segunda-feira, agosto 09, 2010

Uma questão de higiene


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Este fim-de-semana foi fértil em notícias que consolidaram a ideia que a maioria das pessoas tinha já, de resto, com excepção dos inquiridos da Eurosondagem do inefável senhor Oliveira, que o Freeport enformava um embuste grosseiro que nos envergonha a todos. Daí que se vulgarizou a ideia de que tanto o Dr. Pinto Monteiro como a Drª Cândida tiveram uma actuação mais que duvidosa relativamente ao que se percebe agora ter sido a preservação da figura do primeiro-ministro. Não que não existisse já abundante evidência deste desiderato, mas agora as coisas estão mais preto no branco, a cascata de notícias deste fim-de-semana só com muito boa vontade poderão ser incluídas em campanhas negras. O toque risível veio com o funcionário analfabeto que, não sabendo inglês, devolvia o correio da polícia inglesa (às vezes dá para nos perguntarmos até onde esta rapaziada socialista acha que pode fazer de nós parvos…).

«Dito isto», como diria o nosso Marcelo, só me espanta toda a gente agora estar mais ou menos de acordo em que nem Pinto Monteiro nem Cândida Almeida têm condições para continuar nos seus postos de trabalho. Pergunto: Então e Sócrates? Cadê os outros, como dizem os brasileiros? Ou, neste caso bem concreto, querem correr com Cândida e Pinto Monteiro e não se toca na pedra angular da sua actuação? Não há provas, não há evidência, acusação, a polícia não encontra razões para pronunciar Sócrates… pois não. E é para admirar? Em face do que tem vindo a lume, é de admirar que a polícia não tenha encontrado nada?

Não é justo, assim, bater nos magistrados e deixar Sócrates, paulatino, a coberto da sua presunção de inocência, Por razões óbvias. O que se pode e deve fazer, não sei. Mas para isso, para que alguém saiba o que deve fazer é que temos um Presidente da República eleito. E se tivermos que ir para eleições antecipadas, pois que não hesitemos. Sai caro? Sai. Mas nada é pior que manter Sócrates a rir-se de todos nós. E, de resto, há casos em que a higiene é um factor absolutamente prioritário.

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terça-feira, outubro 20, 2009

Não se faz


Imagem daqui

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Aí estão, de novo, as campanhas negras. É que não deixam Sócrates trabalhar. Não se faz…
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quarta-feira, agosto 26, 2009

Reflexão a fechar um dia de férias demasiadamente curtas


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Afastar Cândida Pinto e ter o processo Freeport resolvido antes das eleições legislativas (em consistência com o vaticínio da própria Cândida Pinto, há algum tempo), como, de resto, processos e questões apendiculares como a – alegada – pressão do presidente do Eurojust sobre magistrados, mais do que um sinal da desejável eficiência da nossa justiça, teria sido um acto de decência e de higiene.

Assim, da forma como tudo está a correr, consolidamos a ideia generalizada de que muito do que temos e somos é pouco confiável. E recorda-nos de que além de pouco já valermos como povo, estamos comprometendo definitivamente o nosso futuro como nação, merecedora do respeito devido enquanto tal, no inevitável concerto regional em que temos necessariamente de estar incluídos.
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sexta-feira, agosto 21, 2009

Ainda se lembram do Fripór?


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Se eu tivesse vários depósitos avultados, na ordem dos €200.000 e não me lembrasse porquê, como e por alma de quem, de certeza que ia ao médico certificar-me de que estava com as meninges no sítio. Mas há gente que não se importa. Não sabe, não viu, não se lembra e, com jeitinho, deve ter raiva a quem sabe. Porque de certeza que as pessoas vão logo aproveitar estes lapsos de memória para continuar as campanhas negras, só porque o beneficiário dos depósitos foi presidente do Instituto de Conservação da Natureza no tempo de Sócrates como ministro do ambiente.

Um país de má-língua, é o que é.



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domingo, maio 24, 2009

A peixeirada


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Nós somos assim e pouco ou nada haverá a fazer contra isso. Qualquer assunto dá direito à formação de claques e neste, as claques rapidamente se formaram. Por Marinho e Pinto (MP) e por Manuela Moura Guedes (MMG). Não interessa mais nada, apenas o amor ou o ódio que cada um nos merece.

