domingo, junho 12, 2011

Blaarrrgghhhhhhh...




[4312]

Trezentas pessoas em Madrid (parece que em outras capitais, também) resolveram chatear-se porque as pessoas consomem muitos combustíveis fósseis e trataram de fazer um desfile velocipédico, com pouca roupa ou, muitos deles, peladinhos da silva.

Era quase tudo homens o que, à partida, tornou a reportagem desinteressante e sexista. Em qualquer caso, a coisa pareceu-me basicamente anti-higiénica. Ver todos aqueles genitais a roçar nos selins e a produzir sucos corporais entre a derme e o cabedal do selim, para além de uma inevitável carrada de pelos suados, foi um espectáculo que não me entusiasmou por aí além. E de uma coisa estou certo. Se alguma vez, mesmo sendo as probabilidades remotas, eu comprar uma bicicleta em segunda mão em Madrid hei-de tratar bem de saber de quem era a gerinconça.
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sábado, junho 11, 2011

Lá como cá...




[4310]

...idiotas há. Eu não sei os pormenores, só me apercebi de que o governo brasileiro estava a ir ao bolso dos cidadãos que pagam impostos para entregarem de mão beijada a Maria Bethânia qualquer coisa como €560.000 para ela gerir um blogue sobre cultura brasileira. Alguns jornalistas portugueses questionaram a artista (teve ontem um espectáculo único, esgotado, aqui em Lisboa), mas ela achou aquilo uma intromissão na vida de cada qual e aos costumes disse nada.

Pesquisei um pouquinho e lá me apercebi do que se passava. E nada como ler esta pérola de um tal Jorge Furtado (apesar de ter já cerca de dois meses), cineasta petista (graças a Deus por cá ainda não chegámos a este ponto, ainda não temos cineastas socialistas, social democratas, democratas cristãos ou cineastas que sofrem de sinusite...), glosado por Reinaldo Azevedo, ao que parece um conceituado colunista da Veja. E vale a pena, porque estão ali bem expressas algumas enormidades que por cá fazem igualmente escola, pelo que me atrevo a afirmar que nesta coisa de socialismos mudam as moscas, mas o essencial permanece, seja em que continente for.

Jorge Furtado atinge os píncaros do ódio e o paroxismo da idiotia e questiona mesmo aquilo que porventura constitui um grande cartão de visita brasileiro, a tal nação multirracial, pele branca, coração negro, patatipatatá, como costuma correr por aí. Jorge Furtado parece-me inclusivamente ser um refinado racista, quanto mais não seja porque a páginas tantas ele, na defesa da sua dama Bethânia (que ele acha que devia ser estatizada, vou repetir, es-ta-ti-za-da!!!), chega a firmar que «... a distinção que alguns ainda fazem entre os meios cinema, televisão e internet seria engraçada se não fosse um empecilho ao desenvolvimento do país. Preconceito também contra os nordestinos. Nas críticas sobram piadas contra os baianos, quase todas vindas do mesmo gueto branco direitista no enclave paulista...»

Não sei se Furtado é preto ou nordestino. Idiota é, com certeza. Infelizmente estes Furtados vão conseguindo bem mais audiência que o desejável. Nos «entretantos», para glosar um pouco o léxico brasileiro, as alavancas do progresso e os iluminados vão recebendo centenas de milhares de Euros para manter blogues de pesquisa. Se Dilma quiser, eu faço um desconto. E prometo dar o meu melhor nas pesquisas que ela quiser. Inclusivamente sondagens sobre quantos Furtados se incomodam com os guetos brancos e direitistas do enclave paulista chateados com os nordestinos e baianos (esta é, realmente, de antologia) e quantos paulistas se incomodam ainda com os Furtados que lhes saem na rifa de vez em quando. Digamos que faço a coisa pela metade. Topa, presidente Dilma?

Nota: Vale a pena ler a parte final da crónica de Reinaldo Azevedo. Coisa mais límpida não há. Sobretudo quando se alinham artistas, cineastas e pasteleiros na mesma escala de prioridades.
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segunda-feira, maio 02, 2011

A insustentável leveza...



