódio mais recente foi a atitude do insuportável Costa. Tanto pelo atropelo que fez à democracia como pela forma inqualificável como ele (não) aceitou a derrota e, minutos depois dos resultados finais das legislativas, se portou. Pelo que disse e pelo que fez, sem respeito pelo país, pelas pessoas, pela democracia. Para não falar no registo chocarreiro de piadolas que utiliza a todo o momento com um sorriso já insuportável, como ainda ontem o fez, respondendo com graçolas às perguntas dos jornalistas sobre a vitória de Trump e rematado com a “má notícia que teve de noite”.

Eu amo o meu país. O que não me impede, ou talvez por isso mesmo, de sentir um profundo constrangimento de cada vez que sou confrontado com situações deste género.

Um discurso notável. Viva Obama. Viva Trump. Viva a democracia. Long live America.


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sexta-feira, novembro 04, 2016

A esperança



[5459]

São intervenções destas que mantêm viva a minha esperança de ver apeada esta rapaziada que nos pastoreia por via de uma fraude bem urdida, ainda que legitimada pela via parlamentar.

O conteúdo destas intervenções é de incontornável substância por factual e, naturalmente, indesmentível. E de grande qualidade. A certeza da improbabilidade de qualquer entendimento com os socialistas leva-me a sustentar a necessidade de se actuar com vigor, com verdade sem receios das práticas habituais de se acusar o PSD e o CDS de abrirem hostilidades. Ainda agora neste debate se percebeu que a intervenção do ministro das finanças foi de uma pobreza angustiante e que o seu principal argumento foi a habitual acusação ao anterior governo. Tudo feito na maior aridez de ideias, deficiente leitura do texto que quem quer que seja lhe escreveu (Centeno é incapaz de dizer dois períodos seguidos com sentido e sintaxe apropriada) e a habitual acrimónia reservada ao “anterior governo”. Para além de uma inaceitável enunciação de números falsos e/ou habilmente expostos.


Miguel Morgado e Montenegro foram brilhantes. Que nunca se sintam tolhidos em chamar os bois pelos nomes, sobretudo quando olhamos para o lado de Centeno (usando o gaguejado conselho dele próprio em relação ao deputado Amaro do PSD) e vemos as mesmas caras que coexistiram alegremente com Sócrates na condução deste país à trágica situação em que se encontra. Esses, incluindo Costa, deviam sentir alguma vergonha. Coisa que, receio, de há muito perderam.


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