sábado, outubro 31, 2009

Braga 2 Benfica 0








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Ai Jesus!

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sexta-feira, outubro 30, 2009

»Tenho uma lágrima no canto do olho»






Descobrir as diferenças entre um olho derramado e um olho sem derrame nenhum. Amostras sem valor. Nenhum destes olhos é meu, para o caso de se confundirem

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De repente, eis-me com um derrame no olho esquerdo. O médico que existe em cada um dos portugueses (tal como o camionista ucraniano, quem se lembra de O meu Pipi? E não faço link porque há vários «Meus Pipis» neste momento) cedo me explicou que era hipertensão, treçolho, vista cansada, tensão ocular, uma pancada que devo ter dado a dormir (!!!!), conjuntivite e uma relação mais ou menos diversificada de maleitas do olho. Medida a tensão, verificada a ausência de qualquer protuberância infecta na pálpebra, descansada a vista numa «vizinha» do almoço de rotina, distendida a musculatura e nervos que suportam o globo ocular através de uma sessão de ioga oftalmológico, verificada a ausência de esquinas ou outros acutilâncias ao redor da cama e que pudessem ter-me causado alguma pancada (já que, do ponto de vista puramente antropológico não me parece que me dê ou durma com gente que ande aos murros durante a noite) e percebida uma completa ausência da sintomatologia das conjuntivites (quem tem conjuntivas e já tenha estado em África sabe exactamente do que estou a falar, quem não esteve… é uma trabalheira explicar, mas acreditem que me é fácil distinguir uma conjuntivite) decidi que… não fazia ideia nenhuma do que este derrame possa ser. De uma coisa tenho a certeza. É um derrame, que é uma coisa que a lógica nos convida a perceber que um pequeno vaso sanguíneo se rompeu e me manchou de vermelho o branco do olho. Assim sendo, e porque shit happens, os derrames acontecem, resolvi dar setenta e duas horas de avanço ao derrame. Hoje é Sexta, o derrame que se defina até Segunda. Ou se chateia de me chatear e se vai embora ou instala-se confortavelmente no meu olho. O que francamente, não me dá muito jeito, mas estou disposto a arriscar antes de ir maçar um médico qualquer.

E aqui fica a expressão do meu sincero reconhecimento a pelo menos doze médicos. Dos tais que existem dentro de todos e cada um dos portugueses. Meus amigos incluídos.
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O folclore de Trás-os-Montes e a comiseração devida aos maluquinhos

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Ângela Silva e o Expresso já desmentiram Pacheco Pereira ou andam distraídos? Assim de repente, é visível que a escrita de Ângela mais parece um passe de capoeira do que uma peça jornalística e, talvez por isso, a exigência de Pacheco Pereira tem todo o cabimento e era bom que Ângela se explicasse, quanto mais não seja pelo respeito que um órgão de comunicação social como o Expresso deve ao seus leitores.

Pacheco Pereira está, realmente, a meter-se numa camisa de onze varas. Quando uma pessoa como ele começa a ser tratado com uma espécie de bonomia, compreensão tipo coitado, está maluquinho, há que se lhe dar o desconto, é porque a coisa está mesmo séria. Ainda ontem na Quadratura do Círculo foi visível na expressão de António Costa aquilo que parece estar a tornar-se a expressão nacional, jornais, rádios e blogues, em relação a Pacheco Pereira. Está maluquinho, senil, responsável pelo fracasso do PSD através das suas estratégias conspirativas. O que acontece é que ninguém acaba por concretamente desmontar aquilo que me parece ser uma análise lúcida da situação de poder em Portugal. Tudo se fica por sorrisos e arrogância disfarçada da tal bonomia devida aos maluquinhos, condição que, de repente, pasme-se, atacou Pacheco Pereira.

Entretanto a estação de rádio do senhor Nuno Cabral vai continuando a emitir exclusivamente folclore de Trás-os-Montes. E nós vamo-lo dançando com alacridade.
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Os arguidos bons e os arguidos maus


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À medida que se vai conhecendo detalhes e nomes da operação «face oculta», cada vez se vai impondo mais a figura de arguidos bons e arguidos maus. Os bons, de rosa ao peito, como é bom de ver, e os maus, todos aqueles que tenham pelo menos trocado um aceno com Cavaco Silva.
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quinta-feira, outubro 29, 2009

Fenprof satisfeita



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Vá. Tudo para os Taxis.


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Graça Freitas voltou a botar faladura e a fazer jurisprudência no contágio do H1N1. Dizia ela na rádio regimental que os cidadãos tinham basicamente de não entrar em pânico, porque não havia como prevenir que os vírus andassem por aí, nos corredores, nas salas de aula, nas oficinas, nos elevadores, não há, portanto, como evitar o contágio, pelo que se pede aos cidadãos que concitem (esta do concitem é da minha lavra, ela usou outro termo qualquer…) os seus esforços no sentido de não panicarem (esta do panicarem também é da minha lavra e aprendi em Moçambique).

Ora depois de ouvir isto dá vontade de dizer à senhora subdirectora geral que em última análise também nos podemos todos meter em táxis. Aí os vírus só atacam por detrás, Graça Freitas dixit e quem sou eu para desmenti-la?
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Já não há pachorra...


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O cinismo e a hipocrisia são uma imagem de marca dos Soares do nosso descontentamento. Pai e filho. Sobretudo quando envergam as vestes do moralismo que releva da imagem impoluta que gostam de fazer transparecer. Nessas alturas não hesitam em retirar dividendos pessoais de várias situações que lhes caem no prato de sopa. Ainda ontem João Soares, no bloco de notícias do Mário Crespo, (eu pasmo como é que ainda vou conseguindo ouvir esta gente, talvez a figura grácil da Teresa tenha tido um efeito decisivo na sessão masoquista a que me sujeitei) se entregou a um exercício pastoso e degradante sobre as questões do BPN, durante as quais ele afirmou um milhão de vezes que não queria tirar dividendos políticos ou partidários da situação, mas era preciso não esquecer que todas as tramóias tinham a ver com pessoas ligadas, (e longe dele tirar dividendos partidários…) à figura de Cavaco Silva. Ao Cavaquismo, para dar o nome às coisas. E, sem que pretendesse tirar dividendos partidários, repetiu-se, repetiu-se e repetiu-se. Sempre evitando tirar dividendos partidários.

