domingo, abril 30, 2006

Tango Uniform Golf India Romeo em versão cookie



[953]

Sabe o que é um piloto?

- Um piloto é aquele que tem de arear os amarelos antes de se vestir, tem um relógio cheio de ponteirinhos e uma pilinha pequenina.

Meu Caro
LNT, sabe quem me contou esta piada? Um piloto. Que por acaso é meu filho. Quer dizer ele não é assim piloto, piloto, piloto, piloto, é “pilotaço”, porque muito jovem, mas piloto. A isto eu chamo sentido de humor. Ora o meu caro LNT estava certamente distraído quando leu este meu post. Eu não desmereci das profissões de piloto, nem de médicos nem de informáticos. Limitei-me a fazer um despretensioso e modesto exercício de humor onde explanei a minha irritação pela atitude super-hiper-extra misteriosa e circunspecta que os informáticos (alguns, claro, mas também, que diabo, não é preciso explicar tudo muito bem explicadinho, toda a gente perceberá que não me refiro a todos) assumem para nos dizer que ficámos sem “popup”.

Não me parece que eu tenha questionado a bondade e dignidade de tais profissões. Tenho amigos pilotos, informáticos e, já agora e pensando bem, até médicos. Aliás, um dos meus dois ou três grandes amigos é médico. E de pilotos, já lhe falei no meu filho, mas podia falar num cunhado, numa ex-namorada (e ela será, até, um exemplo feliz da piada que contei lá em cima, pois nela apenas cabiam duas das questões, ou seja arear os amarelos e relógio de muitos ponteirinhos, a terceira era, naturalmente e graças a Deus, non applicable, posso garantir-lhe) com quem sobrevoei Moçambique de cima a baixo, o Eastern Transvaal, aterrámos nas mais incríveis pistas do Lowveld e só nunca fui com ela a Nova Iorque porque entretanto ela fez as pazes com o marido – piloto – e foi viver para a Nova Zelândia e eu mudei de cenário. Deixei o ar, fiz-me ao mar e arranjei uma namorada “patrão de costa”.

Dar-me uma lecture sobre as virtudes dos pilotos e dos informáticos parece-me, no mínimo, estulto, e o meu caro LNT vai ter de concordar comigo que eu não quis ofender ninguém e limitei-me a brincar. Como de costume aliás. Ou não fosse o Espumadamente um exercício de puro entretenimento. Certamente com o mesmo espírito bem humorado do LNT, quando há dias fez menção de um leque de opções para aumentar audiências, referindo-se a mim sem que eu tenha percebido bem por alma de quem.

Creia-me seu indefectível leitor e até sempre. Você sabe que sim. Até sabe que, frequentemente, não concordo consigo nem um milímetro, sobretudo em se tratando do Partido Socialista. Ainda há pouco tempo lho disse a propósito do aniversário do
Tugir, mas isso não toldaria jamais o apreço em que vos tenho.

Um último pedido. Leia lá o post outra vez. E diga-me lá quem é que ofende quem, quando e de que maneira…
papa, lima, eco, alfa, sierra, eco!

sábado, abril 29, 2006

Popups, cookies and the like


[952]

Num passado recente havia duas profissões que produziam uns espécimes a que eu era particularmente alérgico – médicos e pilotos. Os médicos porque são visceralmente incapazes de falar seja com quem for sem pensarem que estão a lidar com atrasados mentais, incultos e obscuros humanóides que vieram à Terra só para estar doentes (independentemente de serem as doenças que lhes pagam as despesas do fim do mês, mas isso eles não entendem) e os pilotos porque são incapazes de dizer uma frase com mais de três palavras sem que os termos “borregar” “cúmulo-nimbos”, “trem”, “turbulência” e "peso à descolagem" não venham a ser incluídos. Profusamente, diria eu.

Ora, os avanços da técnica e da ciência produziram uma nova estirpe de profissionais, injusta e vulgarmente designados por “informáticos”, que é terminologia que eu acho estar longe da presumida profundidade de conhecimentos desta gente. Acho que deveriam ser chamados de computer brain monitors ou uma coisa assim verdadeiramente sonante, embora para mim, seja mais, simplesmente, "ratos de computadores".

Constituem, por assim dizer, a terceira das classes profissionais que me causam eripsela ou, em casos extremos, autênticas hipogenesias de linfático (eu não sei bem o que é uma hipogenesia de linfático mas estava ao pé da eripsela quando fui ao google ver se eripsela estava bem escrito e, portanto, deve haver uma relação qualquer…).

É que não é possível manter um diálogo minimamente racional com estes iluminados do harware sem que nos sintamos profundamente idiotas ou, mais grave, totalmente destituídos. Por exemplo, esta semana havia um programa qualquer que eu não conseguia abrir lá no computador do trabalho, chamei o informático e ele disse, sem olhar para mim, claro, assim de viés e com um ar de quem está preste a descobrir uma vacina nova para a gripe das aves: - É o “popup”. Está sem “popup”. E quando eu repito o palavrão com um ponto de interrogação a seguir, “popup”? Como quem diz “quéssamerda”? Ele diz, sim, “cookie”, está sem “cookie” e o programa não abre.

Ora isto devia ser proibido. Um informático deveria pensar (não sei se é um desiderato possível, mas creio firmemente que sim) que ainda somos todos humanos e que ninguém nasce a saber o que é um “popup” ou um “cookie”. É que a primeira coisa que me vem à cabeça com “popup” é pipocas no cinema e com “cookie” são os biscoitos da Vovó Donalda e eu não creio que isso tenha muito a ver com computadores.

Pior que não sabermos o significado dos palavrões é que os informáticos lançam estas tiradas e depois, quando pensamos que vão fazer qualquer coisa para resolver o problema, não. Ficam a olhar para o computador, minutos infinitos, especados, com uma expressão zen, e nós com aquela duvida imaterial se os devemos interromper ou não… não vá a gente destruir-lhes algum cookie e depois, caldo entornado, lá têm eles que levar o computador não sei para onde para não sei quê não sei quantos.

Desisto. Agora, sempre que vejo um informático, borrego. Como se fugisse a um cúmulo-nimbo. Carregado de varicela!


NOTA: No offence para um par de amigos (pensando melhor, uma amiga e um sobrinho) que estimo imenso. Espero que nunca se me avarie o cookie que comanda o muito que deles gosto. Ou que fique sem popup, que um homem sem popup não é homem não é nada, já dizia a minha avozinha, muito antes de haver computadores.

sexta-feira, abril 28, 2006

Mentalidades


[951]

Levei o dia todo a ouvir José Sócrates, em ar comicieiro, a anunciar a duplicação da A4 entre V. Real e Bragança.

Em 2006, o meu país, europeu, rico e civilizado, ainda trata os cidadãos como aríetes duma função circense em que qualquer centímetro de auto-estrada é anunciado em regime de desígnio nacional, que é uma expressão que Jorge Sampaio institucionalizou e me parece absolutamente provinciana e bacoca. Talvez porque acho que desígnios nacionais foram, por exemplo, rechaçar os ataques nazis na Europa, integrar países separados pela cortina de ferro depois da queda das manhãs cantantes e amigos em cada esquina e outras coisas do género e de semelhante grandeza, que não têm muito a ver com uns quilómetros de auto-estrada a unir duas pequenas cidades do interior.

Ainda me recordo como há cerca de 20 anos, a abertura de novas auto-estradas na África do Sul (onde a qualidade do piso e do traçado das high-ways ainda hoje é muito superior às nossas, a A1 Lisboa/Porto, por exemplo, nunca seria autorizada naquele pais com aquele traçado nem nunca estaria em obras desde que foi aberta, anos a fio) era anunciada. Uma notícia nos jornais e nas televisões e fim de papo. Os cidadãos achavam natural que fosse assim, se o Estado fazia era porque podia e não fazia mais que a sua obrigação.

Aqui, ainda tenho de andar um dia inteiro a ouvir José Sócrates na rádio e na televisão a dizer (ralhando, o homem ralha, já devem ter reparado) que vencemos mais uma batalha, que o interior não sei quê e Bragança não sei quantos…

Começa a ser depressivo ter que ouvir esta gente!

