sexta-feira, outubro 31, 2008

Os tim-tins no sítio parte II


[2147]

A chamada associação de ideias. Ou de como o génio de Hergé conseguiu retratar um tuga ajuramentado, como o inesquecível Oliveira da Figueira. Muito antes de haver tim-tins para os assessores do primeiro-ministro ou vivendas pós-modernas na Guarda.
Vídeo aqui da versão revista e melhorada do merchant de tapis luso.

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Os tim-tins no sítio


[2146]

Dando de barato que tenho um primeiro-ministro que começa a proporcionar momentos de puro embaraço internacional, não posso, mesmo assim, deixar de aceitar que nisto de tim-tins a promoção de imagem pode consubstanciar êxitos inesperados. Com meia dúzia de iniciativas afins arriscamo-nos a encher o mundo de tim-tins (rimei e tudo, repare-se que não é fácil fazer rimas com tim-tins).

Não posso ainda deixar de referir o orgulho que me eriçou o corpo e poliu a alma quando Sócrates falou da robustez dos nossos tim-tins. Não é que, disse Sócrates na solenidade da cimeira ibero-americana e eu acredito, Chávez deixou cair um tim tim ao chão e ele não se partiu?

Vou ali tomar um konpensan e já volto.
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quinta-feira, outubro 30, 2008

Ler os outros

[2145]

"...Por este andar ainda vou ver o Pacheco Pereira na fila à espera de chegar a sua vez para receber o certificado que garante que nunca foi liberal nem coisa que se pareça, podendo então circular livremente por Lisboa sem levar uma galheta bem dada pelo Manuel Alegre ou ouvir de Soares um "desapareça daqui" igual ao que ouviu o coitado do agente da Brigada de Trânsito.

São assim os nossos pensadores, enquanto por esse mundo fora procuram uma solução que salve o capitalismo e o dinheiro da China comunista, por cá os teóricos optaram por reconstituir um ringue de luta entre correntes do pensamento económico como se estivéssemos no século XIX. Isso não me espanta, afinal as personagens que mais têm criado agitação no museu de cera da política portuguesa há muito que pertencem ao domínio da história do pensamento político português. Morreram politicamente mas alguém se esqueceu de os enterrar..."


Ler o post todo no Jumento.
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Há lodo no cais



Foto daqui



[2144]


Sou pouco destas coisas, mas se os portuenses fazem uma petição pró regionalização, eu também me sinto motivado para pedir pela minha cidade. Aqui fica o sítio, http://www.gopetition.com/online/22835.html avisando desde já que andam por aí quatrocentos estivadores à solta que querem bater no Miguel Sousa Tavares por causa disto. Entrevistaram o homem do sindicato mas ele diz que não consegue conter quatrocentos homens em fúria e eu também acho que deve ser difícil.

Entretanto o presidente Costa vai dizendo coisas destas que eu não consegui perceber bem. Só percebi que aquilo vai ficar cheio de contentores e que as pessoas que vêm da linha de Cascais não têm nada que ir ao Cais do Sodré fazer coisa nenhuma, porque a maioria delas trabalha ali para as avenidas novas, o que é que elas têm de ir fraldiscar para o Cais do Sodré? E eu acho que devemos ouvir Costa, pois bem me lembro da expressão dele quando disse que ia acabar com o estacionamento dos carros nos passeios e em segunda fila (fez uma cara que muitos socialistas acreditaram). A Rititi acabou a escrever este post, mas ela devia estar com uma azia qualquer. Todos sabemos como ela é exagerada e ferve em pouca água. Só porque tinha uma carrinha metida pela porta dentro disse asneiras e tudo.

Aguardemos o desfecho dos contentores, apesar de todos sabermos o que é aquilo vai dar. Fica a sensação do dever cumprido, assinando a petição. Isto senão apanharmos com um estivador em cima, que eles são quatrocentos, em fúria, e o homem do sindicato já disse que… pois!

Nota final: Até dou de barato que esta gente não tenha vergonha na cara e ache que pode fazer tudo o que lhe der na gana quando estão no poder. Mas fico com uma urticária tremenda quando ainda por cima acham que podem fazer de nós parvos.


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quarta-feira, outubro 29, 2008

Só de anzol


[2143]

Aquele senhor da Quercus que tem a missão de debitar um conselho ecológico todos os dias (todos os dias, reparem que é obra) na televisão logo pela manhãzinha tem, na verdade, uma missão espinhosa. Os conselhos são dados, supostamente, sem rir e com aquele ar compenetrado de quem vai salvar o planeta e nos tornar melhores cidadãos. Convenhamos ser uma tarefa difícil. Por outro lado, também não é fácil, para nós, cidadãos modernos e conscientes, seguirmos à risca os conselhos do senhor… pois, passa-me agora o nome.

Hoje, por exemplo, para seguir o conselho matinal, quando me sentar para almoçar e me apetecer peixe (o que acontece frequentemente) deverei ter o cuidado de perguntar à simpática brasileirinha que me serve, e juro que não há ponta de xenofobia nem machismo nesta asserção, a mocinha é mesmo uma lufada de ar fresco no atendimento aos clientes de restauração, comparada com a prata da casa, se o peixe:

- foi capturado por anzol ou por arrasto, que esta coisa do arrasto é condenável, traz muito peixe na rede ainda com muita vida e ciclos de reprodução á frente;

- Se o peixe que quero não pertence a nenhuma espécie proibida ou condicionada como os Aphanopus carbo, Hoplosthetus atlanticuso, Phycis blennoides, Coryphaenoides rupestris e o Pagellus bogaraveo;

- ou se, no caso do Gadhus morua, Clupea harengus, Platichthys flesus, não esquecendo claro o Psetta máxima, foram capturados segundo as medidas regulatórias de captura no mar Báltico, obedecendo a medidas recentes do Conselho Europeu de Agricultura e Pescas;

- Devo cuidar ainda se o peixe tem gorduras saturadas, poli-insaturadas ou pura e simplesmente sem saturação nenhuma não vá eu sofrer do colesterol. A questão do mercúrio deverá ainda ser considerada mas por acaso agora não têm falado muito no assunto, pelo que vou deixar passar;

- Finalmente deverei mirar bem as proporções do bicho, não vá o mesmo ser ainda uma criança.

Observados estes preceitos passarei à acção. Muito provavelmente, esqueço-me do senhor da Quercus e mando vir “jaquinzinhos”. Só para chatear e dar de comer à saudável costelinha de rebeldia que mantenho bem tratada e que me dá ânimo para continuar a comer peixe. E a rir. Todos os dias, se possível.

Nota: a enumeração das espécies condicionadas pelo Conselho Europeu de Agricultura e Pescas foi surripiada, com a devida vénia, do Blasfémias.

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terça-feira, outubro 28, 2008

E ninguém vai preso?


