segunda-feira, maio 30, 2016

As manifestações que os socialistas não gostam, exprobram e combatem



[5407]

Apalavra de ordem por aí é a de que se quiser um colégio privado para os seus filhos, pague-o. Em primeira análise, eu não poderia concordar mais. Mas…

1 – Foi o Estado que achou (e bem) que na luta contra a iliteracia e analfabetismo, havia que deitar mãos de custos específicos para contratar escolas privadas;

2 – Aceito que tenha havido e haja compadrio na consecução destas medidas. Provavelmente não tanto quanto o compadrio que existe nas escolas públicas, na atribuição de lugares e na criação de postos de trabalho;

3 – É imperativo manter as crianças A SALVO de uma clara estratégia dos comunistas que, vá-se lá saber como, conseguem manter figuras-chave nos destinos da educação, como seja um sinistro Nogueira, uma excrescência viva de um sistema  que insiste em pastorear o povo, dizer o que ele fazer e como deve ser e nada melhor do que começar esse exercício logo de pequeninos. Porque não há direito que os menos endinheirados tenham de sujeitar os filhos à pobreza e atavismo, única forma de os comunistas manterem o controle das massas (e, já agora, das massas).

Isto é claro como a água e é absolutamente lamentável que se use o conceito fácil de que se queres bom, paga e não esperes que seja o Estado a pagar. De resto, antes isso que pagar pela estultícia, mesquinhez e fanatismo de quem acha que deve mandar na educação. Não deve ser muito difícil fazer contas e ver o que fica mais barato. E, em qualquer dos casos, insisto, há que manter as crianças livres e educadas a ser livres e respeitarem o primado do individualismo por forma a que elas estabeleçam os seus próprios parâmetros e matrizes de vida e possam livremente optar pelo que entenderem. Inclusivamente ser comunistas. Ou padres.

Não é aceitável, repito, que tenhamos caído nesta situação em que estamos a ser tragicamente guiados por um grupelho de fanáticos que conduzem este país a um trilho de miséria material e espiritual. Muito menos que gente inescrupulosa e estranha, como o actual primeiro-ministro que, por desígnios até difíceis de entender, se propôs usar os artefactos da legitimidade política que temos (e respeitamos) para fazer geringonças e nos submeter a esta dolorosa via de tragédia.


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sábado, maio 28, 2016

Crossed my mind



[5406]

1 – Um primeiro-ministro useiro e vezeiro em baixarias como a de ontem no Parlamento, quando se lembrou de dizer que Passos Coelho procurava objectivamente prejudicar a Grécia para que Portugal pudesse surgir melhor colocado, só pode ser um fulano de mente obscura e formatada em sacanice, mesquinhez e mal dizer;

2 – Não me admira, assim, que ele seja capaz de manobras mirabolantes como promover uma reunião FINAL com o sindicato dos estivadores onde haveria uma data limite. Mas Costa tem tanto de esquemático como de mente quadrada (pode ser até dos tempos da Quadratura, aquilo pega-se…) e daí que fiquei logo desconfiado quando percebi a firmeza com que ele declarou (berrou, ele não declara, não fala, ele berra…) que o acordo teria de ser alcançado hoje (ontem);

3 – Após uma reunião de 15 horas, o acordo chegou. Arrepio-me só de pensar sobre as vezes e a intensidade com que vou ter de ouvir Costa e os seus rapazes afirmarem que Passos Coelho não conseguiu acordo durante 4 anos e eles agora, de uma penada, resolvem a coisa.

4 – Não esquecer o empolamento dado pela comunicação social aos prejuízos causados pelos estivadores e até a gravidade da coisa, usando a Madeira e Açores como arma secreta, como no futebol;

5 – Quero ver como o PSD vai agora descalçar a bota. Se e quando um dia for governo, o sindicato (entenda-se o PCP, via CGTP) vai atacar de novo e o povo recordará com saudade os dias em que o PS fazia reuniões de 15 horas e resolvia os problemas.

