quarta-feira, junho 30, 2010

A culpa é dos acontecimentos *


[3811]

Queirós já o tinha pedido uma vez, aqui há uns anos atrás: - Varram a porcaria da Federação. Disse ele.

Aparentemente a varridela não terá sido eficiente ou a porcaria foi varrida para debaixo do tapete. Esperemos que desta vez a Federação considere o pedido de Queirós como deve ser e varra tudo muito bem varridinho. E, já agora, que espane bem os tapetes. E se Queirós for no lixo, então fica mesmo obra asseada.

* Ideia do título indecentemente pifado à Cristina

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terça-feira, junho 29, 2010

Há-de haver uma razão


[3810]

Ontem vi as inúmeras claques brasileiras celebrarem a vitória do Brasil sobre o Chile. Em Lisboa, no Porto, no Algarve e muitos outros sítios vi brasileiros a escorrerem alegria pela vitória e quase todos eles afirmando que hoje estariam de novo colados á têlêvisão para torcer por Portugal contra a Espanha. As inúmeras reportagens por esse mundo fora têm-me mostrado gente de todas as coordenadas puxar por Portugal. Moçambique, Angola, Senegal, Mali, Marrocos, Tunísia, Tailândia, Austrália, África do Sul, Cabo Verde. Estados Unidos, Canadá são locais de onde me chegaram sinais de entusiasmo e vontade pela vitória de Portugal. Curiosamente, não de países europeus, onde tudo é cada vez mais impessoal, ensosso, em resumo, invertebrado e de onde a adrenalina de há muito parece ter emigrado.

Durante muito tempo, em miúdo, o Estado Novo ensinava-nos que a diferença entre os portugueses e os «outros» era, basicamente, a facilidade com que promovíamos a mestiçagem de povos colonizados, enquanto os «outros» os chicoteavam e obrigavam a trabalhar. Quando cresci percebi que esta asserção não era assim tão linear, mas era parcialmente verdadeira, mesmo que eivada de conceitos filosóficos que talvez não abonassem muito os seus mentores. Hoje, já crescidinho, deixei de me dar ao trabalho de pensar nos porquês desta empatia. Limito-me a fruir esta sensação estranha mas gratificante de ver miúdos tailandeses, gente não portuguesa de dezenas de países diferentes e multidões moçambicanas e angolanas a puxarem pela vitória portuguesa para logo à noite e ver centenas (milhares???) de brasileiros sambando na Caparica, Parque das Nações, bares, restaurantes e dezenas de outros locais de Lisboa e outras cidades do país puxando já pela vitória mais logo sobre os espanhóis. E pensar que tem de haver mesmo uma razão para isso. Um dia, quem sabe, perceberei porquê…

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domingo, junho 27, 2010

See? Not even close

[3809]

Corre por aí uma tremenda especulação sobre um golo anulado à Inglaterra. Para que não restem dúvidas, saiba-se que o golo foi anulado e muito bem anulado. Na realidade a bola NÃO chegou a ultrapassar a linha de golo. Segue a prova fotográfica e que, de uma vez, por todas, espera-se, acabe com a especulação. É ver aqui

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Trambique?


[3808]

Não falo mais nas SCUT. Considero esta questão um exemplo vivo da gestão danosa que o PS tem aplicado a esta empresa chamada Portugal e que submete a tratos de polé, em defesa de interesses pessoais de muitos dos seus próceres, descaradamente, impunemente, numa forma afinal só possível num pais em que a bovinidade geral é, assim, uma espécie de anticiclone a nordeste dos Açores que, juntamente com a Virgem Maria, nos vai protegendo das intempéries. E das guerras, já agora. Ou não traduzissem as SCUT a irresponsabilidade de um Guterres bonzinho e pateta e de um João Cravinho ladino que ousou afirmar in tempore que as SCUT se pagavam a si próprias e agora anda por aí a investir contra a corrupção, corruptos e correlativos. Devia ter decoro este João Cravinho. De Sócrates já nem falo. Porque me embaraça, porque me causa dispepsia, porque me causa a sensação conhecida daquele parente que levamos a uma festa e fala muito alto ou dá puns pelos cantos da sala e nós, discretamente, fazemos de conta que não conhecemos.

Mas tenho de referir que me faz uma certa confusão ver toda a gente entretida com os DEM e com a invasão da nossa privacidade, isto numa altura em que todos nós estamos bem «invadidos» e nalguns casos ainda temos de pedir desculpa por estar de costas, e se esquecem de que esta forma de pagamento é abusiva e atenta contra os mais elementares princípios de razoabilidade. Para os nacionais, obriga toda a gente a ter uma conta bancária operacional o que, contrariamente ao que muitos secretários de estado especializados em águas julgam, não é o caso. Alternativamente, há carregamentos pré-pagos como os telemóveis, mas o carregamento mínimo é de €50… se uma pessoa for uma vez por ano a Viana de Castelo, digamos que às festas da Senhora da Agonia, gasta cerca de €8. E os outros €42? Ficam para os cinco anos seguintes? Ou vai pedir o reembolso? Aonde? Quanto tempo perde? Há bichas? Há senhas de atendimento para receber o dinheiro de volta? Como é que funciona? Já para os estrangeiros, a coisa torna-se ainda mais caricata. Imagine-se que moro em Lisboa e vou uma vez por ano a Santiago de Compostela. Imagine-se que em Espanha há secretários de estado especializados em águas e que resolvem seguir o mesmo sistema. Lá vou eu… aonde? Comprar o DEM… mas aonde? Em Vigo? Tuy? Pontevedra?... e também pago € 50? E no regresso? Cansado e com pressa de chegar a casa vou buscar o reembolso aonde? A Vigo outra vez? Aonde? Aos correios? Ao mercado? E se for tarde da noite? Espero pelo dia seguinte? Ou venho para Lisboa e guardo o saldo para as minhas visitas nos cinco anos seguintes? Sendo certo que muito provavelmente deixei de ter vontade de ir a Santiago e passarei a procurar destinos onde possa pagar as portagens em dinheiro. É pôr as coisas ao contrário e fazer de conta que somos galegos de Santiago e queremos ir uma vez por ano às festas de A-ver-o-Mar.