"Isto" está grave


[950]

A situação agrava-se perigosamente. A minha empregada está com a barriga cheia de filhos, arrasta-se já pela casa na execução das mais simples tarefas, já se senta de cinco em cinco minutos e daqui a 4 semanas estou condenado a viver na promiscuidade que um homem desarrumado e uma adolescente que sai ao pai (aqui está um exemplo em que os filhos saírem ao pai não tem gracinha nenhuma), durante o período em que o neófito precisar da maminha, amor e carinho da mãe.

Começo a não saber das coisas, a mesa de casa de jantar começa a ser um arquivo vivo de contas por pagar, contas já pagas, avisos do Círculo de Leitores, chaves e a parafernália de objectos que nos acompanham no dia a dia, falta sempre qualquer coisa no frigorífico, aquela cadência matemática com que as camisas e gravatas me apareciam engomadinhas e penduradas nos armários está a ser posta em causa, os jornais aparecem “arrumados” em pilha num canto do sofá e (cruzes…) o monitor do televisor e do computador apresentam umas suspeitas partículas a que nós, normalmente, chamamos pó.

Preciso de ajuda ou de uma rabanada de vento redentor que me ensine a detectar estes sinais de degradação doméstica e, sobretudo, a anulá-los. Quando eu era casado, a minha mulher também engravidava como as pessoas mas, não sei como é que ela fazia, a verdade é que a casa continuava decente. E ela também tinha barriga, cansaços e essas coisas e mantinha (como mantém) uma irrepreensível carreira profissional. Mas que lá em casa eu sabia sempre do jornal e não havia pó, lá isso era verdade. Mas agora… é isto. Nem a empregada vai deixar de contar comigo (gosto imenso dela, está há cinco anos comigo e acho óptimo que ela engravide) nem eu sou rico para ter empregadas às dúzias.

Aceito sugestões de amigas que me leiam, para este período de emergência. Honest!

Tristeza


[949]

A coisa mais parecida, neste momento, com o PSD é o meu
Sporting, que Deus (quase) tem. Baço, sem ideias, saco de gatos (natureza felina discutível, mas gatos), bases casca–grossa e resultados pífios.

Será que a culpa (ainda) é do sistema
?

Periférico

[948]

O
Periférico lincou-me. Obrigado pela distinção e corresponderei na minha próxima actualização de links que espero ocorra este fim de semana.

Um abraço e as maiores felicidades para o blog e, já agora, a continuidade da "parvoíce de 2ª Feira" de que sou já leitor regular!

Sulista, Sportingista e Liberal...



Clicar para aumentar

[947]

... e um tipo simpático, diria eu, agora que tive o privilégio de conhecer pessoalmente o
JCD, antes do Jaquinzinhos e agora do Blasfémias. Independentemente do facto de ser, do meu ponto de vista, um dos bloggers de top deste mundo onde resolvi meter o nariz quase há dois anos.

Assim, deixo a aqui a minha modesta contribuição na divulgação do seu livro. Já agora deixo um abraço e os votos de que o livro venda como hot cakes antes que apareçam os suspeitos do costume a acharem uma data de coisas que todos nós sabemos - é que começam no livro e acabam no preço de um bilhete de comboio entre Lisboa e o Entroncamento, chamando-
lhe imbecil pelo meio e, às vezes, já não há pachorra.

Mas talvez seja isso que torna a Blogos aliciante
.

quinta-feira, abril 27, 2006

Não gosto


[946]

Não gosto do Vitalino Canas. Apeteceu-me dizer isto...

Todas diferentes, todas iguais



[945]

O meu pai costumava dizer-me com aquele ar de "paizão" que eu, mais tarde, tentei imitar junto dos meus filhos, sem grande sucesso, devo dizê-lo, porque os meus filhos lidam comigo como se tivessem andado comigo no liceu, que toda a gente tem pais. Tanto os bons como os maus, os honestos ou vigaristas, gordos ou magros, fieis cumpridores da lei e assassinos, enfim, a ideia era exactamente essa – passar-nos a mensagem de que os filhos, por serem filhos, não deveriam escapar ao escrutínio geral das NEP (Normas de Execução Permanente, termo do exército português) da sociedade em que estamos inseridos.

Este preâmbulo para dizer que não podemos actuar assim do género, sei lá… as mulheres não sabem mudar um pneu e depois, em se tratando de uma filha prendada já não o dizermos ou, no máximo, dizê-lo baixinho, pela simples razão que a pessoa em questão é filha e não lhe devemos beliscar a reputação e qualidades. Filha que é filha é especial, é a "mailinda", sabe tudo, inclusivamente mudar uma roda.

Ora, o meu pai tinha a razão da sabedoria de muitos anos a cruzar-se com mulheres. Só lá em casa eram três… a minha mãe mais duas irmãs e posso assegurar-vos que não consigo sequer, mas nem remotamente, imaginar uma delas a mudar uma roda. São todas muito queridas mas tenho a certeza do que digo.

E é assim que estando eu a fruir aquele prazer muito especial que eu tenho todas as manhãs de tomar o meu próprio café em casa, acabadinho de fazer, com um par de torradas acompanhadas de um bom queijo e mais um par de coisas boas a roçar a luxúria gastronómica (é impossível que a luxúria não se estenda ao aparelho digestivo, ou estarei a envelhecer?) e tendo já levado o beijinho “té logo pai” da júnior “que estava atrasada para a faculdade” (ela está sempre atrasada para tudo, faz parte do seu código genético) recebo um telefonema, melhor um Kolmi que é uma coisa que as filhas mandam aos pais para lhes telefonarem e ser o pai a pagar.

Telefonei e ouvi uma vozinha, uma vozinha mistura de calda de açúcar em ponto salteada de framboesas e com a melíflua entoação de uma gata que faz um miau baixinho junto dos pés da dona, dizendo: - Pai, furei um pneu.

O resto é história e fim da história. A gente faz um bocadinho aquele papel de pai crispado que acha que as mulheres em geral e as filhas em particular furam imensos pneus mas adivinhem como é que a história acabou. Pois, assim mesmo como pensam. E agora vou tomar duche, que são nove horas e ainda estou para aqui a contar segredos da minha vida de todos os dias. Ahhh e escovar bem os dedos.

Podia ainda falar dos mais variados objectos que tive de ultrapassar até chegar ao pneu de socorro do carro dela, mas isso dava outro post e eu tenho mesmo de
ir.

quarta-feira, abril 26, 2006

O Poster II

[944]

Paradeiro actual e outras histórias da criancinha do poster que enterneceu Portugal e os portugueses (e as portuguesas).
Aqui.

Por amabilidade da Catarina do
100nada .

Yahnn....


[943]

Estou a criar vícios indesejáveis - estou a cair num estado geral de preguiça ou está a passar-se qualquer coisa que escapa à argúcia que eu devia ter para detectar falhas no funcionamento da máquina – sendo que a máquina, neste caso, será o conjunto do corpo e da alma. E eu conheço bem a minha máquina já há uns anitos, tal como conheço o carro ou a estrada que percorro todos os dias para o trabalho. De um modo geral acho que conheço bem tudo o que me rodeia e com o que tenho de lidar no meu dia a dia. A excepção serão as mulheres, claro, mas isso não surpreende ninguém, surpreenderia, sim, se um dia acordasse e achasse que elas eram entendíveis (o que me poderia custar uma ida compulsiva à “externa de psiquiatria”), como se isso dependesse, por exemplo, da mudança de uma peça que lhes alterasse a performance, como uma mudança de tipo de pneus pode alterar o comportamento de um carro num determinado tipo de curvas.

Mas isto é assunto velho e sem interesse, acho que um dos encantos das mulheres é exactamente a sua imprevisibilidade e não creio que isso diminua ou condicione o género, não arranjem agora mais quotas para mulheres mais previsíveis ou menos previsíveis, acho que estão muito bem assim como estão e cada um que… "cope with the situation" (gosto desta expressão inglesa, "cope with" e não há tradução que defina o rigor que a expressão encerra). O que eu estava a dizer era que ando a criar vícios inesperados – de alguma forma poderá isto encerrar também alguma imprevisibilidade que nos ponha a par das mulheres. Seria giro encontrar um amigo, por exemplo, ele perguntar-nos se está tudo bem e nós dizermos: - Pá, não sei, agora ando a criar umas manias que não tinha, como por exemplo, não me apetecer trabalhar sempre que há um feriado a meio da semana.