Eu (ainda) pasmo com o descaramento desta vaga de socialismo que gerou cidadãos impolutos e a salvo das tentações do demo, que parecem centrar-se no PSD e no cavaquismo. Qualquer cidadão minimamente informado e, sobretudo, que não se distraia por aí além, tem um zilião de casos, obscuros, viscosos e, não menos grave, mais ou menos abafados, prescritos e estranhos, envolvendo cidadãos do mundo socialista. Ele próprio, João Soares, não escapou à maledicência nacional quando caiu de avião na Jamba. Ainda hoje, quem for a Windhoek ou se encontrar com algumas pessoas em Joanesburgo ouvirá histórias estranhíssimas. Sobretudo se dispuser de algumas «acquaintances» no mundo dos pilotos.

Nem de propósito, poucas horas depois da palestra de João Soares (sem pretender dividendos políticos nem partidários) sobre a importância do «cavaquismo» nas mirabolâncias do BPN, as televisões regurgitam nomes de socialistas envolvidos nas empresas estatais que estão a ser alvo de investigação da judiciária. Com Armando Vara à cabeça, que depois da berraria que andou a soltar pela ponte 25 de Abril se tornou uma pessoa compostinha, especializada em organizar fundações e em singrar na hierarquia do sistema bancário nacional.

Tudo isto fede. Mas o ar angelical dos Soares já não fede. Fode-me.
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quarta-feira, outubro 28, 2009

Até que enfim


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Uma vez fiz um passeio à Serra da Estrela e, ao chegar à Covilhã, lembrei-me das cherovias. Porque me lembrava que, em miúdo, a minha mãe as cortava em fatias, panava-as e fritava-as, resultando tudo num agradável pitéu, assim uma coisa a fugir para a cenoura, com cor de nabo mas que não sabia nem a uma coisa nem outra e deixava um certo gosto anisado na boca. Disse a uma amiga que me acompanhava:

- Vamos comer uma cherovia.
- Comer uma… quê?
- Uma cherovia.
- Se não descodificares a coisa fico na dúvida se me estás a contar uma anedota picante ou se te devo mandar parar para te levar a um médico…


Este curto diálogo serve para ilustrar a minha surpresa porque, pela primeira vez na vida, me aparece alguém que sabe o que é uma cherovia. O MEC. Miguel Esteves Cardoso, na sua crónica de hoje do Público (sem link), fala em cherovias (que ele detesta, aliás) e eu julgo saber que, fora da Covilhã, devemos ser os dois únicos portugueses que sabem o que é uma cherovia. É que a coisa tem sido de tal forma, ao longo dos anos, que eu desisti pura e simplesmente de falar em cherovias. Ninguém, repito NINGUÉM, alguma vez, pareceu conhecer, de leve que fosse, uma cherovia. E, todavia, ela existe nas adjacências da Covilhã e existe mesmo um festival anual da Cherovia. A parte cómica é que mesmo na Covilhã, só os idosos parecem conhecer a planta. E isso constatei-o quando, com a tal minha amiga, perguntei a uma série de gente onde é que podia comprar cherovias e só ao fim de várias tentativas infrutíferas, um velhote me disse que podia encontrar no mercado. Mas só no Verão. Como era Inverno, a minha amiga ainda hoje não acredita muito na história da cherovia.

Nota: O MEC parece odiar cherovias. Eu acho que ele está fatalmente atingido pelo stress pós traumático de quem viveu na Inglaterra e onde, naturalmente, tinha de comer, pela simples razão de que os ingleses não sabem cozinhar em geral e, certamente, cherovias (que eles chamam de parsnips) em particular. Porque se os ingleses têm uma noção primitiva do palato (o café para eles é uma "coffee drink" e o arroz doce - rice pudding - uma mistela de arroz com leite e açúcar com que eles rematam uma peça de carneiro a saber a bedum, disfarçado com toneladas de "chutney") como é que haviam de fazer obra asseada com a cherovia? Mas a verdade é que, à portuguesa, entenda-se, bem temperada com sal e limão, enrolada em ovo e pão ralado e frita, a cherovia é um pitéu agradável. Sobretudo pelo travo de anis que contém. Ou a zimbro, não sei definir bem.

A cherovia é uma Pastica sativa e não tem nada a ver com o nabo (Brassica rapa), nem com a cenoura (Dauccus carota). O MEC hoje fez-me sorrir por razões diferentes das habituais. Fez-me recordar os tempos de criança em que íamos de férias para a Serra e nos empanzinávamos de cherovias e fez-me perceber, com alívio, que há pelo menos dois lisboetas, ele e eu, que sabemos o que são cherovias.
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Graça. De sua graça.

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Graça. De Freitas. Graça de Freitas. De sua graça. É o nome dela.
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Cautelas e caldos de galinha


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O Sporting Clube de Portugal, após o empate brilhantemente alcançado, infantilmente consentido… hummm… não sei qual é que deverá ficar…arrancado a ferros… obtido, fica obtido obtido em Guimarães ficou já a conhecer mais uma etapa da sua espinhosa tarefa, na senda dos títulos que tem ao seu alcance. Segue-se agora o Pescadores da Caparica, equipa que, como se sabe, já eliminou o Cinfães.

Paulo Bento vai estudar cuidadosa e minuciosamente vídeos e jornais e tem até preparada uma ida à Trafaria e à Cova do Vapor para recolher opiniões de rua sobre o valor intrínseco do «Pescadores». É que nunca se sabe…


Adenda: Que não se entreleia neste post qualquer subestima pela simpática colectividade da Costa da Caparica. Pelo contrário. Eu próprio sou um incondicional apaixonado pelo mar e pela pesca de alto-mar.
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terça-feira, outubro 27, 2009

Desafiante


Foto daqui

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Eu sei que é de mau tom começar já a falar mal de alguém. Mas como o PS não brinca em serviço, não há como fugir. Pelo menos foi isso que me pareceu ao ver planos sucessivos do novo ministro das obras públicas António Mendonça a cirandar loucamente por entre vários repórteres de imagem, dizendo que ainda era muito cedo para falar, mas adiantando que o seu ministério era muito desafiante.

Eu sei que isto pode querer dizer tudo e pode querer dizer nada. Mas convenhamos que é impossível dissociar esta imagem de uma vontade irreprimível de ribalta e protagonismo. E «vai-se a ver» e sou eu que já estou a descobrir defeitos a este governo. E daí… esperemos até António Mendonça saber que já há quem lhe chame o Javier Bardem do novo Executivo. Ou muito me engano ou o homem nunca mais pára de ziguezaguear entre os jornalistas.
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Futebol de primeira água


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O post anterior deixou-me algum remorso, qual seja o de reconhecer que o Benfica está a produzir um regalo de futebol. Jogadas vistosas e inteligentes, um toque de bola certeiro, super-rápido e enleante, pontapés bem colocados e potentes e uma permanente galvanização pela obtenção de golos são a pedra angular de verdadeiros festivais de futebol a que temos vindo a assistir, apesar de treinadores, árbitros, comentadores desportivos e o Rui Santos se esforçarem continuamente por borrarem a escrita e estragarem tudo, arriscando-nos a que fiquemos sem o melhor futebol com que temos sido brindados nos últimos anos. Sem fruta, ainda por cima. Há que reconhecer esta verdade e, para os lagartos como eu, esperar por melhores dias.