[2142]

E não vai ninguém para a rua? Ou a rua só serve para exigir a defesa intransigente das conquistas dos trabalhadores? E o ministro dos transportes não se demite? Jamé, dirá ele! Se Portugal sabe fazer vias férreas para serem percorridas por comboios a 300 km/hora não haveria de conseguir uma linha para ser percorrida por uma ronceira automotora a 38 km/h?

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Eu acho que...

Para quando um livro com a foto da mulher do sargento?


[2141]

Hoje é o julgamento da mulher que juntamente com o marido e que, com ele, constitui aquilo a que a comunicação social e “especialistas” de serviço chamaram de “pais afectivos”, sonegou a entrega de uma criança ao pai que, logo que viu confirmada a paternidade, se prestou a cuidar da filha. Penso que já lá vão mais de cinco anos em que o casal Lagarto passou a artista principal, levado ao colo pela onda emotiva de uma nação valente que acha que o pai é um bandalho, quer é dinheiro e que acha que os superiores interesses da criança devem ser respeitados.

Não sei bem porque é que a defesa dos “superiores interesses da criança” passa pela atitude continuada do casal de acolhimento de desrespeito a decisões do tribunal. Quanto ao resto, entenda-se a onda de gente entendida que se entretém, a “achar” o que deve ser feito, não me surpreende. É o costume. Condenável é ter-se permitido que tenham passado mais de cinco anos sem que a ordem do tribunal tivesse sido cumprida: A entrega imediata da Esmeralda ao pai.

Nota: O “acto” de hoje nas notícias matinais consiste no sargento a assinar um cheque a favor do pai, rodeado de gente e a dizer que espera que o pai o deposite à ordem da menina.

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Um primeiro-ministro histórico


[2140]

João Miranda faz uma resenha histórica dos momentos históricos dos portugueses.

Não fora um histórico primeiro-ministro como o que temos e arriscávamo-nos a passar à história sem história que se visse.

Vale a pena ler. Para a história.

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segunda-feira, outubro 27, 2008

Mudos e quedos

[2139]

Mas afinal ninguém faz um postezinho sobre os 3-2 do Leixões ao FêQuêPê? Já nem digo um postesão, pode ser coisa pequena mesmo, mas que vejo "tudo" muito murcho e calado, vejo...
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Isto está a ficar obsceno


[2138]

João Marcelino e Paulo Baldaia na entrevista a Sócrates, cuja segunda parte vem ontem publicada no DN, mostra a inquietude dos portugueses, perguntando ao primeiro ministro se ele abandonará os portugueses no caso de estes não lhe darem maioria absoluta.
Sócrates não disse mas deu a entender que não. Porque está muito concentrado na governação.

[extracto da entrevista:

Repórter: - Se é assim, vai com certeza pedir uma maioria absoluta nas próximas legislativas?
Sócrates: - Bom, isso veremos. Ainda falta tanto tempo.
Repórter: - Cavaco Silva, em 1991, mais do que pedir, exigiu uma maioria absoluta para governar, porque entendia...…
Sócrates: - (Interrompendo) Eu nunca exigirei nada a ninguém! Mas deixe-me dizer-lhe o seguinte: eu estou é absolutamente concentrado na governação. É isso que os portugueses esperam de mim…
Repórter: - Isso sabemos, mas estamos a discutir política agora…
Sócrates: - Pois, pois, mas não ponham o carro à frente dos bois. Isso virá daqui a uns meses. Aliás, seria irresponsável da minha parte se estivesse a pensar nisso, ainda por cima num momento destes.
Repórter:- Deixe-me, então, fazer a pergunta de forma diferente: se os portugueses lhe pedirem que governe, não com maioria absoluta, mas com uma vitória relativa, o senhor não os abandonará?
]


Cada vez se torna mais claro que isto de ditaduras não é para quem pode mas para quem o deseja. Há qualquer coisa que nos impele para uma absoluta incapacidade de alinharmos no jogo democrático, livre e plural. A mera existência de jornalistas deste quilate, fazendo perguntas deste tipo bem o prova.

Há uma anedota antiga e racista na qual se pergunta ao van der Merwe (o alentejano das anedotas da África do Sul) se sabe porque é que os "creepy crawlers" são brancos. E o van der Merwe responde, lampeiro, que se fossem pretos precisavam de um supervisor (para quem não saiba "creepy crawler" é o termo inglês para aqueles aspiradores automáticos que limpam os fundos das piscinas privadas. Liga-se a maquineta e ela vai fazendo o serviço sozinha através de um simples sistema de vácuo intermitente). Eu actualizaria a anedota, dizendo que o "creepy crawler" não pode ser português. Porque, naturalmente, precisaria de um grande líder qualquer. Sobretudo um líder que não nos abandonasse e deixasse a limpar piscinas sozinhos.

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sábado, outubro 25, 2008

Juke box 66

[2137]

Tony Bennet & Stevie Wonder ao vivo – For once in my life

Bom fim de semana.

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Politiquês?


[2136]

Há alturas em que o “politiquês” se torna tão denso que chego a duvidar da minha capacidade de entendimento. Mesmo das coisas mais comezinhas de entender.

Vem isto a propósito de ler lido aqui que o ministro Teixeira dos Santos registou com agrado a possibilidade de os principais bancos virem a recorrer às garantias do Estado (€20.000 M). E eu, que não sou economista mas tenho minimamente a noção do que significa avalizar qualquer coisa, pasmo com o agrado do ministro. Afinal, ele está contente porque os bancos estão tesos e podem recorrer ao aval estatal? É que se eu fosse ministro das finanças ficava muito desagradado. E, já agora, preocupado. Ou os bancos não estão tesos mas recorrem ao aval para beneficiarem de condições excepcionais de operação, incluindo taxas de juro mais favoráveis ou aumento dos “plafonds” de crédito? Também não vejo aqui motivo especial para o agrado do ministro, sobretudo porque em última análise me parece que se arrisca cerca de 12% do PIB nacional para que os bancos trabalhem com mais desafogo, sem que vislumbre qual a vantagem dos depositantes, ou para o próprio Estado.

Tudo junto e somado parece-me que este agrado do ministro é uma aquelas vacuidades que se soltam como instrumento demagógico e que o PS, de tanto os usar, acaba por perder o sentido da oportunidade (e, frequentemente, da decência) e profere seja o que for, a propósito de qualquer coisa e em qualquer ocasião para se emular como o nosso anjo da guarda.

Nota: Dada a minha ignorância em matéria de finanças, aceito qualquer argumento que me explique que estou a ver isto de uma forma errada e que o governo tem genuinamente razões para estar agradado com o facto de os quatro principais bancos nacionais aproveitarem a medida governamental. Veria essa explicação com muito agrado.

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sexta-feira, outubro 24, 2008

Post dedicado

[2135]

Para a Luna. From Portugal, with love!


