domingo, agosto 31, 2008

Uma verdade inconveniente


[2647]

"Não posso escrever sobre os meus amigos porque os meus amigos lêem o meu blog. Não posso escrever sobre a minha família porque uma boa parte lê o meu blog. Não posso escrever sobre os/as namorados/as dos meus amigos porque também lêem o meu blog. Não posso escrever sobre os meus namorados porque o meu pai lê o meu blog. No fundo só posso escrever sobre estranhos, o que se torna um bocado difícil, tendo em conta que não os conheço."

Diz a Luna, com o engenho e graça habituais. E não é que é verdade?

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Ora bolas...


[2646]

Nas últimas horas, a comunicação social não consegue disfarçar o desapontamento. À medida que o Gustav se aproxima da costa americana, vai perdendo força.

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Insegurança


[2645]

Sufoco, sob a torrente de medidas em curso para combater a criminalidade. Dificilmente este tipo de fenómeno terá paralelo em qualquer outro país da Europa, quiçá do mundo. Pelo menos na forma e intensidade como o fazemos. É a televisão, a rádio, os jornais, quase não se fala de outra coisa senão nas medidas do governo para lidar com a presente “onda de assaltos”. Se por um lado alguns órgãos de comunicação social aproveitam a dinâmica instalada e a usam como mero instrumento de aumentar tiragens, por outro o governo lança-se na mais descarada campanha de propaganda, coisa em que, aliás, é perito. Já um outro segmento da nossa população, exercita infindáveis prédicas sobre a situação actual, discutindo as causas, as circunstâncias e outras intrincadas vertentes que subjazem no turbilhão. Seja através de entrevistas e ou comentários na televisão, seja através de artigos de opinião.

Independentemente da inutilidade de todo este bruáá, que provará ser inútil e estulto dentro de pouco tempo, os assaltos sucedem-se e as vítimas continuam a ser grosseiramente desprezadas ou ignoradas em favor do folclore que acima referi. E isso é mau. Para as vítimas, primeiro, para todos nós, depois, que continuamos sujeitos a uma situação em que criminosos se encontram em roda-livre (e á solta) e em que provamos ter muito mais jeito para a oratória e um conjunto de tolices geradas pela realidade política. Já para não referir que me parece ser claro que a actual insegurança não é um fenómeno que tenha eclodido de repente. Mas antes o resultado de políticas continuadas e assentes num conjunto de tolices politicamente correctas provindas de luminárias que se entretiveram durante os últimos anos a achar que havíamos de dar lições ao mundo sobre a forma de lidar, cientificamente, com os criminosos.

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É a vida



[2644]

As coisas são como são. Ou, é a vida, como diria o nosso inefável Guterres. No fundo, no fundo, e por muito que nos repugne, em política, ser negro ou ser mulher continua a ser um factor decisivo na estratégia de arrebatamento dos rebanhos e respectiva colheita de votos. Por mais voltas que se dê ao texto.

Foto de Palin roubada do Portugal dos Pequeninos
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Penitência


[2643]

O George Clooney é irresistivelmente bonito. O George Clooney é irresistivelmente bonito. O George Clooney é irresistivelmente bonito. O George Clooney é irresistivelmente bonito. O George Clooney é irresistivelmente bonito. O George Clooney é irresistivelmente bonito. O George Clooney é irresistivelmente bonito. O George Clooney é irresistivelmente bonito. O George Clooney é irresistivelmente bonito.

Amen.

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segunda-feira, agosto 25, 2008

becagueine


[2642]

Se dúvidas houvesse de que a função faz o órgão, aqui está a prova provada. Um cidadão passa uns dias sem postar qualquer coisa, modestinha que seja, e depois vê-se em palpos de aranha para recomeçar. E há por aí tanta coisa sobre que escrever…

Mas não vale a pena insistir. Pouco a pouco a coisa irá ao sítio. Apesar de que me apetece dizer já qualquer coisa sobre as tiradas do nosso inefável Mário Lino a falar do desastre de Madrid e da “aparição” de Sócrates, regressado de férias, a falar dos milhares de empregos que “criou”. Mas a verdade é que os temas já vão estando esgotados. Vale-nos a capacidade da nossa gente em criar matéria para postar com a mesma facilidade com que o nosso primeiro cria empregos.