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Os binténs e os cretinos


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Um bintém é um bintém e um cretino é um cretino. Disse Manuel Machado. Jesus, por sua vez desculpou-se, explicando o verdadeiro significado daquele jogo de dedos que ia mostrando, de cada vez que o Benfica marcava um golo.

No campo, os jogadores cumpriam o seu papel que é para isso que lhes pagam, marcando golos ou atirando-se para a piscina para ganhar um penaltezito ou outro, que a vida está difícil para todos.

Uma escola de virtudes a nossa rapaziada do pontapé na bola.

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Viró disco...


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Esta rapaziada que nos governa há um ror de anos, com um ou outro pequeno soluço facilmente ultrapassado com meia dúzia de mabalarismos (esta nunca perdoarei a Ferreira Leite) que repõem a fatalidade histórica de sermos governados por socialistas em regime de permanência, esta rapaziada, dizia eu não nos dá um minuto de descanso para nos recordar que existem. Ainda agora a subdirectora nacional de saúde, a quem eu, reverente e antecipadamente, peço me releve a distracção de não lhe ter fixado ainda o nome, afirmou que os taxistas, contrariamente ao que exigiam, não têm que ser vacinados já contra a gripe A, pela simples razão de que não são grupos de risco. Posta perante as declarações de um representante da Antral, que afirmou que os taxistas transportam potencialmente muitos doentes, a subdirectora (que eu reverente e antecipadamente etc., etc., etc.) afirmou que não é verdade, porque o que se passa é que os passageiros viajam no banco de trás e se tossirem ou espirrarem fazem-nos para as costas dos motoristas, além de que podem facilmente transportar consigo lenços de papel.

Isto é PS em estado puro, é o verbo delicodoce mas firme, é a expressão epigonal do poder, sem direito a recurso nem contraditório a que tivemos de nos habituar, lá nos avisou Vitorino. Só faltou à subdirectora (que eu reverente e antecipadamente etc., etc., etc.) recomendar que os motoristas, ao chegarem à casa, deveriam ter o cuidado de pousar os casacos com as costas viradas contra a parede, ou até mesmo escová-los, porque nunca se sabe com que vírus é que estamos a lidar. Isto se tiverem filhos, naturalmente, porque se não tiveram, não é necessária tanta mariquice. Além de que a ministra Ana Jorge nos vai fazendo o ponto da situação, por isso mesmo é que a rapaziada do Eixo do Mal achou que ela era uma ministra excelente.
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segunda-feira, outubro 26, 2009

Being happy


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A Dulce anda num turbilhão de felicidade, com a apresentação do seu livro, os autógrafos e toda uma série de funções sociais que vieram agregadas.

Há uma coisa que ressalta dos vários posts, na qual ela se denuncia como, provavelmente e como uma cerveja que eu cá sei, uma das mais felizes mulheres do mundo. Eu, que ainda não li o livro e ainda não acertei de vez com a livraria onde ele está à venda em Lisboa, apesar de levar trinta segundos a confirmá-lo nas indicações que a Dulce mandou para Lisboa, eu que ainda não li o livro, repito, já ganhei qualquer coisa - que foi perceber que quando uma pessoa está feliz se torna quase como a criança que fomos, há muitos anos atrás. E todos nós, hoje adultos, nos lembramos como era bom ser criança.

A Dulce atravessa um período muito feliz que lhe aconteceu, mas para o qual ela contribuiu decisivamente escrevendo o Sabor de Maboque.

Por mim, daqui de muitos quilómetros de distância só me resta mandar-lhe um beijinho amigo e manifestar-lhe a minha satisfação por vê-la assim tão feliz. E, já agora, que a magia do momento se prolongue indefinidamente.

Falta dizer que ainda não comprei o livro. Esta semana vai acontecer, com certeza.
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A bem da Nação


H1N1 - As coisas que a gente tem «cá para dentro»!
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Começou a dança das opiniões para as rádios e televisões daqueles que acham que devem tomar a vacina contra a gripe e aqueles que acham que não. Uns tomam, outros não, todos comungam, porém, do nobre sentimento de que o fazem, tomando ou não, em nome do interesse nacional. Desde Louçã, que acha que deve dar o exemplo (!!!!) tomando a vacina, até àqueles que não a tomam porque acham que há pessoas mais necessitadas do que eles. Mas, atenção. Tudo em nome dos superiores interesses do Estado. Ou seja, a bem da Nação.
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Vacinas e vogais abertas

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Para os observadores mais atentos, ou mais curiosos, do fenómeno que gira à volta do permanente queixume da nobre e invicta cidade do Porto sobre a secundarização das suas gentes e da região, é interessante reparar no número de vezes que as palavra hepatite, vacina e gripe A são pronunciadas hep(á)tite, v(á)cina e gripiá. É um indicador seguro de que, pelo menos em termos de epidemias, as gentes do Norte envolvidas no processo suplantam largamente a mouraria em geral e os betos da linha de Cascais em particular.

Falando ainda de termos ligados à saúde, há um de admirável consenso nacional. Na verdade a hemorragia é quase sempre pronunciada como hemorregia, seja a pessoa do Porto, de Lisboa, de Faro, de Beja, Viseu ou Bragança. É um valioso argumento para estancar as verdadeiras hemorregias verbais que vão por aí com a regionalização.
Vá. E agora vamos lá todos apanhar a vácina que o frio vem aí.
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Eu diria mais: Para acabar de vez com o assunto


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"José Saramago diz que Deus deveria ter vedado a macieira com rede. A afirmação evidencia que Saramago não percebe nada de Deus, não percebe nada da Bíblia, nada da religião cristã nem percebe nada da liberdade do Homem. Perante isto, insisto, o assunto não merece mais discussão."

FNV, no Mar Salgado.

Eu deixaria tudo como está e só acrescentaria que Saramago também não percebe nada de horto-fruticultura, que é o mínimo que se esperaria de quem tem as suas raízes numa região eminentemente agrícola.
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domingo, outubro 25, 2009

Isto de andar distraído…


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Não clicasse eu hoje na Cristina, salvo seja não desfazendo, e nem repararia que hoje é Domingo.

