sexta-feira, outubro 16, 2009

Mais do mesmo?


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Mais do que perplexidade, causa alguma irritação assistir à campanha permanente do Partido do governo no sentido de transferir para os Partidos da oposição a responsabilidade pelo bom desempenho do governo na próxima legislatura pela recuperação económica, melhoria da justiça, saúde, educação e outros sectores vitais da nossa sociedade e convergência europeia desejáveis.

Tudo isto se passa no quadro de uma tentativa de diluição da imagem em que a pesporrência do primeiro ministro em particular e dos seus prosélitos em geral deu cobertura a uma legislatura desastrosa, em que a fronteira entre a incompetência e a multiplicação de casos difusos e suspeitos foi muito ténue.

Seria melhor que o discurso actual de Sócrates, ao invés do sorriso amarelo com que adorna a mão estendida, o espírito aberto e o coração limpo, se revestisse de alguma humildade e vontade genuína de proporcionar condições para que possamos ter um governo eficaz para os próximos quatro anos, sem recurso a eleições antecipadas. E decente. Em vez de se estar já a passar um certificado de culpa á oposição pelo eventual fracasso da governação.

Os florilégios de Sócrates e comandita são um mau augúrio.
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