Eu acho tudo isto de um abuso intolerável. Há quem pense que esta trapalhada se insere no quadro das trapalhadas habituais deste governo. Eu não acho. Eu acho que isto é tudo menos uma trapalhada. Habituado a desconfiar, já que este governo me foi dando, com frequência, motivos de desconfiança, eu acho que temos a burra nas couves, Eu acho que alguém está ligado já a alguém que por sua vez tem um filho que namora com a sobrinha de um boy que já não é boy, mas que tem um primo qualquer, provavelmente a aprender reiki no Peru, mas que deixou recado a um cunhado para receber um secretário de estado qualquer para avançar com o negócio dos DEM. Assim tipo good old Magalhães style! Ainda por cima é fácil de convencer os papalvos… basta dizer que a cobrança em dinheiro representaria custos da ordem dos € 470 Mio…

É por isso que eu acho tudo isto abusivo, intolerável e só possível num país onde a chico-espertice continua a ser a moeda de troca em primus interpares. Chiça!

Nota: Ler aqui, via Blasfémias, a forma de pagamento prevista para as portagens. Dá direito a foto do secretário de estado dos transportes, especializado em águas e que percebe imenso de portagens.

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quinta-feira, junho 24, 2010

Problemas na chácara


Gansolino ainda sem desconfiar que estão indo aos biscoitos da vovó Donalda


[3807]


José Sócrates que por razões várias não percebemos o que fez na Cova da Beira, no Freeport, no negócio TVI, na duplicação das suas fichas na AR ou nos projectos que assinou na Covilhã e que com justiça ou falta dela muitos portugueses acham que mentiu quando falou sobre esses assuntos… diz a Helena Matos e diz muito bem. Ainda daria para acrescentar umas quantas habilidades, não menos graves e que nos embaraçam de cada vez que este homem aparece nalgum lado.

Na verdade, poder ser constituído arguido por ter dado a opinião sobre a qualidade do trabalho da jornalista Manuela Moura Guedes faz-me lembrar o habitual penetra de casamentos que enche a barriga de iguarias e um dia vai preso porque foi visitar a vovó Donalda e foi apanhado a subir ao armário para roubar um biscoito caseiro. Uma coisa que se resolvia com umas vulgares bicadas do Gansolino, ou Gus Goose, se nos ativermos ao inglês técnico.

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quarta-feira, junho 23, 2010

Agora que nos dói o dente...


[3806]

Quanto ao pagamento das SCUT’s, em si, apetece-me dizer que é bem feito. Porque nos tempos que parecem já longínquos, em que o bonzinho Guterres prometia auto-estradas para toda a gente “à borla” para evitar a desertificação do interior e o não tão bonzinho João Cravinho emprestava um ar mais racional à coisa, dizendo que as scut´s se pagavam a si próprias (lembram-se???), o rebanho foi votar obediente nestes émulos da economia moderna, apesar dos avisos sérios de que pura e simplesmente tal não seria possível e que íamos empenhar as futuras gerações por mais trinta ou quarenta anos. Mas o povo gosta de pão, circo, futebol e auto-estradas de borla e foi a correr votar naquela rapaziada, ao som de Vangelis e dos ralhetes de Sampaio aos polícias.

A realidade obriga a que o Governo, agora, tome o caminho que era óbvio já há uns anos atrás, ou seja a velha máxima de que não há almoços grátis, só Guterres e Cravinho (e, provavelmente, alguma agência de comunicação) acreditavam. E fazer a grei pagar pela utilização de uma das mais vastas e eficazes redes de auto-estradas europeias.

O que me parece verdadeiramente bizarro é a ausência de portagens e portageiros. Para poupar dinheiro? Será… mas não é de prever uma grande atribulação com utilizadores ocasionais dessas estradas? Parece-me evidente que o famigerado «chip» pressupõe uma utilização regular dessas estradas e esquece aqueles que esporadicamente tenham necessidade de o fazer, obrigando-os, de resto, a cativar quantias (€50?) que poderão levar muito tempo até serem usadas.

A verdade é que gostamos muito destas coisas, somos especialmente atreitos ao uso e abuso da «tecnocracia» sem cuidarmos da burocracia ou dos efeitos secundários desta febre tecnológica. Temos, aliás, uma fronteira muito ténue entre a tecnocracia e o «mangadalpaquismo». Daí que me pareça um perfeito disparate e um abuso a obrigatoriedade do «chip». É preciso pagar portagem? Pois que ponham lá os portageiros e lhes paguem e os que não quiserem ir para a bicha que adiram à «via verde». Mas obrigar-nos, feitos bovinos em fila para marcar as orelhas, não.

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terça-feira, junho 22, 2010

Os puristas


[3805]

Ontem vinha para a casa e na rádio (TSF) ecoava a ressaca dos 7-0 à Coreia. É claro que à euforia do momento, e assente a poeira, começaram a surgir os cientistas do pontapé na bola a balizarem o feito, sendo que uma das questões tratadas era a linha clara que alguns dos nossos críticos estabelecem entre o que chamam uma selecção pura e uma selecção descaracterizada (sic). Ora este «descaracterizada» só pode referir-se a Deco, Pepe e Liedson que são de origem brasileira. Um dos puristas, por exemplo, repetia à exaustão que ontem, até aos 4-0, TODOS os jogadores eram exclusivamente de origem portuguesa.