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Há vida para além do défice (de maioria parlamentar)


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Sampaio deu mais uma entrevista à TSF. É extraordinário como um homem que dissolveu um governo maioritário (bom ou mau, não é o que interessa e muitos aguardam ainda que ele explique razoavelmente porque o fez) se aflige agora tanto com a minoria socialista que pode pôr em risco a sobrevivência dos socialistas – hoje por hoje os únicos com competência e engenho para governar.

Sabe-se como a esquerda convive mal com o pluralismo e Sampaio não é excepção. Por isso, expressões como a que referiu que é preciso que os governos minoritários tenham protecção constitucional e, por isso defende que a próxima revisão da lei fundamental, que vai acontecer nesta legislatura, considere a moção de censura construtiva dizem bem da estirpe e pensamento desta clique que, por várias razões a que não é estranha uma total incompetência da oposição, se acha indispensável e insubstituível, por força de um currículo que, no seu entender, lhes consigna a condição de donos da democracia.

Sampaio tem de deixar funcionar a democracia. E deixar-se de reflexões paternalistas. Fosse a nossa situação política a inversa do que se refere e teríamos os socialistas todos a cantar o derrube da maioria e as virtualidades dos governos de minoria (como alias já ouvi, amiúde, por aí, como Soares e Alegre, por exemplo). Mas Sampaio não deixa. Se o socialismo (o poder) está em perigo, altera-se a constituição. E ainda ninguém percebeu que a alterar-se a constituição deveria ser exactamente para retirar o socialismo do seu conteúdo.

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quinta-feira, outubro 22, 2009

O Bloco e o Colégio Militar


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Em boa verdade não sou contra a praxe académica. Sou é contra a forma como a praxe académica é generalizadamente exercida, porque muitos dos nossos jovens se embebeda pelo poder efémero advindo da antiguidade e especificidade ambiental do momento e o exercem com aqueles resquícios de malvadez de quem sabe que mais cedo o mais tarde o perderá. De resto, esta é a matriz comportamental de muitos estudantes que exorbitam do poder, sem saberem bem como lhes veio parar às mãos, que frequentemente se reflecte na forma como esses estudantes, mais tarde vêm a apurar as suas atitudes de comando na vida profissional. Não por acaso, o nosso país é muito dado ao caciquismo, ao abuso do poder e, em última análise, à entrada no campo da ilegalidade por força do poder que se detém. Autarcas, deputados, membros do governo, chefes de repartições, burocratas, gestores ou simples motoristas de transportes públicos demonstram cabalmente como o poder pode ser mal exercido, dependendo da formação de cada qual. E aqui é que reside o problema porque a tentação é grande, sobretudo para os fracos.

Isto, na minha opinião, é o que se passa no Colégio Militar. Penso que não será nem mais nem menos do que se passa noutras instituições de ensino. Talvez com mais visibilidade, por ser um colégio com uma pesada herança de tradição secular. E, tanto quanto julgo saber, os excessos praticados são detectados, investigados e punidos. Mas daí a aparecerem Rosas e Louçãs armados nos justiceiros do costume a usarem, eles próprios, uma linguagem de violência e de abuso de poder (à partida acusando a instituição militar de sabotagem organizada) deveria ir uma grande distância que o Bloco, normalmente, não respeita. Por um lado porque chama um doce a qualquer causa que lhe traga visibilidade, Por outro, porque o tempo que lhe sobra do tempo que ele próprio utiliza na manipulação de jovens estudantes do secundário e do superior, através de brigadas específicas para o efeito, fomentando a rebelião, a desobediência civil e instituindo o medo em todos os que não aderirem às suas nobres causas, o tempo que lhe sobra, dizia eu, é muito pouco para que ele se detenha numa análise séria das praxes académicas. Isto se o Bloco fosse capaz de fazer análises sérias sobre o que quer que seja.
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quarta-feira, outubro 21, 2009

Surprise, surprise

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Socoooooooorro (ou Ditosa Pátria II)


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O Forum da TSF de hoje glosado pelo João Vacas aqui:

- As opiniões valem o que valem.

- Todos têm direito a expressar a sua opinião menos a Igreja Católica.

- Todas as opiniões merecem igual respeito menos a da Igreja Católica.

- A Igreja Católica é que anda à procura de publicidade porque Saramago não precisa dela para nada.

- Saramago é um ídolo de Portugal (sic).

- Saramago já recebeu um prémio Nobel por isso já leu muitos livros.

- Quem diz que Saramago não percebe a Bíblia não leu Saramago.

- Quem leu Saramago e diz que Saramago não percebe a Bíblia não percebeu Saramago.

- A inquisição foi quem mais matou neste século.

- A única verdade objectiva é, afinal, subjectiva porque interpretativa mas que a Igreja Católica é uma coisa maléfica lá isso é.

- Deus não existe! Deus não existe! Deus não existe! Agarrem-me senão eu vou-lhe às trombas!

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Ditosa Pátria


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«Os pilotos do caça tinham um ar ameaçador».

«Os caças estavam armados com mísseis até aos dentes».


Passageiro do avião da TAP interceptado e escoltado por caças germânicos, no espaço aéreo alemão.

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Um bom vendedor


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Salvo erro, o Ensaio sobre a Cegueira, de Saramago teve 28 edições. Este Caim vai pelo mesmo caminho. O que me leva a pensar que Saramago tem, sobretudo, uma visão muito realista do mundo em que vive e da sociedade em que está inserido. Uma sociedade onde ele soube criar uma imagem que vende, por ser a imagem perfeita para isso mesmo. Para medrar por entre um núcleo de esquerda modernaça e de um grupo, extenso, que se deixa arrastar pela torrente snobe do politicamente correcto. Acrescem os idiotas que se empolgam com a estratégia do escritor e promovem decisivamente as suas tortuosas medidas, tudo desembocando em sucessivas edições da obra. Que é uma coisa que dá sempre jeito. A última foi um deputado europeu que acha mesmo que Saramago deve abdicar da sua nacionalidade.

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terça-feira, outubro 20, 2009

Lote 5 - 1º Dtº



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O Lote faz hoje quatro anos. A Carlota, a inquilina, queixa-se de que está numa fase de penoso arrasto. Eu diria que quem se mete em Mafia Wars, Farm Villes, encontra patinhos feios e troca abóboras por grelos viçosos fica sem tempo para manter um blogue que sempre se destacou como um dos bons. E dos bonitos.

Seja qual for a decisão da Carlota, leia-se trocar abóboras e grelos ou dedicar uns minutinhos mais ao Lote, aqui fica a expressão sincera de amizade e os votos de que conte muitos mais (screw the pumpkins…) de um seu admirador indefectível.