E agora... vou... hummm... pois... quer dizer... hum... ai... trabalhar. É isso.

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quarta-feira, agosto 20, 2008

Juke box 64

[2641]

Isto de blogues singulares é o que dá. Férias alargadas por mais uns dias, “ponto” por marcar e ninguém que segure as pontas e faça um postesinho ou outro para a espuma não desaparecer. Mas “isto” está prestes a regressar ao normal. Enquanto regressa e não regressa fica aqui uma interpretação de J. Durante a incentivar-nos a fazermo-nos felizes uns aos outros e a cara laroca da Ann Margret (quanto mais não seja para não deixar algumas bloggers que eu cá sei sozinhas a colocar fotos de homens bonitos às segundas feiras. Porque também há mulheres bonitas, que coisa…).

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domingo, agosto 17, 2008

Uma questão de humor

[2640]

Esta é velhinha. Mas continua a ser a funniest (deadly) joke in the world.

Bom domingo que as férias estão a acabar.

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Do desporto


Estás desculpado, Obikwelu. E parabéns, campeão

[2639]


Loulé2-0, sem espinhas, ao FêQuêPê. Se o Sporting não entrar pelas fantasias do costume ao longo da época arrisca-se a não ganhar apenas o campeonato da segunda-circular.

Pequim – Obikwelu deu uma lição de humildade e grandeza.

"Peço desculpa aos portugueses, são eles que estão a pagar para estar aqui e eu não fui à final"

Enquanto outros “campeões” se queixaram dos árbitros, de favorecimento da China e da "porcaria" das provas se realizarem de manhã (quando se devia estar na caminha) Obikwelu ficou genuinamente pesaroso com a derrota, pediu desculpas aos portugueses que acreditaram nele e vai-se embora.

Mais desporto:

Ainda não saí de casa. Por enquanto continuo a fazer exercício físico apenas com os metacarpos e a achar que um cigarro depois do café matinal foi a melhor invenção depois da roda. A questão é que quase há três anos que o não faço. Mas que um cigarro é um genuíno e inigualável prazer, é. Veja-se que há três anos que não fumo e tenho a sensação que me lembro de cada uma das partículas do aroma e sabor em pormenor. Retivéssemos nós outras recordações de vida com esta minúcia (e carinho, diria eu) e a saudade deixava simplesmente de existir para dar lugar ao primado das coisas boas, enquadradas na sua verdadeira dimensão e a felicidade de cada qual seria um fenómeno mais tangível. Mesmo dos não fumadores.

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sábado, agosto 16, 2008

Engenharia térmica


[2638]

Tinha a ideia de escrever sobre a engenharia térmica que vai por aí. Mas a JCD antecipou-se e fê-lo tão bem que já nem digo mais nada.

Resta o registo da forma patética como esta gente quer o aquecimento global à força.

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Idiotia conveniente


[2637]

Nos últimos dias instalou-se em Portugal uma sessão contínua de brain-hammering acerca das décimas do nosso contentamento. Houve décimas que desceram e outras que subiram mas sempre no sentido a favor da nossa economia. Ainda por cima no quadro de uma Europa em recessão.

Nada disto pareceria tão patético se as coisas não fossem feitas e ditas num estilo que faz pensar que o grande investidor nacional é o governo. Um governo CEO de uma empresa que se quer próspera e social chamada Portugal.

Claro que tudo isto tresanda a patranha. Tanta quanta os Magalhães, os 150.000 empregos e as baboseiras do costume de um governo medíocre, mas petulante, para um rebanho de governados que se deseja convenientemente idiotas.

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sexta-feira, agosto 15, 2008

As pernas a pedir caminha...


[2636]

Já Solnado uma vez batera à porta da guerra e a guerra estava ainda fechada. Àquela hora ainda estava tudo a dormir. Algumas décadas depois, um lançador de pesos nacional, Marco Fortes de seu nome, conseguiu fazer-me sorrir dizendo que falhou na eliminatória porque as provas se desenrolaram de manhã. Muito cedo, portanto. Lá para o fim da manhã as coisas começaram a correr um pouco melhor mas as perninhas pediam era caminha (sic).

Não há nada a fazer. Estas coisas são ditas a sorrir, meio a sério meio a brincar mas no fundo reflectem uma triste e estranha realidade. Há coisas com que connosco não se brinca.