[4145]

Há vários grupos de cidadãos, diferenciados por filiação clubística, estado civil, orientação sexual, profissão, estado de saúde, detentores de riqueza, uma variedade extensa, por assim dizer, de situações que nos permitem classificar um cidadão. O José é do Benfica, solteiro, trolha, sofre de uma hérnia discal, remediado… por exemplo. Mas há um grupo notoriamente olvidado, qual seja o de comentador regimental dos fóruns da TSF. O comentador dos fóruns é maioritariamente masculino, meio bronco, idiota inteiro na maioria dos casos, não se sabe bem mas deve usar bigode, tem um negócio de água a ferver, aldraba nas finanças e comenta invariavelmente sobre a moralidade exigível a todos os cidadãos da paróquia. Relativamente aos americanos, ele sabe ainda que o americano é inculto, não sabe qual é a capital da Itália, não imagina qual a vila portuguesa onde por obediência à tradição se autoriza os touros de morte, desconhece em absoluto os actores de novela da TVI (uns incultos é o que eles são), é imperialista e não tinha nada que invadir o Iraque nem prender terroristas em Guatanamo. Além do mais, tem sérias reservas sobre a veracidade da queda das Torres Gémeas, aquilo é obra da CIA. Do Bush, quem sabe até se da NASA e aquilo do Bin Laden foi um bluff por causa do petróleo.

E é neste enquadramento que consegui (juro…) ouvir o fórum da TSF de hoje onde, debalde, tentei ouvir uma opinião minimamente estruturada, pró ou contra, sobre a morte de Bin Laden. De tudo ouvi um pouco, o diapasão imutável na urdidura da conspiração e do abominável feitio dos americanos que os faz espalhar terror e miséria pelo mundo. Por causa deles, temos esta grande desigualdade social em Portugal, poderosos, banqueiros, trabalho precário e, naturalmente, Passos Coelho. Por isso ouvi um rosário longo e estarrecedor de teorias capciosas sobre a morte de Bin Laden. De verdades que o cidadão português conhece e que os americanos distorcem, não hesitando mesmo recorrer ao «fotoshop» para fingir que a foto mostrada era de Bin Laden, convenientemente sepultado no mar.

Sendo fastidioso referir o chorrilho continuado de dislates ouvidos sobre o assunto, não resisto em eleger o comentário que, sem sombra de dúvida, elegi como coroa de glória de tanta asneira, provindo de um ouvinte do Norte. Segurem-se:

- Como é que podemos acreditar nos americanos? Agora que estava tudo virado para a Líbia eles lembraram-se do Bin Laden. Isto traz água no bico. Não nos podemos esquecer que foram os americanos que fizeram aquele filme com o Sylvester Stallone a fazer de Rambo a ajudar os talibãs contra os russos…

É importante perceber que esta frase é dita à séria, sem gozo nem risada. E sem gozo nem risada meditemos nela, na certeza de que em cerca de hora e meia de fórum foi «disto» que se ouviu. Talvez «disto» se obtenha muitas respostas para as questões que emergem do mero facto do fado lusitano.






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terça-feira, abril 26, 2011

Foleirices








[4139]


José Lello chamou foleiro a Cavaco Silva. Porque os deputados não foram convidados para as cerimónias em Belém. Instado pelos jornalistas a pronunciar-se sobre o facto, Lello disse que sim, tinha chamado foleiro a Cavaco mas num sms privado, a um colega. Por lapso o sms passou para o não sei quê, o twitter, já nem sei bem. Porque se tivesse de dizer em público diria que Cavaco não foi abrangente.


Por acaso eu também não digo que José Lello é do mais foleiro que temos na Assembleia. Malcriado, vaidosão e notoriamente provinciano. Penso, mas não digo. Não digo porque a coisa poderia escapar para o domínio público. Mas também, se passasse, eu diria que José Lello é possivelmente vítima de uma mediocridade abrangente à qual ele, coitado, não consegue eximir-se. É, provavelmente, um valor mal aproveitado.


Já sobre os seus dotes de baladeiro, fica aí o vídeo. Ele era um daqueles valores de gaveta que a ditadura/censura não deixava vir a lume. Felizmente que o 25 de Abril permitiu a revelação das foleirices escondidas e sonegadas à cultura deste povo obrigado a ouvir o nacional-cançonetismo da época. Que pena Lello não ter seguido a carreira artística. Por muito foleira que fosse poupava-nos às suas frequentes foleirices. Mas isto penso eu, não digo. Se tivesse de dizer, afirmaria que Lello seguiu uma carreira política e perdeu-se um artista baladeiro. Mas ganhou-se um deputado badaleiro. Badala a torto e a direito, não pára calado e preocupa-se em manter, quiçá aumentar, o nível foleiro do nosso foleiro meio político. Foleirices...