Tchin Tchin

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Coisas boas da vida


[3424]

Ora aqui está um «mecinho» que já não vai estando muito em uso nesta repartição. Gosta da vida, brinca, gosta de coisas boas e gosta, até, de mulheres bonitas, imagine-se. Tudo coisas que tendem a extinguir-se na voragem do percurso que o pensamento correcto resolveu traçar para o homem novo.

Por mim, sinto uma inveja tremenda de Button, a saber:
- Por não ter 29 anos;
- Não ter um Ferrari e um barco (barco já tive, mas desde que vim para Portugal que percebi que ele não se dava bem com as correntes de ar);
- Por não viver em Mónaco.

Do resto, assim inveja, inveja, não tenho porque ainda não há motivos para isso. Há quiçá a nostalgia de ter a certeza de que bem mais cedo do que Button virei a perceber que a minha escala de valores passará a ser condicionada pela idade. Quem sabe se antes de apreciar uma mulher bonita não me dá para começar para aí a apreciar, sei lá… vinhos, castelos ou bonés de pala para guiar descapotáveis.
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One night stand?


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Aí está ela de novo. Fresca e bonita como sempre. Vicejante e vivificadora, chegou já tarde pela noite, mas ficou. Envolveu-me com carinho e foi na volúpia do seu aconchego que adormeci. Acordei com ela ainda presente e fiquei muito feliz por ela não se ter ido embora durante a noite. Continua aqui por perto, mesmo quando escrevo estas linhas sobre ela. Passado o enlevo da chegada, dormi bem e acordei melhor. É vê-la aqui a dois metros de mim. Bate na vidraça e vai obrigar-me a manter o limpa pára-brisas ligado até eu chegar a Lisboa.
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Não se faz


Imagem daqui

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Aí estão, de novo, as campanhas negras. É que não deixam Sócrates trabalhar. Não se faz…
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O Caim matou Abel?


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Saramago vive num país onde lhe é possível dizer o que lhe vem na gana. De certeza absoluta que não é o país onde ele (diz que) acha que se devia viver. Ele acha que para vivermos felizes só deveríamos dizer aquilo que ele e outros iluminados como ele acham que se pode e deve dizer e disso deu abundantes provas quando, no Diário de Notícias, pôs mais de uma vintena de jornalistas na rua, gente herética, obscura e que não concordava com o main stream ideológico da época. Daí que o facto de Saramago se ter lembrado agora de perpetrar mais uma campanha publicitária para o seu novo livro não surpreenda por aí além.

Não se percebe bem é que as televisões andem há dois dias a repetir à exaustão a imagem de Saramago a dizer que Caim não existiu, que Eva era uma badalhoca interesseira e o Adão um papalvo enleado nas teias que o império já nessa altura tecia. E, sobretudo, que devíamos pôs as crianças a salvo de tamanha pornografia.

Felizmente que a reacção generalizada de crentes, cristãos e judeus, tem sido civilizada e com a bonomia que, por piedade, se deve conceder a um homem que nasceu, viveu e há-de morrer azedo como um limão bolorento. Porque há gente assim. Zangada com a vida, zangada com ela própria. E que têm como única forma de se satisfazerem e realizarem procurar que toda a gente se zangue entre si. Mas, de caminho, lhe vá comprando uns livrinhos, que a vida está cara para toda a gente.
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segunda-feira, outubro 19, 2009

O novo Público?

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Há um senhor que se chama Nuno Ribeiro e que, pelo visto, escreve para o Público a partir de Madrid. E que faz uma inominável reportagem sobre uma enorme manifestação contra o aborto, efectuada em Madrid – coisa, de resto, que passou despercebida em Lisboa, onde uma parte da sua população mais esclarecida parecia mais ocupada numa sessão de galhofa e estrepitosa gargalhada, durante a apresentação de um livro onde o zangado e natural born bitter Saramago se entretém a dizer umas barbaridades sobre a Bíblia.

A reportagem do Público é, no mínimo, obscena. A menos que se trate de um caso de mau jornalismo, pura e simplesmente. A ser o caso, recomenda-se a leitura desta reportagem da BBC. No intervalo das gargalhadas com Saramago, naturalmente.
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Os muros bons e os muros maus


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Felizmente que aos muros maus, como o americano, o espanhol e o israelita, sucede-se um muro bom, como este do Rio de Janeiro. O pormenor das flores e das pinturas confere-lhe até o tique moderno e humano que os outros, idealizados por espíritos opressores, racistas e xenófobos, não têm.

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domingo, outubro 18, 2009

Está explicado o "sub-rendimento" do Sporting


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Tenho estado a acompanhar o jogo do Sporting com o Penafiel, assim como assim, a miséria do costume. Só que, desta vez, fiquei esclarecido sobre as raízes do sub-rendimento leonino. É que, segundo um preclaro comentador da SportTV, o problema do Sporting está em que a equipa desposiciona-se e bascula (não falta acento, é mesmo terceira pessoa do singular de bascular) de um lado para o outro (SIC).

E eu que andava aqui a matar a cabeça na busca das verdadeiras causas da débacle sportinguista. Afinal, é tudo uma questão de desposição (ou desposicionamento, há várias "opiniães"…) e… como dizer… arranjar um substantivo apropriado, xacáver… hummmm, basculização da coisa.

Já posso dormir descansado.
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O embaraço no «Prós e Contras»


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É lamentável que artigos como este que abaixo transcrevo de Eduardo Cintra Torres no Público passem mais ou menos despercebidos na voragem do consumo diário de informação, sobretudo quando esse informação se pauta pela adulação quase permanente e generalizada do regime no Poder e pelo branqueamento de situações que de tão claras chegam a parecer inverosímeis.

No último Prós e Contras foi patente a impressão de que a única coisa que faltou foi dizer-se loud and clear de que o Partido do Governo terá montado uma campanha de propaganda mentirosa, ainda que hábil, conducente ao envenenamento da imagem do Presidente da República perante a opinião pública, a propósito dos famigerados mails publicados pelo servil Diário de Notícias. As coisas não correram bem a Fátima Campos Ferreira que terá perdido o «ponto» e se desmultiplicou em emendas bem piores que o soneto que estava encomendado, qual fosse o de pôr em cheque a posição do Público e de José Manuel Fernandes, contando com o ovo na cu da galinha a colaboração de Henrique Monteiro que, afinal acabou por dizer claramente que não publicou os mails por provirem de uma fonte politica.

Fátima Campos Ferreira terá prestado um bom serviço à verdade, ainda que sem querer, como é óbvio. Só é pena que no «dia seguinte» não se tenha «esmiuçado» mais a questão. Por delicado que fosse.