« ~ ´ ç ` ª ^ º »
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Bora lá para o Neolítico


Clicar na foto para ver a coisa "neoliticamente" e, sobretudo, ver bem a localização de Manhattan, no contexto imoral da destruição do Neolítico

Imagem retirada do Blasfémias



[2134]


Ora então vamos todos voltar ao pré-Neolítico para não alterarmos a paisagem

"...Desde a Área de Projecto até à História o ensino unificado transformou-se em tempo de doutrina obrigatória. A própria Geografia não escapa à doideira. Esta imagem reproduz uma página dum livro da ASA para o 7º Unificado. Como é suposto as criancinhas devem corroborar as teses explanadas no livro..."

Helena Matos no Blasfémias.

Eu concordo com ela e acho, genuinamente, que está tudo doido. Mas mais grave que a “doideira”, como a Helena diz, impressiona-me o alheamento flácido de muitos daqueles que têm a nobre missão de educar. E aceitar bovinamente esta doutrina martelada em regime de permanência nas meninges das nossas criancinhas é, no mínimo, condenável. A menos que ande tudo distraído ou ocupado a fazer formação em “Magalhães”. Ou a estudar a agenda dos protestos que se avizinham.

Nota: Voltando ao “livro do 7º unificado”, gosto particularmente de terem escolhido, certamente por acaso, Manhattan para a “foto-exemplo” de destruição do Neolítico e da pergunta “quem nos deu o direito de agir desta forma?” Entenda-se, eles, os americanos. Porque por cá temo-nos portado benzinho. Não temos ido muito além de St. António de Cavaleiros, Buraca e Odivelas. Sempre nos esforçámos por não abandalhar muito o assunto e manter um certo fio de jogo.


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Boaventura impõe que se imponha


Sonhos de Verão em amanhãs que não há meio de começarem a cantar
Foto "picada" do Insurgente.

[2133]


“…A transformação não virá da UE ou dos EUA. Terá de lhes ser imposta pela vontade dos cidadãos dos países que mais sofreram com os desmandos recentes do capitalismo de casino…”

Em tempos favoráveis a que venha, de novo, ao de cima o mau convívio que certa esquerda tem com o pluralismo e liberdade, surgem pérolas destas. Não são novidade, mas dão sempre para recordar o que esta gente faria se mandasse. Para impor. Para que nos portemos todos como deve ser. Para que se mantenham imaculados os seus próprios conceitos ou não se desvirtue o reflexo da extraordinária imagem que têm de si próprios. De tal maneira que as coisas (como esta tirada de Boaventura de Sousa Santos na Visão de ontem e que respiguei via 25 centímetros de neve em a vontade dos idiotas) acabam por fluir naturalmente, tornam-se triviais. Tanto a eles que as dizem como a nós que as ouvimos.


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quarta-feira, outubro 22, 2008

Correntes, prémios e confraternização


[2132]

“…se reconhecem os valores que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc. que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras. Esses selos foram criados com a intenção de promover a confraternização entre os blogueiros, uma forma de demonstrar carinho e reconhecimento por um trabalho que agregue valor à Web…”

Quem recebe o “Prêmio Dardos” e o aceita deve seguir algumas regras:

1. - Exibir a distinta imagem;
2. - Linkar o blog pelo qual recebeu o prémio;
3. - Escolher quinze (15) outros blogs a que entregar o Prémio Dardos
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Há uma tendência generalizada para dizermos que não gostamos de correntes “blogoesféricas”. Algumas são intragáveis. Mas outras, para além de interessantes, geram uma dinâmica agradável, como é o caso desta e que se explica lá em cima. Assim sendo, resta-me agradecer a gentileza da Cristina do Contra-Capa e indicar os meus respectivos quinze. A questão é que eu acho que poderia nomear mais quinze, ou mais quinze vezes quinze, mas há que seguir os regulamentos. Aqui vão eles:

NOTA IMPORTANTE: Fiz esta selecção de acordo com os parâmetros enunciados acima e que são a génese do prémio. Não significa, assim, que não haja blogues que eu leia até mais vezes do que os "premiados". Um exemplo são os vários blogues de cariz político que leio mais do que uma vez por dia mas que não cabem nas características do prémio. Também levei em conta a assiduidade de escrita. Há blogues belíssimos mas que são actualizados às vezes só semanalmente. Finalmente fiz questão de nomear apenas blogues que constam da minha lista "blogues que leio".
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terça-feira, outubro 21, 2008

Who's who?

[2131]

Sarah Palin não será tão quadrada como isso. O “isso” sê-lo-á muito mais. Pelo menos a avaliar pelo humor e presença da governadora, como se pode ver aqui numa sessão do "Saturday Night Live".
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Lote 5 - 1º dtº



[2130]

Só não te canto o "Simply the best", porque há outras bloggers boas, salvo seja não desfazendo, que muito aprecio também.

O Lote faz três anos e a Carlota é simplesmente do melhor que há entre nós, a Blogosfera. Por todas as razões que ela foi criando ao longo deste período em que passou a constituir leitura diária e obrigatória de muitos de nós. E eu, humildemente, me incluo nessa lista de leitores.

Venham de lá mais três e mais três e mais três, tantos quantos a Blogos acomodar. Porque se não vierem, ficamos todos mais pobres.

Uma grande beijola (cá está, um termo que aprendi com ela…) e

Tchin Tchin


Estive para te oferecer flores mas depois vi este gadget e não resisti. Não sei bem para que serve mas tenho a certeza que num momento de inspiração vais descobrir
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segunda-feira, outubro 20, 2008

Post dedicado


[2129]



Este post é dedicado ao prezado confrade JoãoG. Fica aqui o "croquis" do pluviómetro.


Entretanto penitencio-me pelo erro grosseiro em que inadvertidamente o induzi. É evidente que 1 mm de chuva corresponde a 1 l/m2 e não o.1 l. Logo, se caíram 25 l/m2 em Sete Rios, significa que a precipitação foi de de 25 mm e não 250.

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Fica a intenção


[2128]

Estou desolado. Imagine-se que acabei de ouvir o nosso ministro do Trabalho dizer que era capaz de ser muito difícil criar os tais 150.000 postos de trabalho até ao fim da legislatura, por causa da crise internacional.

Não há direito. O governo a trabalhar laboriosamente para cumprir promessas e depois vem de lá uma crise qualquer e estraga tudo…

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Surprise, surprise


[2127]

Perante o estrépito dos orgasmos múltiplos e socialistas à volta da vitória (surpresa, surpresa…) do PS nas eleições açorianas, gostei, sério, de ouvirrrrrr Louçã dizer que pela primeira vez na histórrrria do Bloco tinham sido eleitos um deputado e uma deputada. É evidente que esta forma de destrinça clara do género faz toda a diferença e Louçã fá-lo (de fazer) como imagem de marca.

Pela minha parte, saúdo o CDS que aumentou substancialmente o número de deputados. E quanto ao Bloco, é de esperar que a desigualdade de géneros poderá muito bem contribuir para assegurar a continuidade da espécie bloquista nas ilhas atlânticas.