A sacralização do almoço (ou almocinho) é um outro exemplo curioso. À medida que cada vez mais por outras paragens se tem um dia de trabalho com um "lunch break", em que o almoço se vai tornando isso mesmo, um break, nós continuamos a manter o festim que começa à uma e acaba lá para as três. Não há produtividade que resista.

Marco Fortes vai voltar para casa. Sem medalhas. Mas com a satisfação do dever cumprido. Ter tido que lançar pesos no período da manhã. Há coisas que não se fazem a um português.

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quinta-feira, agosto 14, 2008

A internacionalização do sistema


[2635]

Estas coisas pegam-se. Difundem-se e marcam-nos com ferretes que devem fazer de nós o povo mais antipático e ressabiado do mundo livre. Imagine-se que com uma tão pequena e parca representação nos jogos olímpicos já ouvi três dos nossos brilhantes eliminados dizer que a culpa foi dos árbitros, do sistema e mais não sei quê. Não me lembro dos nomes mas uma era de judo, outro de natação e outro… confesso que não me ocorre a modalidade. Mas que a culpa foi dos fiscais foi. Ah! E da falta de apoios, eu seja ceguinho e já cá faltava. É a síndrome do “somos perseguidos” e do “o nosso governo é uma merda” em todo o lado e em qualquer ocasião.

Em contraponto ouvi Phelps, um rapagão esfuziante de alegria e simplicidade apesar da colecção de medalhas que já ganhou a responder aos jornalistas a rir, gracejar e genuinamente satisfeito. Com uma simplicidade invejável e uma alegria contagiante, até leu duas "sms" que tinha recebido de um amigo.

Há uma diferença abissal de comportamento. E de “postura”, para usar um termo mais ou menos relacionado com a síndrome “a culpa foi dos árbitros e da falta de apoios”.

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Redemption


[2634]

Este homem não dorme a pensar no assunto. Se mais provas houvera, lá chegara. Perante os factos e a evidência que se acumulam todos os dias, não há dúvida que o F.C.P. foi armadilhado, Pinto da Costa é uma vítima, o Ministério Público acorda todos os dias a pensar como é que há-de lixar o F.C.P e Morgado usa demasiada maquilhagem que não lhe permite ver a verdade desportiva que o P.C.P. tem espalhado por este país ao longo dos últimos anos. E, sobretudo, Carolina Salgado é uma rematada cabra de todo o tamanho, que fez gato-sapato de um homem inexperiente e pungente candura como Pinto da Costa.

Está dito. Assunto encerrado. E quem o exprobrar é uma grandessíssima besta.

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quarta-feira, agosto 13, 2008

Jornal Público


[2633 ]

Peço desculpa mas estou vaidoso.

O Público de hoje transcreve um post deste yours truly. Página 2 do P2 (meu post nr 2629 – Children of a lesser father) e estou, naturalmente, satisfeito.

Fica o registo.

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O silêncio dos culpados?



[2632]

Continuo a minha "errância" de férias nesta semana em que me propus descansar sem sair do habitat. É assim que me tenho passeado pela Rua Direita, praia da Conceição e Rainha, paredão e Visconde da Luz. Preguiço depois por uma das muitas esplanadas da área, leio o jornal e como uma refeição ligeira. É sobretudo nesta altura que reparo na quantidade de casais, muitos deles com crianças pequenas, que se sentam como eu para almoçar. A diferença é que… não falam. Pura e simplesmente, não dizem nada. Não c.o.m.u.n.i.c.a.m. Por si, isto mete-me já uma impressão danada, porque sou um comunicador, porque gosto de falar e de ouvir, e até compreendo e aceito que muita gente não seja como eu. Mas o que vejo é diferente. Perpassa uma sensação estranha de que famílias como muitas que tenho observado parecem estar destreinadas de estar juntas. Provavelmente tanto ele como ela falarão muito com os colegas do serviço, pessoas com quem, afinal, passam a maior parte do tempo. Agora, em férias, estão juntos mas perderam, possivelmente, o gosto ou o jeito de falarem um com o outro. Estão fartos. Ou destreinados. Sem assunto. Sem cumplicidade.

