segunda-feira, maio 31, 2010

"Chapeau" à Itália


[3778]

A Itália parece ter sido o único país com suficiente bom senso para condenar vivamente a provocação que um grupo de activistas (profissão generosa e, suponho, bem paga…) resolveu levar a efeito, invadindo águas territoriais israelitas, a pretexto de levar ajuda humanitária a palestinianos, um povo que sempre mereceu mais humanitarismo dos israelitas do que das suas próprias organizações políticas, que os matam indiscriminadamente e deles fazem escudos humanos, sempre que necessário.

Israel teve ainda a hombridade de avisar que não toleraria a invasão das suas águas territoriais. Mas os activistas fartam-se de activar e activação que não meta uns cadaverezitos não é activação que se cheire. Assim, lá arranjaram uns mártires e maneira de a Europa andar entretida com mais uns quantos veementes e patéticos protestos até as coisas de diluírem.

“Chapeau” à Itália que soube manter a razoabilidade e dignidade em níveis elevados, mesmo que deplorando a morte de 19 pessoas. Como se esperaria, aliás…

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domingo, maio 30, 2010

Fado tropical


Chico de patilhas tugas


[3777]

Sócrates não tem, definitivamente, um pingo de decência. Muito menos de pudor pelo facto de representar uma nação europeia, civilizada e, deseja-se, compostinha ao ponto de não ter um primeiro-ministro a mendigar uma visita a um cantor, por muito bom ou progressista que seja. Sócrates de tudo faz uma manobra de marketing o que não seria de todo condenável se fosse marketing inteligente. Mas assim, desta forma, é marketing saloio, sem ofensa para os honrados malveirenses, embaraça e faz-nos desejar, de cada vez que ele sai, que regresse rapidamente. Para não nos embaraçar tanto nem tantas vezes.

"...Com avencas na catinga
Alecrins no canavial
Licores na moringa
Um vinho tropical
E a linda mulata
Com rendas do alentejo
De quem numa bravata
Arrebata um beijo
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal

Ainda vai tornar-se um imenso Portugal..."

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Meio milhão


[3776]

Este blogue atingiu ontem o número bonito e redondo de 500.000. Contas rápidas, dá uma media de 86.000 visitas anuais, das quais cerca de 60% são «first time» e «returning visits» e as restantes são «direct hits» ou «page views».

Estes números são negligenciáveis para os grandes blogues, de grandes meios de consulta e grandes equipas de bloggers, mas são reconfortantes para um blogue modesto, sóbrio e unipessoal. É, indesmentivelmente, um numerozinho agradável para quem escreve sozinho e sem outro material que não seja a ideia do momento. Há que confessar que o último ano terá sido menos interessante que os anos anteriores, quando os posts eram mais variados e, quiçá, com mais humor. Mas a culpa é de José Sócrates, aquele homenzinho que, para alem do mais, conseguiu pôr-me a fazer posts tendencialmente a falar da sua irritante e embaraçosa figura. Procurarei dar-lhe menos importância que é, exactamente, a importância que ele merece. Cada vez menos e, de preferência, nenhuma.

A título de curiosidade o visitante 499.999 foi a MargaridaCF do Hojetalvez. Entrou por Alcoentre através do IP 83.132.237, pelas 23 hrs 29 m de ontem, pelo servidor netcabo e demorou-se um minuto e quarenta segundos na visita. Foi um prazer, Margarida. A visita 500.000 foi efectuada por um leitor anónimo de Linda-a-Velha e entrou pelo Espumadamente às 23:31. Foi uma visita longa de dezasseis minutos e cinco segundos e proporcionou duas «page views». Não sei quem foi, mas o IP era o 89.132.237. Por fim, a primeira visita da segunda metade do milhão veio do Brasil, IP 201.1.98, um visitante de S. Paulo que fez uma pesquisa no Google com a seguinte frase “como copula um leão” o que o levou para o meu post 1067 de 18 de Junho de 2006, o que prova que tanto escrevo sobre um leão a copular uma leoa como de Sócrates a copular a paciência de dez milhões de portugueses. Este curioso das cópulas felinas entrou no Espumadamente ontem também, pelas 23:34.

Está feito o registo. Obrigado a todos. Ou a tod@s, para seguir a grafia que se quer em uso na paróquia.

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sábado, maio 29, 2010

Parabéns à mãe


Mãe! Toma lá umas zínias. Daquelas. Daquelas de África, como tu gostas. Lembras-te?