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Biologias...


[2126]

Li algures no Expresso, mas confesso que não me lembro em que rubrica, que se designa impropriamente por agricultura biológica aquela que nos proporciona alimentos vegetais isentos de produtos de síntese. É claro, assim, que se chegarmos um bocadinho de sulfato de amónio a uma batateira, a batata não deixa de ser biológica. É evidente que a pessoa que escreveu aquilo tem toda a razão porque a batata é sempre biológica por muitos remédios e/ou nutrientes que lhe cheguemos.

Na mesma linha de raciocínio, imagino que sempre que algum representante da Quercus tomar uma aspirina deixa imediatamente de ser biológico e passará à condição de um ser desprezível que recorreu aos produtos de síntese. Mais grave, se em vez do genérico ácido acetilsalicílico a aspirina for da Bayer, que é um produto defendido, creio mesmo que essa pessoa passará de desprezível a pouco recomendável. Há que seguir o main stream, que é como se diz agora.

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domingo, outubro 19, 2008

Mais "calamidades naturais"


[2125]

Abateu-se mais uma “calamidade natural” sobre Lisboa. Desta vez foi na zona de Sete Rios que, como se sabe, é uma micro-zona muito atreita a precipitação de chuva miudinha acima dos dez minutos consecutivos. Desta vez foram vinte, repito, vinte minutos de chuvinha miúda mas cínica como o raio que a parta, pois de tão enfezada ninguém suspeitaria dos estragos que causou.

A reportagem na TV foi farta em causas (leitos de cheia, construção não sei quê, sarjetas não sei quanto e, causa maior, um bueiro sacana que atira com as águas do Eixo Norte-Sul cá para baixo), em efeitos (os snaks e restaurantes, que nestas coisas há sempre muitos restaurantes de azulejos e grades de “mines”, com os respectivos proprietários a queixarem-se do costume e que quando interrogados sobre se tinham seguro, que sim, que tinham, mas o seguro não chega, aquilo é uma trabalheira) e em conclusões, quais sejam as de serem sempre as mesmas, apesar de ninguém saber exactamente quais e as dos responsáveis a perguntarem se sabemos “quantos milímetros de chuva caíram”. Pela minha parte, sei, conheço algumas causas, mas não me apetece dizer. Assim como assim, resolver esta questão terceiro-mundista de inundações com um metro de altura de água depois de vinte minutos de chuva acabaria por destoar no cenário nacional e desdourar as nossas virtudes, para além de me retirar uma das minhas cenas favoritas nos noticiários nacionais.


Inundações logo hoje… que tenho de ir almoçar a Lisboa.

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sábado, outubro 18, 2008

Por estas e... Parte II



[2124]

Bom fim semana para todos.

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Por estas e por outras é que os Estados Unidos são a maior nação do mundo

[2123]

Uma verdadeira lição de maturidade política, respeito, sentido democrático e civilidade e, não menos importante, de apurado sentido de humor dos dois candidatos à presidência dos Estados Unidos.

O Nuno Mota Pinto do Mar Salgado, explica melhor no texto abaixo e a seguir vão os vídeos, que vale a pena ver até ao fim. E a recomendação é que depois de visionados os vídeos não nos lembremos das tiradas de Mário Soares e outros distintos democratas na sua campanha contra Cavaco Silva, nas última presidenciais.

"No meio de uma campanha eleitoral acesa e dura pelo mais poderoso cargo do Mundo, os dois candidatos tiram tempo para cumprir uma tradição: participarem no jantar da fundação Alfred E. Smith. Uma fundação católica inspirada num antigo governador de Nova Iorque e que foi o primeiro candidato católico à Presidência dos EUA em 1928 (perdeu e foi então atacado ferozmente pelas suas convicções religiosas diferentes da maioria evangélica e protestante).

A troca de galhardetes, o tom humorístico, o fair play democrático aqui presentes são uma elegante demonstração de uma democracia antiga, consolidada e à prova de fanatismos e sectarismos primários. Uma lição para apoiantes excitados - sobretudo para os que, de fora dos Estados Unidos, tendem a projectar nesta disputa eleitoral a sua imaturidade política e o seu sectarismo ideológico (de direita e de esquerda). Aqui ficam os vídeos
"
:

McCain



Obama

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sexta-feira, outubro 17, 2008

Humor tuga

[2122]

Há assim uns “artistas” que deveriam ser sujeitos a uma espécie de avaliação, uma coisa assim, digamos, a:b (x + z) em que “a” seria o Q.I, “b”, a data em que lhes terão dito que tinham piada, “x”, o número de pessoas que eles acham que já se riram com as piadas deles na Liga dos Últimos e “z” a esperança de vida artística em número de anos bissextos. Daqui resultaria um índice que seria tanto melhor quanto mais baixo e, a partir de um certo nível, estes “artistas” deveriam pagar um imposto qualquer. Nem que fosse uma taxa de alívio do sistema urinário.

Sempre achei que nas anedotas é que somos bons…

Vídeo via 31 da Armada

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quinta-feira, outubro 16, 2008

Hiper mega plenário

[2121]

A luta continua. E a vitória etcaetera!

Gostei particularmente da destrinça entre “marcha” e “protesto”, da aplicação científica do vocábulo “plenário”, da professoral expressão “mega-hiper plenário dos professores” e da candura de Mário Nogueira no fim da catequese (com muitos catequistas e poucas ovelhinhas, por sinal) quando faz um rápido cronograma da coisa e diz que o fim do “requerer” é a sete, a manifestação é a oito e as negociações com o ministério, a 10. É aqui que Nogueira afivela aquela expressão de “tão a ver… o “requerer” (!!) acaba a sete, manifestação a oito, negociações a dez, julgam que somos parvos, ou quê? E acaba o vídeo…
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Não há condições...

[2120]

Lá consegui descobrir o vídeo do “Magalhães vila morena “de que só tinha obtido antes a letra.

Professores diligentes multiuso. Tão depressa chamam sinistra à ministra como põem a coleira e o guizo e desatam a … começam a … cantam o… não, isto não existe!

Poderá ser, ainda, uma boa ideia para mandarmos para a Venezuela.

Caracas, tierra morena,
Ricibimos de Portugal
O PC que mas ordena,
Magellane sin igual


Lá lá lá (acompanha uma brochura sobre Grândola, um “Magalhães”, um busto do Infante e uma foto de uma herdade ocupada)

Desta é que emigro mesmo…

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Ó Rosa arredonda a saia, parte III


Magalhães veio pra ficá-á-ar...lá lá lá

[2119]


Isto está a ficar obsceno. Esta é uma das canções Magalhães, na tal formação. Ora desarrinquem lá, com a música do Grândola Vila Morena e em “mode” coro alentejano (só podia…).