Alguém explique a estes puristas que há leis de nacionalidade e estas, como quaisquer outras, deverão ser observadas na pureza da sua substância. Um cidadão tem ou não tem condições para ser cidadão nacional. Se não tem… paciência. Se tem, tem e as dúvidas terminam ali. Um cidadão nacional é um cidadão nacional. Vota, tem os direitos e os deveres de um cidadão nacional e, entre outras coisas, o de representar a selecção nacional. Talvez não fosse mau, igualmente, explicar a estes puristas que nem sempre é aconselhável esmiuçar muitas gerações acima, não vá a pureza da nacionalidade ser inquinada com algumas surpresas mais ou menos desagradáveis.

Isto é uma atitude típica de alguns (muitos) portugueses. Fazemos um escarcéu desgraçado se se identifica um ladrão ou um «hikacker» pela sua etnia, aqui d’el rei que somos um bando de racistas. Chega-se ao pontapé na bola e é isto. Há lugar para questionar a pureza das origens dos jogadores da selecção. Não dá para perceber… ou dá, que nestas coisas de nos percebermos a nós próprios somos peculiares, ou seja, ninguém percebe ninguém e todos achamos que todos têm obrigação de nos perceber. A nós, pois «atão».

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segunda-feira, junho 21, 2010

Finalmente


[3804]

A partir de hoje às 11 horas já os dias começam a ser mais pequenos. Não é Ana?

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A selecção canarinha (tem de haver qualquer coisa)


[3803]

No princípio era o verbo. O verbo da finta, da habilidade pessoal, do engenho e da virtude. Jogadores que punham os olhos dos adversários em bico e os sentavam e em «reviangas» vistosas, antes de correrem e marcarem os golos das vitórias. Era o futebol brincalhão, o futebol da meia enrolada ou «brinca na areia» e a ideia de que os brasileiros eram bons de bola porque eram «pobrezinhos» e começavam a jogar logo de pequeninos e, de preferência na favela. Era a versão poética, sociológica, antropológica, psico-sociológica e outras lógicas em que os europeus foram sempre mestres, provavelmente por começarem a brincar com estes palavrões logo de pequeninos.

Mais tarde, os meninos brasileiros começaram a emigrar para a Europa. Entrosaram-se em futebóis diferentes, estilos diversos, vincada exigência de preparação física, técnica, táctica, científica e outros palavrões que tanto incomodam o Alfredo Barroso mas que é o futebol que ganha campeonatos e movimenta milhões. E não é que os brasileiros não só se adaptaram a este novo tipo de exigências e, deuses, continuavam a ser os melhores?

Ontem, no Soccercity de Joahannesburg (com uns inesperados 12º) o «escrete» deu mais uma lição de futebol. Sem fintas nem «reviangas», continuam a sentar os adversários pô-los com os olhos em bico e meter golos do outro mundo. Mesmo obedecendo aos cânones do pontapé na bola europeu que a maioria deles professa. E continuam a ser os melhores.

Há-de haver uma explicação para isto. Uma delas poderá ser o seleccionador Dunga, tão mal-amado no próprio Brasil. Vestindo um daqueles horripilantes casacos que a filha desenha, conseguiu ontem, por exemplo, calar diplomaticamente os jornalistas que, lá como cá, continuam a viver do mexerico, da mentira e da maledicência. Dunga, na conferência de imprensa de ontem não só calou a rapaziada da esferográfica e bloco de notas, indicando casos em que eles objectivamente mentiram, como lhes sugeriu que deveriam pedir desculpas à «torcida» brasileira pelos dislates que proferem. No fim da conferência ganhou um jogo. Difícil. E ganhou bem, apesar das mãos do Luís Fabiano.

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domingo, junho 20, 2010

Patetas e malcriados


Quem acha que Cavaco deveria ter ido ao funeral de Saramago?

[3802]

Uns são patetas, outros são malcriados. Outros, ainda, acumulam. Patetas malcriados o que, convenhamos, é um desiderato pouco invejável. Todos eles afinam pelo mesmo diapasão. Cavaco tinha de ir ao funeral de Saramago. Louçã, esse, chegou a dizê-lo com aquela expressão ameaçadora que costuma usar sempre que diz qualquer coisa. Entenda-se, olhos a saltar das órbitas e «errrrrrres» bem afinados.

Alguém devia explicar a estas luminárias que Cavaco, enquanto Presidente, cumpriu o protocolo. Mandou uma mensagem de respeito pela figura do escritor laureado que faleceu. O mais é folclore da esquerda insuportável, desta esquerda esquizofrénica que na verdade, a única forma que tem de se evidenciar é em berrarias deste género, saudosos, quiçá, das votações de braço no ar. E, claro, de uns quantos repórteres excitados que iam fazendo a pergunta sacramental «…o que acha do Presidente da República não estar presente no funeral?…», sem perceberem que a pergunta, em si, era já um desrespeito assinalável pela figura do falecido. Mas isso não ensinam na faculdade.

Um triste espectáculo!

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quinta-feira, junho 17, 2010

Ai se o deputado Bernardino vê isto...

[3801]

Absolutamente hilariante. A Coreia do Norte ganha por 1-0 ao Brasil. Veja o vídeo aqui e perceba como os golos do Brasil afinal não foram golos. Foi tudo impressão nossa.