Ler abaixo o artigo de Eduardo Cintra Torres via Portugal dos Pequeninos e foto do Kaos:

«Prós e Contras. Tal como o Telejornal, este programa é, na minha opinião, um importante instrumento da estratégia e da táctica concreta de comunicação da central de propaganda governamental. Mas, no programa de segunda-feira, 12.10, auto desmascarou-se. A edição foi toda construída como armadilha ao director do PÚBLICO e para ligar o jornal a "disparates de Verão" de Belém e a "encomendas" de notícias. Disfarçar-se-ia com temas anódinos e estafados (sondagens, etc.), apenas para se centrar no caso da vigilância. Mas aconteceu a beleza do directo. A RTP (a central de propaganda do Governo?) contava com uma posição do director do Expresso que não veio a confirmar-se. Em Agosto, Henrique Monteiro tinha sido mais crítico com o PÚBLICO e escarneceu com a possibilidade de vigilância. O Expresso usou em manchete uma expressão derivada da posição então assumida por Sócrates: sillygate. Entretanto, o Expresso investigou o assunto. E uma "fonte política" (que presumo do Governo ou do PS) tentou passar ao Expresso o famigerado e-mail entre jornalistas do PÚBLICO. O Expresso ter-se-á apercebido, entretanto, da montagem de uma acção de envenenamento pela propaganda mentirosa. Mas a central do Governo e a RTP não devem ter notado a alteração de posição do director do Expresso. Resultado: além de José Manuel Fernandes ter desmentido uma série de mentiras que a apresentadora queria fazer passar como factos e ter reposto a essência jornalística do trabalho do PÚBLICO em 18 e 19 de Agosto, o director do Expresso revelou em directo para todo o país que foi uma "fonte política" quem tentou plantar o e-mail no Expresso e que, não o conseguindo, o passou para o DN, sempre pronto a fazer fretes ao poder. A apresentadora do Prós e Contras e o director de Informação da RTP ainda tentaram salvar as posições da propaganda governamental, mas a intervenção de Monteiro, não cumprindo o papel que aqueles esperavam dele, estragou a jogada. Pela primeira vez em anos, o Prós e Contras não conseguiu servir cabalmente a propaganda do Governo e, pelo contrário, viu desmoronar-se a cabala e revelar-se a sua natureza abjecta.»

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Os pedófilos bons e os pedófilos maus

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Os indulgentes *

Cena 1. O cineasta Roman Polanski foi preso na Suíça sob a acusação de ter mantido relações sexuais com uma menor de 13 anos, nos EUA, em 1977.
Cena 2. Frédéric Mitterrand, ministro francês da Cultura, mostrou-se indignado pela detenção de Polanski que diz motivada por “uma antiga história que não tem realmente sentido”. Face às críticas daqueles que recordavam que a dita história sem sentido incluía sexo e consumo de drogas com uma criança Frédéric Mitterrand respondeu que “O trabalho de um ministro da Cultura é defender os artistas na França.” Cabe perguntar: e se fosse camionista o ministro dos Transportes defendê-lo-ia?Cena 3. Com quatro anos e meio de atraso sobre a data de publicação da obra, jornalistas e políticos lêem a autobiografia e Frédéric Miterrand. Nesse livro o agora ministro francês da Cultura dava conta do seu hábito de pagar “a rapazes” na Tailândia.
Cena 4. O eurodeputado Daniel Cohn-Bendit, um dos líderes do Maio de 68 em França, critica Frédéric Mitterrand pela sua tomada de posição no caso Polanski que, ao contrário do ministro francês, considera “um problema de justiça”. Já sobre o recurso de Frédéric Mitterrand ao turismo sexual provavelmente com menores (ou adultos que dada a ambiência do turismo sexual na Tailândia difícilmente poderão ser considerados tão livres quanto o é um adulto que se prostitui na Europa), Cohn Benndit considerou que as revelações de Frédéric Miterrand são uma espécie de terapia pública.
Cena 5. Voltam a ser referidas as acusações a Cohn Bendit de comportamentos impróprios com crianças. Os factos remontam aos anos 70, época em que o agora eurodeputado trabalhava nos jardins infantis revolucionários de Frankfurt. As acusações baseiam-se naquilo que o próprio Cohn Bendit escreveu em 1975 no livro “Le Grand Bazar” que na época não parece ter chocado ninguém.
Se este alinhamento fosse o esboço de um guião dir-se-ia que tinha demasiadas coincidências. Mas isto não é ficção. É sim o percurso de alguns dos protagonistas de uma geração que era jovem no final dos anos 60. Uma geração que rejeitou a moral burguesa e ocidental e que não só acreditava que ia fazer muito melhor como acreditava de que pouco havia a aproveitar na sociedade então vigente.
Como é conhecido, o capitalismo, esse eterno reciclador, reservou lugares de destaque e de poder a estes contestatários. Mas o tempo o está a pregar uma enorme partida a essa geração que enquanto teve e tem um discurso muito severo sobre quem a precedeu e se habituou a ser extraordinariamente indulgente consigo mesma. O que agora os atormenta não é terem chamado libertadores a ditadores, confundido filósofos com chefes de seitas ou, em alguns casos, terem atravessado a ténue linha que então separava a contestação do terrorismo. O que o tempo agora lhes atira à cara através de interpostas crianças é a memória desses anos em que eles gritavam liberdade, façam amor e não a guerra, eram jovens e belos, em que acreditavam que iam ficar para a História, quiçá ser o seu fim e não concebiam sequer que outras gerações os julgariam. Com as suas enormes diferenças o drama de Daniel Cohn-Bendit, Frédéric Mitterrand e Roman Polanski é que tudo aquilo que agora lhes é atirado à cara foi senão aprovado pelo menos razoavelmente tolerado em determinados períodos. Basta pesquisar nos arquivos dos jornais, sobretudo dos franceses, para encontrarmos referências aos abaixo-assinados subscritos pelos intelectuais nos anos 70 pedindo a libertação de pedófilos que então não eram vistos enquanto tal mas sim como contestatários da repressão burguesa da sexualidade infantil.Contudo o que impressiona em 2009 não é tanto o que se diz, fez ou escreveu há trinta anos mas o constatar-se a disponibilidade para novamente, em nome da libertação dos adultos, tomarmos sem grande reflexão decisões que não sabemos como podem interferir com as crianças por elas afectadas. O caso presente da adopção por casais homossexuais é um exemplo disso mesmo. Que dois homens ou duas mulheres queiram ver reconhecida a sua união como casamento é uma questão entre adultos. Bem diferente é uma sociedade assumir que no futuro existirão crianças que serão identificadas como tendo dois pais ou duas mães. Como irão reagir a isso?Ao contrário do que por vezes se sugere não vejo que alguém fique homossexual por ser criado por homossexuais – aliás se assim fosse não existiam homossexuais pois até agora todos nascemos em famílias heterossexuais – como nem sequer me parece que essa seja uma questão relevante. O que está em causa é que da nossa identidade fazem parte as figuras de pai e de mãe. Daí a luta no passado contra a existência de mães e pais incógnitos. E não deixa de ser sintomática desta necessidade a história muitas vezes reconstruída pelos filhos dos divorciados acerca do pai e da mãe, não raras vezes com grande injustiça para os padrastos e madrastas que lhes fizeram as vezes.Convirá que não esqueçamos que a propaganda passa e os factos ficam. E nestas matérias os factos tendem a confrontar-nos muito mais tarde. Nesse desagradável momento arranjar uns bodes expiatórios como está a acontecer agora com a geração de 70 dá jeito aos indulgentes. Mas na verdade não é muito leal.