Tenho observado casos de silêncio absoluto durante todo o repasto. Ele inspeccionando o menu ou olhando distraidamente à volta, ela fazendo o mesmo, ou falando ao telemóvel ou, havendo crianças, arranjando os pratos delas. No fim, pagam e vão-se embora.

É um mundo estranho. Este, o do silêncio entre os pares. Porque se duas pessoas almoçam juntas têm necessariamente que conversar. Nem que seja para dizer que está uma ventania desagradável ou para se interrogarem sobre se terão accionado o alarme do carro no parque. Mas assim calados, rigorosamente calados, sobretudo tantos, mas tantos casais, talvez a grande maioria, dá que pensar. E recear pelas crianças que frequentemente não se calam e se entregam a uma saudável barulheira – mal sabendo que, provavelmente, também elas estarão condenadas a ser, um dia, mandadas calar pela vida. Vá-se lá adivinhar...

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terça-feira, agosto 12, 2008

Home affairs


[2631]

E ao segundo dia de férias em casa (versão intimista de home affairs), apesar da volúpia inegável do dolce far niente, começo realmente a sentir-me assim.

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O fresquinho nacional


[2630]

Instituto Nacional de Meteorologia – estado do tempo presente

E quando há uns meses atrás o país foi inundado com notícias alarmistas de um dos verões mais quentes das últimas décadas, que o aquecimento global berrebéubéu e o Bush não sei quê? Dava direito a peritos na matéria e tudo, com intervenções e entrevistas nos vários serviços noticiosos. Tudo com aquele ar de “governo atento e zelador” pronto a carregar nos botões de alerta laranja e vermelho para não morrerem velhinhos no Alentejo!...

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Children of a lesser father


[2629]

Poucos dias depois do incidente do BES em Lisboa, surge agora esta morte trágica de uma criança. Baleada pela GNR.

Prevejo muita opinião sobre o tema e as televisões começaram já a dar tempo de antena aos familiares, que se lançaram desde já num ataque feroz á acção da GNR. Era bom que se percebesse que a verdadeira tragédia da morte do infeliz miúdo radica não no facto de um GNR o ter baleado, no que acredito ter sido uma acção puramente intimidadora disparando sobre a carrinha que não obedeceu à ordem de paragem, mas sim no facto de dois homens adultos “levarem” uma criança de onze anos (pai e tio) a participar num assalto. Esta, sim, a verdadeira raiz do problema. Porque é evidente que não havendo assaltos não há polícias aos tiros. Tiros que aleatoriamente podem atingir um filho ou um sobrinho quando o levamos a um assalto assim como quem o leva ao jardim zoológico.

Espero que o juiz que os vier a condenar pelo assalto os condene também por terem aliciado uma criança ao crime. Ou o código penal não prevê nada neste particular?

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segunda-feira, agosto 11, 2008

Um dia de férias


Se eu fosse mulher, hoje a minha expressão bored seria exactamente esta

[2628]

Prometi-me uma semana de férias em casa e cumpri. Estou a gozá-la desde esta manhã, apesar de por duas ou três vezes me ir a saltar a mão para o telemóvel e a reprimir a tempo. E, por isso, já palmilhei a casa toda (descalço), fiz café duas vezes e não atendi o telefone por quatro. Li os despojos do Expresso de Sábado passado, incluindo a Clara Ferreira Alves a curtir o seu ódio ao PSD (coisa recente…) e a Cavaco. Dele diz que nunca lhe ouviu coisa de jeito e que os desempregados de um regime sem ideologia tentam desesperadamente encontrar em Cavaco um pensamento ou uma coerência ideológica. Cavaco modesto e frugal, limitado e deslocado e amarrado à âncora da sua ignorância, não será o presidente que ela quereria eleger mas o que foi eleito. Diz ainda que Cavaco não tem mundo e é dado a episódios paroquiais de recalcitrar quanto ao picante da comida indiana. Cavaco “Mr Chance" (para quem não saiba, Clara não se limita a ler, vê cinema e conhece Peter Sellers) administrou a fortuna da Europa de mel e leite na pele do economista mediano que ele é. No fim de uma longa dissertação com considerandos afins, Clara acha que podemos extrair o rapaz a Boliqueime, não conseguimos é que Boliqueime não largue o rapaz. O que é uma desgraça para todos nós. Para ela, Clara, claro. Porque Cavaco é um apêndice, nunca um órgão político. Por mim, Clara resumiria tudo dizendo que Cavaco não lê. E quem não lê como ela arrisca-se a ser tema de quem o faz em profusão. Como ela, a Clara, claro.