[3775]

A minha mãe é um poço de saúde e felicidade. A vida montou-lhe uma nora com muitas alcatruzes que num movimento contínuo lhe vão retirando bocadinhos de felicidade que ela sempre soube distribuir pelas pessoas de quem gosta. Como gosta de toda a gente, toda a gente as tem recebido. Os filhos, mais, é certo. E, por acréscimo, os netos e bisnetos. E é disso que ela gosta. De ver toda a gente feliz, porque gosta de toda a gente. Menos do Sócrates, mas isso também não admira. Só mesmo Sócrates poderia provocar azia na minha mãe, mesmo sendo a azia uma maleita que ela não sabe sequer definir, porque nunca a teve.

Ela hoje faz anos, 91 (!!!), e no poço, naturalmente, vai minguando a saúde, aqui e ali vão surgindo maleitas de somenos mas que lhe causam algum incómodo. Apesar de terem a suprema virtude de lhe servirem de muleta para se queixar um bocadinho e receber os mimos subsequentes, na manhã seguinte. Uma dor numa perna, um «microgésimo» de subida nos valores da diabetes, um joanete mais assanhado e eis aqui motivos de sobra para dizer aos filhos que este ano doe-lhe ali e receber um mimo. A felicidade é que não mingua. Ela lá está, intrínseca, perene e pronta a ser distribuída pelos que lhes são queridos. Por isso, hoje, ao apagar das velas, ela derramará um pouco mais da sua bondade e alegria pelos filhos e netos que estarão junto dela para a felicitar. E ela, entre a humidade dos olhos provocada pela alegria de sentir os seus à sua volta e pela recordação do seu companheiro de sempre que deve estar lá «no alto» a pedir um chazinho, terá, tenho a certeza, um gosto de menina por saber que um dia não são dias e, assim sendo, gulosa como é, poderá hoje abusar dos bolos. Amanhã terá o tal «microgésimo» a mais na diabetes, mas nada que uns dias sem bolos não resolva.

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sexta-feira, maio 28, 2010

Os pólens e as alterações climáticas


[3774]

Tenho a certeza de que já existiam pólens muito antes da televisão estatal nos brindar com aqueles sofisticados «boletins polínicos», através dos quais ficamos a saber que os pólens de hoje são maioritariamente de gramíneas e oliveiras, ao mesmo tempo que, cientes da massa de ar quente que se desloca do centro da Europa e que bloqueia a massa de ar húmido que se desloca daquela zona ali a noroeste dos Açores, também nos apercebemos de que a A5 está entupida por causa de um acidente ou há um banco de nevoeiro na ponte do Freixo. Voltando aos pólens e enquanto não nos surge mais um boletim de esclarecimento sobre gramíneas (para todos sabermos que estas são monocotiledóneas) para sabermos que tipo de poléns nos aflige os pólipos nasais, ou porque é que os pólens das oliveiras são mais frequentes que o dos eucaliptos, ficamos também a saber que o aquecimento global as alterações climáticas têm uma importância decisiva na formação, no aparecimento, no devaneio, na errância dos pólens que nos põem a espirrar, coçar a epiderme, esfregar as conjuntivas e pigarrear as amígdalas martirizadas pelos monocotiledónicos pólens.

A minha mãezinha (e lembro-me de algures já ter escrito sobre isso) é um ser de hábitos e inalteráveis rotinas. Nunca ela terminou uma refeição sem uma peça de fruta ou a começou sem um prato de sopa e toda a sua vida é pautada por um regime de rotinas que, aparentemente, lhe têm feito muito bem, a avaliar pela idade que tem e saúde de que desfruta. No que concerne a espirros, ela tem um acesso de espirros por quinzena. São 14 espirros… os primeiros seis intervalados de dez segundos, os quatro seguintes passam a estar espaçados de quinze segundos, depois tem dois, mais espaçados ainda (vinte e cinco segundos) e os últimos dois podem demorar um pouco mais ou um pouco menos, na certeza que ela não retoma seja o que for que esteja fazendo porque… lhe falta espirrar ainda duas vezes.

Eu acho que ela sempre assim foi, desde o tempo em que as televisões e os jornais ainda não nos entupiam com as alterações climáticas. Hoje, com todos os tratos de polé a que o homem submeteu o planeta azul donde, inexoravelmente, resultou uma massa de pólens de gramíneas e de oliveiras, a minha mãe continua a espirrar o mesmo número de espirros e à mesma cadência. E até ela, valha-me deus, deixou escapar um dia destes, após uma saudável sessão de espirros, uma queixa de que com estas mudanças de clima o ar andava cheio de pólens.

Poupei-a explicar-lhe que os pólens já existiam desde que Deus Nosso Senhor criou o mundo e que os pólens de hoje eram maioritariamente de gramíneas e oliveiras, mas deixei-a ficar na certeza que os espirros dela se devem às malfeitorias dos homens, segundo nos informaram hoje na televisão. E no fim, para a confortar, eu próprio espirrei e corroborei: - Malditas alterações climáticas, mãe!