Via Corta Fitas


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terça-feira, abril 05, 2011

Esperança ainda para muita gente





[4117]


Sempre curioso na busca da génese dos nossos inatos problemas e na busca incessante das causas prováveis de um tão improvável povo como o português, penso hoje ter feito uma importante descoberta. Descobri que há uma Picha lusitana, povoação ordeira e hospitaleira e que até um café tem. Não só. Há, ainda, uma estação de melhoramento, seja o que for que se melhore em tal estação mas assim, à partida, fica a ideia de que para muita gente há ainda esperança.

Não resisti em localizar a Picha nacional e dei um salto ao «maps». A experiência provou ser profícua e trouxe mais luz às quiçá bem fundadas razões para o abaixamento diário do nosso rating, pelas agências internacionais. Não é que perto da Picha e só no concelho de Pedrógão Grande descobri as seguintes localidades:

- Cimeira Regada

- Escalos do Meio

- Fundeira Derreada

- Venda da Gaita

Juro que não dei uma sequência deliberada a estas terras, mas não deixa de ser curioso que no concelho uma pessoa pode muito bem regar a cimeira, tropeçar num escalo qualquer a meio do percurso, ficar com a fundeira derreada e, desiludido, vender a gaita. A menos que dê uma salto à Estação de Melhoramento e lá lhe dêem um jeito. Para quem tiver dúvidas, faça o favor de consultar o mapa. Ou pesquizar no Google. Depois digam que o Sócrates é que teve a culpa do descalabro em que estamos e mais não sei quê…

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sábado, janeiro 22, 2011

Dia de reflexão


O Pensador . Versão Tuga

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Deixa-me cá reflectir. Mas reflectir em quê, valha-me Deus?
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terça-feira, janeiro 18, 2011

Errata. Corrigenda. Com sua licença


[4030]

Eu não apanhei tudo, mas pareceu-me ouvir ontem a Maria José Nogueira Pinto falar na SIC-N sobre a famosa agenda da Comissão Europeia. A tal que traz as festas religiosas de todos os credos e religiões professados na Europa, mas onde parece que se esqueceram de colocar as cristãs. Com excepção do Natal e da Páscoa, aparentemente, mesmo assim, e se ouvi bem a Maria José, a alusão ao Natal é num contexto histórico e cultural. Ficámos a saber que a primeira árvore de Natal surgiu na Etiópia...

Vamos longe, assim. Esta brutal descaracterização da Europa vai continuando a ter lugar em nome do respeito pelos direitos humanos, multiculturalismo, fronteiras abertas, laicidade e liberdade e bla bla bla. Não percebo é porque é que para respeitar estes valores seja necessária esta autêntica escalada contra os valores primordiais e essenciais da Europa e dos europeus. Coisa que, pelo menos no que a mim me diz respeito, não me faz corar de vergonha ou assumir sentimentos de culpa, bem pelo contrário, especialmente se comparados com muitos valores (ou falta deles) de outras civilizações ou culturas.

Nota: Parece que a Comissão Europeia já mandou fazer 3.000.000 de erratas. Coisa esperta, não é? Sobretudo baratinha.

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O Katrina e as chuvas torrenciais no Brasil




[4029]

A Helena Matos chama-nos a atenção para este facto e é bem certo. É absolutamente lastimável a diferença de tratamento dada às calamidades nos países dos «governantes maus» e as calamidades ocorridas nos países dos «governantes bons».

Nada disto seria muito grave se não configurasse até o desrespeito tanto pelas vítimas do Katrina, como as vítimas das inundações do Brasil. Há realmente qualquer coisa de muito estranho na fenomenologia política contextualizada pela maré sociológica trazida por aqueles que dividem o mundo entre os bons e os maus. No caso vertente, Bush era o mau, Dilma e Lula são bons. Daí que a cobertura das tragédias obedeça já a mecanismos próprios de análise, cujos mentores, provavelmente, nem se apercebem já de como ou porque o fazem. É porque é assim, porque sim. Uns porque foi assim que os ensinaram nas universidades outros porque sublimaram uma forma de ser e de estar que um dia se perceberá como definitivamente contribuíram para o descalabro final de uma sociedade com todos os ingredientes necessários para funcionar bem e que os idiotas se encarregam de fazer funcionar mal.