Por mim, estamos tão só perante um exemplo de má educação (má criação, como diria a minha avozinha) de MP e de uma demonstração real do ódio profundo que este homem tem por certas pessoas e pela zanga imensa que tem com a vida. Porque a verdade é que por muito que não se aprecie o estilo de MMG, ainda não me apercebi de que alguma das notícias sobre o caso Freeport (porque a zanga de MP foi muito mais por causa do Freeport do que pelas bagatelas da Ordem) fosse falsa. Pode-se não gostar da senhora. Mas há que reconhecer que a MP, para lá da sua truculência e má educação, faltou a necessária inteligência para disfarçar o seu verdadeiro e único objectivo em aceder à entrevista. E que era o assunto Freeport. O resto era acessório. Por último há que realçar a contenção de MMG e fazer-lhe a justiça de ter conseguido resistir com elegância ao ataque bestial de que foi alvo.

Apenas mais uma nota. E por isso, entre outras coisas, vale a pena ver a entrevista toda. MMG não chamou bufo a MP, como diz o José. Limitou-se a inserir no contexto criado pelo próprio MP a observação “então o senhor é bufo”. Com atenção, ver-se-á que este “então” faz toda a diferença.

Marinho e Pinto é um malcriado. E disfarça mal.

Nota:

Não consegui copiar directamente a entrevista total. Mas pode ver e ouvir
tudo aqui.
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sábado, maio 16, 2009

Embaraço




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A Helena Matos define perfeitamente o país que somos, com estes dois posts. De resto, ou eu não sei português ou há pessoas que continuam a referir à boca cheia o nome de Sócrates como personagem fulcral em toda esta marmelada. Ou então…devo ter tirado a 4ª classe na tropa.

São imagens e notícias destas que me fazem pensar que mais que o desejo de que todas estas trapalhadas se resolvam (talvez porque, no íntimo, sei que jamais se resolverão) me deixo invadir por um sentimento de embaraço e vergonha. Começo a sentir-me embaraçado com esta promiscuidade e, sobretudo, com o à-vontade com que estas notícias circulam, sem desmentidos, como se de normalidade se tratasse. E com uma inexplicável bonomia com que são tratadas. Para além de uma lógica estranha que começa a instalar-se em muita gente. Ainda ontem me perguntavam, num jantar: - Mas, olha lá, então lá fora não é a mesma coisa? Ainda agora o Gordon Brown pediu desculpas…


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quinta-feira, maio 14, 2009

Arrepios e insónia


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José Sócrates, insone por causa do desemprego e arrepiado pelas recentes notícias sobre práticas de gestão fraudulenta no Banco Privado Português (BPP) e no Banco Português de Negócios (BPN), pediu rapidez à autoridades judiciais na perseguição dos criminosos. "Espero que as nossas instituições judiciais persigam os responsáveis por esse tipo de práticas. As notícias são absolutamente arrepiantes no que diz respeito a empresas fictícias", apontou Sócrates.

A insónia e o arrepio nunca foram bons conselheiros à conjugação dos princípios activos e excipientes no tratamento de algumas questões nacionais, sobretudo quando umas são apontadas como o resultado de campanhas negras e cabalas e enfermam de julgamentos na praça pública e outras são condenadas tout court pelo Grande Líder, que deveria ter um pouco mais de cuidado nestas coisas. É que independentemente dos indícios de actividade fraudulenta dos bancos em causa e consequente prejuízo dos legítimos interesses de muitos portugueses, não me parece que neste caso se reduza a tratos de polé o princípio da presunção de inocência até julgamento e condenação e noutros, como os vários em que o nosso Grande Líder parece estar directa (Freeport, Central de Compostagem, licenciaturas e licenciamentos) ou indirectamente (pressões no arquivamento de processos), se perca o tino e nos arrepiemos. É uma questão de bom senso e higiene. No mínimo.
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quarta-feira, maio 13, 2009

Vitalino, de novo


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Não é aceitável que Vitalino Canas prossiga na senda das suas declarações idiotas, sempre que as trapalhadas do Grande Líder vêm à superfície. Desta vez é o processo disciplinar ao presidente da Eurojust Lopes da Mota, encontrada que foi substância na suspeita de que terá colocado pressão nos magistrados sobre o caso Freeport.

Vitalino Canas voltou a usar a retórica habitual, afirmando que há um aproveitamento oportunístico (o termo é dele) e ilegítimo das oposições, uma vez mais, quando afinal, o que houve foi uma "transferência de inquérito em processo disciplinar" e é preciso esperar pela "produção de prova" . Resumindo, a culpa é dos outros, na óptica de Vitalino.

Para mim, mais grave do que a transferência do inquérito em processo é a convicção de que as pessoas não são maluquinhas e não estou a ver Lopes da Mota, pessoa que não conheço e de que apenas ouvi falar quando foi do “Foge Fatinha”, a acordar de manhã a dizer para os seus botões: - Hoje vou colocar pressão nos magistrados sobre o caso Freeport.