Também já fui ao "Pau de canela". Comi scones e bebi café. Segafredo, que é o melhor. E sob as nuvens balsâmicas de hoje que me protegem das inclemências do sol, sentei-me na esplanada olhando preguiçosamente os muitos turistas que enformam o cosmos desta vila que elegi para viver. Gente que se delicia com o nosso café, os nossos scones, bife pórtuguêse e calamare à lagararo. Na mesa ao meu lado, um casal de italianos comenta prazenteiramente o nosso clima e a nossa comida e recomenda à filha Virgínia de cerca de 7 anos que não se afaste para além da relva do Visconde da Luz. Pensam em tudo menos se Berlusconi é um apêndice ou se é do Boliqueime lá da terra. Que esse tipo de reflexão é só para quem lê muito e se chama Clara, claro.

Dois telefonemas às filhas, uma trabalha, a outra dorme. Compro os jornais do dia e venho para casa. Entro na sala e atiro com os jornais para o cantinho da sala (aquele cantinho que Cavaco deveria ter e, provavelmente, não tem, para poder ler o suficiente para não ser o rapaz de Boliqueime que tanto irrita a Clarinha).

Sentado ao computador, (10 minutos depois de estar a escrever saiu “isto”…) vou ouvindo o diálogo interessante de um filme que está a passar num dos TVC’s. Hesito, assim, entre fazer uma incursão de leitura pela Blogo (há que ler e minorar a distinta possibilidade de a Clarinha nos chamar nomes e ela própria se irritar) e esparramar-me no sofá a ver o filme.

De uma coisa estou certo. “Já” estou de férias há um dia e começa a faltar-me assunto. Lá dizia J. Irving-Scott que o ócio modela os vícios. Vale-me que P. O. Chandler dizia precisamente o contrário. Fazer nada e coisa nenhuma e, se possível pedir a alguém que nos ajude é um dever cívico. O melhor mesmo é seguir Mauro J. Biscaya e fazer um pouco de cada. Ou seja, metade de nada e metade de coisa nenhuma. Antes que me dê uma coisa e vá trabalhar já amanhã.

Nota: Aos menos atentos direi que J. Irving Scott, P.O. Chandler e Mauro J. Biscaya poderiam ser escritores de renome. Mas não são. Nem sequer existem. Mas que dá um certo sainete fazer umas pseudo citações mesmo que de pseudo celebridades literárias, dá.

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domingo, agosto 10, 2008

Em que ficamos?


[2627]



Mudei "queda" para "subida", e o bold é meu.


Eu sei que os jornalistas estão quase todos em Pequim, mas convinha saber em que é que ficamos…

ADENDA: Fui apanhado. Nos três minutos que gastei a escrever este post, o João VillaLobos retirou o post a que faço referência. De qualquer maneira, independentemente de eu ter percebido o post retirado, o que me interessava referir era o facto de se ter dito que havia escassez de jornalistas em Portugal por terem ido todos para Pequim. Por mim, achei graça. Aparentemente, o autor não achou.


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sábado, agosto 09, 2008

Psicofarto ( 2 )


[2626]

A saga pedagógica continua a tremeluzir nas televisões, trazendo-nos o aconchego de percebermos que podemos levar seis horas para sermos atendidos numa urgência de um hospital, mas que em matéria de psicologia estamos bem servidos. Agora foi na RTP. Um psicólogo, de quem fixei o apelido Poiares, afirmou, sem reticências apesar da sua titubeante dicção, que a refém do BES poderia desenvolver, ou não, stress pós traumático. Depende muito dela.

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Aniversários


[2625]

O prazer genuíno de ler em Combustões e Miss Pearls. Ambos completam três anos. Aqui fica uma saudação amiga pelo evento, de um incondicional leitor.