No post anterior, esta canção aparece em vídeo também, mas só o som. A imagem foi retirada. Saberá Deus porquê… Ora, gargantas afinadas, vamos lá então:

Aqui vem o Magalhães
Um PC de encantar
Pró menino e prá menina
Não é para a mãe brincar

Não é para a mãe brincar
Magalhães veio pra ficar
Já não há voltas a dar
Magalhães veio pra ficar

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Ó Rosa arredonda a saia, parte II

[2118]

Sejam livres, porra!

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...ó Rosa arredonda-a bem, se não fizeres os TPC, não te dou um magalhães, Lá Lá Lá


Comer e dormir
Ó trim tim tim
C'o Magalhães ao pé

[2717]


Recordo o período pós independência de Moçambique, quando qualquer evento social, reunião de trabalho, conferência, palestra ou espectáculo nunca começava sem uma original sessão de cantoria. À boa maneira socialista, as pessoas ecoavam cânticos apropriados à revolução, entrecortados por gritos de ordem e palmas organizadas (expressão com que Samora Machel costuma incitar o aplauso cadenciado, à semelhança, aliás, do que acontecia na União Soviética e países europeus do Leste).

Oiço hoje nas notícias da manhã que uma sessão de formação de "magalhães" em Cantanhede, atendida por cerca de duzentos professores, converteu-se numa sessão de cânticos. Acho que nem o "malhão, malhão" faltou, provavelmente no plural para que "malhões, malhões" rimasse com "Magalhões" ou, para facilitar, "malhães, malhães" para poder rimar correctamente com magalhães . Ainda que eu comece a entrar numa fase da minha vida em que já nada verdadeiramente me espanta, não posso reprimir um sentimento de estupefacção perante episódios desta natureza.

A minha filha mais nova, quando tinha os seus quinze, dezasseis anitos, costumava dizer às amigas, ainda que na brincadeira, “não conheço este senhor”, sempre que eu assumia alguma atitude de “kota”. Por este andar, caminho decididamente para a possibilidade de sempre que me falarem em portugueses eu diga “não conheço estes senhores”. E sem ser a brincar.

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E o burro era ele?


[2716]

Percebo tanto de futebol como de aceleração de partículas. Mas percebo que um líder de discurso pastoso, pretensamente científico, genuina
men-
te trágico-marítimo e com aquela forma sui-generis que os portugueses têm de dar voltas aos verbos sempre que poderiam dizer qualquer coisa de forma curta e concisa, só poderia conduzir ao desastre de Braga. Pior ainda, a selecção vem apresentando um grave declínio de classe e ânimo desde o primeiro jogo que ganhou até ao cataclismo de ontem em que já nem se percebia bem o que é que os jogadores andavam a fazer em campo.

Um treinador que diz que um empate na Suécia seria um bom resultado e que a Albânia não é favorita mas era favorita a eliminar favoritos da corrida à África do Sul (uma pérola de retórica tuga) não merece os favores do público e só pode fazer recordar a alegria, o empenho e a liderança de Scolari. À vista do que se passa até aquele “excesso” de Scolari a “defender” um jogador português parece agora uma atitude meritória e que demonstra o arreganho com que ele vivia a nossa selecção.

A ausência de Portugal na África do Sul é agora uma forte possibilidade. Triste.

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terça-feira, outubro 14, 2008

A gritaria


[2715]

Tenho acompanhado a abundante vaga de opiniões sobre a legalização do casamento entre homossexuais. Sem surpresa, as opiniões coincidem com o que vamos conhecendo dos blogues que lemos.

Do que tenho lido, há um aspecto (entre outros, claro) que me impressiona bastante. A convicção de que muitos homossexuais verão com profundo desagrado a intervenção dos arrivistas do costume, dos que se auto-elegem seus fiéis mandatários e mais não fazem nem dizem que marcar a sua posição de caprichoso proselitismo, insuportavelmente vaidosos e de um atroz oportunismo.

Tenho a certeza de que muitos homossexuais gostariam que estes procuradores de ocasião se calassem e não contribuíssem decisivamente para o aviltamento da sua orientação sexual.

Nota: vale a pena ler alguns posts e comentários no Blasfémias sobre este tema.
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Rir faz bem à saúde


[2714]

Recebida por mail, de fonte insuspeita .

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Moralização em curso


[2713]

António Costa está activíssimo. Escandalizou-se imenso com as rendas de Lisboa e tratou de agitar o sector. Tremei artistas, escritores, jornalistas, antifascistas e ex-prisioneiros da Pide com mais de vinte minutos nas respectivas masmorras, que se acabou a mama. António Costa escandalizou-se tanto que até já pediu a mais duas pessoas para entregarem as casas camarárias que ocupam, elevando assim o número dos abusadores que têm de devolver as casas a, segurem-se, vinte.

Cola fundo, ainda, a atenção com que a TSF acompanha estas medidas, não deixando que os restantes munícipes (os que pagam rendas e prestações ao banco como as pessoas) permaneçam na ignorância desta campanha de moralização em curso.
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domingo, outubro 12, 2008

Hole Horror


[2712]

O Hole Horror fez há dias dois anos. Felicito calorosamente a JCD e deixo o desejo sincero de que continue por muitos mais anos, sobretudo agora, quando ela diz ter entrado em velocidade de cruzeiro.

Tchin Tchin


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SOS Lisboa



[2711]

É domingo, está a chover, o Scolari já se foi embora, portanto uma derrota e um empate seguidos com equipas sofríveis já não são assunto, pelo que recomendo uma visita ao SOS Lisboa para verem esta reportagem fotográfica de hoje. Não desprezar as legendas.

Se, depois da leitura e visionamento, por acaso derem convosco na sala de “partidas internacionais” da Portela não se admirem nem se preocupem. Há sempre a possibilidade de a TAP se atrasar, reconsiderarem e voltarem ao home sweet home.

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sábado, outubro 11, 2008

Juke box 65


[2710]

Talvez a mais fantástica criação da natureza. Conceder ao Universo tantas cores e em tão diferentes tonalidades não é fácil. Muito menos condensá-las num feixe de luz. Talvez por isso existam tantas histórias e lendas, crenças e livros e tanta, mas tanta, música sobre o arco-íris.

E esta, interpretada pelo saudoso Ray Charles, é certamente, uma das melhores.
Bom fim-de-semana a todos.

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Um lugar mal frequentado?


clique aqui e veja o preço destes magníficos brincos de contas. Assim se vê como a vida está difícil. Um par de brincos leva um mês de renda, para algumas pessoas.

[2709]


Eu ia pôr uma música agradável e desejar bom fim-de-semana aos amigos mas depois vi isto e não resisti. Um ex deputado do Partido Socialista, Fernando Ka de seu nome e hoje por hoje um dos mais destacados activistas sobre a imigração, e que tem uma citação que não resisti a transcrever…

"A melhor maneira de nos defendermos dos perigos provenientes do nosso egoísmo é partilhar mesmo o pouco que temos com aqueles que nada têm, sob pena de um dia nos arrependermos de nada termos feito a favor dos excluídos, quando era tempo"

… sobretudo depois de ficar a saber pelo Público que a Câmara Municipal de Lisboa atribuiu a este pensador activista uma habitação de cinco assoalhadas e quintal, em 1984, por €5,60 /mês (não é gralha) que, aparentemente, se manteve até hoje.