Posso até estar a fazer filmes mas, como digo no título, são aspectos que cross my mind. O PS é capaz de tudo. O PCP ainda é capaz de mais “tudos” que o PS. E a verdade é que sinto que estamos reféns de uma situação meticulosamente preparada para que tudo fosse resolvido numa data limite que Costa, tonitruante, apregoou ontem no Parlamento. Sem pejo nem vergonha em alinhar naquilo que me parece um bem elaborado plano para que continuemos nas mãos dos últimos e lídimos seguidores do marxismo-leninismo (Estaline já não, Nogueira diz que ele foi um assassino) da União Soviética.

É… posso até estar a fazer filmes. Mas correu tudo tão bem que isto só pode mesmo é acabar mal.


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sexta-feira, maio 27, 2016

Bastardices



[5405]

Às vezes quedo-me pensativo, questionando a minha capacidade em processar o sentido de humor que campeia pela nossa comunicação social. Direito ao assunto, o repórter de serviço da TVI24, ao fazer uma breve peça sobre a abertura da Feira do Livro, referiu haver bastantes autores estrangeiros e deu como exemplo, pegando num livro do autor americano Richard Ford (não, não é o filho bastardo de Richard Nixon e de Gerald Ford, é o autor de "O Dia da Independência"). Em parêntesis nada que me tenha vindo à cabeça mas, literalmente, o que o repórter afirmou na apresentação de Richard Ford. 

Tomei nota de que provavelmente, Nixon e Ford devem ter algum filho bastardo, mas que não é o escritor em causa.


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A graça e o tique



[5404]

Ontem abriu a Feira do Livro em Lisboa. Lá fui cumprir uma certa peregrinação e confesso que me desiludiu um pouco a ausência de novidades. Mas fica o sol, fica o enquadramento único daquela parte de Lisboa, ficam as pessoas percorrendo os stands, fica aquela sensação de paz que releva da consulta de vários autores expostos e de uma ou outra novidade, sobretudo em matéria de biografias.

E fica o sol. Aquele sol radioso que filtra e produz a mais vívida luz que alguma vez encontrei em várias cidades que conheço. Mas faltou qualquer coisa. Porque este ano, a Feira, por muito bonita que esteja (e glosando um tal de João Maria Tudela cantando sobre Moçambique), por muito bem que o sol lhe fique, faltou-lhe a graça e faltou-lhe o tique dum sorriso de mulher.


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quarta-feira, maio 25, 2016

Pois...

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[5403]

Vem-se agora a saber que o ministro da educação beneficiou de bolsas de estudo que lhe permitiram o acesso a universidades dos EEUU, Reino Unido e, salvo erro, até em Espanha.

As pessoas admiram-se, primeiro, e indignam-se depois com a desfaçatez e hipocrisia com que ele se comporta agora perante o modelo de educação que preconiza, promove e patrocina no seu consulado ministerial. Não vejo bem porquê. Este Tiago Rodrigues é um exemplo acabado do miúdo mimado, de ascendência progressista e correcta que acha ser predestinado para monitorizar o homem novo no tempo novo que temos de ser e a que temos de pertencer.

É uma situação frequente no Portugal de hoje, daí os grupelhos folclóricos que, sem saber bem como, se alcandoraram ao poder e se dedicaram à série de diatribes a que temos assistido e que nos levará, de novo, a uma situação económica insustentável e a uma acelerada erosão do prestígio que recuperámos em tempos recentes.

Também aleija verificar que com tantos doutorandos no exterior, às nossas custas, continuamos a ostentar aquela matriz parola e pesporrente que, ao que parece, nos acompanha, fez ontem 873 anos.


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terça-feira, maio 24, 2016

Por causa das moscas...



[5402]

Ainda falando de moscas… esta manhã a SIC exibiu uma pequena peça, na qual o ecologista Van der Bellen fazia uma pequena alocução sobre a sua difícil vitória nas eleições austríacas. A páginas tantas, ele refere-se ao super, híper, extra nacionalista, xenófobo, nazi  Hofer e dá para perceber que lhe vai endereçar um cívico cumprimento de elegante cortesia pelo embate eleitoral. É aí que a SIC corta abruptamente a emissão. Por causa das moscas…


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Da conveniência dos costumes bizarros



[5401]

Hei-de confessar que me agrada esta técnica do FB nos avivar a memória com posts escritos há vários anos.