* Helena Matos no Público
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sexta-feira, outubro 16, 2009

Dia mundial da alimentação

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Recebida por e-mail. Bom fim-de-semana para todos.

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Palavra do Senhor


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Barack Obama em Nova Orleães: “No habrá más Katrinas

Por Miguel, no Insurgente

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Apanhar uma espinha


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A gente acorda, abre um olho à Ana Guedes a dizer-nos (a Ana Guedes ouve-se com os olhos, vá-se lá perceber alguns mistérios insondáveis da fisiologia…) se vai estar sol, se as entradas para Lisboa estão mais ou menos desimpedidas, que a Assembleia da República reiniciou mais um ciclo e, de repente, ela diz que a OMS recomenda que se coma pelo menos quatrocentas gramas de massas e/ou arroz, já não sei se por semana se por dia.

É uma sensação assim, como dizer, de estarmos num restaurante do Guincho a degustar um lombo de lagosta suada e, de repente, apanharmos uma espinha…
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Mais do mesmo?


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Mais do que perplexidade, causa alguma irritação assistir à campanha permanente do Partido do governo no sentido de transferir para os Partidos da oposição a responsabilidade pelo bom desempenho do governo na próxima legislatura pela recuperação económica, melhoria da justiça, saúde, educação e outros sectores vitais da nossa sociedade e convergência europeia desejáveis.

Tudo isto se passa no quadro de uma tentativa de diluição da imagem em que a pesporrência do primeiro ministro em particular e dos seus prosélitos em geral deu cobertura a uma legislatura desastrosa, em que a fronteira entre a incompetência e a multiplicação de casos difusos e suspeitos foi muito ténue.

Seria melhor que o discurso actual de Sócrates, ao invés do sorriso amarelo com que adorna a mão estendida, o espírito aberto e o coração limpo, se revestisse de alguma humildade e vontade genuína de proporcionar condições para que possamos ter um governo eficaz para os próximos quatro anos, sem recurso a eleições antecipadas. E decente. Em vez de se estar já a passar um certificado de culpa á oposição pelo eventual fracasso da governação.

Os florilégios de Sócrates e comandita são um mau augúrio.
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quinta-feira, outubro 15, 2009

Estou a ficar «comprimetido»...

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No curto espaço de cerca de 60 minutos, e a propósito das reuniões de Sócrates com os líderes dos Partidos, um repórter da TVI24 disse por TRÊS VEZES que Sócrates iria assumir os «comprimissos» políticos. Eu seja ceguinho (esta do ceguinho, digo eu).
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O melhor queijo do mundo


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"Os ricos não comem queijo porque têm colesterol. Os pobres, porque não têm dinheiro". Afirmação de um empresário que produz este queijo no Fundão e que deve estar hoje a dar uma conferência em Nova Iorque sobre o queijo amarelo da Beira Baixa, classificado como o melhor queijo do mundo entre os cem considerados melhores, numa prova de olhos vendados. O evento foi organizado pela Vanity Fair e pela Wine Spectator.

Portugal tem destas coisas. Tem condições naturais únicas para produzir coisas únicas. Pena que a sua dimensão não permita usarmos esta verdadeira bênção para enchermos o mundo de coisas boas. Como o queijo amarelo da Beira Baixa, as cerejas da Cova da Beira, os abrunhos do Oeste, a maçã Bravo de Esmolfe e alguns vinhos, entre outras iguarias de inspiração divina. E, já agora, ajudar ao equilíbrio da nossa balança de pagamentos.
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O primo do avô do Adolfo

[3409]

Era inevitável. Este vídeo já deu para o Luís Filipe Vieira, para Sócrates e para um número indiscriminado de ocasiões. Agora calhou a vez a Maitê.

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Imagine-se que o «apagamento» de Moura Guedes foi ilegal…

[3408]

A decisão da ERC no sentido de que a administração da TVI tomou uma decisão ilegal reflecte a ideia que tenho de que a ERC faz tudo de acordo com as conveniências. O «timing» do parecer (não podia ser melhor, todo este tempo depois das eleições) e a ideia de que esse parecer é desfavorável ao partido do poder geram uma convicção muito firme de uma estratégia estabelecida e conduzida ao milímetro.

É o sufoco final. E admito que é preciso alguma argúcia para que não andemos demasiadamente distraídos.
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O sonho de Louçã e de Jerónimo


[3407]

Máquinas de bypass que se apagan, llantos de bebé que resuenan. Cuños que caen sobre las hojas para negar y censurar; kilobytes que llevan mi voz por Internet sin necesidad de moverme. Alguien que me mira ceñudo mientras habla por el walkie-talkie del control. Un pájaro llamado Twitter me alza entre sus patas. Oficinas con gente uniformada que confirman “usted no puede viajar por el momento”, si bien ya estoy a miles de kilómetros de aquí, en ese mundo virtual que ellos no pueden comprender ni cercar.

Louçã e Jerónimo não estariam sozinhos neste sonho. Estariam acolitados por uma corte de querubins, vassalos da sua divina atribuição como condutores dos destinos dos homens e do mundo. E em alturas do sonho teriam reuniões com camaradas, uniformados, que lhes diriam quem pode sair de Portugal e quem não pode.

De vez em quando acordam, um ajusta o nó da gravata, o outro faz questão que reparemos que não ajusta gravata coisa nenhuma pela simples razão de que não a usa e lançam-se na lida diária de brincarem à liberdade. Votando, falando na Assembleia, debatendo e outras esquisitices do género. Até à vitória final.

Um dia serão remetidos naturalmente para um canto de uma galeria que a História tem de «amostras sem valor». Onde pertencem.