Cristo! Vem cá baixo ver isto, mas não digas nada ao Bernardino...
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Não há pachorra


[3800]

Claro que me choca vir a saber que há gente com €100.000 no banco e que continua a receber Rendimento Social de Inserção. Mas choca-me bem mais o ar de reparador de injustiças, o estilo Zorro ou Robin Wood, o ar didáctico, pedagógico e severo q.b. com que os socialistas vêm agora a terreiro anunciar que a mama acabou, ou vai acabar depois de Agosto.

Não é digerível, empanturra e pode facilmente levar um cidadão á apoplexia ouvir estes patetas inflados anunciar estas medidas como se tivessem descoberto a cana para o foguete e, pior ainda, deixar um pretenso rasto de justiça em manobras de que eles foram os principais fautores, já desde o tempo de Guterres e sus muchachos.

É preciso uma memória a tracejado e uma paciência de corno (passe o plebeísmo) para ouvir esta gente. Era ouvi-los desde manhã, com ar de galaró de capoeira bem fornecida, nas televisões.

É mesmo preciso esperar pelas presidenciais?

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quarta-feira, junho 16, 2010

Os idiotas


[3799]

Este é Winston Churchill no “The Britain at War Experience" em South-East London. Com uniforme militar, fazendo a saudação da vitória mas sem o charuto que um zelota do reino achou que era um mau exemplo. Sobretudo para as criancinhas, enquanto aprendem a acariciar-se umas às outras nas compulsivas aulas de educação sexual que os técnicos da coisa (literalmente) acharam que as criancinhas deviam atender, a fim de conhecerem os perigos de assalto a que estão sujeitas.

Depois queixamo-nos!

Ver a notícia e fotos de W. Churchill , original e actual, aqui.

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Ainda o futebol


[3798]

Um dia destes ainda há-de acontecer o meu país estar representado num qualquer certame, na circunstância o campeonato do mundo de futebol e eu me sentir condignamente representado pelos responsáveis. Um dia acontece.

Desta vez e depois do enjoativo Portugal vs Costa do Marfim, o enjoativo Queirós desfez-se em desculpas, em campanhas, em alegados favoritismos, em arremessar culpas para a esquerda e para a direita, tudo para justificar o seu próprio insucesso – que de insucesso se trata a arrastada e pegajosa actuação de uma das melhores selecções do futebol mundial, isto se analisadas peça a peça. Queirós acusou o árbitro, acusou a FIFA, acusou os jogadores adversários, acusou toda a gente e fez jus ao desporto nacional do momento, qual seja o que de culpar toda a gente, descobrir um fantasma atrás de cada armário e vitimizar-nos pelas cabalas que os adversários se apostam em organizar. Carlos Queirós deu ontem um triste exemplo da nossa mentalidadezinha, ao que parece de «navegadores» do século XXI. Pífios, comezinhos, mesquinhos, queixinhas e, ainda por cima, sem conseguirmos articular uma frase, uma que seja, em português escorreito, ao menos concordante no essencial das mais simples orações gramaticais, basicamente o sujeito, o predicado e o complemento directo. Queirós não consegue e, ainda por cima, esmiúça, entaramela e rebusca tudo o que diz – e o que diz é acusar toda a agente pelo insucesso próprio. Desde a FIFA, a Ericksson. Ericksson que, uma vez mais e para nossa vergonha, foi um modelo de boa educação e cavalheirismo, de chá em pequenino e nos «explicou» como se deve ser e o que se deve dizer depois de um jogo de futebol mal sucedido.

No fundo, o que fica é isto das cabalas e das culpas de outrem estar a fazer escola entre nós. Queirós é um bom exemplo deste estado de coisas. Que saudades de Scolari…

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terça-feira, junho 15, 2010

O sortilégio da bola ( 2 )


[3797]

Fui levado numa corrente que me vai obrigar a almoçar às 3 da tarde. O Fernando, do restaurante onde habitualmente almoço, já garantiu mesa de primeira classe, entenda-se a primeira junto ao plasma onde o jogo vai decorrer e onde todos nos sentaremos de frente para a imagem. Aparentemente o que se combinou foi trabalhar loucamente entre as 13 e as 15 e, então, comer das 15 à às 16.30, ao mesmo tempo que gritaremos gooooooolo de cada vez que ele aconteça. Às 16:30 acaba a festa e tudo volta ao local de trabalho. Cheio de ganas para acabar o trabalho que ficou por fazer às 15, está bem de ver…

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O sortilégio da bola


[3796]

Hoje é dia de tréguas. Aqueles que se eriçam com a influência do futebol na grei (doravante designados pelos «eriçados») e que acham que o seu aproveitamento é a negação da virtude e da cultura dos povos, que pensam, ainda, que o futebol é a expressão máxima da «grunhice» de um povo, explorado e usado nas várias vertentes que essa «grunhice» proporciona, esses, dizia eu, sentar-se-ão hoje, também, lado a lado com os «grunhos», vibrando com as cavalgadas de Cristiano Ronaldo, os avanços de jovem Coentrão pelo lado esquerdo, o voluntarismo de Danny, a classe de Pepe e chegarão mesma a tremer por algum frango do Eduardo, o estatismo do Deco ou a desadaptação do Liedson que veio do losango do Sporting para o 4-3-3 de Queirós. Vão achar que o Bosingwa faz uma falta dos diabos, que o Quim estaria ali bem melhor que o Eduardo e que o Miguel está gordo. Que, em definitivo, temos ali um problema na lateral direita. Engrossarão, os «eriçados», as colunas de técnicos de bancada e críticos de restaurante que hoje mandarão os seus palpites ao longo do jogo entre portugueses e costa-marfinenses.