Chegados aqui, já se percebeu qual o vício que me anda a atormentar. Ontem foi feriado e hoje "I’d rather be messing around than going to f… work". Não me apetece e eu vou começando a entrar na fase do não me apetece, ou seja, fazer exactamente e só aquilo que nos apetece.

Mas já são nove horas e tenho que ir. Ainda por cima tenho de telefonar para a embaixada de Angola para me dizerem que o visto ainda não está pronto e isso é uma cena que eu não quero perder.

E pronto, vou e fica um post. Já sem cravos e de volta à rotina dos posts chatos e ensossos como este. E não é "fishing for compliments". Acho mesmo que está chato e comprido. Como eu. Ou a menina da Embaixada me diz na próxima meia hora que o visto ainda não está pronto e eu me divirto qualquer coisinha, ou o meu dia promete uma chateza quase tão grande como a deste post.

Uma boa semana de trabalho para todos.

terça-feira, abril 25, 2006

O poster


[942]

A botânica da coisa



[941]

NÃO SEI QUAL O PIOR: Se o "Especial Abril" na RTP1, ontem, se o discurso-padrão no parlamento, hoje. O português solene-televisivo é o produto do cruzamento de um campino com uma rapariguinha do shoppingue.Pensando bem, o pior mesmo foi a incrível parolada da "polémica-do-cravo-não-cravo-que-Cavaco-trazia-não-trazia", vista ( pelo menos) na SIC.

Filipe Nunes Vicente, no
Mar Salgado


"...O que é bizarro é que 32 anos depois do 25 de Abril continuamos a ter uma noção poster da democracia e transformámos a botânica num item da política..."

Helena Matos
, no
Blasfémias

"...Cavaco, e bem, não perdeu muito tempo com a revisitação da história. Falou para diante e sobre um país esquecido que muito provavelmente não o ouviu..."

João Gonçalves no
Portugal dos Pequeninos

Afinal não estou sozinho. And the winner is... (aqui no blog, o júri sou eu e não há direito a recurso)

da Helena Matos do Blasfémias.

Na Senda das Beiras


[940]

O
Na Senda das Beiras já faz um ano.

É um blogue que fala da dona como poucos. transportando na maioria dos seus posts aquilo que eu chamaria de uma saudade alegre. Sim, porque as saudades são, frequentemente, sinónimo de tristeza e angústia. Mas a
Laura, não. Ela tem saudades alegres, saudades a rir e isso só pode ser uma expressão de cultura e sabedoria.

Não é só por isso que eu gosto da Laura. Gosto dela porque ela é uma amiga querida, porque ela é de uma gentileza inultrapassável e tem aquele ar que permite a todos os que com ela privam, ou privaram, adivinhar a tal sabedoria de que falei há pouco.

Ela sabe que a leio todos os dias mas hoje apetece-me dizê-lo. Fica dito.

Um grande beijinho para ti e que contes muitos anos de
Senda. E que não pares com as histórias da Beira da tua infância.

Tchin-Tchin daqui deste teu admirador baratucho como o Espumante, mas com a sinceridade de um champagne de fina marca.


32 anos


[939] (Actualizado)

Portugal, país de grandes causas, de superiores desígnios nacionais e impolutas missões, desiderato muito corrente em países subdesenvolvidos e normalmente traduzido no número de praças, ruas, avenidas e pontes baptizadas com datas, sofria desde há dias de uma inquieta interrogação. Levaria Cavaco Silva um cravo na lapela *, ou não (aliás Telmo Correia do CDS acabou "agorinha" mesmo de fazer alusão aos que usam lapelas floridas ou não…)?

Eu ainda não percebi porque é que uma data com evidente significado como o 25 de Abril e com tudo o que de bom e de mau nele se encerra se tem de tornar numa cerimónia que é uma autêntica sessão da Assembleia da República com os ataques e guerrilhas do costume que poderiam muito bem ficar guardados para o funcionamento normal da Assembleia. Ainda não percebi também porque é que duas datas tão ou mais importantes que o 25 de Abril, nomeadamente o 1º de Dezembro ou o 5 de Outubro, se resumem a duas manifestações pífias e quase mandatórias, tipo "para não parecer mal", e o 25 de Abril se mantenha, mesmo 32 anos depois, um desfile de personalidades que todos os anos tira um cravo do guarda-vestidos e vai ali repetir à exaustão aquilo que estamos cansados (é o termo) de saber.

É este nosso feitiozinho de gesta heróica (se, à altura, existissem empresas de sondagens seria interessante saber quantos portugueses não acreditavam no gigante Adamastor…) que faz com que estas sessões da AR se tornem num exemplo vivo daquilo que somos. Pífios e com uma necessidade intestina de protagonismo e de uma datazinha de estimação. De gritar "Chelsea de Mourinho", "astronauta lusófono" e andarmos há 32 anos a gritar (para nós próprios, porque já ninguém nos ouve) que derrotámos o fascismo e que patatipatatá, quando tudo se resume a uma incidência histórica para a qual um punhado de gente boa contribuiu dando-nos a inestimável liberdade de que desfrutamos e um punhado de gente má quase nos ia afogando noutra ditadura execrável. E eles ainda andam por aí. Os bons e os maus. Temos de cuidar duns e ter cuidado com os outros.

* Não levou...

NOTA: A AR está lindíssima. De ano para ano melhoramos o arranjo floral da sala de sessões. Este ano, o arranjo está lindíssimo, os verdes das ramagens e o vermelho dos cravos são um contraste que comove e que provam que temos decoradores exímios.

E agora que já falaram a Heloísa, o… não conheço, do Bloco e o Telmo Correia, vou ouvir o resto dos discursos. E esperar que num futuro não muito distante alguém tenha o bom senso de reduzir a cerimónia a uma desejável expressão de civismo e de regozijo pelo estabelecimento da liberdade, da democracia e da via para o modernismo e desenvolvimento e restabelecimento da ordem sobre os amanhãs que se fartaram de cantar na altura e de que ainda hoje se ouvem por aí uns atávicos trinados
.


ADENDA: O Presidente da República fez um notável discurso. Sóbrio e, sobretudo, essencial. Conseguiu transmitir exactamente aquilo que eu esperaria que alguém transmitisse. Acabar com os choradinhos do costume de base idelógica, colocando à frente deles um verdadeiro sentido de justiça social, baseada naquilo que me parece ser a única via para o efeito. O progresso e o desenvolvimento e o ajuste de mentalidades a esta realidade, mandando para o sótão as velharias que a uns (a minha geração) norteavam os tempos de faculdade e a outros (a geração dos meus filhos) se impõe como uma herança provinda de uma genética política claramente ultrapassada e, mais grave, perniciosa, do ponto de vista da justiça e inclusão sociais.

segunda-feira, abril 24, 2006

Sucesso é...

[938]

...escrever
um post com uma palavra e três algarismos e apanhar com um comboio de comentários!

Melhor, só o Barnabé nos seus tempos áureos!

Angelicanismos



[937]

A expressão angelical do árbitro de ontem ao Sporting x Naval trouxe-me, de imediato, à ideia aquelas pessoas demasiado grávidas para as virgens que pretendem ser.

Há muito que não via arbitragem tão habilidosa. Isto não seria muito estranho, frequentemente vejo arbitragens habilidosas. Mas aquela carinha… valha-me Deus, aquele ar de quem veio à missa à Sé de Lisboa e aproveitou para arbitrar um jogo de futebol, uma maçada, imagine-se, é que me mexe com as tripas.

Porque não gosto. Porque me salta a tampa. No futebol, como em tudo na vida.

NOTA: Este post está um bocadinho fora do tempo, já. Mas estive sem blogger desde ontem à noite até agora. Portanto… fica mesmo.

experiência

experiência 1, 2, 3

domingo, abril 23, 2006

Inté nos comem, carago...

Porto, ontem, Av dos Aliados




[936]

Juro, sinceramente, palavra de honra (esta vem do paralelo 27 e é genuína e tem direito a música gravada) que não sou tendencioso, tenho uma britânica dose de fair-play, sou educadinho e, se fosse de Beja, seria o primeiro a rir com gosto de uma anedota de alentejanos.