Convenhamos que a renda de Ka comparada com os €263 de Baptista Bastos faz este último parecer um desfavorecido da sorte. Mas a verdade é que BB também nunca sentiu o ferrete do racismo como Ka diz que sentiu quando deixou o Parlamento.

Vou ler a citação de Ka outra vez. É irresistível!

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sexta-feira, outubro 10, 2008

A esperança nos homens

[2708]

Sob o impulso de dizer qualquer coisa sobre a felicidade quase pueril que observei no Dr. Jorge Sampaio diagnosticando a morte do capitalismo numa entrevista ontem na Sic, sucedeu-me "chocar" com este post da JCD. Um post notável e que nos faz manter a esperança nos homens. Ora leiam:

"Mais um dia conturbado nos mercados financeiros a confirmar a globalidade da crise económica de que todos falamos. Os tempos de crise são tempos complexos, são duros e difíceis para muitos pois trazem perda e privação, para outros trazem depuração, mas para tantos trazem de volta velhos medos e preconceitos muito europeus e pelo menos desde o séc. XIX, tingidos de “esquerda”. Não falta quem declare a morte do capitalismo (as if...) e secretamente rejubile com esta crise que mais parece ter sido feita à medida para dar crédito às antigas, intelectuais e ideológicas desconfianças para com o capitalismo. No banco dos réus sentam-se os gananciosos, os especuladores, o capital, o mercado e os suspeitíssimos instrumentos financeiros. Neste momento é interessante ver o valor que se dão às palavras, como o peso da tradição as marca e como conceitos simples do tipo “ganhar dinheiro”, para uns é “criar riqueza” e para outros é “ganância”. Há hoje uma profunda dissonância na forma de olhar a crise e poderíamos deter-nos longamente nos meandros semânticos que fazem o discurso sobre a crise.Os instrumentos financeiros são um dos bodes expiatórios apontados a dedo, é-lhes atribuída poderes maléficos, grande culpa pelo descalabro do capitalismo e há até quem declare a sua morte (pelo menos a morte daqueles mais complexos, menos compreensíveis e que por isso tanta desconfiança suscitam pelos poderes ocultos que detêm). Ora os instrumentos financeiros são uma das mais eficazes e simples expressões da liberdade individual e de uma sociedade e assim o têm sido ao longo dos tempos. Liberdade de comprar, liberdade de vender. Por muito sofisticados e abstractos que eles sejam- e às vezes, são-no, são sempre instrumentos da liberdade pois é livremente que alguém os compra ou os vende. Expressam uma vontade de resolver um sem número de situações normais (no sentido lato que envolve um julgamento assim como estatístico) como cobrir riscos, dar opções, precaver o futuro, alargar hipóteses, trocar riqueza, emprestar dinheiro, etc. É pena que o discurso normal sobre eles seja hermético e iniciático, pois essa dimensão confere opacidade e desconfiança a estes instrumentos de “troca”. Se olharmos para a História vemos que as civilizações mais dinâmicas e avançadas foram sempre as que estabeleceram “trocas”, e os instrumentos financeiros poderiam ser rudimentares e não precisarem de complexas fórmulas, mas existiam na mesma, através da palavra, promessa. Desde sempre se comprou hoje o que só existirá amanhã e desde sempre se vendeu o que (ainda) não se tem. Desde sempre que se pede dinheiro emprestado, se empresta e se cobram juros. Desde sempre que se vendem favores e se cobram favores, nomeadamente para cobrir o risco. As civilizações ditas ricas em tantas manifestações nomeadamente na arte são sociedades de mercado – de “trocas”, são sociedades mercantis, A Itália do Renascimento ou a Grécia Antiga, só para citar exemplos óbvios. Não há democracia sem essa liberdade de trocar bens, dinheiro e outros instrumentos financeiros. O contrário pode ser verdade, mas a democracia para florescer precisa de meios para com liberdade criar riqueza (ou ganhar dinheiro, ou se ser ganancioso). Para que haja essa liberdade o Estado não pode controlar todo o sistema de “troca”, se é o Estado que o controla perde-se a liberdade, o engenho. Por isso, os instrumentos financeiros não morrerão e provavelmente muitos novos surgirão depois desta crise anunciada e esperada. O capitalismo está bom e recomenda-se."
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Uma lástima


[2707]

Pacheco Pereira ontem, na "Quadratura do Círculo", bem tentou separar o conceito de liberdade e o perigo claro de se acolher o delito de opinião como uma forma corrente de "democracia" e uma quase automática colagem à extrema-direita, de cada vez que se ousa questionar este desiderato. É o que acontece, por exemplo, sempre que se fala no PNR, que tem tanto direito a ser livre como a estrema esquerda, e nas suas acções. No fundo, este é um fenómeno muito semelhante ao que se passa quando se é contra o casamento entre homossexuais e adopção de crianças pelos chamados “same sexers” (este termo é um portentoso exemplo da eficácia e propósito das grandes causas) sem ser de imediato conotado com um posicionamento homofóbico. É difícil, se não impossível, tentar explicar que faz todo o sentido poder-se argumentar contra o casamento e adopções, mas aceitando com naturalidade a orientação sexual de cada um.

É a tradicional impossibilidade de a esquerda suportar o diálogo e diferenças de opinião sem cair nos habituais lugares-comuns e clichés com que se agasalha, de cada vez que é chamada ao exercício de uma das suas bandeiras – a pluralidade de ideias e liberdade de pensamento. Sempre assim foi. Ainda ontem, num debate sobre o casamento de homossexuais, de cada vez que Nuno Melo lograva apresentar argumentos fortes a sustentar o seu ponto de vista, a sua opositora (uma jovem de óculos de quem não retive o nome e penso ser de "Os Verdes") refugiava-se no estafado contra-argumento de que quem é contra o casamento entre homossexuais é porque acha que o casamento tem como objectivo principal a procriação. O que não é verdade, como facilmente se entende, independentemente daqueles que assim pensam.

Nota: Em qualquer caso, a atitude de o PS se furtar ao debate sob a desculpa de que o tema não faz parte a sua agenda política é simplesmente de uma desonestidade intelectual a toda a prova. Nada de muito novo, também.

Nota 2: Um país em que um vereador de espaços verdes tem o poder discricionário de mandar arrancar cartazes, tal como José Sá Fernandes mandou fazer ao cartaz do PNR (o Zé que nos fazia falta) é um país terceiro-mundista, anquilosado nos seus fantasmas de antanho e geneticamente incapaz de entender a liberdade. Uma lástima.

