sexta-feira, maio 16, 2014

Um dia peço uma regressão à Solnado e tentarei perceber...


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Por causa do Vasco Pulido Valente (que me faz comprar o Público aos fins de semana) e do facto de ter almoçado sozinho, acabei a ler o pasquim. A reportagem sobre os candidatos na rua é, no mínimo, pornográfica. A tosa em Nuno Melo e Rangel é do mais virulento e pretensiosamente inteligente que tenho lido mas, pouco depois, embelezada pela candura da eurodeputada Marisa, que até quando se maquilha para tapar as olheiras (fiquei tocado, neste detalhe) merece um comentário.

O cerne sináptico das intervenções de Marisa não tem nada a ver com o tutano untuoso e mal cheiroso das intervenções «da direita» que, de resto, foi assobiada, pateada e invectivada por onde passou, desde pescadores a operários e, pasme-se, até por empresários do Montijo.

No fim acontece o que toda a gente sabe. A direita «fassista» recebe os votos e as Marisas, mesmo maquilhadas e fotografadas com calças modelo «apetite» recebem percentagens residuais de votos. Um mistério que fica por esclarecer. Um dia morrerei, como as pessoas, e fico sem saber a que se deve esta idiotia extreme, esta «esquerdice» de esferovite com que tenho de lidar todos os dias.

Depois da Marisa se maquilhar e de olhar, uma última vez para as calças dela na foto, fechei o jornal e entabulei um diálogo bem agradável com um idoso que me fez, ali mesmo e com sinceridade, um panegírico do local onde estávamos a almoçar (o Pátio dos Petiscos, hoje por hoje um dos mais simpáticos locais de mastigância em Cascais, a preços honestos e pessoal cativante) e à soberba comida que ali servem. Comi arroz doce e tudo…



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segunda-feira, abril 28, 2014

A direita não pode ser só virtudes


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A coisa estava a ser demasiadamente consensual. No desfile de comentários dos posts que aos costumes dizem esquerda, Vasco Graça Moura surgiu agora como um muito provável (quase certo, SIC) adepto e defensor da pena de morte. Não vá o homem ir só com elogios para o cemitério dos Olivais. E sobre o tema corre por aí uma movimentada conversa pelo FB. Com jeito, ainda descobrem que ele tinha mau hálito.

Esta forma de estar raia um tipo de patologia que me transcende. É, apenas, o que me ocorre dizer.

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segunda-feira, janeiro 28, 2013

O clarinho da CGTP

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Não, não é Robin Williams e a sua super bouncy "flubber". É o professor Marcelo, mesmo. Porque acredito que só uma criatura distraída, com a formação e cultura de Marcelo, pode dizer sem um sorriso "vichyssoise" que se admirou muito com a «saída» de Arménio Carlos, ao considerar o etíope Selassie, do FMI, um rei mago escurinho. Uma saída deselegante e incrível, tanto mais vindo da esquerda, disse Marcelo.

Ainda não percebi bem porque é que a direita é racista e a esquerda é solidária, fraternal e internacionalista. Mas a política e o politicamente correcto lá devem saber porquê. Pela parte que me toca, o que sei, o que vi, o que aprendi é que a esquerda tem uma dificuldade patológica em lidar com sociedades multiétnicas. De resto, tal como com a homossexualidade. Só mesmo um distraído, como Marcelo, ou um ignorante, como muitos de nós, não sabe isto. Lembro-me bem dos conflitos tremendos, gravíssimos e dramáticos surgidos com  o envio de jovens moçambicanos (só para dar este exemplo dos moçambicanos, porque havia outros países com o mesmo drama) para a União Soviética e para a República Democrática Alemã, para estudar ou receber formação a vários níveis. As situações geradas pelo conflito étcnico eram tais que muitos dos moçambicanos acabavam repatriados ou fugidos dos paraísos comunistas, mesmo com as manhãs todas a cantar e os amigos todos a surgir em cada esquina, pela liminar razão de serem escorraçados, não tolerados, violentados e agredidos. Regressados a casa. ficavam ainda por receber subsídios a que tinham direito e que acabavam por não lhes ser pagos. Muitos deles organizavam-se e tentavam fazer valer os seus direitos mas de pouco isso lhes valia, de tal forma o regime moçambicano estava peado ao socialismo internacionalista.