Mas o FêQuêPê… carago, tira-me do sério. Fervilham-me as têmporas, destapa-se-me o cucuruto e a ebulição consuma-se. Transborda tudo o que de mau devo ter nas entranhas (e devo ter muito, com certeza) sempre que vejo a grunhice à solta, como ontem foi o caso no estádio 25 de Abril em Penafiel. E passo a ser sulista, elitista (mandarei os direitos de autor ao presidente da câmara de Gaia), arrogante e o que queiram sem qualquer rebuço ou embaraço.

Mas “prontes”, eles ganharam, tiveram mais postura, mais atitude, jogaram com mais querer e acutilância da ala direita derivado às vezes em que Quaresma pendia para a esquerda permitia as subidas do Lucho na entreajuda ao… coméquessêle chama mesmo…ao Jorginho que uma vez mais e de novo provou ao mister que foi uma boa aposta e deixa-me tar calado senão ainda roubo o lugar ao Gabriel Alves.

E como ganharam, parabéns ao F.C.P. Para o ano que vem há mais. E agora vamos tratar de coisas sérias e ver o desfecho da 2ª circular mais lá para o fim do dia!

A prova

[935]

A foto da mesa de honra do encontro na Biblioteca Central está
aqui no Adufe. Vão lá vê-la e, já agora, leiam os comentários, para confirmarem que não sou só eu a achar o Rui um jovem, em relação à ideia que as aldrabas (aparentemente foram mesmo as aldrabas) dele transmitiram...


Uma particularidade feliz da foto é que toda a gente está a rir. Assim é que é bom!

sexta-feira, abril 21, 2006

"Pensava que era mais novo" e o Espumadamente trucidado


Palácio Galveias
Lisboa


[934]

A coisa até correu bem e foi muito simpática. O
Francisco José Viegas, a Catarina, o João Villalobos, o Rui Branco, a Ana Cláudia Vicente e a Isabel Goulão a moderar (não sendo ela moderada, disse a própria) eram os pesos-pesados (esta dos pesos-pesados não encerra qualquer insinuação ao elemento feminino, as três são elegantérrimas e lindíssimas) que têm sempre de existir nestas coisas e, sentados á volta, um grupo de gente interessada e interessante. Que os temas, aliás, não eram para brincadeira. Davam, no mínimo três teses de doutoramento e seriam mesmo quatro se não se tivesse riscado da agenda o uso de blogues na educação e no desenvolvimento do gosto pela escrita.

Mas, dizia eu, a coisa correu toda muito bem, até participei no debate e tudo, não fora duas questões que, verdadeiramente me arrasaram. Uma, porque duas pessoas, DUAS, reparem, disseram que pensavam que eu fosse mais novo. O
JCD e o Bruno Alves. Uma terceira pessoa que normalmente se farta de portar mal e de brincar na blogosfera, ri-se, barafusta, zanga-se com os comentadores e diz asneiras e tudo, adoptou uma “postura” (ando a ver muito futebol…) quase reverencial por saber que fui avô há um mês. Ora, de duas uma, ou sou muito puto a escrever e o que escrevo é vedado a um avô (mesmo que avô cedo, eram para aí oito da manhã…) ou então tenho de passar a escrever em consonância com aquele ar compostinho a que circunstancialmente sou obrigado, fato e gravata, por razões profissionais. E o encontro, como se sabe, foi às seis e meia da tarde.

A outra coisa foi que à pergunta da
Miss Pearls à audiência sobre o nome do meu blog, ficou claro pelo bruááá generalizado e risinhos nervosos, que toda a audiência concordou em que o meu blog tem o mais piroso nome da Blogoesfera. Espumadamente e Espumante, preparem-se para medidas drásticas.

Tirando o pormenor do “ei, pá, julgava que fosse mas novo” e do nome Espumadamente ter sido trucidado, foi tudo giro como de costume, muito agradável. Já agora, a minha vingança. Pensei que o
Rui fosse muito mais velho (não sei se foi por causa daquela coisa das aldrabas) e que o JCD era mais alto. E como nota final, cumprimento daqui a excelência da moderação da Miss Pearls que estava inspiradíssima. Talvez porque a rainha (homónima) fazia anos)!...

Mesa Redonda Webblogs. O autor/editor
Biblioteca Municipal Central – Palácio Galveias
Lisboa

Momentos únicos

[933]

Eu hoje tive problemas com o Blogger. Ou melhor, ele é que teve problemas comigo, deve ter amuado com qualquer coisa e não me deixou postar. Não que se tenha perdido grande coisa mas, que diabo, há aquela rotinazinha de deixar umas palavrinhas ( e como estou diminutivo, hoje...) ainda com a boca a saber a café e os cabelos em pé antes de ir para o duche (lá fica toda a gente a saber que eu tomo duche só depois do pequeno almoço...), pelo que com o Blogger encravado lá me vim embora com aquela sensação idiota que me tinha esquecido de qualquer coisa.

O pior é que já nem me lembro bem (aliás, nem bem nem mal) sobre o que é que ia postar e agora... isto é como tudo. A ocasião passa e o ensejo vai-se e não há mais nada que venha (a vontade que me assaltou de pôr aqui a partícula apassivante foi enorme, mas contive-me, há que manter esta imagem compostinha), quando isto acontece. E a verdade é que hoje tenho estado tão atarefado que nem os blogues tenho lido - excepção feita à
Carlota e mesmo assim para me chorar pelo facto de não ter blogger. Felizmente que a Sinapse (que anda num regime tântrico de mostrar as fotos que tirou em Bazaruto, uma a uma, de-va-ga-ri-nho, de man-si-nho) confirmou, não fosse eu passar por mentiroso. Portanto, não há post. Não há tempo, não há assunto, não há nada para ninguém, tanto mais que às seis e meia vou ouvir, a falar, gente que gosto de ler.

Não havendo post, limito-me a deixar aqui uma curiosidade que recebi por mail. E que é assim:

À uma hora, dois minutos e três segundos do dia 4 de Maio de 2006, termos um momento único, irrepetível. Senão repare-se:

01:02:03 de 04/05/06

Até aqui, tudo bem. 1,2,3,4,5,6 é uma combinação gira. Mas, a não ser que Cristo desça à terra (o que acarretaria sérios problemas a Marcelo Rebelo de Sousa) e se comece novo calendario, a verdade é que à uma e meia do dia seis de Agosto de 2007 atravessaremos um momento igualmente irrepetível. Ou não? Não tem a gracinha do 1,2,3,4,5,6 mas que é irrepetível, é. Ou está alguma coisa a passar-me ao lado?

E agora... vou
!

quinta-feira, abril 20, 2006

O ridículo


[932]

Se
o ridículo matasse, Portugal seria um imenso cemitério. E esse haveria de ser com as campas todas juntinhas, muito apertadinhas por causa da "friage" e muitas em obras, muitas obras, todas elas (as campas) com jarrinhas de vidro amarelo e malmequeres de plástico. Os portões estariam cheios de santinhos, fotografias da irmã Lúcia e umas quantas do Bush a chamar-lhe nazi e a exigir a retirada do Iraque.

Pantominas


[931]

Há dias que nos parecem desfocados, por muito que tentemos ajustar as lentes do nosso entendimento.

A vida parece, então, uma fotografia tremida e temos de fazer verdadeiros prodígios de ajustamento para que a possamos compreender. A ela e aos seus elementos constituintes.

Pior ainda é quando percebemos a má qualidade da fotografia e julgamos conhecer as causas, mas nos sentimos impotentes para lhe conferirmos a nitidez e sentido que achamos que a vida devia ter. Porque quando o sentido é adulterado e o cenário se desfoca, tudo é mais difícil e o esforço que nos é exigido para que mantenhamos um fio de coerência mínima com os nossos princípios e convicções torna-se uma tarefa gigantesca que nos desgasta e definitivamente desencanta.