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quinta-feira, outubro 09, 2008

"G" de gato


[2706]

Tomar o pequeno-almoço na sala ao mesmo tempo que se ouve as notícias pode proporcionar-nos uma cena como esta, a propósito de uma rubrica educativa do “Bom dia Portugal”, em que uma repórter salta para a rua e entrevista transeuntes sobre a grafia de determinadas palavras:

- Então e o senhor? Diga lá como se escreve gen-gi-va. Antes do “i” leva um “guê” ou um “jê”?

- Hummm… um “guê”. “Guê” de gato, não “pere” aí, “jê” de janela… não, “guê”. “Guê” de galinha.

- E a senhora? Gengiva é com “guê” de gato ou jê” antes do “i”?

- Com “guê”.

- Tem a certeza?

- Sim, tenho, Acho que tenho. “Guê” de gaiola.

- Não é “jê”? Tem a certeza?

- “Jê” de jota… não... “guê” de gato. Tenho a certeza.

E as entrevistas continuavam, atribuindo ao “g” mil e um exemplos em que a letra é expressa foneticamente como “guê”, para o que usaram uma chuva de exemplos, de gato a galinha, passando por gaiola. Felizmente a repórter nunca se lembrou de dizer “gê” de giz…

No meu tempo de escola os dicionários rezavam que “g (fonética jê)” era “… a sétima letra do alfabeto e que se pronunciava como “guê”, excepto quanto posicionada antes das vogais “e”, e “i...". E depois havia uma letra que se chamava unicamente “jota ( J )" e não “jê”. Nada de muito complicado. Era o tempo em que aprendíamos a tabuada e o abecedário correcto. Os tempos mudaram, as crianças devem ter-se sentido violentadas por um abecedário muito agressivo e complicado e os professores trataram de o simplificar. E a simplificação conduziu a diálogos “simples” e “claros” como o que referi.

Nota: Já agora. Ontem ouvi por duas vezes o nosso primeiro-ministro dizer que a taxa de juro tinha baixado 50 pontos percentuais, juro (de jurar...). Hoje de manhã, depois de me cansar dos “gatos” e das “janelas” das notícias da RTP, mudei para as notícias matinais da TVI. No imediato apanhei o apresentador a dizer que os juros tinham baixado 50 pontos (!!...). Foi a mola final que me impulsionou para a janela da sala (com “jê” de “jota”), inspirei cinquenta (este cinquenta não sei se é com “c” de cão, se é com “quê” de “quaquá”, mas acho que está bem escrito) vezes (tantas como os pontos de baixa dos juros) e fui à vida, banho, barba de gilete (com “guê” de giz) higiene (“gê” de Joana, claro) dentária e ala para o emprego (“g” de “gostava muito de não perder completamente o juízo - oooolha, um “jê de juízo, mesmo…) que se faz tarde.

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quarta-feira, outubro 08, 2008

Um "beto", aquele Rodrigo


A miséria deste país sulista e elitista são os homens e mulheres sem rosto, do eixo Cascais-Lisboa, que mandam efectivamente no reino. São 200 famílias, a brigada da mão fria, os que andam em festas de whisky na mão, por isso, enquanto é tempo, os cidadãos do Porto têm de voltar à rua para gritar: "Basta!"

Aqui está uma opinião de um preclaro blog sobre os "betinhos". Opinião para partilhar?

[2705]


O recente "bruáá" que correu por aí sobre um post do Rodrigo Moita de Deus e a respectiva reacção de alguns professores (infelizmente muitos, num cortejo de posts e comentários) vem provar-me exactamente o que sinto em relação à chamada “luta dos professores” (mais aqui).

A forma rasteira da argumentação desses professores sempre que lhes mordem as canelas, são indiciadoras de uma aflitiva ausência de elevação de nível de contradição que se esperaria da classe a que pertencem e a confirmação de que os assuntos que realmente preocupam muitos destes professores têm a ver com os problemas inerentes à classe. Assuntos como a avaliação ou a perda de pausas de Natal, Carnaval e Páscoa (!!!... palavra de honra se eu sabia que este problema ainda se punha…) são temas maiores das suas preocupações, mesmo que para isso tenham de alinhar numa frente ideológica encabeçada pela Fenprof. Questões como a dos manuais de história aqui há pouco referidos (e em vários outros blogues) passam-lhes totalmente ao lado ou, possivelmente, é um dado adquirido que, para eles, esses manuais estão correctos, assim é que está bem. Provavelmente isso explicaria muito da forma de luta de muitos dos professores.

Nota: Que me perdoem alguns professores por quem tenho a amizade e o respeito devido aos grandes profissionais. Porque esses me merecerão sempre o maior carinho e o respeito devido aos grandes mestres.

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Sexo explícito II


[2704]

… a forma como continuo a sentir-me violentado pela forma como o meu primeiro-ministro continua a dirigir-se a mim e aos meus compatriotas.

O ar comicieiro com que ele se nos dirige, seja a falar de "Magalhães" seja a falar da crise financeira internacional, demonstra que ele não faz a mínima ideia do que está a falar (o que, necessariamente não pode corresponder à verdade, pelo menos dos "Magalhães" ele deve saber qualquer coisa, mesmo dando de barato que não estava informado sobre o processo judicial que corre contra a empresa fornecedora) e, mais grave ainda, que ele acha que a única forma com que ele pode e deve dirigir-se aos portugueses será a mesma como que, entre bandeiras, rosas e punhos erguidos, ele nos vai dando papas e bolos.

É angustiante viver num país em que ainda hoje este tipo de comunicação com os cidadãos é paradigma. Um forma de comunicação à Chavez, à Fidel, para referir apenas dois líderes exemplificativos da América Latina. Acontece que somos europeus e não merecemos nem podemos ser menorizados com a forma e substância do discurso de Sócrates.

Surpreendentemente, parece que pouca gente repara neste constrangimento. Por mim, venho referindo o fenómeno há mais de dois anos ao longo de vários apontamentos na modesta prosa dos meus posts. Finalmente Pacheco Pereira parece sentir-se incomodado (última parte do post) também com o assunto, o que me apraz. E estou com ele, incondicionalmente, quando ele diz que alguém deveria explicar a Sócrates que há assuntos suficientemente sérios, como a actual crise financeira internacional, que deveria merecer-lhe maior respeito sempre que se dirige aos portugueses.

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terça-feira, outubro 07, 2008

Sexo explícito


[2703]


“…É claro que a tão aclamada "química" é quase sempre perceptível nas primeiras impressões (ou existe ou não existe, é simples), mas ela é apenas o "abre-te sésamo" para uma caverna de Ali Babá cheia de labirintos insuspeitados…”


Sussexo, pela Ana no seu excelente Porta do Vento. Se quisermos dar um cunho sério à coisa (juro que o trocadilho desta frase é meramente circunstancial e nada tem a ver com sexo explícito) é ir um pouco mais além da caverna cheia de labirintos e ler o post todo. Até porque uma blogger como a Ana não é para ler aos bocados. Muito menos deixar alguma coisa por ler.