Entre estas cogitações, os eriçados saltarão como uma mola se Portugal marcar um golo e ficarão de mola pasmada se Drogba e comandita no-lo marcarem a nós. No fim do jogo, abrigam-se de novo na sua acidez crítica e do elevado patamar da sua lucidez intelectual regressarão à análise da acção nefanda do futebol entre os indígenas do torrão. É o sortilégio da bola.
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domingo, junho 13, 2010

Angústias existenciais


[3795]

Mais uma tuguinha com problemas existenciais claramente trazidas pela globalização. Havemos de convir que «Babana Bafana» é bem mais apelativo que um anódino «Navegantes» ou «Navegadores», «Nautas», «Marinheiros» ou lá que inspiração queirosiana foi aquela. É aquele jeitinho especial que temos para, às vezes, não ter jeito para coisa nenhuma. Navegantes???

Esta tuga é de extracção moçambicana e bred in South Abrica. Os genes, esses vêm de locais tão insuspeitos como as Caldas da Rainha por parte do pai e Lisboa por parte da mãe. Mas o coração, esse, ficou-se por Gauteng. Quem sou eu para a criticar? Navegadores???

A propósito de globalização fica aqui uma imagem interessante da audiência do «Espumadamente» entre as 18:00 e as 20:00 de hoje, mais coisa menos coisa. Refere-se às últimas 100 visitas e que ocorreram mais ou menos nesse período.

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Muita farinha do mesmo saco?


Cuidado que este homem tem actos «irreflectidos». Na irreflexão, rouba gravadores



[3794]

O facto de Sócrates ser um consabido mentiroso e Ricardo Rodrigues um lampeiro ladrão não teria importância por aí além se não fossem, respectivamente, meu primeiro-ministro e deputado à Assembleia da República. E o que verdadeiramente me aflige é o exercício permanente de contorcionismo de outros agentes e instituições políticos para disfarçar a coisa, ao que parece em nome de qualquer coisa que terá a ver com estabilidade política e situação económica.

Eu, que não sou político nem economista nem perito em estabilização seja do que for, ainda acho que a melhor maneira de resolver este pantanal era secá-lo… drená-lo, expurgá-lo desta rapaziada que se alcandorou ao poder usando a mentira e a farsa e reduziu os eventuais resíduos de dignidade que ainda pudéssemos ter como nação e como povo a pó, dando-lhes os tratos de polé que seria exaustivo repetir mas são do domínio geral.

Os episódios recentes provindos das conclusões finais (???) da comissão de inquérito parlamentar são um exemplo do que digo, são uma vergonha, colocam-nos ao nível de um grupo de putos patetas a quem foi dado um brinquedo mais ou menos sofisticado com que não sabemos como lidar, mas que queremos preservar a todo o custo – o poder.

Por isso, acho que mais caro e mais prejudicial que eleições antecipadas é manter este estado de coisas. Embaraçoso estado de coisas. Custe lá o que custar, tesos e endividados já nós estamos… pois que fiquemos mais. Mas acabemos com este pesadelo de manter esta rapaziada no poder à espera… nem sem bem de quê. Parece que das presidenciais. Ainda que reconheça que o grande drama reside em continuar a haver metade do país que acredita em Sócrates, no socialismo e no estado providência. Teso, corrupto, mentiroso, dependente do exterior, clientelar, caciqueiro, improdutivo, inculto e mal-educado, perdulário, pantomineiro…mas providente. Ou seja, somos muita farinha do mesmo saco.

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sábado, junho 12, 2010

Inveja, é o que é...


[3793]

O mundo é uma cambada de invejosos, é o que é. Agora que comecei a caminhar há uns dias e de repente me tornei numa esbelta e ginasticada criatura (eu sabia, eu sabia que este «pneu» era só falta de exercício e ter deixado de fumar, sabia que o substrato da elegância estava lá, intacto…) começam a chover convites obscenos. Hoje foi uma dobrada com feijão branco, daquelas com pança, barreto e folhoso, enchidos, dose generosa de feijão, tudo muito sápido e bem apresentado, assim tipo com salsa moída por cima e assim. Não há como resistir.

Chego a casa meditando na feijoada (branca, atenção…) depois da caminhada habitual e antecipando uns minutos extra, assim a modos como extra queijo na pizza (é, vejo muita publicidade...) e toca o telefone. O meu compadre, homem saudoso das Áfricas em geral e da moamba em particular, achou que a melhor maneira que eu tinha de passar um domingo era ir amanhã a casa dele comer uma moamba. Sim, dessas, com pirão, funge, arroz e a galinha a escorrer óleo de dendém por entre os quiabos e a beringela, assim tudo junto, género tudo ao molho e bota na reciclagem.

Inveja, é o que é. Não podem ver um homem elegante e inventam logo programas destes…

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Pedir desculpa. Já!


[3792]

Alfredo Barroso é um exemplo acabado dum progressista anquilosado pelas desilusões da vida e que faria melhor figura num frasco de formol, ainda que lhe deixassem o nariz de fora para respirar, ninguém deseja a morte do homem.

Mas este exemplar mumificado pelas suas próprias idiossincrasias, incrustadas num corpo já (presumo) cansado pelas evidências, insiste em verbalizar séries infindáveis (só mandando-o calar ele pára…) de ideias que aprendeu em pequenino e para as quais não encontrou os respectivos meios de reciclagem.

Não é que Alfredo Barroso está eriçado porque o campeonato mundial de futebol não é mais que um desfile de futebol europeu onde apenas um grupo privilegiado de futebolistas africanos consegue vencer, ficando muitos deles sem emprego, sem segurança social, sem solidariedade e sem futuro?