E, uma vez mais, esta dualidade de critérios enforma um desrespeito total quer pelas vítimas do Katrina, quer pelos milhares de brasileiros que agora morreram ou se encontram destituídos pela adversidade. Uns pela «adversidade má». Outros, pela «adversidade boa» e na graça do Senhor.

NOTA: Pouco se tem falado na tragédia de Queensland, na Austrália que afectou a própria cidade de Brisbane. Mas foi uma tragédia enorme e os efeitos são devastadores. Para se ter uma ideia, há uma região completamente inundada com uma área semelhante à de França e Alemanha juntas. Morreram 18 pessoas. No Brasil são quase setecentos mortos, um número crescente à medida que se vai descobrindo mais cadáveres.

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segunda-feira, novembro 15, 2010

Ai Timor


Porreiro pá...

[3961]

Diz-se por aí que o Luís Represas anda afobado escrevendo uma letra para uma edição revista e melhorada do «Ai Timor». Aí serão cantadas as virtudes do Fundo do Petróleo da jovem Nação que ajudámos a nascer, mesmo que antes lhe tenhamos dado um pontapé no cu. Também se planeia uma grande manifestação de timorenses todos de camisa branca e empunhando panos brancos nas janelas dos carros, cantando o «Ai Timor» que pode ser, todavia, substituído por um «Ai Portugal» carinhoso e embevecido. Está ainda previsto o lançamento de um DVD cuja capa ostentará Ramos Horta com uma camisa às ramagens e a falar inglês, de mão estendida com um barril de petróleo. No canto da capa deverá aparecer Sócrates perguntando a Teixeira dos Santos como é que se diz «porreiro pá» em inglês técnico.

Em Lisboa prepara-se também uma... hummm... uma... xacaver... uma... uma «comissão de utentes»... utentes de qualquer coisa, que é uma coisa que nós sabemos preparar muito bem, enquanto outros países resolvem as suas crises nós organizamos comissões de utentes. Utentes de quê? Não interessa, desde que sejam utentes de qualquer coisa e que vão a Dili manifestar o seu apoio por.... hummm... qualquer coisa, logo se vê e o seu repúdio pelas... xacaver... qualquer coisa, hummm,. pelas políticas do governo. Deste e dos governos que o antecederam que já se sabe que o PSD também tem imensas culpas.

Sinais dos tempos…

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quinta-feira, outubro 21, 2010

Levantai hoje de novo...

[3942]


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quinta-feira, setembro 16, 2010

Respeitinho e auto-estima


[3901]

São coisas como esta que já nem me fazem sorrir… pena, porque dizem que tenho um sorriso simpático. Um dia destes ponho uma tabuleta destas à porta de minha casa. Fulano de tal, ex-passageiro do Príncipe Perfeito

Via República do Cáustico
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domingo, setembro 12, 2010

Deixaram queimar o arroz-doce em Arganil...


[3897]

Tenho de confessar que ando sem paciência para alarvidades, imbecilidades e, sobretudo, para as inflamadas e “chavistas” declarações comicieiras de Sócrates de cada vez que vai inaugurar não sei quê (acabei de expressar uma redundância, eu sei), mas enfim. Mas lá vou tentando ouvir as últimas e sai-me disto:

- Então concorda com a venda de gasolina mais barata pela Galp?

- Só peca por tardia, somos todos pobres e como eles tinham o monopólio e estavam a perder a quota do mercado…

Também ouvi o candidato do PC à presidência da República dizer (mais palavra, menos palavra porque estou a citar de cor):

- Porque sou o único candidato que não estou comprometido e o meu compromisso é…

É qualquer coisa, já não ouvi o resto. Começo a ter dificuldades reais em ouvir esta gente até ao fim. Aliás, isso aplica-se a Edite Estrela… começou a explicar aos portugueses a carta dela aos socialistas e… pois, já não há mesmo pachorra. Esta gente tem o disco riscado e contraiu, em definitivo uma escoliose mental que lhes provoca um permanente e desprezível contorcionismo em favor da voz do dono.

Hummmm… vou ver outro filme, não sem antes escapar de ouvir um importante acontecimento em Arganil onde se acabou de bater o recorde de arroz doce. Bateram, fizeram 449 quilos de arroz doce que nós nestas coisas não somos de deixar os créditos por mãos alheias, e os arganilenses vão para o Guinness mas… imagine-se… o arroz queimou, agarrou um bocadinho ao tacho. Mas estava muito saboroso, muito gostoso, ouvi ainda em “directos” de vários comedores de arroz, entendidos na matéria já se vê, mas aqui já eu estava em mode fading… a procurar outro filme!