Tchin Tchin
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sexta-feira, agosto 08, 2008

Psicofarto


[2624]

Ainda não perdi a esperança de arranjar emprego numa televisão, para ir a um telejornal explicar que "...é muito provável que a empregada do BES que esteve ontem sequestrada durante cerca de oito horas possa vir a ter pesadelos e lhe custe a adormecer durante as próximas noites..." Ah! E que isso, muito provavelmente, se ficará a dever ao facto de ter estado tantas horas em stress, com uma arma apontada.

Não sou é psicólogo, mas há-de se arranjar qualquer coisa!

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Exercício académico

[2623]

Às vezes as surpresas vêm de onde menos se espera. Ou não fossem surpresas. Daí que me confesse surpreendido com aquilo que considero um exercício puramente académico do João Miranda sobre a execução, para usar a sua própria terminologia, de ontem dos assaltantes do BES.

Curto e grosso, uma execução consiste em matar uma pessoa, normalmente algemada, de olhos vendados, sedada e impotente, por um crime que cometeu e pelo qual foi julgada. O que aconteceu ontem não tinha nada a ver com isso. Tinha a ver com dois bandidos potenciais assassinos, mantendo dois reféns sob o cano de uma arma de fogo presumivelmente carregada e pronta a disparar. Um simples descuido, um tropeção de um dos bandidos, até, poderia fazer deflagrar uma das armas e matar um dos reféns.

Parece-me claro que isto nada tem que ver com uma execução, como diz o João Miranda. Tem a ver com a necessidade imperiosa e o dever de um estado de direito de se salvar vidas inocentes – mesmo que para isso se tenha de abater aqueles que as ameaçam. Tudo o mais, repito, na minha opinião, é um exercício puramente académico. E de absoluto desrespeito pela vida alheia de inocentes.

Assim sendo, resta congratularmo-nos com a excelente acção da PSP. Além de ter salvo os reféns, contribuíram para o que considero algum efeito dissuasor de futuros assaltos. Morreu um sequestrador? Bad luck. Podia ter sido melhor, se ele tivesse sido apenas ferido, tratado, julgado e preso. Mas em casos destes atira-se a matar. E isso não é executar.

Vídeo da libertação dos reféns aqui . (Imagens chocantes
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quinta-feira, agosto 07, 2008

É muito esforço

[2622]

Mais uma manobra do capitalismo selvagem para subirem o preço ao marisco. É só invenções...

Se fosse cá pedia-se ao Bloco para dar brinquedos sexuais às ostrinhas e estava tudo resolvido. Sempre achei que as ostras não são criaturas de confiança!

Via Contra-Capa
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Contra o cinzentismo das vidas usurpadas


[2621]

Ainda há dias, o deputado João Semedo falava em nome do Bloco de Esquerda. E entre as tolices do costume o senhor empertigava-se com o facto de Cavaco Silva ter vindo falar aos portugueses sobre questões menores como o Estatuto dos Açores, havendo problemas candentes que muito mais interessariam os portugueses, como o desemprego, a saúde, a justiça e berrébéubéu.

Não fosse o Bloco a colmatar este défice e não teríamos este delicioso programa de férias em que os jovens bloquistas se poderão entreter com temas tão importantes como brinquedos sexuais, massagens, drogas leves, desobediência civil e correlativos. Este ano, contra o cinzentismo das vidas usurpadas, todos a reclamar o direito à liberdade, à vida, à imaginação.

Costumo pensar que o atraso de um país se mede pela percentagem de votantes de esquerda. Parece que o Bloco e o PCP, juntos, já ultrapasam os vinte por cento. "Vai-se a ver", ainda me convenço que tenho razão.

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Classificados


[2620]

Cavalheiro, honrado e boas famílias, possuidor de veículo ligeiro confortável e em estado quase novo, cumprindo todos os preceitos de higiene pessoal e da própria viatura, procura SENHORA bem parecida, pouco faladora, não fumante e residente na linha, para companhia diária à entrada de Lisboa. Mantém-se sigilo, que esta coisa de partilhar entradas em Lisboa é um pouco como as massagens das praias do Algarve. Todos sabemos como começa mas nunca sabemos o que pode sair dali.
Respostas ao post 2620 deste blog.