Felizmente que o Francisco José Viegas lá lhe explicou que nunca como agora tantos futebolistas africanos dispuseram de tantas oportunidades de brilhar no firmamento futebolístico europeu e que, ao contrário de Alfredo Barroso, ele achava que o futebol europeu estava a exercer uma meritória acção globalizante, abrindo as portas do sucesso àqueles que, como em qualquer outra profissão, demonstram qualidade e estrutura para isso.

Mas Alfredo Barroso não ficou muto convencido, resmungou qualquer coisa e deve ter continuado a pensar que os europeus deviam pedir desculpa a África por proporcionarem emprego (excepcionalmente remunerado) a muitas centenas, quiçá milhares, de futebolistas africanos.

Não há condições para esta gente. Para o Alfredo Barroso, entenda-se. Para os futebolistas africanos há sempre. Desde que saibam dar uns pontapés na bola, claro.

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Gaan na Bafana Bafana


O sortilégio da globalização ou o dilema dos "poras" (Clicar na foto)

[3791]

O inicio da «World Cup» traz-me um registo de memória mais ou menos dissimulado pelo tempo que vai inexoravelmente passando sobre nós.

Porque conheço profundamente a África do Sul, país que me acolheu quando a minha voluntariosa e ingénua juventude foi informada de que eu tinha perdido uma guerra que, em Angola, já ninguém dava por ela. Fui à vida e o acolhimento que tive foi logo uma primeira lição. Porque em vez de choradinho, caridade e solidariedade politicamente correcta aprendi que o melhor acolhimento que se pode dar a um necessitado é dar-lhe os meios para trabalhar, numa lógica de vantagem mútua. E foi assim que tive o privilégio de trabalhar e conhecer um país fantástico, onde aprendi o conceito de rigor, o respeito pela primado da competência e profissionalismo, a consciência pelo return on investment (sendo que o meu investment era o meu trabalho) e uma expressão que registei a partir de um anúncio de uma marca de cigarros: Best Value for Money.

Conheci o país de Norte a Sul, seja de Potchefstrom a Cape Point e de Leste a Oeste, ou seja do Transkei a Walvis Bay, na altura ainda parte da SWA. Por estrada e por avião. Numa primeira estadia no Natal, percorri, em trabalho, cidades como Dundee, Vryheid, Newcastle e Pongola. Conheci Umhlanga Rocks (onde assaltaram os gregos e pronuncia-se Humshlanga)…), Elangeni, Thousand Hills, Pietermaritzburg (para quem não sabe, a capital do Natal e não Durban), a Zululand. Passeei de barco em Midmar Dam e subi ao topo do Drakensberg por Sani Pass, chegando mesmo a conhecer Maseru, capital do Lesotho. Viajei vezes sem conta entre Durban e Johannesburg, extasiado pela paisagem e pela qualidade das auto-estradas, passando por Escourt (terra do bacon), Mooi River, Ladysmith, Harrysmith, Bethelem (já no Free State) e, no Reef, conheci as «pedras da calçada» desde o Lion Park a Kyalami (onde assisti à primeira corrida do Rubinho Barricelo e que me foi apresentado por uma amiga comum), Halfwayhouse (restaurante com maior número de pratos do dia do mundo), Hartbeespoortdam (onde vi asa delta pela primeira vez), os jacarandás de Pretoria, o cenário característico das minas de ouro esgotadas e devidamente enquadradas paisagisticamente com «capim Guatemala». Johannesburg itself, com o espantoso Carlton Centre, Hillbrow, os northern Suburbs de Sandton, Randburg, Rosebank e Marlboro, a opulência de Houghton e townships como Alexandra, Tembisa e Soweto, locais que a propaganda actual diz que eram vedados a brancos…) e, já agora, até uma filha me nasceu em Kempton Park. Fui a Suncity primeiro e Lost City mais tarde (passando por Krugersdorp e pelo actual quartel-general dos nossos futebolistas em Magaliesberg), percorri o antigo Western Transvaal e a paisagem idílica de Neslspruit a White River, Barberton, Hazyview, Sabie, o inevitável Kruger Park e fiz algumas vezes o trajecto Johannesburg/Capetown de carro. Ceres (terra dos sumos), deserto do Karoo, Beaufort West, Paarl (vinhas, vinhas e mais vinhas…), Somerset West e Stellenbosch (universidade), Hermanus, Strand, Gordon´s Bay (fabulosa), Hout Bay (igualmente fabulosa e os seus fabulosos fish platters e, de caminho, contemplando as focas nadando por ali…), Mossel Bay e, seguindo depois a Garden Route até Durban, passando Knysna, Port Elizabeth e East London ao longo de, quiçá, uma das mais belas estradas do mundo, são nomes de locais que conheci bem e que registei com emoção.

Podia escrever três vezes mais linhas falando deste país, de pessoas, de assistência média, do «apartheid», dos problemas sociais, do clima, da orografia, um pouco de História e da guerra, da gastronomia, da cultura, mas isto chega para dar o enquadramento à emoção que hoje sinto em rever locais que a televisão me mostra a propósito da World Cup. Toda aquela gente, os carros, os locais onde estão implantados os estádios, o sotaque, os braais e até os assaltos aos hotéis fazem parte de um fenómeno muito próprio, propício a uma análise epistemológica e muito familiar. E por tudo o que disse no princípio do post e pela proximidade gerada por este campeonato do mundo aqui deixo um genuíno


Gaan na Bafana Bafana, toon die "buggers" hoe eg sokker gespeel word. Leer hulle'n les wat hulle nooit sal vergeet nie

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Becagueine… again and again and again!