Este post das moscas parece-me divertido, ao mesmo tempo que me mostra como passados cinco anos tudo continua na mesma. As moscas, os homens comedores de moscas e as mulheres que guiam (ou gostariam de) viaturas. O que muda um bocadinho é esta estranha complacência da Esquerda para com regimes bizarros, desde que eles representem como que uma espécie de artefacto político para partir as fuças à Direita (expressão uma vez usada por um homem que o nosso presidente Marcelo classificou ontem como o mais brilhante político da era dele e o mais amado primeiro-ministro português). Presumo que Marcelo se referia aos portugueses de Esquerda, porque os de Direita deverão ter o cuidado de manter as fuças a precato, não vá Guterres chatear-se.

Ah! E em Riad ainda há pragas de moscas, que eu sei.


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segunda-feira, maio 23, 2016

Os afectos de Marcelo



[5400]

“Já disse várias vezes que o engenheiro António Guterres é a figura mais brilhante da minha geração e considero que ele foi, porventura, o primeiro-ministro mais amado de Portugal”

Marcelo Rebelo e Sousa

Almocei sozinho e fui lendo as gordas do DN, avulso. Tropecei nesta pérola, logo agora que tenho andado retirado das escritas (o que me faz recear que a opinião de Lobo Antunes sobre Pessoa trasponha as barreiras entre os génios e as pobres criaturas que escrevem modestos blogues).

Voltando à pérola, li aquilo e senti que Marcelo tentou fazer de mim um idiota, coisa que, confesso, não me dá jeito por aí além e que particularmente me irrita. Para além de que em matéria de brilho, eu, que até sou, mais coisa menos coisa, da idade de Marcelo, conheço um punhado de políticos cujo brilho faria parecer Guterres um bafo de CO2 numa vidraça fria, numa fria tarde de Inverno. Já o pormenor de ser amado, há gente para tudo

É por estas e por outras que eu acho que isto está tudo ligado.


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quarta-feira, maio 11, 2016

Farto disto



[5399]

Faz hoje exactamente cinco anos (FB dixit) que escrevi este post. Curioso que já há cinco anos eu me sentia espartilhado pela acção de um Sócrates de má sina e eu não sabia ainda da missa a metade. Hoje reparo que voltei a este sufoco socialista e que me leva a escrever (pouco e sem paciência) sobre eles, mas só sobre eles, o que torna este blogue particularmente desinteressante. Esta colecção de socialistas (?) que parece apostada em desfazer o que, aqui e ali, se faz bem, em complicar, desfazer, em estilhaçar o nosso conforto, a nossa segurança e o nosso prestígio. Gente sem preparação, obcecada com ideologias apócrifas e sem qualquer respeito pela identidade individual dos seus concidadãos, com a ideia perene e atávica de igualitarismo mas onde eles, bem entendido, possam postular como os homens do leme, para o que se julgam especialmente destinados.

Nada de muito novo afinal. Tivemos já varias experiências na História e deu no que deu. Tudo ruiu, mas ao custo de milhões de vidas. Mas isso não conta para esta gente eivada de ódio (é ver a expressão raivosa de Nogueiras, Avoilas e semelhantes), de arrogância (as Catarinas, Mortáguas, Rosas e comandita), de ignorância e idiotia (o homem da educação cujo nome não me ocorre, Tiago qualquer coisa, mais o jovem da barbicha que senta ao lado de Costa e que jurava que não pagava e que rebentava com os alemães), a parolice enquistada dos Césares com cheiro e sabor a queijo da Ilha e, finalmente, o rebanho acéfalo e pateta dos meninos do coro do Amém, assim seja e assim é que é.

Há cinco anos ainda me dava para desabafar um pouquinho com um post modesta e razoavelmente interessante, glosando o desencanto com Sócrates. Hoje, nem isso. Farto desta trupe, farto disto tudo. Tivesse eu menos vinte anitos e de há muito que respiraria outros ares.