E ela ficou toda contente por ter um filho realmente consciente da coisa ecológica e, também, que ouve os boletins polínicos da RTP1.

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quinta-feira, maio 27, 2010

Mais "ela"


[3773]

A Dulce continua a sua notável trajectória na promoção do seu livro Sabor de Maboque. Depois da sua passagem pela Feira do Livro de Lisboa, acabou de ser convidada para o programa matinal da Globo “Mais Você” da Ana Maria Braga.

A Dulce usou as suas principais armas: simplicidade, graciosidade e irradiante simpatia. O resto vem por acréscimo. E pelo resto entende-se uma notável presença, invejável telegenia e um bom serviço prestado ao panorama literário brasileiro e a Angola.

Ver o programa aqui.

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O espelho íntimo ( 2 )



Foto de cima: Sandra Macedo (editora), João Gonçalves, Torquato da Luz e Inês Ramos. Na foto de baixo, parte da assistência, com este vosso criado na companhia sempre estimável da Laura Amaral (clicar para ver melhor).

[3772]

A Inês Ramos leu poesia. O João Gonçalves conseguiu dizer bem de alguém (mesmo dando de barato do mal que disse de muita gente…) e o Torquato irradiava a simplicidade tranquila que imprime aos seus próprios versos.

Foi bonito de se ver. Uma reunião informal, elegante e prazenteira. E o livro é uma edição lindíssima, com algumas inovações gráficas que o tornam muito atraente.

Um grande abraço ao Torquato de Luz e os parabéns sinceros.

Adenda: Como nota pessoal, o “aparecimento” da Laura na assistência. Foi muito bom revê-la e gostaria que a este aparecimento correspondesse o seu ressurgimento. A blogoesfera agradeceria. De registar ainda a grata presença de Isabel Wolmar, uma referência da nossa televisão que deixou um rasto difícil de igualar.

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quarta-feira, maio 26, 2010

Why not?



A senhora com uma rosa na cabeça é uma das 14 mulheres do Reu Mswati III da Swaziland. É improvável que apareça no "Why Not"

[3771]


Quem conhece bem a Suazilândia deve lembrar-se do “Why Not”, um bar semi-obscuro (literalmente…) ao longo da estrada entre Manzini e M’Babane. Era um local de inominável mau gosto, repleto de mulheres de peitos fartos e ancas desbundadas e transbordadas do espartilho dumas saias estranhas, muito apertadas, de cores garridas e que contrastavam com a tez muito escura da epiderme. As bocas, muito grandes e emolduradas por um desenho capcioso dos grandes lábios, carregados de batom escarlate, umas unhas compridas e esmaltadas com arabescos multicor. Estas mulheres borboleteavam por entre as mesas do consumo mínimo, normalmente consubstanciado em whisky barato servido em garrafas de Johnny Walker de 20 anos, Dimple ou Passport, por ter umas garrafas convenientemente escuras.

O ambiente era de festa, de fumo, de vapores de álcool, de odor corporal intenso misturado com perfumes agressivos e de intenso pecado (na Suazilândia o pecado é omnipresente e conscientemente assumido, como explicar, há a noção de que todos somos “sinners” mas não há como escapar a este desígnio divino, por outras palavras, todos somos profundamente religiosos mas somos “sinners” e como tal temos de nos ajustar e aguardar com fé o castigo divino. É mais ou menos isto…), um pecado envolvente a que os clientes (ainda lá não chegou a designação europeia de utentes…) não conseguiam e muito menos deveriam eximir-se. A hora era de deboche e ai daquele que se furtasse ao “mainstream” e ousasse um movimento de esquiva. Que o digam os sul-africanos dos tempos do apartheid, mesmo os mais fervorosos crentes da igreja holandesa que, passada a fronteira geográfica entre o seu país e a Suazilândia se entregavam aos prazeres da carne ao longo dos fins-de-semana, até ao regresso às suas puritanas origens onde, após conveniente contrição (e um bom banho, diria eu,) voltavam a estar purificados para a labuta diária e para os seus deveres conjugais.