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Já vim. Mas bem que podia ter ficado mais um bocadinho.

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terça-feira, junho 08, 2010

Volto já


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Vou ali e já venho.
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segunda-feira, junho 07, 2010

Ele há dias assim...

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Por pouco que hoje não fiquei na cama, o que seria um pormenor preocupante. É que acordei na névoa doce de que era Sábado (vá lá saber-se porquê…) e que uma chávena de café me saberia bem, após o que me estenderia no sofá, ou mesmo na cama, porque não? E assim foi. Foi, vírgula, até ao café. Porque depois de sorvido o último golo reparo na Carla Trafaria a dizer que a A2 não sei quê, que a A5 não sei quantos e, aí sim, dei por mim a perceber que era segunda-feira. Mais grave – não era só segunda-feira, era segunda-feira “outra vez”.

Sou um entusiasta pelo que faço, um crente no que penso e um seguidor incondicional dos meus instintos. Serve para dizer que tenho gosto no meu trabalho e uma dedicação ilimitada às suas exigências. Mas há manhãs assim. Em que acordamos entorpecidos e embotados pela modorra dos acontecimentos e pelo sentimento preocupante de nos apetecer fazer nada e depois descansar um bocadinho.

O golpe final foi ouvir que Jardim Gonçalves tem uma reforma de €170.000 por mês. Olhei para o homem e senti-me pequenino e insignificante. O que é aquele homem, na realidade mais pequenino do que eu, tem que eu não tenho para que lhe levem a casa aquela dinheirama para não fazer nada? E antes que me torne um perigoso comunista, levantei-me determinado a ir para o duche e enxaguar bem as sinapses antes que me dê três coisas e seguir a tendência que o corpo hoje, misteriosamente, apresenta, e a que a alma, com a mesma dose de mistério, me impele. E me meta na cama outra vez. E mande o trabalho às urtigas.

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domingo, junho 06, 2010

Não é costume...


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Há duas razões para eu estar satisfeito. Uma é o livro do Torquato de Luz estar em primeiro lugar no TOP 10 das vendas da Livraria Barata. Outra é o facto de ser um livro de poesia a ocupar este lugar. Ou os portugueses andam distraídos ou a poesia do Torquato está paulatinamente a impor-se como um caso sério no panorama literário nacional.

Um grande abraço para ele. E, já agora, uma notinha dissonante… a Barata não tem um expositor mais… como direi… humm… quer-se dizer… hummmm… com um gostinho mais apurado?

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Blow job – The one and only


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Eu tenho uma empregada moldava que fala razoavelmente português. Anda zangada porque o namorado comprou uma vulvozela (sic) e ela não gosta, diz que soprar na «vulvozela» faz muito barulho, vibra-lhe os tímpanos e faz mal aos ouvidos. Estive quase para lhe dizer para ir ao médico, talvez fosse a tensão, talvez fosse nervoso, talvez hipersensibilidade dermo-estética-erógena mas achei que não devia. Mesmo assim ainda disse que tínhamos de entender que a vuvuzela era um instrumento de sopro que… pois, mas ela insiste que viu um jogo na televisão passado na A. do Sul e que o barulho das «vulvozelas» era ensurdecedor e não deixavam concentrar no jogo.

Resolvi deixar a coisa, para não baralhar mais a pequena. E se o namorado «vulvazelar» muito ela tem mais é que fazer coro e «vulvazelam» os dois em coro. E um dia destes, passado a World Cup eu digo-lhe para melhorar o português… e ir ao Google aprender a dizer vuvuzela.

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sexta-feira, junho 04, 2010

O dia das "prostiputas"


[3785]

E eis senão quando Portugal se vê a braços com mais um dos candentes problemas do seu modernismo. Um grupo de intelectuais acha que hoje se celebra o «dia das prostitutas». Outra corrente afirma que dia das prostitutas foi anteontem, a dois de Junho, por fazer trinta e cinco anos que cerca de cento e cinquenta prostitutas terem ocupado uma igreja em França, em protesto contra multas, prisões, sevícias e assassinatos de várias companheiras. Um terceiro grupo, ainda, acha que por força da dureza da profissão e por analogia ao dia devia ser concedida a forma vernacular e, concomitantemente, ser comemorado como «dia das putas» e não das prostitutas.

Se há tema em que o tuga encartado se sente avalizado para discutir é este. Porque temos putas, porque temos igrejas (e se elas se manifestaram numa igreja francesa podiam muito bem ter usado uma igreja portuguesa), porque temos camionistas, porque temos um programa na televisão chamado Liga dos Últimos e porque usamos imenso bigode. Só que desta vez a efeméride é polvilhada com o toque pós moderno e intelectualóide com que temos vindo a alcandorar-nos a nação moderna e cônscia dos nossos deveres do politicamente correcto.

Tenho para mim que a evolução na continuidade depressa nos trará o «dia dos filhos delas». Estou certo que a abundância de material conduzirá a comemorações de intenso brilho e transcendente significado.

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Por uma questão de higiene...