E tornamo-nos todos maus actores de uma comédia rasca!

quarta-feira, abril 19, 2006

Absurdo


[930]

José: - Olha a Maria, tudo bem contigo?
Maria: Olá, nem por isso.
J: - Então porquê?
M: - Alguns problemas de família. Imagina que o meu pai separou-se da minha mãe. O meu avô está doente e a minha avó caiu da escada e fez uma fractura de fémur.
J: - Coisa chata, sim. E quais avós?
M: - O meu avô materno. A avó é que é a avó paterna. Também, estão ambos muitos idosos, como sabes…
J: - Sim, é a vida. Mas por que diabo os teus pais se separaram?
M: - Olha, nem sei bem pormenores, acho que o meu pai se terá revelado homossexual e acabou por ir viver com um tipo qualquer. Pensam até adoptar uma criança. O meu pai gostaria mais de um menino, mas o companheiro dele não sei…a minha mãe é que diz que não está para mais ligações afectivas e acaba por ficar a viver sozinha.
J: - É a vida…

Este é um diálogo “sinal dos tempos” mas, ainda sim, perceptível. Mas não chega. Zapatero quer aperfeiçoá-lo e adaptá-lo à modernidade e com os novos desígnios da sociedade. Acabar com o atavismo idiota da designação pai e mãe, impecilhos de uma situação que se pretende nova e de passo certo com a evolução e substitui-los por progenitor A e progenitor B. Daí que este diálogo, se aproveitadas e aprovadas as ideias do nosso vizinho primeiro ministro, poderá transformar-se, a breve trecho, no seguinte:


José: - Olha a Maria, tudo bem contigo?
Maria: - Olá, tudo, mas tenho tido umas complicações lá por casa.
J: - Então porquê?
M: - Algumas alterações na nossa célula social. Imagina que o meu progenitor A resolveu desligar-se do meu progenitor B. O meu progenitor A linha está doente e o meu progenitor B linha caiu da escada e fracturou o fémur.
J: - Coisa chata. E que progenitores linha?
M: - O progenitor A do meu progenitor B. O progenitor B linha é que é progenitor B do meu progenitor A. Também estão ambos muito idosos, como sabes…
J: - Sim, é a vida. Mas por que diabo se separaram os teus progenitores?
M: - Olha, nem sei bem pormenores, mas acho que o meu progenitor A encontrou uma nova orientação sexual e acabou por ir viver com um tipo qualquer. Pensam mesmo em adoptar um progerado. Não sei se A se B, o meu progenitor A gosta mais de progerados A’s, mas o companheiro não sei… o meu progenitor B é que diz que prefere viver só e não lhe apetece mais associações nem constituições de células sociais.
J: - É a vida...

terça-feira, abril 18, 2006

Insustentável leveza...


[929]

Estou a dias de dar uma saltada aos trópicos. Para além de conhecer o novo membro da dinastia espumante, vou em trabalho. Fico aliviadíssimo não ter que dizer a Guebuza que… pois, a Eduardo dos Santos que… não só e a M’Beki que… também. É a grande vantagem de eu ser um hipócrita cidadão sem as responsabilidades políticas de
Pacheco Pereira. Imagino-me a chegar a Luanda e, no meio de uma discussão de trabalho, dizer: - Pá, digam lá ao vosso presidente que vai sendo tempo de se fazer eleições.

Pacheco Pereira é inteligente, superdotado de cultura e conhecimentos históricos, tem uma capacidade única de exposição, mas é de uma inocência atroz em coisas tão comesinhas como o conhecimento do terreno que se pisa em África. Além de que demonstra um desconhecimento absoluto das realidades africanas. Estabelecer pontes de interesse económico e cultural e questionar a qualidade democrática de alguns países africanos cai muito bem mas Pacheco Pereira deveria ter a sensibilidade suficiente para perceber que não é possível. Pelo menos em simultâneo. De resto, não percebo bem os pruridos actuais em relação a Angola só porque José Sócrates lá foi e o silêncio cúmplice em relação àqueles que objectivamente contribuíram para a péssima qualidade (ou ausência) da democracia africana. Como “os nossos” Mário Soares, Rosa Coutinho e comandita. E a esses, sim, assentar-lhes-ia melhor a crítica que os salamaleques do costume.

Além de que não entendo bem este cuidado e exigência em relação aos Palop, ao mesmo tempo que se assiste à mais descarada lavagem de imagem do Presidente Lula, em curso no nosso país irmão brasileiro e nos círculos iluminados da Europa bem pensante. Ou, para ir um bocadinho mais longe, à Venezuela. À Bolívia. E, a curto trecho, no Peru. Tudo gente e sítios onde a democracia está prestes a dar um apreciável salto na qualidade!

E.T.Afinal lá saiu um post. A correr, mas saiu!

A correr...


Clicar na imagem para ver melhor

[928]


Não há nada a fazer. Estou a sair para o Porto (não liguem à hora da publicação do post que é coisa vedada à minha capacidade informática – acertar a hora da publicação dos posts, o que vos posso garantir é que é cedo, violentamente cedo…) e não sai nada. Nem com boa vontade.

Outra coisa em que não nada a fazer é sobre COMO se tira aquele inestético quadro de visitas que passou a figurar aqui no blogue. Eu só queria aquele quadro pequenino a indicar o número de visitantes on-line e apanho com aquele catrapázio a dizer que tive uma visita da Papua, 2 da Nova Zelândia e outra da Guiné Equatorial que é coisa que, como se calcula, me interessa imenso. Ainda por cima não é … “accurate”, já tive ocasião de observar. Entretanto a maioria dos bloguistas dispõe ufanamente do quadrinho das visitas on-line e eu… não.

Fui sempre assim. Quando há coisas que me parecem absolutamente irresolúveis, como mudar os plásticos de uma banheira de casa de banho, frequentemente me aparece alguém com a 4ª classe da tropa que me resolve o problema. Daí que estou com a esperança fundada que a Carlota, que tem muito mais que a 4ª classe da tropa e é expert nestas matérias (em plásticos de casa de banho, não sei, mas em informática, com certeza) me diga como é que se faz. Pelo que lhe ficarei antecipadamente atento, venerador e obrigado.

Foto (belíssima): Roubada ao Cidade Surpreendente

segunda-feira, abril 17, 2006

A minha contribuição

[927]

As Edições Praedicare e o Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa convidam para a sessão de apresentação do livro de André Azevedo Alves, «Ordem, Liberdade e Estado». Uma reflexão crítica sobre a filosofia política em Hayek e Buchanan, a ter lugar na Sala D. Henrique o Navegador, do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa (Palma de Cima), no próximo dia 18 de Abril de 2006, às 18.00 horas, com apresentação de Rui Ramos. A sessão será presidida por João Carlos Espada.




Weblogs: o autor/editor
21 de Abril, às 18h30, Biblioteca Municipal Central Palácio Galveias
- Entrada livre

Francisco José Viegas -
A Origem das Espécies
Catarina Campos -
100 Nada
Moderadora: Isabel Goulão -
Miss Pearls

Temas em discussão:
- a dicotomia autor/editor e a questão da validação dos conteúdos;
- novos caminhos da informação e de debate;
- o uso integrado das tecnologias ao serviço da criatividade;
- o uso de blogues na educação e no desenvolvimento do gosto pela escrita.


Amanhã não estou. À hora do lançamento do livro estou a sair do Porto de regresso a Lisboa... Mas no dia 21 lá estarei.

Fica aqui a minha modesta colaboração, divulgando os eventos.

Despertares televisivos


[926]

“Bom Dia Portugal”. Manhã cedo. E lá estava a repórter, genuinamente excitada, entrevistando o senhor comandante da huuh da força… huhh da brigada… huhhh da GNR responsável pela… huhhh... pela… para que o trânsito… huuhhh… se… huhhh manifeste o indíce…. huhh….. da …huhh… dos índices de segurança desejados. O tenente, acho que tenente, lá respondeu que a sinistralidade baixou, os mortos baixaram e os feridos também baixaram nesta operação da Páscoa que ainda se mantém em vigor e que os acidentes continuam a ser devidos ao excesso de velocidade, álcool e adequação da velocidade ao piso, condições meteorológicas e volume de tráfego (desta gostei).

Daí, a repórter salta inevitavelmente para um “senhor condutor” e, de microfone em punho, pergunta-lhe:

- O senhor saiu este fim de semana?
- Sim…
- E respeitou os sinais de trânsito, limites de velocidade e adequou a velocidade ao trânsito e evitou beber álcool?