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quarta-feira, agosto 06, 2008

Ler a bula, sempre


[2619]

Todos sabemos (pelo menos, muitos de nós) que o casamento é globalmente bom e, num sentido lato, faz bem. Mas, à semelhança de muitas terapias (e longe de mim considerar o casamento uma terapia, registo apenas a coincidência de alguma sintomatologia pontual de desconforto) tem efeitos secundários. Um dos efeitos é engordar, assim como quem deixa de fumar. Outro, mais grave, é deixar de escrever no blog.

Por isso é que eu digo, deve-se sempre ir ao médico. Ou ler atentamente a bula, antes do “big step”. No caso vertente, um exímio blogger não pode, não deve, abandonar o leme só porque se meteu a fazer um cruzeiro e ainda não “reparou” que já está em terra!

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terça-feira, agosto 05, 2008

Venha de lá a miss...





[2618]

No fundo, no fundo, o discurso de misses é a expressão fiel do pensamento politicamente correcto, numa versão mais estupidificada mas nem por isso menos estupidificante.

Hoje acordei com este pensamento a bailar-me no espírito. Primeiro estranhei, por perceber que ainda era capaz de alinhar pensamentos em letra de forma, assim logo ao acordar. Depois... fiquei desconsolado por perceber que nem todos os dias é dia trinta e um.

Mas eu sei porque é que acordei a pensar nisto. A verdade é que ontem (e não consigo lembrar-me em que jornal foi para poder fazer o link) e a propósito do aparecimento de um tubarão-frade numa praia do Alentejo, li textualmente:

- O aquecimento global a provocar a migração dos tubarões. Logo a seguir, na mesma notícia, uma linha imediatamente a seguir, li: O tubarão-frade, peixe de águas frias...

Pelo que entre ouvir uma miss a desejar paz, pão e amor para o mundo inteiro e um jornalista a escrever sobre o aquecimento global e tubarões de águas frias, venha de lá a miss. Mesmo sem ser dia trinta e um...

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segunda-feira, agosto 04, 2008

Alexandre Soljenitsin


[2617]

Devo a Soljenitsin as minhas primeiras incursões pelo universo do socialismo e da verdade dos comunistas. Dos amanhãs que se fartavam de cantar e do poder dissuasor da instrumenal comunista. Ainda muito jovem e com uma aflitiva ignorância política fui ouvindo as opiniões divididas. Dos que não duvidavam da verdade de Soljenitsin e dos que achavan que ele era um mercenário a soldo do imperialismo (ler este post do JCD). E foi lendo “O arquipélago” que fui percebendo o embuste e o crime, qualquer coisa me dizia que as coisas eram mesmo assim como ele escrevia. Mais tarde, naquilo a que passei a chamar de "aulas práticas" tive ocasião de observar “in loco” o corolário de Soljenitsin através da acção dos esbirros da União Soviética e dos muitos Camachos que fui encontrando pela vida.

Alexandre Soljenitsin faleceu domingo na sua residência em Moscovo. Fiquei a dever-lhe muito.


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sábado, agosto 02, 2008

Juke box 63

[2616]

I only have eyes for you – Art Garfunkel

Bom fim-de-semana para todos.

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Tá tudo explicado


[2614]

Está esclarecido o mistério. Eu andava intrigadíssimo, mas agora, finalmente, percebi. A verdade é que de “trinta” para “trinta e um” fartei-me de sonhar. Com fogo de artifício, cadillacs cor-de-rosa e a imagem de um TGV a entrar furiosamente num túnel era recorrente. O comboio saía, depois, do outro lado do túnel, pachorrento e até a fachada parecia sorrir. Sonhei ainda com explosões em pedreiras, carrosséis, fogo de artifício, montanha russa, rodas-gigantes e eu a lambuzar-me de farturas que empurrava goela abaixo com imperiais fresquinhas e espumantes. Também via, nos sonhos, muitas mulheres. Todas lindíssimas. Umas gordas, outras magras, altas, baixas, morenas e loiras. Todas elas me acenavam e sorriam. E eu pensava, de mim para mim, que as mulheres tinham sido a maior invenção depois das corridas de fórmula 1. Às tantas, os sonhos misturavam-se, engalfinhavam-se, ele era mulheres a andar em comboios que entravam fogosos em túneis, ele era mulheres agarradas a mim cheias de medo das descidas da montanha russa, ele era um frenesi de cores, sabores, odores e uma frisa caleidoscópica de mulheres de braços abertos a cantarem o “You can leave your hat on”. Acordei de manhã meio intrigado com os sonhos, mas a coisa (literalmente…) sossegou depois do chuveiro. O dia decorreu depois sem incidentes de maior, salvo uma sensação subconsciente de grandes prazeres subjacentes a pequenas coisas. Sem perceber bem porquê, degustei o “trinta e um “ com deleite, volúpia e um sorriso permanente. Desde a pequena azeitona que debiquei antes de vir o almoço até outros prazeres maiores – guiar o meu carro, por exemplo.