Parece-me curial pensar que a trama é bem mais complexa que uma mera acção de escuteiro de Lopes da Mota. E isso, sim, preocupa e envergonha.
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quarta-feira, abril 22, 2009

Fuuuuuuu!


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Há aqueles casos em que nos cruzamos com alguém a sair de uma casa de banho, visivelmente embaraçado pelo fedor que causou e deixou ao triste utilizador seguinte.

Por muito que me esforce em evitar a imagem, a sensação que tive ontem ao fim da entrevista de Sócrates foi mesmo essa. Um fedor incómodo, causado por ele próprio, com a agravante que, ao contrário do exemplo acima, Sócrates não mostra embaraço nenhum.

E peço desculpa pelo exemplo grosseiro mas foi exactamente o que me veio à cabeça. Do resto, sobre a entrevista, pouco há a dizer. Ficam os longos minutos (habilmente deixados para o fim da entrevista) concedidos ao Grande Líder para mais uma barrela (limpeza de imagem) no caso “Fripór”, na forma redonda, pesporrente e ameaçadora que se lhe conhece, citando até que “a liberdade de dar um murro termina no nariz do parceiro”, como refere Manuela Moura Guedes, na reacção ao destemperado ataque de Sócrates à TVI.

O meu primeiro-ministro embaraça-me. Cá dentro e lá fora. Espero veementemente que ele saia, democraticamente, de cena. E possamos esquecer este trágico intermédio.

Adenda 13:15 - Ouvi o forum da TSF quase todo. Coincidentemente, ou não, uma enorme parte dos opinantes apoiou sem reservas o primeiro-ministro. Mais trágico que ter o Grande Líder a ganhar de novo as Legislativas só o Grande Líder ganhar as Legislativas e o FêQuêPê ganhar o campeonato. Tudo ao mesmo tempo. Aos trambolhões...

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quarta-feira, abril 01, 2009

Foge, Fatinha, foge...


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Ando com pouco tempo. Mas não passará sem registo este episódio do "foge, Fatinha, foge"

E depois o senhor vai para presidente da Eurojust… e o presidente do sindicato de juízes acusa-o de pressões para abafar o caso Freeport… e depois o procurador anuncia uma comunicação à Nação… e palra as vacuidades do costume por entre uma punhado mais de declarações avulso de que no caso Freeport “é preciso ir até ao fim, custe o que custar, doa a quem doer”.

Está tudo doido?

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sábado, março 28, 2009

Da vantagem de ter uma prima organizada

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E não. Não tem nada a ver com Sócrates nem com o Freeport. Tem a ver com a vantagem de se ter uma prima organizada e vizinha, salvadora da Pátria quando a Internet nos prega partidas na própria casa. E isso vale-me poder vir aqui (a casa dela) dar uma saltada e pôr a escrita em dia, mais propriamente a leitura em dia. Queria saber como se estava a reagir às "últimas", designadamente
o racismo mal disfarçado de Lula da Silva, quando acusou os brancos de olhos azuis das malfeitorias correntes do mundo e o DVD que, mau grado não contar para as contas do nosso Ministério Público, veio reforçar a ideia do lodaçal que por aí vai com a história do Freeport.

Quanto a Lula confesso que não me surpreendi um bocadinho que fosse. O racismo tem destas coisas. Se há racistas que o são porque se acham superiores a outrem há outros racistas que o são porque não suportam sentirem-se inferiores, mesmo quando o não são. Estes últimos geram um inapelável ódio pelo conforto, abundância e parâmetros de qualidade de vida que os blue-eyed whites conseguiram criar para o seu ambiente de vida e os primeiros sublimam a arrogância de pensarem que o mundo poderia ser ainda melhor se não fossem os coloured de olhos castanhos. É a tragédia antiga, mais antiga que a Grega, tão antiga como o mundo. O que seria de esperar é que o conhecimento e a técnica fossem acompanhados por uma consciencialização desta velha questão, o que manifestamente não tem vindo a acontecer. Lula deu agora mesmo um bom exemplo desse ódio que, por muito que tente disfarçar, lhe corre nas veias.

Já o DVD sobre Sócrates me parece um indicador seguro de que a única saída airosa para esta cena triste era a demissão pura e simples do primeiro-ministro. Inocente ou não, ele deveria ter estrutura suficiente para nos poupar a toda esta vergonha. Ao fim e ao cabo, a habitual estridência madeirense fez-nos recordar isso mesmo. E se há coisas em que nos sentimos compelidos a concordar com Jardim, esta é uma delas.