Confesso que espero ainda antes de Portugal cumprir o défice e de os emigrantes deixarem de fazer vivendas com escadarias frontais às curvas, ouvir uma resposta a este tipo de perguntas inteligentes dos diligentes jornalistas, do género:

- Não, não respeitei coisa nenhuma, eh, eh, fui sempre a 200, por acaso inté estaba a chober mas os pneus ainda tinham um bocadinho de rasto e eu tinha de chegar a tempo ao jantar onde comemos e bubemos até ás tantas, enfiei-lhe uns copos balentes e ódepois a gente regressámos e eu binha cum grão na asa, mas conseguimos fintar a polícia que eu sei muito bem onde é que eles se acostumam de estar e eu aí avrandei, claro…

Mas ainda não foi desta. O senhor condutor tinha feito tudo à risca, cumprido escrupulosamente o código de estrada e disse tudo sem se rir…

domingo, abril 16, 2006

Esplanada Mental


[925]

O Esplanada Mental fez ontem um anito. A Lilla tem aquela arte de quase não se dar por ela e, pezinhos de lã, vai dizendo, vai escrevendo e todos vamos gostando. Porque ela o faz muito bem.

Parabéns à tua Esplanada e que contes muitos. Mesmo com pezinhos de lã, assim como quem não quer a coisa que é como as coisas, às vezes, são as coisas melhores entre as coisas que sabem bem.

Um beijinho amigo e

Tchin-tchin

Mais links

[924]

Está na altura de dar mais uma mexidela na lista dos links. Assim, acrescentei a referida lista com os seguintes blogues:

Papoila saltitante
Sharkassimétrico
Porque
Postais de BXL
A causa das coisas
Jornal vivo
Palavras de Ursa
Agripinas
Um amor atrevido
Batukada
A destreza das dúvidas
Perdido (Chuinga número perdi-lhe a conta)
Rita Rabiga

Entretanto mais alguns passaram para a secção RIP. A tal impermanência das coisas…

sexta-feira, abril 14, 2006

Boa Páscoa


[923]

Já li algures a relação entre os coelhos e os ovos na época pascal, mas confesso que não me ocorre. Sei é que os coelhos não põem ovos, mas deve haver uma relação qualquer. Também sei que cada português come um pacote de 200 gr de amêndoas no período pascal (provavelmente incluindo os cento e pico deputados faltosos) o que dá qualquer coisa como, ora deixa cá ver, 200 gr x 10.000.000 a dividir por cinco (António Guterres por andas tu? Ajuda lá a fazer as contas…), qualquer coisa, dizia eu, como 2.000 toneladas de amêndoas. Mesmo descontando meia dúzia de fabriquetas que foram fechadas há dias por indecente e má figura e falta de higiene, nada de grave, acho que as amêndoas andavam a ser feitas com produtos fora de prazo e no meio de porcarias pouco recomendáveis.

Bom, mas isto para dizer que até eu vou “pascar” para outra freguesia. Mesmo não sendo dado a estas coisas de coelhos (pobres bichinhos), amêndoas (muitos açúcares) e ovos (colesterol…), mas porque no fundo, as épocas festivas servem, talvez sobretudo para isso, para nos lembrarmos que temos família e amigos e para verter em todos nós uma pitadinha de intimismo, aqui deixo a minha sincera expressão de carinho, amor e amizade para todos quantos vão passando por aqui e que tenham uma Páscoa muito, mas muito feliz.

E Segunda-Feira cá estamos outra vez. Eu, pelo menos, estou!

quinta-feira, abril 13, 2006

A tragédia europeia


[922]

De leitura obrigatória
este artigo de Luciano Amaral no DN de hoje:

"Não é possível deixar de sentir uma certa melancolia perante o espectáculo político, económico e social que nos oferecem os grandes países fundadores do chamado "projecto europeu". A França, como recorrentemente o faz, lá saiu à rua para mais um psicodrama violento e folclórico. A Itália confrontou-se com uma escolha eleitoral inútil, de que resultou a ingovernabilidade virtual e um vencedor que será tão incapaz quanto o derrotado de enfrentar os problemas que a afligem. A Alemanha, depois de umas eleições inconclusivas, acabou no pastel da Grande Coligação, onde a timidez reformista da chanceler Merkel esbarra no obstrucionismo do SPD. Como pano de fundo, há a grave e, sobretudo, persistente crise económica e social que os três países atravessam.

Não foi por falta de avisos que não se conseguiu evitar o huis clos actual. Há já alguns anos que muita gente vem avisando para o desastre iminente. E também não será por falta de avisos que não se evitará uma situação ainda pior. Mas infelizmente os últimos anos têm visto a Europa ser progressivamente capturada por uma espécie de ideologia radical, sobre a qual talvez ainda não tenha sido notado o quanto diverge das reais fundações do dito "projecto europeu". Desde o fim da Guerra Fria que, libertos do ónus dos horrores do "socialismo real", os dirigentes europeus decidiram recuperar um discurso de alternativa ao "capitalismo". O "capitalismo", agora qualificado como "selvagem", "neoliberal" ou "globalizado", seria a ideologia da "América", entendida como horizonte onírico negativo, feito de barbárie social, brutalidade e analfabetismo. Na Europa, pelo contrário, existiria um "modelo social", que não deixaria o "mercado" tomar completamente de assalto o conjunto da sociedade. Na Europa, para além disso, imperaria o espírito de concórdia entre os povos, contrariamente à insensibilidade e ferocidade americanas face ao "outro".

Dotados desta boa consciência, os dirigentes europeus permitem-se tomar as acções mais inusitadas. Quando tentam impedir a aquisição de empresas nacionais por empresas de outros países europeus (como no caso da Suez e Gaz de France, para evitar a OPA da italiana Enel sobre a primeira, ou no caso do bloqueio pelo Governo espanhol da OPA da empresa alemã E.On sobre a Endesa) é como se não percebessem a origem do "projecto europeu", a qual foi a liberdade económica. A actual UE começou como CEE, essencialmente uma área de livre-câmbio (ou, para sermos mais precisos, uma união aduaneira), que deveria funcionar como exemplo contra as restrições à liberdade económica tanto do socialismo como do proteccionismo ocidental dos anos 30. Quando insultam a América, a propósito da guerra ao terror, é como se não percebessem que o "projecto europeu" é em larga medida uma criação americana. A CEE nunca existiria sem as pressões americanas a seguir à II Guerra Mundial para que os europeus criassem mecanismos duradouros de cooperação institucional, política e económica que fossem capazes de evitar a repetição do espectáculo suicidário das duas guerras mundiais. Quando insistem de forma maníaca na redacção e imposição de uma (dita) Constituição Europeia, que os povos europeus não quiseram e não votaram, ou quando votaram (como em França e na Holanda) recusaram, é como se não percebessem que a UE é uma união de Estados democráticos nacionais, que só podem dar saltos qualitativos como aquele através de decisões de democraticidade inquestionável.

Eles não percebem que, ao mesmo tempo que pretendem apresentar a Europa como um bloco alternativo à América e ao "neoliberalismo selvagem", estão precisamente a destruir o projecto político europeu. A Europa, para ser a tal "Europa unida" que nominalmente tanto delicia os seus responsáveis, tem de ser um espaço democrático marcado pela liberdade económica e uma ligação significativa à América. Sem a existência de uma dimensão institucional mínima de onde as rivalidades nacionais desapareceram (ou onde atingiram um determinado consenso acerca da área e do grau nos quais não se fazem sentir) e sem uma presença americana mínima, o "projecto europeu" tal como o conhecemos não existe. Pode até ser que queiramos que deixe de existir nesses termos. Mas então convém perceber que se estará a fazer algo de diferente daquilo que se quis fazer a partir de 1945. E convém também perceber que, se se quer fazer agora algo de diferente daquilo que antes se quis fazer, as condições do consenso atingido até agora também mudam, e que, se as condições do consenso mudam, então os diferentes países vão começar a quebrar (como já estão a fazer) as regras do consenso anterior.

Não é realmente bonito o espectáculo desta Europa refém de uma clique radical que, dizendo que o quer continuar e aprofundar, pouco mais faz do que destruir o projecto pacientemente construído nos últimos 50 anos. Os resultados disso já são maus. Mas não nos assustemos, porque podem vir ainda a ser piores."


Luciano Amaral escreve também n'O Insurgente

Os filhos da terra


[921]

Mais de metade dos deputados antecipou as mini-férias das Páscoa. Na última sessão, os trabalhos já não se realizaram por falta de gente e Jaime Gama se ter visto na necessidade de adiá-la.