Uma vez fui ao “Why Not” com um grupo de amigos, todos equipados com as respectivas mulheres, as legítimas, que eu sou homem de boas contas e uma mulher só. E a insistência das mulheres foi tanta que acabámos por ir ao “Why Not”. Lá chegados e bebidas “ordered”, entretínhamo-nos a ver imagens de pornografia de 5ª categoria nas paredes do bar enquanto o ambiente do “Why Not” se ia gerando, à medida que o álcool corria e as mulheres gordas, de lábios escarlate, peitos fartos… essas… se iam distribuindo pelas mesas e confraternizando. E é quando uma se senta ao meu lado, me começa a acariciar por áreas que aqui omito porque este blogue também é lido antes das dez da noite, carícias essas feitas sem qualquer rebuço em frente de toda a gente, incluindo a minha mulher que se sentava a meu lado. Quando a Nina (assim se chamava a tonelada de mulher a meu lado…) me disse que we might as well go upstairs to have fun eu disse, algo conspicuamente, que this lady here is my wife, that would be my pleasure, but my wife is right here, sitting at the table… a Nina diz-me com a maior das naturalidades, never mind, we can always get her a boy-friend. Nesta fase do campeonato e por muito espírito cordato que eu tenha, disse aos meus amigos que tínhamos de ir porque havia gente esperando por nós no Royal Swazy. A Nina não gostou do evidente pretérito, mas não fez “peixeirada”. Uma taça de 7-Up feito champanhe amenizou a perda. Pagámos e viemos embora.

Isto a propósito de quê? Porque ouvi anteontem um anúncio na televisão estatal de que um empresário português tinha aberto mais um hotel na Suazilândia. Com piscina, spa e casino. Não sei quantos quartos e excelentemente localizado perto do Royal Swazi e do Ezulwini. E que esperava ter o hotel cheio quando começasse o campeonato do mundo de futebol. Nome do novo hotel? “Why Not”, pois claro. E o empresário português, que acabou por ser entrevistado em discurso directo fez um apelo às massas e disse, mais palavra menos palavra. Venham, venham todos, temos casino, bons quartos, piscina, spa e ah!... o que não falta é meninas simpáticas por aí, até porque o Rei também tem muitas mulheres (SIC).

É oficial. O turismo na Suazilândia mantém a sua vertente lúdica. Desta vez apimentada com a malandrice do empresário tuga que não se esquece de avisar que o “Why Not” tem por lá muitas meninas simpáticas. E se o rei tem muitas mulheres porque as não há-de ter ele para fornecer aos seus clientes? Why not?
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Espelho íntimo


[3770]

Apenas é real o que é sonhado.
A nossa imaginação
é que faz o que vemos e tocamos.
Seja qual for o lado
por que se encare a questão,
só existe o que arrancamos
do fundo do coração.
Tudo o mais em que teimamos
não passa de ilusão.


(Do livro "Espelho Íntimo", a lançar hoje, dia 26, às 19 horas, na Livraria Barata, Av. de Roma, 11-A, Lisboa)

Hoje lá estarei na Livraria Barata, pelas 19 horas para ouvir o João Gonçalves fazer a apresentação do livro, dar um abraço ao Torquato e pedir-lhe a honra de um livro assinado.

Vai na meia dúzia já o número de anos em que privilegio a alma com a frescura, a sabedoria, a sensibilidade e o engenho que o Torquato empresta a tudo o que escreve. Afinal é isso mesmo que enforma os poetas, não será?

Meu bom amigo, até logo. E todos aqueles que gostarem de poesia que apareçam também. Porque a poesia do Torquato é de fina água. E um refrigério da alma.

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terça-feira, maio 25, 2010

A selecção de todos nós


[3769]

A selecção nacional está muito socialista para o meu gosto. Jogo enrolado, de trás para a frente, de frente para trás, lateralizado quanto baste, mastigado, faz que anda mas não anda, nem “nham nham” nem sai de cima, uma outra individualidade vai-se impondo mas depressa é absorvida pelo “mainstream” da coisa, fervilham as opiniões, os pareceres, as justificações, a intriga baixa, as entrevistas capciosas, o temor pelo que se diz ou pelo que se não diz e se devia ter dito, a erosão gradual da qualidade que indubitavelmente existia, o desejo de protagonismo de alguns, as trapalhadas, o diz-se que não disse, o espavento, o exibicionismo, uma total ausência de moderação de gestos e atitudes e, no final, o discurso redondo, inconsequente e vácuo do Grande Líder. Palavras de ocasião, a apologia da mediocridade e a insistência de que em tudo há uma lição a tirar, que daqui a pouco é que vai ser bom e uma cortina de sabedoria e proficiência que, não estando ao alcance da bitola mental da grei, não pode nem deve ser comentada em comunhão de ideias, sobretudo com os jornalistas medíocres que perseguem a selecção apenas na consecução de campanhas negras orquestradas pela oposição. Os responsáveis e, sobretudo, o Grande Líder, deixam apenas um ligeiro odor da científica coisa para nos eriçar a pituitária, com a perspectiva de que daqui para a frente é que vai ser.