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segunda-feira, fevereiro 23, 2009

Olha, afinal parece que pode ter prescrito


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Relativamente à distinta possibilidade de os crimes de corrupção e tráfico de influências com o licenciamento do Freeport já poderem terem prescrito e de o competente Dr. Marcelo no-lo ter explicado ontem na TV, ficam duas sensações amargas. A primeira é de que as coisas neste país acontecem assim como as rabanadas de vento. O ar está calmo e de repente a pressão atmosférica tem um acesso de "taquicardia" e o vento sopra, mostrando lixo escondido. Dá a impressão que ninguém tinha reparado e que de repente, “voilá”, a coisa está é prescrita e não vale a pena falar mais do assunto. A outra é que ninguém parece estar preocupado com o facto de a ser verdade que os crimes (alegados) terem prescrito a culpa poderá caber em grande parte ao ministério público. Quer por deliberada intenção de não mexer no assunto quer porque um funcionário qualquer foi deixando amontoar serviço na secretária.

Se este desmazelo e ausência de rigor (em que somos, infelizmente, ímpares) são sempre condenáveis, no caso vertente torna-se insustentável, por razões óbvias. Não que queiramos ver Sócrates na fogueira a todo o custo, mas porque precisamos de saber se temos um primeiro-ministro objectivamente envolvido na trapaça. É só isto que se quer e parece-me que não é pedir muito.

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quinta-feira, fevereiro 19, 2009

Mas quem é que lhe encomendou o sermão?

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Não posso afirmar, mas juraria que ontem, à saída do tribunal de Cascais, Sá Leão terá respondido a uma jornalista que garantia que Júlio Monteiro não seria constituído arguido. Após uma pausa, acrescentou: - E o sobrinho também não.

Como não percebo nada dos meandros da justiça (sobretudo da nossa), até pode ser que esta afirmação se enquadre num fundo razoável de perfeita legalidade. Mas que me parece profundamente estranho que um advogado se pronuncie sobre entidades que não representa ou constitui, parece. Além de que apetece perguntar ao advogado quem é que lhe perguntou se Sócrates ia ser arguido. É que não ouvi…

ADENDA:
Acabei de ouvir a repetição da peça de reportagem. Confirma-se a afirmação. Mais rigorosamente, o advogado diz: -
E eu diria. Nem o sobrinho.

Assim é que está bem.
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terça-feira, fevereiro 03, 2009

Prós e Contras (não há como evitar...)


[2913]

Estou a recompor-me da vergonha do "Prós e Contras" de ontem. Entre outras coisas senti-me um menino de infantário a quem se explica coisas que só os crescidos entendem. E tudo com a bonomia do sorriso próprio de quem sabe o que está a dizer e para quem está a falar. Da ironia de Júdice (onde é que ele foi buscar analogias com o Tim Tim?) à cátedra de Saldanha Sanches e veemência e segurança do dr. Raposo Subtil (que eu não conheço mas que, de repente, surge no cenário como pedra importante), até ao argumentário absolutamente idiota do… esse… o ex secretário de estado de quem não me ocorre o nome, tudo se passou como num filme burlesco de situações esperadas mas, ainda assim, absurdas. Fátima Campos Ferreira passarinhava por ali e ainda agora não percebo se a actuação dela se pauta por arranjos florais ou se pura e simplesmente ela não tem a mínima ideia do que anda ali a fazer. Ficou-me dela a insistência com que perguntava aos participantes: “E agora? Como é que vamos fazer? Como é que vamos sair desta?" Sendo que "desta" era o assassinato político de Sócrates e não o julgamento de factos incontornáveis como declarações públicas de múltiplos intervenientes e mails e cartas e correlativos e tios "orgulhosos depende" e primos estagiários na China.

Como ninguém disse a Fátima como é que vamos sair desta o programa acabou com tudo na mesma, com toda a gente preparada para ir rezar um acto de contrição e travar as estratégias malévolas, as insídias, as forças ocultas com que, de repente, o país resolveu atacar José Sócrates.

Nota: Um registo para CAA que me pareceu ter sido o único com clarividência suficiente para chamar nomes às coisas e fugir da vulgata instalada de desculpabilização de José Sócrates. Uma intervenção muito positiva e para registar. Para além de, passe a brejeirice, provar que quando CAA não trata do "FêQuePê" é um excelente contendor e preclaro orador.