O dia um passou-se sem incidentes e hoje li este post da Ana. Está explicado, não é?

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Curto e grosso


[2613]

Cavaco quis falar de coisas sérias, os jornalistas queriam bonecada. Problema deles.

Diz o Vasco Lobo Xavier no Mar Salgado. E eu fico todo contente porque me estava a sentir quase sozinho na interpretação do episódio da comunicação de Cavaco Silva.

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As botas do "botas"


[2612]

Mais um facto relevante a juntar à excelência do currículo de Mário Soares. Realmente, quantos de nós teremos tido o privilégio de ver as botas (com atilhos) do Dr. Salazar?

É por estas e por outras que eu acho que há predestinados. Ou, como diz a Helena Matos, isto está a começar a ficar penoso. E pegajoso, digo eu!

Chiça!

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sexta-feira, agosto 01, 2008

Grandessíssimas bestas


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Ando razoavelmente alarmado com o paradeiro de Carlos Abreu Amorim que, desde que o castigo de Pinto da Costa e Boavista foi reconfirmado, deixou de enriquecer o Blasfémias com as suas brilhantes intervenções sobre o assunto. De uma coisa estou certo. A esta hora já ele concluiu uma centena de vezes que tanto Freitas do Amaral como Gilberto Madaíl são duas grandessíssimas bestas

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Horror film faces


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Aceito sem dificuldade que a expressão do professor Cavaco Silva nem precisaria de grandes retoques de make-up para ser usada num filme de terror de segunda categoria. Um Fred contra Jason, um Halloween para adultos ou uma sequela de um Pesadelo em Elm St. Devia ser fácil. Nem grandes enredos nem grandes efeitos especiais. O realizador só precisaria de mostrar o fácies do nosso presidente a ler uma comunicação ao povo português e o êxito seria garantido.

O problema com Cavaco Silva para aqueles que não gostam dele ou acham que todos os que medraram fora do eixo Lisboa-Cascais não reúnem condições natas para serem presidentes de república é que ele tem quase sempre razão. Como teve ontem na comunicação que fez aos portugueses sobre uma questão muito séria e que, aparentemente, estava a passar ao lado de muita gente que tinha obrigação de o perceber. E sobre isso ocorre-me duas questões de fundo: - Uma, a de que pasmei com a quantidade de preclaros comentadores políticos da nossa praça que acharam a comunicação do nosso presidente muito densa, muito complicada, que o povo não a teria percebido, achando-a enfadonha e mais ou menos ininteligível. Curiosamente, muitos desses comentadores são os mesmos que berraram "aqui d’el rei" que o referendo ao tratado de Lisboa era absolutamente essencial, porque o povo não é estúpido. Outra, a de eu ter percebido que a legislação que Cavaco Silva exprobrou e enviou para parecer do Tribunal Constitucional (que lhe deu razão em oito pontos)tinha "passado" tranquilamente por unanimidade.

Daqui retiro o reforço da ideia de que não conseguimos resistir a criticar Cavaco Silva mesmo que caiamos em contradições infantis sobre as capacidades do “povo”. Para além de cada vez mais me convencer que, de duas uma, ou os nossos deputados não têm a mínima ideia do que andam por ali a fazer, analisando os assuntos da Assembleia assim como quem arruma um carro por cima dos riscos num parque de estacionamento de uma grande superfície ou (e isso seria muito grave, mas não acredito, acho que é incúria e incompetência, mesmo…) estariam deliberadamente a torpedear a acção do Presidente.

Nota final: Honestamente direi que o tema abordado pelo presidente não me pareceu denso coisa nenhuma. Precisei apenas de o ouvir com atenção e com mais um par de explicações sobre a matéria, ficar a perceber exactamente do que se tratava.

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