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segunda-feira, maio 09, 2016

As voltinhas do Marão




[5398]


"José Sócrates, prime minister, has chosen to delay applying for a financial rescue package until the last minute. His announcement last week was a tragi-comic highlight of the crisis. With the country on the brink of financial extinction, he gloated on national television that he had secured a better deal than Ireland and Greece. In addition, he claimed the agreement would not cause much pain. When the details emerged a few days later, we could see that none of this was true. The package contains savage spending cuts, freezes in public sector wages and pensions, tax rises and a forecast of two years’ deep recession.



You cannot run a monetary union with the likes of Mr Sócrates, or with finance ministers who spread rumours about a break-up. Europe’s political elites are afraid to tell a truth that economic historians have known forever: that a monetary union without a political union is simply not viable. This is not a debt crisis. This is a political crisis. The eurozone will soon face the choice between an unimaginable step forward to political union or an equally unimaginable step back…"

A 9 de Maio, faz hoje exactamente cinco anos, escrevi este post (deferência do Face Booka propósito do artigo abaixo do FT.

É uma vergonha nacional que Sócrates levou a rir, ao mesmo tempo que ia curtindo o dinheiro que o amigo lhe dava. O resto da história, nós sabemos.

Cinco anos depois, um primeiro-ministro sacado das circunvoluções estranhas da legitimidade democrática tem a lata de levar o energúmeno ao Marão para inaugurar um túnel rodoviário. No fim da risada e salamaleques os comentadores costumeiros e a CS acharam que o que realmente interessou se centrou no facto «inaceitável» de Passos Coelho ter faltado à função.

Chegámos ao ponto zero da vergonha. Antes de criticarmos os episódios mirabolantes dos futebóis, devíamos pensar em Costa. Aquele que a Comunicação Social determinou ser um homem com grande capacidade negocial.


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domingo, maio 08, 2016

Tunneled






[5397]


Ainda a propósito da inauguração do túnel do Marão, Pedro Passso Coelho é (sempre foi) um inábil. Talvez ele tenha pecado por omissão, devia ter dito «nunca inaugurei nada na companhia de inocentes até condenação transitada em julgado por roubar milhões aos seus cidadãos e por ter sido responsável por um trágico desenvolvimento da nossa situação financeira e pelo nosso prestígio internacional». Assim, ficaria mais completo.

Pasmo em verificar que de três pessoas comentáveis, Costa, convencido pela prestimosa Comunição Social que é um excelente negociador e que resolveu abastardar o acto enviando convites improváveis, Sócrates por ter aceite e Passos por ter recusado, Passos perfilou-se rapidamente como o mais comentado. O homem (Passos) deve ter mesmo algum valor intrínseco, para ser, de imediato, eleito como o mais comentado. Eu sei que os seus inimigos não lhe perdoarão nunca ter sido um homem sério, abnegado, com compostura e com um elevado sentido de Estado que tentou e conseguiu, na justa medida das suas aptidões e limitações, o que estava ao seu alcance para devolver aos portugueses o que lhes tinha sido roubado. Quanto mais não seja pelo contraste gritante com as trágicas políticas dos seus próceres – muitos deles, como Sócrates, extractos de um caldo labrego e maniqueísta para os quais o «Reino da Luz» se corporiza no chico-espertismo e o «Reino das Sombras» na mole idiota e ovina de quem se saca o que se puder, que a hora é curta.

O episódio do Marão envergonha-me. Fatalmente, do que mais se falou foi da recusa de Passos Coelho.





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quarta-feira, maio 04, 2016

Quem se mete...



[5396]

Que os socialistas não sabem/não querem viver em liberdade é para mim, de há muito, um facto consumado. Que eles reduzam a liberdade a tratos de polé usando precisamente o argumento da liberdade é do domínio factual e já nem penso muito no assunto. Limito-me a aplicar a noção de tolerância que releva, exactamente, do conceito da liberdade plena que os socialistas não sabem/não querem ter.

