sexta-feira, setembro 11, 2009

À beira da apoplexia


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Começo a preocupar-me com a distinta possibilidade de me encontrar sozinho no mundo da interpretação do que os comentaristas políticos vão dizendo por aí. Clara Ferreira Alves é disso um exemplo vívido. E quando eu pensava que ela estava razoavelmente «emprateleirada» no Eixo do Mal e entretida com os florilégios do costume, arejando a caprichosa pluma pelo Expresso, eis que me aparece de corpo inteiro, ataviada de indesmentível exuberância, na SIC-Notícias, num painel organizado pelo Mário Crespo, para comentar o debate Portas/Ferreira Leite.

Confesso que admiti que, consideradas as exigências de alguma seriedade acrescida relevada da transição de um programa mais ou menos humorístico para um programa que se pretende sério, que a plumosa escritora e jornalista se ativesse a um módico de seriedade e objectividade que lhe permitiriam exercer o mister para que fora convidada, em desejáveis termos de imparcialidade e lisura. Enganei-me redondamente. Esta senhora não resiste, não consegue manter a frieza necessária para criticar objectivamente o PSD. Ressuma tanto ódio, tanto ressabiamento - e vá lá saber-se porquê, nem interessa para a análise em questão - que chega a enovelar-se no que diz e perde o sentido das coisas e o fio da conversa. Sem receio de errar, chego a pensar que de cada vez que CFA é chamada a falar sobre o PSD corre evidentes riscos físicos, de tal maneira as veias se lhe relevam do pescoço e fervilham à flor da pele.

São mistérios que nunca, provavelmente, saberei explicar. Talvez Pulido Valente o possa fazer. Eu não, com certeza. Não conheço a senhora e limito-me a tentar perceber como é que uma pessoa pode alojar tanto ódio e, escovada como é, se deixe arrastar no torvelinho dos sentimentos para acabar a dizer uma série de disparates sem nexo nem aparente propósito.

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