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domingo, fevereiro 01, 2009

Respeitinho


[2911]

Torna-se cansativo a frequência com que ouvimos a apologia da presunção da inocência. Não há ninguém que o não afirme. Gosto sobretudo daqueles que com ar compenetrado e com o lastro social que acham que devem ostentar de cada vez que falam para as câmaras, acabam por dizer exactamente o mesmo que o mais anónimo dos anónimos, sem lastro nenhum, repete à exaustão. Dou o exemplo de Manuel Alegre que do alto do seu sobretudo e cachecol, expressão grave e barba hirsuta olhou para as câmaras e acabou a dizer, sobre o caso do Freeport: - É preciso que tudo se resolva rapidamente. E até lá todos são presumidos inocentes. Fiquei informado. E muito mais descansado. Alegre fez bem, que eu já andava esquecido e preparado para uma chacina de carácter e a congeminar urdiduras negras, muito negras e cheias de objectivos muito escuros e poderes muito ocultos. Tudo isto com uma insídia danada, que é um termo que andava meio puído na minha memória mas que o frenesi recente da blogosfera reavivou.

Mas se toda a gente é presumida inocente, ninguém é suspeito, não há arguidos, porque carga de água algumas figuras de proeminência inegável na nossa praça se desmultiplicam em entrevistas em defesa (engenhosa) de um primeiro-ministro que não é suspeito nem arguido? E porque carga de água eu sinto uma forma reverencial de se falar nos factos que Sócrates acha serem o fruto de campanhas ardilosas e urdiduras e de poderes ocultos (e quando Santana Lopes era sovado de hora a hora porque se vitimava?), por parte de comentadores, políticos e, frequentemente, anónimos cidadãos? Ainda ontem no "Eixo do Mal" as alegadas travessuras de Sócrates foram tratadas com pinças. Clara Ferreira Alves, surpreendentemente, ia quase conseguindo passar todo o programa sem mencionar o nome do PSD ou de Santana Lopes. Mas, já em período de descontos, não resistiu a deixar-se envolver na tese da urdidura e teve de mencionar os imbecis do PSD, mesmo chutando para canto dizendo ter sido uma designação de Pacheco Pereira no seu blog. A senhora respirou fundo, por fim!

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A candura de Cândida


A drª Cândida, em ar sigiloso e cúmplice, a dizer baixinho a Judite de Sousa que sabe onde está o filho do tio de Sócrates, mas não pode dizer. Não vá ele fugir...

[2909]


E quando eu julgava que o filho do tio de Sócrates se encontrava no Nepal em retiro espiritual e a fazer um curso de marketing, a avaliar pelas notícias correntes da comunicação social, eis que deparo com estas declarações da doutora Cândida numa das mil entrevistas que deu nos últimos dias (diálogo retirado da citação de cor do Michel Seufert do Insurgente, mas que eu reproduziria exactamente da mesma forma):

Judite de Sousa: “Já localizaram o primo do primeiro-ministro?”
Cândida de Almeida: “Sim, sabemos onde está”:
JS: "E pode dizer-nos onde?”
CA: ”Não posso, senão ele foge.”

Começo a não saber se devo rir ou chorar. Começo a não perceber se estas coisas são tratadas a sério ou se tudo isto é uma paródia pegada, com gente a fazer de conta que somos todos crescidos. De outra forma, ou fico desconcertado, como diz a Helena Matos, ou começo a pensar que “isto” não tem concerto, de vez!

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Reflexão antro-estético-plástico-cusco-critico-maliciosa


Um Sócrates que nem sequer conhece Alcochete

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Não acho nada a mãe de Sócrates parecida com o tio Júlio. Já o filho do tio tem algumas semelhanças com o Zézé Beleza. Independentemente do mais, parece ser um bonito rapaz…

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sexta-feira, janeiro 30, 2009

Viver na parvónia


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Queridas amigas

Já estou como a Carlota. Comprem jornais, que diabo, não passem a vida em boring pubs e art galleries ou a tirar fotos ao skyline de Manhattan da janela do apartamento, a curtir festas num loft qualquer do ESB ou a marcar passagem para Vegas. A vida não é só essas rotinas e há que seguir a fervilhante actualidade portuguesa para sabermos do Freeport, do tio de Sócrates, do filho do tio de Sócrates (aka primo, mas só noutras circunstâncias) em retiros espirituais no Nepal e da confusão imensa em que este país está mergulhado neste momento, uns defendendo Sócrates, outros atacando e outros antes pelo contrário, mas genuinamente cansados e embaraçados com todas estas tramóias e pela permanente divergência em que vogamos para longe do resto da Europa e do mundo.

Se não quiserem jornais, há abundantes blogs que tratam este último escândalo com seriedade e outros em regime de mera descrição. É só seguirem os links.

Estou solidário convosco pelo facto de viverem na parvónia sem acesso aos grandes acontecimentos como nós. Nem sequer um outlet como nós temos em Alcochete (Oitelet, como me farto de ouvir dizer…).
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