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sábado, agosto 28, 2010

Cuidado com o stress... lá se vai a produtividade


[3877]

A polémica está instalada. Fim de férias e alguns especialistas psicólogos, sociólogos, antropólogos e outros “ólogos” que não retive, multiplicam-se em pareceres sobre a “DPF”. Mas afinal, o que é a DPF? Depressão Pós Férias. Assim mesmo. É que os portugueses, acabadinhos de regressar das férias têm altas probabilidades de apresentarem esta maleita. Ficou por esclarecer se há terapêutica para esta depressão, só ouvi que ela vai afectar o rendimento dos portugueses no trabalho. Uma outra corrente se formou afirmando que chamar depressão a uma “chateação” (SIC) por se terem acabado as férias é claramente um exagero, mas estes psicólogos e sociólogos não devem perceber nada disto, devem ser de direita, só pode, e protegidos do grande capital e dos poderosos. Uns pífios, por consequência.

Dito isto, não sei se não seria aconselhável Ana Jorge mandar fazer uns “estudos” equacionando desde já se será necessário, no futuro, profilaxia adequada, uma vacina, quem sabe?... talvez uma dois em um, tipo DPF e Gripe dos Passarinhos e, porque não, accionar desde já umas quantas unidades móveis para ver se os portugueses andam “chateados” ou “sindromizados”. Seria da máxima importância, os portugueses agradeceriam, além de que essas acções iriam muito bem com o estilo da ministra, perdão com aquilo que é o estilo da ministra.

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segunda-feira, agosto 16, 2010

E quem não é de Massamá... não faz falta cá


[3862]

Se eu fosse do Cacém, Rio de Mouro, Rinchoa, Algueirão ou Mem Martins, ficava chateado. Isto de glorificar Massamá como residência de Passos Coelho e ignorar olimpicamente as outras partes de um todo que aparentemente serve de base curricular a um futuro primeiro-ministro deveria dar direito, no mínimo, a uma mini-regionalização de Lisboa e Vale do Tejo.

Mas no essencial, a mensagem de Mendes Bota (que eu juro que não sei onde mora) passou. Calemo-nos os outros, os betos de Cascais, que vem aí para primeiro-ministro um português a valer. De Massamá. Do povo. Por mim, vou tentar manter-me despercebido, vou misturar-me discretamente entre os «fassistas» e novos-ricos que são, consabidamente, os habitantes da linha, onde tenho a desdita de morar.

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quarta-feira, julho 21, 2010

Portugal profundo?


[3821]

Conheço bem as nossas ex-colónias. Em momentos determinados espantava-me com uma como que espécie de lógica muito própria dos africanos no tratamento de assuntos da mais variada natureza. Levou algum tempo, mas acabei por desistir de entender essa lógica, levei-a à conta das idiossincrasias das gentes, da sua cultura.

Agora em Portugal vou conseguindo relacionar essa “lógica” com uma herança que considero pesada, que isto de ser africano nem sempre é fácil. Ter herdado alguns dos nossos tiques, muitos deles verdadeiramente inexplicáveis para qualquer cidadão para além do rectângulo, agrava a situação. Vejam, este pequeno exemplo em dias recentes, passado comigo:

Porto I

Visita à magnífica Lello. Casa cheia, negócio a fluir e muita gente deslumbrada com a beleza do local. Um dos atendedores ao balcão, enquanto atendia os clientes dizia em voz alta para os visitantes da livraria:

- No fótós
- No pictxares
- Ei, proibido tirar fótós
- No fótós…

E a ladainha seguia, ininterrupta, por forma a que eu, cinco minutos mais tarde, me interrogasse mesmo como era possível uma pessoa trabalhar… “assim”, facturando, embrulhando, recebendo, dando trocos e impedindo as pessoas de tirar fotografias, ao ponto de eu não resistir e perguntar ao mal encarado empregado:

- Desculpe meter-me no assunto, mas … porque não colocam um pequeno letreiro à entrada dizendo que é proibido tirar fotografias?
- Não bale a pena carago, se calhar daqui a um mês (sic) já se pode, num bale a pena pôr agora a tabuleta e depois daqui a um mês já se pode e temos de tirar a tabuleta… no fótós… ó amigo… no fótós…

Retirei-me de mansinho e fui tomar um cimbalino na pastelaria mesmo ao lado.