O brilhante empate obtido ontem no jogo treino com Cabo Verde, por exemplo, foi um exemplo vivo de como esta selecção e respectivos mentores se vai parecendo cada vez mais com o Partido no Governo, ou com o governo do Governo do Partido. Vistas bem as coisas, vai dar tudo ao mesmo e hoje não me restam dúvidas que até no futebol onde reconhecidamente íamos dando cartas, o socialismo à moda da casa já chegou.

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A crise (with all due respect)


O amor e uma cabana

[3768]

A situação financeira global é tão má, tão má, que as mulheres estão de novo a casar por amor!

(recebida por e-mail)

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domingo, maio 23, 2010

Vem aí o Verão


[3767]

Esta banhista tem lugar assegurado neste blogue no primeiro dia de cada ano em que o calor se faz sentir acima dos 30º. Ela agita e traz ao de cima a frescura do Espumadamente, sobretudo numa altura em que, ciclicamente, ele vai sendo submerso pelos frios e as humidades que embrulham as ideias, elas próprias entorpecidas pelo mofo dos acontecimentos nacionais, cinzentos, bolorentos e protagonizados por um grupo de personagens não menos cinzentas e tendencialmente a caminho de se tornarem massas lêvedas em repouso, esperando ou pelo forno ou pela pura rejeição e descarte, por defeito do fermento.

Fica aqui, assim, o registo da juventude, feita mulher bonita, de epiderme arejada e refrescada pela brisa do Verão que está aí e pelas águas do oceano que, para nosso bem, ainda vai tonificando este povo bisonho, temente de correntes de ar e, frequentemente, mais cinzento que o Inverno que este ano nos calhou em sorte.

Salve Verão de 2010.

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Amor é


[3766]

- Estar a fazer uma alimentação cuidada, excluindo gorduras e hidratos de carbono e ser convidado por uma das filhas para jantar, deparar com uma magnífica pasta carregadinha de cogumelos, coberta de queijos derretidos, tiras pecaminosas de toucinho fumado, ervas e dizer que era mesmo aquele prato que nos estava a apetecer;

- Ser submetido a uma barragem de perguntas que não tinham nada a ver com a pasta e responder judiciosamente, com a experiência do saber feito e perceber que, de repente, se tem filhas bem mais argutas e inteligentes do que esperamos e esboçar um sorriso enlevado pelo produto;

- Ter um genro da filha que é lampião convicto, mesmo que não tenha culpa nenhuma, já que o moço reúne todos os pré requisitos para ser um categorizado sportinguista e manter uma conversa elevada e imparcial sobre a carreira do Benfica e do Sporting nesta época que findou;

- Regressar a casa com um sorriso nos lábios, feliz por ter nascido e por ter feito nascer duas filhas especiais.

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sexta-feira, maio 21, 2010

Então e os outros?


E. Rangel. Um exemplo feliz dum discurso desarticulado, trapalhão e revelador de uma fronteira muito ténue entre a convicção no que diz e o desejo de que lhe caia uma televisão no prato da sopa


[3765]

“Isto” dos malabarismos de Sócrates começa a ser penoso. Para nós, porque, para ele, parece robustecer a ideia que alguns “comentaristas” vão passando sobre a robustez de Sócrates (de carácter????) e da forma como ele vai resistindo aos “ataques” de que é alvo. Naturalmente que a “robustez” de Sócrates perverte o cerne da questão, qual seja a evidência das trapalhadas em que a criatura se vê sistematicamente envolvida e não me parece que seja por arrasto, mas antes na dinâmica de um percurso que ela escolheu e alimenta.

O último episódio, entenda-se a leitura das escutas por Pacheco Pereira e o veto de Mota Amaral na sua utilização é um bom exemplo disso mesmo. Ou seja. Toda a gente entende que há uma cumplicidade estreita de Sócrates no “trambique”, toda a gente percebe o seu comprometimento numa série de acções em que é avassaladora a forma do seu envolvimento mas, uma vez mais, aparecem os arautos do “garantismo socratista” a atacar os arautos da desgraça, leia-se aqueles que acham que a acção do primeiro ministro é suficientemente grave e a justificar que ele seja “varrido”, contra aqueles que acham que dar um pum é anticonstitucional e, sendo-o, há que preservar o ruído e o mau cheiro.

É uma sensação estranha, esta. Ainda poucos perceberam que esta protecção que hoje é dada a Sócrates e, no passado, foi dada a outras figuras gradas do PS conduzirá definitivamente ao desrespeito final pelas instituições e pelas suas figuras. E o remate ridículo nesta e noutras histórias (muitas) em que Sócrates tem estado envolvido é dado pelos seus indefectíveis quando, com uma candura de arrepiar dizem: - Mas vocês acham que “isto” só acontece com o PS? Então e o PSD? Ou seja, importante é não nos esquecermos de que os “trambiqueiros” do PS não são filhos únicos. O “trambique”, em si, parece já não interessar.