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quarta-feira, outubro 14, 2009

Porque me apetece

[3406]

Ontem, no episódio do excelente Boston Legal, Shirley (Candice Bergen) vai beber um copo com Ross, colega e antigo namorado dos tempos de College. De repente, vê um piano ao fundo do bar e pede-lhe que lhe toque qualquer coisa. Ele levanta-se e dedilha, com evidente nostalgia, o teclado à sua frente, ao mesmo tempo que lhe vai dizendo que

Once upon a time a girl with moonlight in her eyes

Put her hand in mine and said she loved me so

But that was once upon a time, very long ago

(…)

Once upon a time the world was sweeter than we knew

Everything was ours, how happy we were then

But somehow once upon a time never comes again.

Shirley ouvia, olhava para Ross, e os olhos humedeciam-lhe a beleza serena que Deus lhe deu.

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Portugueses esquisitos

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Não consigo entender bem o bruáá que vai por aí por causa do vídeo de Maité Proença, tentando fazer humor com algumas portuguesices, nem sequer das mais típicas. Um número de porta ao contrário (ninguém explicou a Maité o significado esotérico da inversão do algarismo 3, naquela região), achar os portugueses esquisitos e cuspir numa fonte dos Jerónimos não tem graça por aí além, mas cada um ri-se do que gosta e não temos nada com isso. De resto, o vídeo até enaltecia a qualidade dos pastéis de Belém (apesar de haver um trocadilho qualquer com as claras que as freiras usavam para engomar os colarinhos, mas há coisas que só os brasileiros entendem), a arquitectura manuelina (o velho «Mánoeu» portuga que os brasileiros não se cansam de glosar e incensar como «a piada de português») e não faltou mesmo o momento de recolhimento perante os túmulos de Vasco da Gama, Camões e Pessoa ou a referência ao monumento dos descobrimentos, ali onde o Tejo vai dar ao mar, pois os rios em Portugal, tal como Brasil, vão dar no mar. Também houve uma pontinha da proverbial cultura brasileira quando Maité se referiu a Salazar como um ditador que governou Portugal por mais de vinte anos. Vinte anos, mágine…

De qualquer maneira nem o insuportável cinzentismo português nem o espírito de padeira de Aljubarrota resistiram à «invectiva» da actriz brasileira e só faltou montar a táctica do quadrado para nos defendermos do opróbrio que emanava do vídeo. Respingámos, fizemos até abaixo assinados e a actriz, inexplicavelmente, acabou a pedir desculpa, não faltando sequer o avô português que todos os brasileiros tiram da gaveta, de cada vez que cá vêm ou precisam de vender a última imagem de uma telenovela.

No final da história fica um programinha sem graça (Maité é bonitinha djimais para ser de programa sem graça) e uma alma tuga que ganharia muito em se libertar deste horrível provincianismo que, aqui sim, Maité poderia ter explorado em favor do humor do Saia Justa, em vez de chamar esquisitos aos portugueses ou de cuspir numa fonte dos Jerónimos. Imagine-se eu ir fazer um xixi do alto do Cristo Redentor, dizendo com um megafone que os brasileiros são um conjunto de caipiras que usam gravata em S. Paulo e chinela, daquelas de enfiar o dedão, no Calçadão do Rio de Janeiro. Mi chamavam de Mánuéu ou Juáquim, não?

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terça-feira, outubro 13, 2009

A brincar, a brincar…


[3404]

Vai correndo por aí que Clara Ferreira Alves poderá vir a ser a nova ministra da cultura. Ficam explicadas algumas das vezes em que o leite veio por fora do fervedor. Clara não é parva e pode ter dado por isso antes dos demais. Daí que as suas fúrias ao PSD alternadas com a languidez com que se entregava à volúpia de se referir a Sócrates estejam agora amplamente justificadas.

Mesmo que não dê nada, fica, pelo menos, o território marcado.

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Tenham medo. Muito medo.


[3403]

Este país prossegue na sua senda de local mal frequentado. Agora está definitivamente a ficar perigoso.

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De espírito aberto e coração limpo




[3402]

Não vi o «Prós e Prós» de ontem, meramente por questões de higiene mental que tenho vindo a impor a mim próprio. Mas não resisti e acabei por «passar» por lá, na segunda metade do programa. Do que vi, e corrijam-me na eventualidade de estar a ficar com a mentalidade distorcida, concluí que:

- A Fatinha perdeu o resto da vergonha e tratou de apanhar convidados pela sorrelfa e à má-fila. José Manuel Fernandes não se apercebeu das virtualidades da nova bufa de serviço e compareceu. Tenho a certeza que ao chegar a casa terá consumido uma caixa de konpensan e tomou uma dose dupla de um sonífero que o ajudasse a reparar os estragos;
- João Marcelino sugere bem a figura do venal que conseguiu fazer tudo menos disfarçar a ideia de que o assunto do mail que publicou cheira mal a léguas e de que participou activamente numa operação alargada e destinada a influenciar a opinião pública, em favor do PS, numa altura crucial da campanha para as legislativas;
- Henrique Monteiro esteve quase a abrir o livro, quase, quase. Não o fez porque parece ter uma dimensão ética muitos furos acima de Marcelino, mas isso não obstou a que se entreolhasse com José Manuel Fernandes, em expressões de «tu sabes que eu sei que tu sabes que nós sabemos que isto foi tudo uma grande merda»;
- José Alberto Carvalho fez o papel do costume, diz umas patacoadas e toda a gente fica sem saber o que é que ele quer, para além da sua evidente atitude de cobertura da «His master’s voice». Foi patética a sua preocupação em declarar que não lhe interessava saber se a fonte do mail era política…
- Apareceu um politólogo que eu não conheço mas cuja resenha aparece abundantemente no Google, André Freire de seu nome, e que a Fatinha se esforçava loucamente para que ele falasse. O homem, às tantas, já não sabia o que havia de dizer, a Fatinha insistia que o queria ouvir e o homem já só balbuciava que «a presidência devia ter feito», a presidência «devia ter dito», a «presidência induziu» a «presidência isto, a presidência aquilo»;
- Paulo Baldaia vestiu bem a pele de director de uma empresa autónoma mas do mesmo grupo do Diário de Notícias. Ficou-lhe bem e ia bem com o fato.

O sufoco da «socialisticalização» (perdoe-se-me o palavrão, mas parece-me adequado) continua com tanta saúde como a que já nos falta, pela submissão permanente à mais patética campanha de doutrinação das massas e da conversão daqueles que um dia destes ainda acabam por ser considerados de «dissidentes». Já faltou mais.

Hoje de manhã, entretanto, a voz melíflua de Sócrates ia-nos explicando como ele agora está dado ao diálogo e é nesse estado de alma que vai formar governo, de espírito aberto e coração limpo. Tenho o dia estragado.
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