O Rio dos Medos de Ouro
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Jatinga Inn - White River. South Africa
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Hoje convidaram-me para ir fazer «bird watching» no próximo fim-de-semana. Afastada a imagem que me veio à ideia de quando «bird watching» significava mais ou menos ir ao «santo sacrifício da saída da missa», apreciar as donzelas de freguesias à volta de Coimbra, como S. Martinho do Bispo, Bencanta, Casais, Fala ou Taveiro, apinocadas nos seus atavios domingueiros, percebi que o convite era mesmo birds-birds, pássaros.
Confesso que andava um pouco desfasado da circunstância de haver «bird-watchers» aqui pela paróquia, sempre associei a actividade aos ingleses. Porque achava que só os ingleses conseguiriam fazer de uma sessão de «bird-watching» um verdadeiro «happening» e uma coisa minimamente interessante, mas isso faz parte da ideia generalizada que eu já tinha dos súbditos de Sua Majestade. Na realidade (este «na realidade» é um relativo plágio, mas não vem agora a propósito) só um povo que acha que o «rice pudding» pode ser pomposamente considerado uma «delicious dessert», ou o «steak-and-kidney pie» um prodígio da alta cozinha, juntamente com o «Yorkshire pudding» e se lembra não só de comer carneiro com chutney, como ficar muito admirado se um cidadão se espantar com a ideia, só cidadãos deste quilate, dizia, se lembrariam de estabelecer um caríssimo e longo aparato para ir espreitar passarinhos no arvoredo.
Sei do que falo porque já um dia caí num «lodge» de uma pequena e aprazível cidade sul-africana, White River, e deparei com o mais inglês dos locais da República. O Jatinga Inn. Entre uma chegada verdadeiramente sui-generis, através da qual fui submetido a uma apresentação formal aos hóspedes que fumavam e bebiam no bar e com os quais tive de partilhar um drink entre conversa de circunstância, na qual não faltou uma tremenda surpresa por ali estar um casal português que vivia em Maputo e a quem não resistiram em fazer uma série de perguntas, desde se ainda havia «LM Prawns» (camarões de Lourenço Marques) e como era aquilo de um «territory» ser governado por black people.
No dia seguinte levantei-me cedo, a tempo de ver um numeroso grupo de «bird-watchers», com um dos mais completos equipamentos de que tenho memória para aquilo que eu julgava ser simples: Observar passarinhos. Tripés, máquinas fotográficas com poderosas teleobjectivas, máquinas de filmar, aparelhos de som (que eles se encarregaram de experimentar mesmo ali…), apitos, gravadores de som, sacos indiscriminados e cheios de qualquer coisa que não sei bem o que poderia ser. E eles cheios de roupa a propósito. Caquis, botas de caminheiro, blusões com milhões de bolsos assim à laia de jornalista
Nesse dia, no regresso do «lodge» parei o carro num «café» de portugueses à beira da estrada para comprar cigarros. Nos degraus de entrada vi dois «xiricos», pássaros canoros muito frequentes naquela região, saltitando à minha frente, parecendo quererem dizer-me qualquer coisa. Possivelmente que cada um é para o que nasce… e que se algum dia me convidassem para ir «bird-watching», para não ir. É isso que vou fazer. Não vou.
P.S. Não tenho nada contra «bird watchers». Presumo até que deve ser um passatempo com algum fascínio. Que isso fique aqui bem claro.
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O sortilégio da globalização ou o dilema dos "poras" (Clicar na foto)
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O inicio da «World Cup» traz-me um registo de memória mais ou menos dissimulado pelo tempo que vai inexoravelmente passando sobre nós.
Porque conheço profundamente a África do Sul, país que me acolheu quando a minha voluntariosa e ingénua juventude foi informada de que eu tinha perdido uma guerra que, em Angola, já ninguém dava por ela. Fui à vida e o acolhimento que tive foi logo uma primeira lição. Porque em vez de choradinho, caridade e solidariedade politicamente correcta aprendi que o melhor acolhimento que se pode dar a um necessitado é dar-lhe os meios para trabalhar, numa lógica de vantagem mútua. E foi assim que tive o privilégio de trabalhar e conhecer um país fantástico, onde aprendi o conceito de rigor, o respeito pela primado da competência e profissionalismo, a consciência pelo return on investment (sendo que o meu investment era o meu trabalho) e uma expressão que registei a partir de um anúncio de uma marca de cigarros: Best Value for Money.
Conheci o país de Norte a Sul, seja de Potchefstrom a Cape Point e de Leste a Oeste, ou seja do Transkei a Walvis Bay, na altura ainda parte da SWA. Por estrada e por avião. Numa primeira estadia no Natal, percorri, em trabalho, cidades como Dundee, Vryheid, Newcastle e Pongola. Conheci Umhlanga Rocks (onde assaltaram os gregos e pronuncia-se Humshlanga)…), Elangeni, Thousand Hills, Pietermaritzburg (para quem não sabe, a capital do Natal e não Durban), a Zululand. Passeei de barco
Podia escrever três vezes mais linhas falando deste país, de pessoas, de assistência média, do «apartheid», dos problemas sociais, do clima, da orografia, um pouco de História e da guerra, da gastronomia, da cultura, mas isto chega para dar o enquadramento à emoção que hoje sinto em rever locais que a televisão me mostra a propósito da World Cup. Toda aquela gente, os carros, os locais onde estão implantados os estádios, o sotaque, os braais e até os assaltos aos hotéis fazem parte de um fenómeno muito próprio, propício a uma análise epistemológica e muito familiar. E por tudo o que disse no princípio do post e pela proximidade gerada por este campeonato do mundo aqui deixo um genuíno
Gaan na Bafana Bafana, toon die "buggers" hoe eg sokker gespeel word. Leer hulle'n les wat hulle nooit sal vergeet nie
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Quem não desejou já ter uma casa na árvore como nas histórias de escuteiros?
Mala-Mala game reserve, bungalow.
Existem algumas dezenas de reservas privadas no Kruger Park, aquele pedaço de paraíso entre a África do Sul e Moçambique.
Conheci algumas e de todas a que mais gostei foi a de Mshlabanyhati mas, infelizmente, não encontrei qualquer registo na net.
De qualquer forma, Mala-Mala é talvez a maior e mais conhecida. Estende-se por 16.000 hectares e acompanha o Sand River por alguns quilómetros. Tem early morning e dusk safari em jipes abertos e guias experimentados. É uma região muito rica em carnívoros, sendo relativamente fácil assistir à caçada de um javali ou grande antílope por leões.
A uma hora de voo de Johannesburg e a meia hora de voo de Maputo e a preços razoáveis, Mala-Mala bem poderia competir com as Puntacanas do nosso descontentamento…
Nota: Clicar em ambas as fotos para ver melhor
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Natal, África do Sul
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