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quinta-feira, maio 20, 2010

Um conceito bíblico na Comissão de Inquérito


[3764]

Ainda tenho muito que vos dizer; mas vós não o podeis suportar agora. Quando vier, porém, aquele, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá o que tiver ouvido, e vos anunciará as coisas vindouras.

(João 16:12-13)

Ele sabe do que está a falar. Nós não sabemos, mas percebemos o conteúdo avassalador das escutas que envolvem o … aquele que sabemos quem é mas não podemos dizer o nome (Shyamalan)… até ao pescoço, na sua habitual conduta de tirar quem lhe apareça ao caminho. E percebemos mas não sabemos porque somos, como habitualmente, tratados como meninos idiotas travessos a quem se continua a dizer que os bebés vêm de Paris no bico de uma cegonha. Porque se soubermos a verdade toda poderemos ficar chocados. E deve ser anticonstitucional. Imenso.
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Quem havia de dizer?


[3763]

E quando eu pensava que vivia num país bacteriologicamente puro, isento de paranóias e outras patologias mais próprias de povos bárbaros, como os americanos que passam a vida aos tiros e podem comprar armas num supermercado, descubro que por cá existem 1.200.000 armas. Ilegais, porque se contarmos com as legais a coisa fia ainda mais fino.

O que nos vale é sermos um povo impoluto e impermeável aos maus costumes dos imperialistas. Logo à tardinha as televisões apresentarão, estou certo, a abalizada opinião de meia dúzia de sociólogos, politólogos, psicólogos e comentaristas encartados e militantes. E, com jeitinho, a Fátima C. F. ainda faz um Prós e Prós sobre o assunto. Sem coldres nem faca na liga, espera-se.
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Toot...toot...vrooom...vrooom...nhec...nhec

[3762]

Sinto-me num país de malucos.
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quarta-feira, maio 19, 2010

Jacarandar


Pretoria - conhecida por Jacaranda City. Clicar para ver melhor estas árvores magníficas


[3761]

A Ana já começou a "jacarandar" por aqui. Todos os anos é assim e este não seria excepção.

A Ana adora jacarandás, sobretudo os da "aldeia dela". E tanto que até mudou o template ao blogue. Desta vez está a dar-te a sério, vizinha!

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Iscas


[3760]

Hoje é “Dia mundial das hepatites”. Ainda um dia saberei quem estipula estes “dias de”. Enquanto não sei, vou ouvindo as notícias matinais para saber que “dia” é. Hoje, por exemplo, dia de “iscas” no restaurante que habitualmente frequento, vou comer peixe.

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Nauseante

[3759]

Hoje prometi-me tão cedo não falar de Sócrates. Mas sentar-me meia hora ao computador e ser bombardeado, em regime contínuo, com excertos da entrevista de ontem não me permite ir para o banho sem dizer que a criatura está cada vez mais nauseante, obstinada e eufórica. Um dia ele vai embora.

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terça-feira, maio 18, 2010

Eu cá afinava...


[3758]

… fosse eu Manuela Ferreira Leite, por me sentir trocada por um macho lusitano por muito garboso que fosse, numa tarefa tão sensual e delicada como deixar-me arrastar na vertigem e volúpia do tango, fosse eu Pedro Passos Coelho por me sentir distinguido… hummm… pelas mesmas razões. Mas Sócrates não foi de meias tintas e, descoberto o parceiro, cortou a eito. “Engatou” o mais técnico que pôde da língua castelhana e evoluiu pelo salão. E descobriu a cana para o foguete. Literalmente!

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Afinal...

[3757]

A excitação foi tanta que assistimos a um claro exemplo de ejaculação precoce.

Parece que já há tratamento para a coisa mas, pelo sim pelo não, nada como estar tudo a postos para o que se der e se vier.

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segunda-feira, maio 17, 2010

As grandes tiradas - "Há vida para além do défice"


[3756]

Sempre me incomodou a prosápia vácua dos que se presumem bem-falantes. Sobretudo quando acompanhada duma expressão facial que nos remete para as virtudes evangélicas caldeadas no raspanete severo às massas ignorantes e embrutecidas, vítimas da repressão fascista ou, pior, àqueles que apostam no enriquecimento fácil e sem respeito pelo Estado social porque não tiveram a dita de ser iluminados pelo sol, nascido para todos, sem distinção de castas, raças, credos ou ideologias, tropeçando com uma data de amigos em cada esquina, apostados na solidariedade internacionalista, contra os maus que não permitem a consumação do tal paraíso socialista que nunca mais se desembrulha e vai atirando gerações seguidas para a miséria (e para a cova, já agora, aqui e ali, quando calha e é necessário…). E depois, quando as coisas dão para o torto, se encolhem na casca e lá permanecem, esperando que uma réstea de sol novo lhes permita botar faladura de novo.