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Eu leio esta notícia e interrogo-me se nesta dívida do PS estão incluídos os €700.000 pagos ao Figo para vir matabichar (ora aqui está um termo tropical bem aplicado…) com o nosso primeiro. Ou os jatinhos usados para o visitar em Itália ou ir a Espanha tratar de pôr a Manuela Moura Guedes na rua. Não é por nada, mas que gostava de saber, gostava. Ou será que o guito saiu de outro lado qualquer?
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As duas faces das A4


Não desanimemos. Com jeito, o método chega ao papel higiénico




[3783]

Ana Jorge, hoje por hoje um exemplo feliz da governação socialista, avisa que vai entrar em regime de compressão de despesas nos serviços de saúde. Entre outras medidas aponta a necessidade de se usar as duas faces do papel A4, num inequívoco sinal de poupança que há-de resolver as centenas de milhões de Euros de défice que vai asfixiando a eficácia do Serviço Nacional de Saúde e esboroando o que resta da imagem de um governo que vale por este tipo de acções acessórias, desvalorizando o essencial. Porque não sabe, porque não pode, porque lhe está nas tripas esta forma elaborada de pregar para a grei como se disso dependesse a salvação nacional.

Que um país como nosso ainda responda em votos a uma ministra que diz que vai poupar no papel A4 ou nos lápis afiados até ao sabugo é um sinal iniludível de atraso e terceiro-mundismo. Que governantes, como Ana Jorge, ainda deitem mão deste expediente é um sinal, também, de uma condenável forma de estar no poder. Ou, muito mais grave, se por acaso esta rapaziada socialista acredita mesmo naquilo que diz e acha que escrever nas duas faces das folhas A4 vai resolver o défice do serviço nacional de Saúde. Antes da “direita” conseguir, como se empenha, em acabar com ele, segundo o testemunho e temores da esquerda.
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quinta-feira, junho 03, 2010

É lalanja, lalanja, é lalanja mia sinhóra


[3782]

Esta mulher é angolana e eu apostaria singelo contra dobrado que ela desconhece as luzes dos palcos, os aplausos de plateias compostinhas. Muito menos ouviu falar de escalas, notas, claves, semifusas ou semicolcheias. Também não saberá o que é um maestro, uma batuta, partitura ou outros palavrões do género. Limita-se a ter a alma dos poetas anónimos que criam os sons quentes e ritmados dos trópicos, em harmonia com a beleza nostálgica de um pôr de sol na Muxima ou a sombra de um embondeiro. E usa com mestria o jeito inato que se lhe arrumou nos dedos para extrair duma viola manhosa um ritmo sincopado e bem típico do sortilégio africano. Ora oiçam. E vejam, também, porque é digno de ser ver. E vejam depressa, porque provavelmente a artista terá de pegar na quitanda e ir para o bairro de cimento apregoar “…é lalanja, lalanja, lalanja, é lalanja, mia sinhóra…”

Vídeo subtraído à sorrelfa via Beatriz Moita de Deus que entre dois «fortune cookies» é absolutamente exímia a descobrir estas coisas.
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Rosa Coutinho


Segundo, da esquerda para a direita

[3781]

Morreu Rosa Coutinho. A coisa quase passou despercebida mas não o suficiente para que não surgissem os idiotas de serviço que, entre outras coisas, acham que quem não gostava de Rosa Coutinho era ou um colonialista acabado ou uma mente cinzenta escura onde os raios do sol das manhãs que se fartavam de cantar não conseguiam penetrar. Idiotas que, muito provavelmente, não conheciam Rosa Coutinho, muito menos conheciam África e cuja formação política eventualmente se resume ao invejável currículo de terem sido presos pela Pide, pelo menos uma vez.

Rosa Coutinho foi um esbirro dos sovietes e, contrariamente a opiniões que já ouvi por aí entre ontem e hoje, não morreu fiel aos seus princípios. Pelo contrário, a etapa final da sua vida tem nada a ver com os ideais (!!!!) do comunismo e do internacionalismo proletário que eram, à altura da descolonização exemplar, as imagens de marca de um almirante mentiroso e indigno da honra exigida ao posto que ocupava nas Forças Armadas. O que era bem patente nas atitudes e oratória usadas enquanto esteve em Angola como primeiro representante do Governo Português. E não teve nada a ver porque ficou rico, por mor de uma actividade empresarial mais própria de um «swine capitalist» do que por uma alma socialista prestes a debutar numa qualquer emulação da época e do estilo.

Rosa Coutinho foi causa directa da desgraça de muita gente. Muita gente que acabou por se portar bem melhor do que ele, como pessoas, como chefes de família e como resistentes a uma situação que ele ajudou a criar, conscientemente. Pessoas que cruzaram o mundo, protegendo a família e reorientando o futuro, por força da loucura e imoralidade dos Rosas Coutinhos a que o destino de centenas de milhares de portugueses foi inexorável e cruelmente entregue. E que percebiam tanto de colonialismo como de botar meias solas.

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quarta-feira, junho 02, 2010

Quem sabe, né seu Danieu?


Paraty - Aqui está um bom exemplo de um local que eu gostaria de conhecer

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Seu Danieu me serrvi o aumoço prratjicamenti todos ôz dias e hoje me anunciou qui vai de férias ao Brasiu. Pega o avião amanhã e desagua em S. Paulo, antes de seguir para Minas, seu Estado de origem. Gosta dji Purtugau e desta vez vai pegar sua mãe para trazer cum ele.

Homem de sorte, este Daniel. Parece ser um homem feliz, em 5 anos de Portugal tem ganho dinheiro para ir todos os anos ao Brasil e até para trazer a mãe. E eu que conheço tanto país, nunca me deu para ir ao país irmão. Um dia destes calha, quem sabe, né seu Danieu?

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Os tempos e as vontades


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A Joana Carvalho Dias mudou-se. Quiçá pelo tempo, pelas vontades, quiçá porque há uma data de coisas que se podem fazer ao Domingo. Ela agora está aqui e o importante é que a rapaziada anda atenta e dá pelas mudanças. E, assim, continuamos a saber da Joana.

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