Porto II

- Minha senhora, desculpe maçar… pode indicar-me onde fica o Majestic? Sei que é aqui perto, mas sou de Lisboa e…
-É fácil, o senhor… olhe, é já aqui, vira na primeira à direita… ali… ali já à esquina… e segue…. quer-se dizer… atravessa a rua, que o Majestic é no passeio de lá… e segue… e mais ou menos a meio… mas olhe… atravessa a rua, o Majestic é do outro lado da rua…
- Tudo bem, muito obrigado e…
- Mas atravesse a rua, senhor, que o café é do outro lado… é já aqui nesta esquina, depois é já a rua do Majestic… mas atrevesse a rua para o outro passeio…
- Sim senhor, muito obrigado…
- Mas atravesse a rua… o café é do outro lado da…
Fugi. Esgueirei-me e a mulher ficou ainda a falar, que eu ouvi, juro que ouvi, atrás de mim. Dobrei a esquina e NÃO atravessei a rua. Queria ter a certeza que do lado de cá da rua seria capaz de lobrigar o magnífico café. Fui. Lobriguei.

Régua

Circunstancialmente, já meia-noite a aconselhar a pernoita na Régua. Sem reserva e sem conhecer bem o local, recorri a um transeunte que me recomenda o «Régua Douro». Quando perguntei se o hotel era bom o transeunte respondeu-me:

- Bom? Claro, é do Senhor Vasconcelos. De qualquer maneira, não há mais nenhum… o senhor vai por aqui… olhe lá ao fundo, está a ver, aquela luz é do letreiro do hotel…

Vi o almejado letreiro. Agradeci e arranquei, pelo retrovisor pude ainda observar o prestável transeunte continuando a explicar que só havia um hotel, que era do senhor Vasconcelos e que só havia um hotel na Régua. Parei no semáforo, olho pelo retrovisor, ainda a tempo de ver o homem fazer sinal com as mãos para seguir, para seguir em frente… contive o impulso para sair do carro e ir dizer-lhe que o sinal estava vermelho… de resto, o sinal passou a verde e eu segui.

No hotel, já habituado à estranha fobia dos portugueses pelo ar condicionado, janelas abertas (por causa das correntes de ar, pontadas e «correspondência»…) e água gelada, dirigi-me de imediato ao comando do mesmo. Graduei a temperatura para os 20º, «on-off» no on, velocidade do ventilador verificada e…ON. Nada. Pasa nada! Repito a operação. Nada, pasa nada. Disse porra duas vezes. Repito: Nada, pasa nada. Repeti uma vez mais. Disse…. Isso, essa mesmo com “p” like in Philadelphia. Iracundo e já à beira da apoplexia (o hotel do senhor Vasconcelos sempre é um hotel de 4 estrelas, que diabo… e antevendo que o telefone levaria alguns minutos a ser atendido, desci à recepção:

- Boa noite, olhe sou do quarto tal… o ar condicionado não trabalha, agradecia que verificasse e, se for caso disso, arranje outro quarto.
- Outro quarto? Ó amigo o ar condicionado trabalha…
-Ei, ei, ei, ei… desculpe interrompê-lo…. Sei mexer razoavelmente em comandos de ar condicionado e aquele ar condicionado não trabalha, não arranca
-Mas o senhor mexeu na temperatura?
- Claro, ajustei para os 20 graus …
- Ah, claro! Não pode, é que aquilo só arranca nos 30º…
- Olhe, o senhor não percebeu, eu não quero aquecimento, eu quero ar con-di-cio-na-do. É verão, está calor, eu quero…
- Mas é que os aparelhos só arrancam na posição de 30 graus. Trinta.

Abanei a cabeça, esfreguei as mãos, semicerrei os olhos e revi mentalmente a matéria… ao mesmo tempo que ia pensando no que fazer… até ouvir:

- É que neste hotel só aos trinta graus é que o aparelho arranca, mas os trinta graus não quer dizer nada, estes aparelhos são assim, só arrancam nos trinta graus MAS fazem frio. O senhor é que mexeu naquilo…

Ponderei a situação de novo… ia ouvindo o discurso do recepcionista já de forma indistinta, mas ainda percebo:
- Olhe aqui… está frio, se for ver os aparelhos estão todos a trinta graus!