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À moda da casa


[3755]

Uma vez, em Harare, jantei num restaurante da Samora Machel Av e vi na carta dos vinhos um curioso “Vinho da Casa”. Perguntei que vinho era aquele e trouxeram-me uma pequena garrafa de um vinho sul-africano, rotulado, cuja marca comercial era mesmo “Vinho da Casa”, assim, à portuguesa e tudo. Explicou-me o dono do restaurante que a ideia fora recolhida exactamente em Portugal, através do conceito de “vinho da casa”, ainda hoje relativamente popular.

Um barco com 48 pessoas, pertencente à Câmara Municipal de Setúbal, encalhou algures no Sado, em resultado do que morreu um jovem, cujo corpo ainda não apareceu. A profusão de comunicados, entrevistas e explicações patéticas de vários intervenientes (a do presidente da Câmara de Setúbal é uma imagem de marca…) fez-me pensar como a nossa proverbial trapalhada e falta de rigor e honestidade com que nos entretemos a lidar com coisas sérias podem aviltar a imagem da garrafinha de um razoável vinho tinto maduro homenageando o nosso “vinho da casa”, até casos como este, bem à “moda da casa”, em que se transforma aquilo que em qualquer país civilizado seria um vulgar caso de polícia num caso em que ninguém percebe bem o que se passou. Por mim fiquei a saber que a Câmara de Setúbal tem dois barcos meio “assucatados”, a que chama galeões, e que usa em serviço público, para uso de turistas, cobrando uma importância que nem chega para a manutenção do barco, dizia o presidente (pelo aparente estado de conservação do barco, somos tentados a acreditar), até à existência de uma empresa de Lisboa que sim, parecia que sim, usava o barco em actividades comerciais, mas a Câmara não tinha nada com isso, limita-se a receber o dinheiro do aluguer do serviço público, mesmo parecendo que sabia que o barco não estava licenciado, mas o barco estava em boas condições, o azar tem destas coisas e por aí fora, um chorrilho de desculpas e uma saca de declarações idiotas que me fez reciclar o conceito de vinho da casa que uma vez, em Harare, descobri algures num hotel zimbabueano. Um dia destes abrem por aí um inquérito, depois o processo, depois… prescreve, é isso. Entretanto ainda mandam arranjar o barco e, com jeito, arranja-se uma licença de navegação em águas mansas.

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domingo, maio 16, 2010

Sabor de Maboque (Parte 2)














[3754]

Já em Lisboa, tive a grata oportunidade de seguir a Dulce numa curta mas muito boa prelecção sobre o seu livro, no espaço da EDP da Feira do Livro.

Ela portou-se como sabe e como é. Ou seja, bem. Interagiu, emocionou-se e, em poucas palavras, resumiu o porquê do seu livro que, após se ter esgotado no Brasil, parece estar agora sob uma saudável impulso de vendas em Portugal.

Uma nota para a presença de alguns dos seus antigos colegas de um colégio no Bié que a emocionaram com a onda de carinho e amizade sincera que lhe dispensaram.

Foi bonito de ver.

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Becagueine… again and again and again!

[3753]

Acabou-se um curto período de férias. Um luxo que, sinceramente, me estava fazendo falta. Foi bom mas, como em tudo na vida, depois, acordamos. Banho, barba e café e lá vamos de novo trabalhar. Pelo menos enquanto houver trabalho, já que uma rápida apreciação do panorama nacional nos conduz irremediavelmente à sensação estranha de que um dia acordamos e já não vale a pena a barba, o banho e o café se transforma numa liberdade poética. Porque depois de uns dias de circunstancial mas deliciosa abstinência de notícias e quando os únicos ecos que me chegavam durante as férias tinham a ver com a euforia da visita do Papa e da vitória «lampiona», começamos a ler e a ouvir e, decididamente, nos sentimos impelidos a ralhar com toda a gente ou, em alternativa, mudar de azimute. Apesar da saudável «ausência» de Sócrates, uma criatura que, repetidamente o afirmei, já não tolero e me revira as vísceras. Parece que está de ressaca, a Guronsan e Panadol. Que lhe faça bom proveito. Só falta ser varrido. Democraticamente, já se vê. Mesmo assim, fica sempre a ideia de que somos um povo com clara tendência suicidária já que, regularmente, chamamos a tralha socialista que, no poder, se entretém a esboroar o país e a aprimorar a sua (natural born) ingovernabilidade. E, desta vez, não o deixa de tanga, deixa-o roto.