Mas convenhamos que, frequentemente, a tolerância exige esforços adicionais quando figurinhas como as que recentemente se evidenciaram no ataque soez a José Rodrigues dos Santos a propósito de uma peça de informação que reflectia, com verdade insofismável, a criminosa actuação dos socialistas a partir de 2011 e que nos levou ao estado a que chegámos, se permitem as tropelias habituais. Galamba dispensa comentários, basta vê-lo diariamente nas doses generosas que as TV’s nos oferecem e tirar-lhe o retrato, José Magalhães é aquela figura irrascível com palavrório próprio (um vocábulo que ele próprio utilizou no opróbrio de José Rodrigues dos Santos que apenas cumpriu a sua tarefa) e Tiago Barbosa Ribeiro é um garoto mal formado e malcriado que, entre outras coisas, já se lembrou até de chamar gangster aoPresidente da República.

É o socialismo no seu melhor. No fundo, este sarrabulho de reacções não é novo. Se Sócrates era mais eficaz nas suas acções para liquidar aqueles que ousavam chateá-lo, os seus actuais discípulos têm uma forma quiçá mais desabrida e imbecil para o fazer. Frequentemente com um sorriso permanente à la A. Costa, mesmo quando invectiva um jornalista saído de trás de um carro.



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terça-feira, maio 03, 2016

É hoje. Vem aí o pandemónio das obras no Eixo Central




[5395]

Os lisboetas não têm por que se queixar. Foram eles que puseram Costa na Câmara. O homem subiu na vida e apanhámos com Medina. Tudo legal, tudo legítimo. Que Costa seja reconhecidamente labrego e inescrupulosamente ambicioso e Medina seja filho de um resistente do Estado Novo (não sei bem quem, mas não interessa, está no currículo do homem e essas coisas hoje enriquecem muito o currículo de cada qual) são um factor semelhante ao goal average do futebol. Os portugueses urbanos gostam destas coisas e continuam a ter uma pulsão clara pelo vocábulo socialismo. Cheira-lhes a justiça e a protecção parental e, assim sendo, votam em tudo o que cheira a socialista.

O resultado, entre vários resultados, está aí. Desta vez tem vindo ao de cima a clara ideia que esta gente tem do automóvel. Coisa de rico, coisa poluente, artefacto capitalista. Daí a mexerem com tudo o que possa complicar a vida aos carros, mesmo que nas capitais europeias o sentimento seja o oposto, vai um salto pequeno. Com a vantagem que as pessoas (lá está) gostam, mesmo que tenham de se apinhar cada vez mais nos meios de transporte e mesmo que aqueles que têm de usar as suas viaturas se espremam em filas compactas de trânsito.

É a vida, como dizia Guterres, é a vida como diz Costa. E, sendo a vida, vêm aí, de novo, o caos, a confusão, a trapalhada e uma possibilidade mais para este jovem socialista aumentar o seu grau de notoriedade, já que não sabem fazer mais nada que bulir com a paciência das pessoas, em nome das pessoas. Vamos ter mais espaço para as pessoas, mais árvores e menos espaço para estacionarmos e menos metros para circular. Mas, repito, a culpa é nossa. E se acaso nos indispusermos sempre que circulemos na Fontes Pereira de Melo, via Saldanha, lembremo-nos do paternal e profundamente estúpido conselho de Costa de que temos de nos habituar a andar de transporte público. Quando aprenderemos a eleger os nossos mandatários e convencê-los que somos nós que os sustentamos?


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domingo, maio 01, 2016

Aí estão eles de novo. Que nem praga do Egipto.



[5394]

E aí temos a febre outra vez. Que esta gente não brinca em serviço. Há cerca de um ano, as parangonas anunciavam o glifosato como potencialmente cancerígeno. A «coisa» abrandou, o glifosato continuou a ser o herbicida mais vendido e a população mundial beneficiou dos extraordinários resultados da aplicação de um dos menos tóxicos herbicidas do mundo. DL50 oral, rato=5.600 mg/kg, seguro para mamíferos, peixes e abelhas, não carcinogénico (US EPA categoria E), não mutagénico, destituído do desenvolvimento de toxicidade e com total degradação no solo em menos de 60 dias. Estes valores são atingidos pelas grandes empresas multinacionais através dos seus departamentos de pesquiza e desenvolvimento, por técnicos especialmente preparados para o efeito (cientistas, químicos, patologistas, botânicos, matemáticos e outra gente mais preocupada com a ciência e a tecnologia do que com o tempo novo) e aprovados e ratificados por organismos oficiais.