Deve ter ido tudo à terra, comer folar e tomar umas democráticas bicas com os conterrâneos que lhes vão chamar senhor deputado por uns dias e reverem-se, com um orgulho reverente, nos filhos da terra.

Este País está, realmente, grunho
.

Foto: Café Domingues, Valongo

New Sins on the Block


[920]

A acreditar na RTP (desconfiei sempre do tom melífluo da voz daquele fulano que todos os dias nos conta e nos canta a nossa -europeia, ocidental- própria decadência e nos actualiza sobre o acordar dos americanos a desfiarem as malfeitorias que vão cometer nesse dia, isto no “Bom Dia Portugal” de todos os dias), a Santa Sé catalogou (é o termo) mais três pecados para a época Pascal. Então, ler jornais, ver TV e navegar na net são os três novos pecados que deveríamos substituir pela leitura da Bíblia.

Eu acho que a coisa não deve ter sido dita assim, com esta crueza, porque a RTP, vigilante extremosa da correcção dos nossos caminhos, tem o péssimo hábito de enfeitar as notícias que lhe interessam com aquele toque de dramatismo e prenunciador do fim do mundo ocidental, mas o essencial fica. É pecado ler jornais, ver TV e mergulhar o nariz nos blogs.

Torna-se para mim claro, pecador inpenitente e sem direito a recurso a uma instância piedosa que possa aproveitar uma pitadinha de bondade que, estou certo, me circula ainda nas veias e me converta à substituição dos jornais deste fim de semana, do GP de San Marino e de um blog ou outro que (ainda) me tira do sério, por um par de horas de leitura da Bíblia, que estou condenado ao negrume do pecado, a avaliar por esta nova classificação. Logo mais três.

A juntar àqueles que eu já sabia e em que sou reincidente, tenho por certa a grilheta de uns quantos diabinhos a picarem-me as nádegas (o que, em versão soft, poderia até ser uma ideia aceitável e apelativa mas, daquela forma "demoníaca", no mínimo dói e não deve dar gozo nenhum…) e a esturricarem-me no fogo eterno do castigo.

NOTA: Quem me conhece, sabe bem que se há coisas onde coloco o meu genuíno respeito é na fé e nas convicções religiosas de cada um. Quem não me conhece, que o fique a saber. Mas esta dos três novos pecados, à laia de lei aprovada para promulgação pelo Altíssimo é ridículo. Depois queixam-se…

quarta-feira, abril 12, 2006

Preocupados


[919]

Soa um bocadinho a toque a rebate. Nos últimos tempos assiste-se a um rosário de opiniões, mais ou menos credíveis, mais ou menos consistentes, mas todas elas convergindo no reconhecimento de que na Europa se tem produzido numa forma utópica e suicida de análise dos vários fenómenos que têm condicionado aquilo que eu consideraria de condição europeia – coisa que me parece ainda existir, tanto como a asiática, africana ou americana, para citar só algumas e sem receio de suscitar estremecimentos morais das consciências correctas do costume.

O último debate entre Fátima Bonifácio, António Barreto. João César das Neves e o Cardeal José S. Martins no “Prós e Contras” é um bom exemplo do que digo. É necessário vincar a excelência da intervenção de António Barreto e de João César das Neves, independentemente da bondade dos respectivos conteúdos.

Este post do
RAF no Blue Lounge parece-me de grande lucidez também e aqui fica o respectivo link para quem, eventualmente, o não tenha lido.

terça-feira, abril 11, 2006

Bonitos e engatatões


[918]

Como estou a trabalhar (os homens bonitos também trabalham) só consegui dar uma "oftálmica" em diagonal (os homens bonitos também conseguem fugir da matriz estereotipada do engate grunho de que aqui se fala e desarrincar umas tiradas destas) a
este post e a este.

Assim de repente, o que me parece é que "isto" está a chegar a um ponto em que as mulheres dizem o que lhes apetece e sobra-lhes tempo. Mesmo se feias (que não sei se é o caso…) ou impermeáveis ao engate blogoesférico (e também desconheço se a situação é aplicável). E não pode ser. Homens desta Blogos uni-vos. Pelo menos os que não são feios e os que engatam sem recursos a "bites blogosféricos" (eu sei que ser bonito e aceitavelmente engatatão - leia-se inteligente - reduz muito o leque, mas tenho a certeza que alguma coisa se há-de arranjar). "Unide-vos" e parem este tratamento desprezível sobre duas das nossas mais estimáveis benfeitorias: - a beleza física e uma forma civilizada de engate. "À uma" porque não há tantos homens como isso e as mulheres têm claramente de alargar a sua parametrização de análise, que isto anda mal para todos. "À outra" porque se mesmo com formas grunhas de engate blogosférico a coisa resulta (e aqui, com este olhos que a terra me há-de comer, eu já vi tanta coisa que contado não se acredita…), imagino que com formas mais sofisticadas, humores mais finos e tiradas mais inteligentes, os resultados práticos (e estou a falar objectivamente de engate) da coisa poderão descer a níveis pouco desejáveis.

Mas agora não dá. Um dia voltarei a este assunto com mais vagar... porque "elas merecem". Como a Andie Mac Dowell. E se não perceberam o humor desta última frase ou se não sabem quem é a Andie MacDowell, considerem-
se fora do meu círculo de putativos engates.


NOTA:
Telefonei a uns quantos bloguistas bonitos a pedir uma foto para ilustrar o post, mas sem resultado, não me ligaram nenhuma. Acabei por fazê-lo a umas bloguistas e recebi 124. Escolhi esta e ainda bem, confesso que teria mais dificuldade em acertar com uma foto de um homem bonito

segunda-feira, abril 10, 2006

Não há pachorra...


[917]

Diabos me levem se a França não me transporta a uma visão de um jogo de futebol na Invicta em que, de repente, os superdragões entram no terreno, dão uma carga de porrada em toda a gente e comandam eles o jogo, com as regras que eles lá bem entendem. No fim toda a gente perde e tem de vir uma equipa de baseball dos States levar o pessoal às urgências.

Já a Itália me mereceu reflexões quase constantes durante todo o dia de hoje. Independentemente de Berlusconi já fazer parte do meu imaginário como o maior padrinho vivo da Itália, dada a mentalização de que sou alvo, em regime de permanência, andei até às 19:30 a ser martelado com notícias que Prodi ia ganhar aquilo tudo. No Senado e na Câmara. Às 19:31 já não era bem assim e há dez minutos parece que as indicações são que Berlusconi venha a ter a maioria absoluta para os dois órgãos. Pelo menos di-lo
quem percebe mais disto do que eu.

Donde me parece que lá (em Itália), como cá, há sempre duas eleições distintas. Umas, feitas pelos jornalistas, nas quais eles se divertem imenso. Outras, são as dos votos. Felizmente, as que contam.

Não há pachorra!...

Palmatória, já


[916]

Esta histeria corrente à volta dos fumadores e o culto do politicamente correcto (sempre ele…) faz-me sentir que mais do que a saúde de quem quer que seja, do que verdadeiramente se trata é de um exercício de poder por meia dúzia de reizinhos que fora dos cargos públicos ou políticos jamais conseguiriam exercê-lo. Na maior parte dos casos porque não têm capacidade para isso.

Alguém está verdadeiramente interessado ou preocupado que eu morra de cancro de pulmão? Ou isto tudo é o resultado de um verdadeiro “aleijão” de alguns (muitos) elementos da sociedade que se acham no direito e na inalienável prerrogativa de analisar e postular sobre o comportamento de cada qual?

Porque é que não ilegalizam o tabaco? Entretanto legalizam as drogas leves e vai dando uma coisa para a outra. Porque, curiosamente, muitos dos que querem a legalização das drogas leves são exactamente os mesmos que acham que devem reger o meu comportamento perante a sociedade onde estou inserido. Agora, inclusivamente, no seio da minha própria casa, como já se ouve por aí na televisão.

P.S. Para aqueles que acharem que estou a puxar a brasa à minha sardinha devo dizer que não sou fumador.

domingo, abril 09, 2006

Lá foi ela...


[915]

Lá foi
ela. Telefonou há pouco. Bem disposta e com aquela voz que eu reconheceria entre um milhão, a dizer que chegou e que está tudo bem.

Ainda ontem me cabia no antebraço quando a embalava às escondidas da mãe (para ela não se habituar…) e hoje mete-se no carro mais uma colega e vai para 300 km daqui para mais uma escavação.