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domingo, maio 09, 2010

Uma questão de fé


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Estou de férias e tenho ligado pouco ao estado da nação, hoje por hoje talvez o que nos devesse preocupar mais (a seguir à incógnita da próxima época do Sporting, bem entendido…), sobretudo quando vou reparando que mantemos um primeiro-ministro desenfreado, a roçar mesmo a fronteira da inimputabilidade, mas não há como fugir aos factos políticos mais marcantes e que nos vão mantendo vivo o ferrete de um grupo de gente ingovernável e irresponsável. Foi assim que reparei em mais uma diatribe de um tal Ricardo Rodrigues, uma criatura que ninguém percebe como se mantém a pintar a manta quase todos os dias e, mesmo assim, a manter a cobertura dos seus pares, como há bem pouco se viu com Maria Belém Roseira e Francisco Assis.

Pelos blogues, também as travessuras de Ricardo merecem referências mais ou menos enfáticas, ou nem por isso. Mais veementes as que defendem o “irreflectido” e hormonal deputado, como Eduardo Pitta faz aqui no seu blogue. Repare-se na candura desta frase: Apropriou-se dos gravadores dos repórteres da revista Sábado. E daí?

No fundo, esta autêntica profissão de fé socrática é mais ou menos como o sinal da cruz dos católicos. Testa para o Pai, peito para o Filho concebido sem pecado e o Espírito Santo distribuído pelos dois ombros, um gesto que foi consagrado como a assumpção total, final e sem rebuço da existência da Santíssima Trindade. Nem mais nem menos que este tipo de blogues onde a assumpção dos desmandos do Ricardo Rodrigues se torna uma questão de fé. Como o sinal de cruz.

Não tenho nada contra a fé em geral e o sinal da cruz em particular. E que quem já é pecador sofra tormentos, enfim! Mas os blogues, Senhor, porque lhes dais tanta dor, porque padecem assim?

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segunda-feira, maio 03, 2010

Gone fishing...


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Este blogue vai entrar de férias. Coisa pouca, mas férias. Aproveita para lubrificar rolamentos, rodar válvulas e afinar a borboleta do carburador já que, como incontornável corolário para, pelo menos, três estimados e estimáveis colegas e amigos, a sua provecta idade é de antes da ignição electrónica. Cruzará pneus, à boa moda antiga, reapertará suspensão, verificará os níveis, mudará os óleos e valvulinas com a equivalente mudança de filtros e será brindado com uma lavagem completa, aspiração e, mesmo que piroso, envernizamento dos pneus. Voltará, em princípio, no dia 16 de Maio e, espera-se, de alma renovada para continuar.

NOTA: Estas férias não implicarão uma ausência total. Virei aqui dar uma “oftálmica” de vez em quando e, se for caso disso, até ajuntarei uma frase ou outra. Tudo depende.
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Imbecilidade militante, com quotas em dia


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(O Papa Bento XVI)... tem gerado em vários países, Portugal é um deles, um surto de imbecilidade considerável. À falta de anticlericalismo popular, há agora uma nova forma de anticlericalismo intelectual de parte da esquerda « fracturante ». Enquanto não houver um Papa que não seja mulher, lésbica, negra, de preferência não crente, e que vote nos EUA no Obama, os Papas, em particular este, são alvos preferenciais. E este acirra os ânimos de forma muito especial porque é branco, alemão, conservador, teólogo, e conhece bem demais a impregnação da doutrina cristã pelas variantes na moda desde os anos sessenta de « progressismo » esquerdizante. A absurda intolerância dos « fracturantes » exerce-se então em toda a sua amplitude.


José Pacheco Pereira no Abrupto.

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Há vida para além do défice

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Sempre achei que Jorge Sampaio tinha razão.

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domingo, maio 02, 2010

Ao vivo e a cores *


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Do livro já falei aqui. Da dona do livro falta dizer que ela vem aí e estará na Feira do Livro com um evento no dia 11 de Maio pelas 18:00 no auditório da APEL, no Eduardo VII.

Depois de lermos o livro, teremos agora a oportunidade e o privilégio de desfrutar da esfusiante simpatia da Dulce que fará também uma pequena palestra sobre «O Sabor de Maboque».

Que te sintas bem entre nós e leves para o Brasil uma boa recordação “grudada” num canto da tua memória, são os meus desejos sinceros.

ADENDA: Porque a palestra da Dulce coincidia com a presença do Santo Padre em Lisboa, foi a mesma alterada para o dia 14 de Maio, pelas 18 horas no espaço da EDP. Fica aqui o registo da mudança.

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