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segunda-feira, outubro 06, 2008

Limpar platinados


[2702]

Este blog anda de novo a funcionar a tracejado. Espera-se que uma limpeza de platinados e uma afinação de válvulas possibilitem um regresso a um “trabalhar redondo”. Or else, é muito bem capaz de fechar para obras. A ver vamos…

N.B. Aquela da limpeza dos platinados e afinação de válvulas é, claramente, uma liberdade poética, que agora a gente mete o carro na revisão, aquilo vai à máquina e sai de lá tudo afinado. Mas a expressão limpeza de platinados e afinação da abertura de válvulas é muito mais concisa que estas modernices e traduz melhor o pormenor de desafinação que reina no "Espumadamente".

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Já chega


[2701]

Eu não queria falar sobre futebol mas lá “traque” ser (este plebeísmo sem graça vem da azia). Com um treinador que não ri, de verbo ininteligível e de fazer perder a paciência à mais calma das criaturas, mesmo que sedada, que faz birras como aquelas criancinhas que entram na sala atiram com o bule do chá ao chão e as mãezinhas acham muita graça, que é mais teimoso que os burros espanhóis (nada a ver com o simpático Quique, é uma raça de burros, mesmo) e com uma equipa cheia de reconhecidos valores e que por isto e por aquilo, incluindo o que descrevi, ficam no banco como é que queremos ganhar a quem quer que seja?

Desta vez não houve fruta, não houve arbitragens contra (pelo contrário, aquele penalti contra o Porto, visto com calma, quase que dá para rir), o que é que esperam para arranjar um treinador claramente em fim de ciclo (não é assim que se diz agora?), para pôr uma das melhores equipas portuguesas a jogar futebol, incluindo emagrecer um punhado de bundas grandes que se arrastam pelo campo?

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sexta-feira, outubro 03, 2008

Começa a ser confrangedor...



[2700]


Já há dias aflorei o “quem ganhou”, como fórmula eminentemente “tuga” de analisar os debates entre os nossos eleitos e os frutos do nosso descontentamento.

Desta vez, muito poucas horas depois do debate entre Palin e Biden (que lamentavelmente não vi) já eu podia ouvir profusamente na TV as “entre vírgulas” do debate, sempre que este era anunciado. Por outras palavras... o debate assim assim, vírgula, que Biden ganhou, vírgula!

Procurei, entretanto, informar-me sobre a substância e a forma do debate, e confesso que ainda não tive muito tempo. Mas para já fiquei a saber que Palin levava uns sapatos aparentemente de crocodilo (imagine-se o despautério ecológico das pessoas, um dia destes a senhora ainda aparece a dar uma entrevista à "Caras" em pantufas de pelo de urso polar, ou a comer um bife de caribu, ou a beber um copo no “Moosehead” que é um pub que eu cá sei e que tem uma cabeça de alce embalsamada, à entrada) e que, cruzes, eram grandes, os sapatos, demais para o pé. A distinta possibilidade de os Estados Unidos virem a ter uma vice-presidente que não sabe escolher o tamanho adequado para os sapatos que usa torna premente que as forças iluminadas, os intelectuais, os artistas, os escritores e os jornalistas (mesmo os que receberam casas da Câmara de Lisboa, prontes...) se previnam e publicitem este pré-apocalipse que se vive, só comparável àquele que antevíamos se Cavaco fosse eleito presidente.

Curiosamente, ainda consegui ouvir uns segundos do debate na televisão onde, apesar do imediatismo relativamente a ter sido rotulada como perdedora, Palin me pareceu desenvolta, simpática e a saber do que estava a falar. Numa antítese clara do seu opositor, uma personagem sem oralidade, sem presença e prenhe (salvo seja) de lugares comuns.

Mas Palin perdeu. Jornalistas dixit. Como aliás acontece sempre que lançamos a nossa paroquial cultura e equivalente opinião para um cosmos que nos é estranho e que, condescendente, nos tolera no seu seio.

Adenda: Análise e pontos altos do debate, com vídeos, aqui.

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Os milhões que não viram...


[2699]

Porque na TVSport se assistia à degola do V. de Setúbal, tentei aceder à página do Benfica para ver o jogo via internet, onde se anunciava que “muitos milhões iriam ver o jogo na Europa, África, América, Ásia e Oceania – clique aqui para visualizar o jogo”. Eu cliquei mas não vi. Tinha que ter um “flash” não sei das quantas, “para obter o flash, clique aqui” – eu cliquei e não acontecia nada. Nem “ampulhetas”, nem “bufferings”, nem aquelas girândolas que anunciam os “loadings”, nada (as coisas que eu já sei dizer...).

Voltei ao “silêncio dos inocentes”, já o Setúbal estava a levar quatro e não vi o “éssélbê”. Aparentemente não sou filho único, aida não encontrei niguém que tivesse e-visto.

Fica aqui o protesto de um cidadão que não tem MEO, não quer ter e tem raiva a quem tem e que se insurge contra esta pulverização do mercado. Quando uma pessoa aderiu à TVCabo, fê-lo assente em determinados pressupostos, como sejam a menor carga publicitária, fuga ao processo de inbecilização em curso via novelas e correlativos e protecção à insuportável politização e parcialidade do canal estatal, e acesso a vários programas que cada vez mais se fragmentam em novos canais ou “pay per view”. Por isso não quero o MEO e quero continuar a ver o que via, de acordo com a pequena fortuna que me é esportulada todos os meses. Qualquer dia há um canal para o Benfica, outro para o Sporting e outro para os lugares de fruta do Bolhão.

Dito isto, os lampiões ganharam e parabéns. Mas as honras da jornada vão direitinhas para o V. de Guimarães. Fizeram um grande jogo e mereciam ter passado à fase seguinte.

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quarta-feira, outubro 01, 2008

Rir faz bem ( 3 )


[2698]

E a propósito de rir, custou-me um bocadinho ver o treinador do Arsenal ontem, no banco, a rir a bom rir, daquela vez em que um avançado inglês ia progredindo na grande área do FCP, fazendo malabarismos de bola e quase metendo golo. Como disse, custou-me, mas não pude deixar de sorrir.

É curioso como os dois treinadores do momento mais arrogantes e soberbos sejam precisamente aqueles que têm sido batidos com mais estrondo. Ontem o FCP e, há dias, o meu Sporting. Ambos com treinadores zangados, com cara de que todos lhes devem dinheiro e absolutamente intratáveis na foma como têm lidado com os seus interlocutores. Ainda ontem Paulo Bento esteve quase três minutos a falar de Vukcevic, dizendo que não estava ali para falar de Vukcevic. Ou seja, no caso do meu clube, a arrogância está caldeada numa razoável forma de estupidês. É lastimável...

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