A casa está mais silenciosa, mais desinteressante e até o telefone deixou de tocar…

Pânicos


[914]

Ó
Rititi, eu não tenho útero, por isso não sei bem como corresponder ao teu cordial convite. Mas tenho vísceras, que são coisa comum de dois, logo isentas de lucubrações sobre o género e uma víscera que se preze pode causar um pânico que se veja, sem ser necessário recorrer ao útero e outros artefactos muito vossos e que vos ficam muito bem mas que não me causam pânico nenhum. Assim um bocadinho como a próstata nos homens que, por sinal, me traz já à ideia o primeiro pânico:

1 – De cada vez que faço um check-up (normalmente de dois em dois anos) e reparo que o médico começa a calçar uma luva e me diz: - Ora desta vez vamos lá fazer palpação para ver a consistência do tecido. É aí que os dedos do homem me parecem de gigante, disformes, peludos e monstruosos.

2 – O pânico 2 é quando tenho de ir a casa da minha santa mãezinha, o que significa que tenho de percorrer a segunda circular. Sou de imediato acometido de um pesadelo em forma de milhares de condutores de veículos comerciais, daqueles de rede ao meio, que serpenteiam pelo tráfego até um deles se esborrachar completamente contra o meu carro, o condutor sair do meio das latas e dizer-me: - Ó amigo, tou a trabalhar, porra, não podia sair do caminho?

3 – Tenho pânico de discussões sobre o género. Sobretudo com mulheres mais inteligentes do que eu, o que é uma situação fácil. É que aquilo que para mim não chega sequer a constituir problema, às tantas torna-se em putativa e acalorada troca de argumentos, sobretudo quando eu não apresento argumentos nenhuns pela simples e liminar razão de que concordo com tudo mas a minha interlocutora mete o turbo e tem que me explicar coisas que, para mim, estão resolvidas e enterradas e, mais do que isso, em arquivo morto.

4 – Tenho um pânico de estimação. De que Guterres venha um dia a vencer as presidenciais. É um odiozinho de estimação, em sintonia com uma possibilidade muito viva de isto vir a acontecer. E eu não gosto daquele jeito dele de estar permanentemente a afagar a melena. Há coisas que "não se me encaixam". Se eu acho esquisito um homem achar esquisito que se tire a carta e compre um carro, porque não haverei de achar esquisito que Guterres afague a melena per-ma-nen-te-men-te?

5 - Tenho pânico da morte. Acho que é uma estupidez morrer-se. Pelo menos tão cedo. Acho que o homem deveria viver 300 a 400 anos. Sério. Eu sei que vivendo oitenta ou noventa já é uma complicação por causa de se arranjar o dinheiro para a reforma e manter o estado social sem CPE e assim, mas alguma coisa se havia de arranjar…

E posto isto, passo, cordialmente (!...) esta cadeia para a
Formiga (desculpa lá, desta vez tem de ser, já são horas…), para a Carlota (nunca te passei destas coisas pois não?), a MissM, ao Bekx e à Ana.

sábado, abril 08, 2006

É o que me ocorre


[913]

NO COMMENTS

sexta-feira, abril 07, 2006

Down a lion, feel satisfied


[912]

Acabaram-se as lampionices adventícias das Quartas-Feiras. Agora é a sério. Não há cá mais baldas, muito menos mariquices de que somos todos portugueses brebéubéu, temos de tratar de coisas sérias.

O leonino estágio já começou, como se pode ver pela imagem (para quem não saiba, o leão pode copular 75 vezes num período de 24 horas e esta não aprendi no Google, li mesmo, escrito por quem sabe… da poda!) e logo à noite, das 75 chegarão duas ou três para pôr os tripeiros em sentido que já demos avanço de mais.

Bobby, Tareco, busca, dá-lhe no focinho


[911]

Há pelo menos dois jornais diários hoje, cuja notícia de primeira página é a namorada de Pinto da Costa a queixar-se de que ele lhe bateu. Logo a seguir, o espectro de os dois próximos candidatos a Presidente da República serem Guterres e Barroso. E logo a seguir, mas logo a seguir, um grupo de não sei das quantas que acha que Cavaco não irá conseguir a reeleição.

Eu ando um bocadinho em crise criativa. Os meus posts têm saído esparsos e de interesse duvidoso. Penso até encerrar para “descanso de pessoal” e depois logo se vê, mas também, uma pessoa acorda com duas estações de TV a fazerem uma leitura da imprensa do dia e apanho logo com esta da sova na Carolina… com que vontade é que se deixa aqui um post minimamente interessante, quando acordamos a reparar nos assuntos que interessam a sociedade portuguesa e na forma como ela é manipulada por uma comunicação social atenta, veneradora e obrigada?

E mesmo terem saído estas linhas foi só porque fiz a minha "early morning visit" ao
Lote e ouvi o Barry White!

quinta-feira, abril 06, 2006

Mais um



[910]

Ou melhor, menos um. As razões são fortes, ao que julgo saber, mas é pena. O
Acidental era uma leitura diária para mim e parece que para mais umas boas centenas de pessoas. Circula por aí um pequeno bruáá no sentido de que o regresso, de uma forma ou de outra, acontecerá. Oxalá que sim.

Felicidades para todos os
Acidentais e obrigado pela leitura que proporcionaram e pelas ideias que trouxeram a debate.

Gravura roubada do Portugal dos Pequeninos.

Traição


[909]

E quando eu pensava ter feito a minha acção de escuteiro, quando julguei actuar em obediência a um digno e incontornável imperativo de consciência, solidarizando-me com a lampionagem na "tragédia de Nou Camp", eis que falo com um amigo (julgava eu que bom, antes de me sentir cilindrado pela traição) que me diz que "afinal, no Sábado, o melhor mesmo é o Porto ganhar, porque não sei quê, não sei quantas, o segundo lugar está mais ao alcance que o primeiro (La Palisse não diria melhor…) e porque torna e porque deixa, assimcomássim o título já está muito longe e brebéubéu e o Sporting perdendo coisital, o esselebê ainda pode aspirar ao segundo lugar e touche touche, peixe é água".

Ora há alturas para tudo e sentir-me bandarilhado hoje foi coisa que não me passou pela cabeça (que é como quem diz, esta coisa do bandarilhar acaba por passar sempre pela cabeça, quer queiramos quer não, os homens é que não falam destas coisas que, segundo a
MissM esta coisa de cornos e bandarilhas é matéria reservada a blogues do gineceu) foi ser vilipendiado desta cornígena maneira, com um amigo a dizer que vai torcer pelo Porto pelas razões aduzidas (aduzidas – ando a ouvir demasiadas vezes os porta-vozes dos Partidos) acima.

Ora eu que até achei que o Benfica não jogou nada, que aqueles tipos se atrapalham com a bola, que ainda estou para perceber é como é que só perderam por dois, que o penalti existiu mesmo mas não tinham nada que marcar e que não marcaram aquele outro que o árbitro fez de conta que não viu quando o Luisâo se "amandou" para o chão e excutou uma magistral defesa em mergulho, que achei que ver o Beto jogar nos lembra logo aquela máxima que "quem não sabe comer até os dentes atrapalham" (não é bem assim, mas isto é um blogue de machos e eu não quero cair naquelas ordinarices que a
MissM disse), que fiz, enfim, a catarse da minha condição de leão impoluto (down a lion, feel satisfied…) que cumpriu o dever patriótico de sofrer um bocadinho pelos lampiões, sou, de supetão, confrontado com os "interesses instalados", que é uma coisa agora muito em voga, isto dos interesses instalados e ouve-se imenso nos Foruns da TSF.

Traição pura, é o que é. E dura. Que nem cornos (com licença da
MissM).

quarta-feira, abril 05, 2006

Afinal...

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Esta é, de longe, a mais assertiva análise futebolística que li nos últimos anos (desde sempre?) sobre um jogo de futebol:


adenda (21.47): e ganhou a equipa cujos jogadores sabem passar a bola uns aos outros...

Refere-se ao Barcelona x Benfica de há pouco. E eu que pensava que a IO era uma pessoa limitada, coitada, que só percebia de literatura, política, cinema, política, arte, política, economia, política, Irish malt and breweries, política e assim…