O glifosato é um produto de grande valor económico. Numa descrição muito sucinta, é um herbicida sistémico, de acção foliar, com translocação nas plantas tratadas e, consequentemente, atingindo o sistema radicular, evitando assim o desenvolvimento de um novo ciclo vegetativo. O glifosato foi, assim, substituindo com êxito e segurança evidentes produtos mais antigos com uma forte acção de choque, mas não evitando o recrescimento das plantas tratadas. Era o caso, por exemplo do paraquat, de resto com um grau toxicológico muito elevado e sem antídoto conhecido.

O problema é que o glifosato é um produto da Monsanto, a maior companhia do mundo na produção de sementes transgénicas e uma das maiores empresas de agro-químicos (agro-tóxicos, para a Esquerda). Logo, um alvo apetecível para aqueles apostados em destruir as economias (isso mesmo), não se importando, no caso vertente e noutros, com os resultados catastróficos que podem causar. E é assim, que em quarenta e oito horas se volta ao ataque. Depois de um ano de «pousio», eis que os paladinos do tempo novo e da saúde das borboletas voltam ao ataque. Nestes conta-se uma organização meio esquisita (como a Íbis, aquele pássaro do Egipto…), a Plataforma Transgénicos Fora, a sedutora Ségolène Royal, o (não tão sedutor) André do Pan (ainda excitado com as descobertas que fez sobre o Butão), o Capoulas Santos e, inevitavelmente, a nossa Comunicação Social que nas últimas horas nos metralha com os perigos do glifosato. Desde o aumento de mortos na Argentina por causa do glifosato, até às deformidades das borboletas que pousaram em flores de plantas tratadas com glifosato, passando pelo nosso distinto agrónomo e ministro de agricultura que vai mandar analisar as sementes de centeio. Não resisto a fazer uma chamada aqui sobre o facto de serem as borboletas que põem os ovos de onde nascerão as lagartas que virão a comer as culturas (há a polinização, não me esqueci) e que, no meu entendimento, um pé de centeio «atacado» de glifosato deverá, teoricamente, morrer antes de criar espiga. Mas eles lá sabem. Por mim, achei que devia fazer este breve resumo, em defesa de um dos mais eficazes produtos conhecidos no capítulo de protecção de plantas, contribuindo para a economia e para a alimentação «tout court» de milhões de pessoas em países subdesenvolvidos (*). E, já agora, vale  a pena ler alguns dos comentários da página do FB da tal Plataforma Transgénicos Fora. Absolutamente surrealista.


(*) Um pequeno exemplo: Há cerca de meia dúzia de anos, um grande rio africano foi infestado por uma planta aquática, o jacinto de água. A planta tem uma exposição de folhagem pequena à superfície da água e longas raízes submersas que podem atingir os dois metros de profundidade. Esse rio é muito rico em peixe, dieta básica de cerca de quatro milhões de habitantes ribeirinhos. Quando a infestação atingiu grandes proporções (quase que se podia caminhar à superfície do rio), essas populações sofreram um autêntico drama, já que a agricultura é quase inexistente (bordas do Saara) e o peixe é o seu principal alimento. Vários produtos foram experimentados, sem resultado, porque, sem translocação, não atingiam a raiz. O corte manual também nada resolveu porque as plantas «rebentavam» de novo. Finalmente optou-se pelo glifosato, com assinalável êxito. As populações puderam pescar de novo, comer peixes e sorrir outra vez. Não sei se, entretanto, alguém morreu de cancro. Mas não me consta. Talvez a Ségolène e alguém da Plataforma lá pudessem ir verificar, mas aviso que a temperatura atinge facilmente os 46º, há mosquitos (ah! E lacraus) e ultimamente têm aparecido por lá uns jihadistas que se entretêm a cortar umas cabeças e a roubar miúdas. Acção muito mais tóxica que o glifosato. Sobretudo muito mais real e que devia suscitar mais reflexão a esta patetice endémica que se instalou no homem novo do tempo novo.


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