Enchi o peito, respirei três vezes e tossiquei (uma coisa que li por aí que se deve fazer para evitar enfartes…) e fui-me embora. Cheguei ao quarto, girei o comando para os trinta graus, não sem me sentir profundamente idiota e fiz on. O ar condicionado arrancou em todo o seu esplendor e o calor fez-se frio e eu dormi que nem um justo. Um justo idiota que não tinha nada que mexer no comando da temperatura e que, lá está, tinha a obrigação de saber que os aparelhos de ar condicionado do Régua Douro só arrancam aos 30 graus. Ou é aos 100? Não, aos 100 é a água e aos 90 o ângulo recto. Ninguém me manda ser assim tal quadrado!
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domingo, abril 18, 2010

Estarmos fart@s de...


[3731]

Por uma vez concedo um módico de simpatia a Sócrates pelo seu desabafo em relação à tia de Louçã. Louçã é um terrorista verbal, malcriado e profundamente irritante. Deve ser muito difícil suportar, com propósitos, a arrogância, pesporrência e até uma espécie de ódio mal disfarçado por entre aqueles olhos de chispa e erres de motorizada de escape livre. Daí que mais preocupados com a “explosão” de Sócrates, devíamos nós estar com esta rapaziada que faz da Assembleia um circo e exercita uma permanente pantomina como espelho das suas vaidades e idiossincrasias. E, realmente, quem chama “manso” a alguém, por muito reptícia que seja a forma como o faz, não merece outra resposta que não seja remetê-lo para a tiazinha dele.

A talhe de foice, deparo com esta pérola de Miguel Vaz de Almeida. Os “portugueses e as portuguesas” e respectivas ramificações, esta aberração gramatical que a esquerda resolveu instituir definitivamente no nosso léxico, em total desrespeito pelo que de há muito está consagrado na Gramática Portuguesa, ainda que não se trate de substantivos comuns de dois ou epicenos, caminha agora para formas de ortografia inesperadas. O símbolo "@" serve na perfeição para a igualdade dos géneros, amalgamando-os numa ortografia moderna que não é mais que o maneirismo habitual desta casta de iluminad@s que, como diz a Helena Matos com toda a propriedade, tem sempre que arranjar com que se entreter, à medida que se vão esgotando as causas fracturantes. Calhou a vez agora ao @, eles e elas fundidos, por igual, num símbolo que parece que foi feito de propósito - e não fossem eles ateus graças a Deus, pareceria até de inspiração divina.

Não há pachorra. Sobretudo quando, de cada vez que me refiro a Miguel Vaz de Almeida me dizem. Ah! Mas é um homem muito culto e muito inteligente. Não é de ficarmos pasmad@s com esta argumentação?

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sexta-feira, abril 02, 2010

Confiteor Deo omnipotenti

[3720]

… que depois da fressura do porco, do cheiro a sovaco no metropolitano e do pus das úlceras a coisa que mais repugna é a dinâmica do activismo idiota que nos mina o bom senso e a paciência. Daí o apreço e a frescura que me causa este post da Helena Matos. Ora leiam:

Depois dos processos por causa do Iraque, de Gaza e do aquecimento global chegou a vez do papa. Agora que a vergonha de Guantanamo já não envergonha, que se deixaram de fazer cordões humanos em solidariedade com a Intifada e que um rigorosíssimo Inverno a par da vergonha da conferência de Copenhaga puseram de pousio o aquecimento global chegou a vez do papa. Processar o papa e forçá-lo a resignar é a nova causa.

Para desopilar, vale a pena ler ainda alguns dos comentários que o post suscita.

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segunda-feira, março 29, 2010

O Portaldele

[3713]

Um senhor chamado Ricardo Silvestre resolveu abrir um Portalateu há cerca de dois anos.Com a “estonteante” aderência de 70 pessoas, a SIC achou que o ateu em questão merecia honras de reportagem e vai daí deu-lhe tempo de antena. O Sr. Silvestre lá desenrolou então uma lista de malfeitorias da igreja, corrigindo depois para o que disse ser a génese do portal, que era o de estar contra todos os deuses. Logo a seguir carrilou a coisa de novo, dizendo que dos deuses todos o pior era o dos católicos porque… falha-me o termo que eu estava meio a dormir… era mais alienante (há outros deuses que mandam matar cães infiéis e fazem publicidade falsa com virgens e assim, mas dá-me ideia que esses é por causas correctas), há que se ter mais cuidado com ele, acho que foi isso. E a igreja católica era, naturalmente a mais perversa porque isto e por que mais aquilo e já agora os portugueses não tinham nada que gastar €200.000 numa missa a propósito da visita do Papa, porque é uma coisa … efémera (SIC e repare-se na excelência do argumento do senhor Silvestre).

