sexta-feira, setembro 25, 2009

É a vida...


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De vez em quando dá-me disto e sujeito-me à violência de me levantar às cinco da manhã porque tenho de ir a algum lado em trabalho. Volto logo.

Ontem à noite preocupou-me o facto de ter tido alguma dificuldade em adormecer (não uso despertadores, trauma de juventude por força de um daqueles despertadores redondos, de lata, que faziam um tique-taque digno de uma fábrica de pregos e lançavam um trrrimmmm capaz de acordar um quartel de recrutas a cinco quilómetros. Mais tarde, a coisa melhorou. O progresso e uma tia simpática contribuíram para que eu passasse a acordar ao som de uma emissão de rádio qualquer o que era uma avanço considerável, se pensarmos que ainda não havia telemóveis nem serviço de despertar. E repare-se que não foi assim há muito tempo…), o que fazia prever algumas dificuldades para acordar a tempo de me meter no duche para ir ao Porto. Que é onde tenho de ir hoje.

Diagnóstico feito após uma olorosa chávena de café feitinho agora mesmo, a insónia teve a ver com a «Quadratura do Círculo» de ontem à noite, que vi já na cama. Convenhamos que há um milhão de opções melhores de cama do que ver a «quadratura do círculo» mas como queria adormecer cedo, foi isso que aconteceu. E é assim que acordo a saber algumas coisas que já sabia. Que o Partido Socialista tem, ou é, a mais poderosa máquina de manipulação, não olhando a meios, com gente capaz de tudo para alcançar os fins. É feito de gente arrogante, de uma presunção dificilmente igualável e de uma indigência cultural aflitiva. Não hesitam em seguir os mais tortuosos caminhos para chegarem ao destino, sendo que este é o poder que lhes confere e legitima as situações de excepção que não conseguiriam se tivessem de fazer uma carreira profissional, como as pessoas. Estes últimos dias têm sido um exemplo vivo disso mesmo. Ainda ontem, enquanto Pacheco Pereira, visivelmente irritado, dizia umas verdades do tipo que toda a gente conhece mas que por razões ínvias, muita gente parece guardar para si, enquanto António Costa se revelava uma das mais tortuosas (reparo agora que estou a repetir este epíteto) personagens do regime, repetindo á exaustão o argumentário conhecido, que se caracteriza por nada dizer senão mostrar a única coisa que o PS parece saber fazer. Dizer mal de alguém em proveito próprio.

Verdadeiramente nada do que vi ontem na «Quadratura» é novo para mim. Mas tiro o chapéu a P. Pereira pela clarividência com que denuncia esta mistificação de um partido que não hesita em lançar a mão seja o que for para perpetuar a sua influência, para não perderem as benesses que de outra forma não conseguiriam atingir.

Este enredo das «escutas» na presidência é talvez a estocada final no PSD e a história acaba aqui. Domingo será, provavelmente, um dos dias mais tristes da minha vida. Sobretudo porque ainda admiti que Sócrates pudesse ser realmente afastado da via política. Quanto mais não fosse, por razões de higiene. Aparentemente, não vai ser assim.

Felizmente estarei hoje todo o dia fora, ocupado e, a partir de amanhã, estaremos em «reflexão». O que, quanto mais não seja, tem a grande vantagem de não ouvir Sócrates, Silva Pereira, Lello, Santos Silva, Junqueiro (Junqueiro, meu Deus…), Soares e toda esta panóplia de «seres superiores» que acham que não podemos passar sem eles e que lhes devemos tudo.

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4 Comments:

At 9:01 da tarde, Blogger Carlota disse...

Mas que desalento ficou no ar. Que poderei dizer para te animar?...
Hum... Deixa ver... Ah! Desta vez não me importo que o Sporting ganhe.
:P

 
At 8:38 da manhã, Anonymous Anónimo disse...

Ainda há despertadores desses (dos tais de lata) e vendem-se em lojas de decoração. Não sei é se trabalham, mas acho que sim :)

 
At 1:02 da tarde, Blogger Nelson Reprezas disse...

Carlota
Não se pode ter tudo... senão eu era um homem demasiadamente feliz e convém uma pontinha de infelicidade para podermos continuar a lutar por qualquer coisa na vida :)
beijola amiga para ti

 
At 1:02 da tarde, Blogger Nelson Reprezas disse...

Anónimo
estou certo que sim

 

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