Com tanto dislate junto e em tão pouco tempo eu lá acabei por acordar de vez. Já nem sequer me impressionam estes Silvestres que vão surgindo aí pela paróquia… surpreende-me sim e irrita-me profundamente como é que uma estação de televisão se atem a noticiar personagens e instituições deste tipo e fazer disso notícia.

Levantei-me, eu que não sou praticante de nenhuma religião mas conheci exemplos de extrema solidariedade e abnegação de muitos padres cristãos em África, com vontade de ir à missa. Só para chatear o senhor Silvestre. E depois dizer-lhe que deveria ter mais respeito em falar do que não sabe. Ler ou viajar um pouco também não lhe faria mal. Mas o homem mal sabia falar…deve ter sido castigo divino!

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quinta-feira, março 18, 2010

Projectos de lei, pois então...


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A numeração ordinal e o posicionamento relativo aos pontos cardeais são uma forma prática e muito objectiva de orientação num agregado populacional, sobretudo nos grandes centos urbanos. A toponímia é igualmente aceitável e a atribuição de nomes de figuras ilustres, locais de relevo ou outras circunstâncias que ajudem à identificação fácil de uma rua, de um bairro ou de uma zona, parques, largos, pracetas e monumentos. Além de que nomes de figuras ilustres da história de um país são, sem dúvida nenhuma, um factor de enriquecimento histórico e social.

Em Portugal, as coisas não são bem assim. Quase todas as ruas, pracetas, rotundas, travessas, ao lado de grandes avenidas, parques e pavilhões desportivos têm nome de gente. E como as gentes, por cá, mais do que se evidenciarem, são evidenciadas de acordo com as suas claques respectivas, apoiadas em bairrismos, provincianismo ou a deferência habitual que dedicamos a “figuras históricas” como um treinador que tenha dado um título ao nosso clube de futebol, toque bem ferrinhos, cantores pimba e outras individualidades correlativas, ao lado de vultos realmente grandes da nossa história, o resultado é que as nossas aldeias, vilas e cidades são um enorme aglomerado de nomes, cuja maioria esmagadora, na maior parte das vezes, desconhecemos. Para agravar a situação e em obediência ao nosso espírito prático, “há razões que a lusa razão desconhece” e daí às ruas projectadas à rua Doutor José Maria dos Anzóis e Aguiar Pincel abrir parêntesis grande impulsionador do jogo do chinquilho na vila de Desaguizados de Baixo fechar parêntesis data de nascimento e de morte, Lote 6 –B, nº 34 - Bloco C, 3º Frente é um passo que ninguém no mundo se atreverá a tentar, sequer, entender.

Este artigo do Público lembrou-me que há as mais improváveis criaturas vivas que integram já a toponímia nacional. Pinto da Costa, Avelino Ferreira Torres, o impagável ex-ministro Pinho e, segurem-se, José Carlos Malato são nomes que já podem figurar nos nossos cartões de visita.

Daí que eu concorde com esta medida do Partido Socialista. "Quer-se dizer"… concordaria, se ela própria não relevasse também desta mola que irreprimivelmente nos projecta do poder discricionário de organizar, legislar e, de preferência, proibir. Proibir qualquer coisa. Uma herança que nos vem dos tempos do proibido proibir, misturada com o aroma do poder que experimentamos em exercê-lo, ao poder, proibindo qualquer coisa. Um desiderato que nos dá uma noção de poder, ainda que efémero e vai bem com o espírito pequenino que gostamos de emprestar às coisas pífias do ritmo paroquial das nossa vidas. E convencer-nos que, não fôssemos nós e…

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quarta-feira, março 10, 2010

Ali à mão de semear…



Às vezes vacilo entre a impressão de que está tudo doido, ou de que esta gente se entretém a gozar literalmente com o pagode, acabando por acreditar no que diz. Assuntos sérios são tratados com a ligeireza de quem vai à pastelaria tomar uma meia de leite e, quando é preciso, o rebanho é presenteado com um argumentário mais adequado a indigentes mentais. A menos que seja este, manifestamente, o caso…

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