Ainda hoje, as sociedades civis na Rússia e mesmo países da antiga Europa de Leste têm uma reputação clara de intolerância em relação aos escurinhos, como diz o pateta do Arménio Carlos. Felizmente para eles, os escurinhos, essas sociedades são pouco apelativas porque têm economias frágeis, saídas recentemente da asfixia soviética. E é daí que preferem emigrar para países como Portugal, Espanha, França, Bélgica, Reino Unido e Estados Unidos onde, apesar das sociedades serem formadas por fassistas e capitalistas, e mais estalo menos assalto, têm os seus direitos essenciais defendidos. Mesmo quando um imbecil como um Arménio qualquer se lembra de lhes chamar escurinhos. Faz lembrar Louçã e o exemplo do coelho e da coelha para podermos ter coelhinhos, num ponto duma discussão qualquer sobre homossexulaidade, que já nem me lembro bem.

Não há mesmo paciência para esta fauna. Esta, dos clarinhos de elevada moral, aprumado civismo, comovente solidariedade e pensamento como deve ser. Como o Arménio.
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quarta-feira, abril 04, 2012

E se esta criatura fosse para o «Reich» que o parta?

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Será que este homem dorme bem? Tem dores de cabeça, transpira, come, cresce-lhe a barba e dá «puns» como as pessoas? Por vezes, penso, convictamente, que não.
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quinta-feira, março 22, 2012

A doutrina do ódio

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Profundamente lamentável. O ódio, o arreganho, a intolerância, a deficiente formação, a estrutura instável de gente como este senhor Lavos que usa crianças assassinadas para se atirar à direita, a Sarkozy e a tudo o que mexe que não urre os gritos de guerra lá da claque a que ele faz jus. Apetece dizer bardamerda, como o outro!
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quarta-feira, março 21, 2012

Ai que vou para «pousio» outra vez...

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E começo mal. Dá-me vontade logo de ir para pousio outra vez. Eu já tinha tido um lamiré a ouvir, com a insistência daquele ribombar ecoado das trovoadas distantes, o anúncio de mais uma saga de Mário Soares. Soares isto, Soares aquilo, Soares aqueloutro. Tudo muito revolucionário, muito a preto e branco, muito Maria Barroso jovem e bonita, muito abrilino, muito Pide, muito… idiota. São doses maciças de Soares, uma personagem que me faz estremecer inquieto, por não perceber de onde vem esta veneração por uma figura política de perfil duvidoso e uma figura humana que, com frequência, se revelou um tiranete sombreado pelas delícias da liberdade e da democracia (coisas das quais ele me parece ter uma visão mais ou menos distorcida) e um incorrigível vaidoso.

Agora passo os olhos pela página da RTP e esbarro com um inquérito onde se pergunta aos portugueses (sic) « Acha que, se a situação se degradar, as Forças Armadas deveriam levar a cabo uma operação militar para derrubar o Governo, como sugere Otelo Saraiva de Carvalho? » Esfrego os olhos, incrédulo e concluo que é absolutamente imoral que uma porção do meu salário sirva para dar de comer a um grupelho idiota que se entretém a arejar as suas idiossincrasias à minha custa e de todos os portugueses que lhe vão pagando o bife e a reforma. Esta gente, seja lá quem for que é responsável por esta cretinice estampada na página da RTP, envergonharia até a América Latina de hoje. Porque vivem ainda na América Latina do General Tapioca e hoje é diferente e eles não devem ter dado por isso. Deviam ir abrir RTP’s para a Venezuela ou para a Bolívia, E não chatearem nem envergonharem quem está.

Curiosamente, pode ler-se ainda uma notícia sobre os estaleiros de Viana de Castelo. Se estivermos distraídos a ler a notícia ainda ficamos com a impressão que o Governo se prepara para destruir o que resta dos estaleiros, privatizando-os. Era preciso lembrar estas luminárias da RTP que a destruição aconteceu exactamente pela oposta, quando os estaleiros foram nacionalizados. E deveria haver alguém, também, que explicasse isto aos trabalhadores e aos sindicatos que estão com um medo terrível da privatização.

Ai que vou para pousio outra vez…
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segunda-feira, fevereiro 13, 2012

Chegou a conta

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Não consigo perceber bem a analogia que se faz entre descontentamento popular e uma clara intervenção de grupos organizados que se entretêm a destruir, ferir, matar se preciso for, como o que vai acontecendo em Atenas. Atenas não é a Grécia e muitos dos bárbaros à solta provavelmente nem atenienses são. Parece-me evidente que estamos em face de um claro exemplo de alteração da ordem pública que deveria ser exemplarmente reprimido.

Também me choca observar a onda de simpatia de uma considerável fatia de «bloggers» e jornalistas e comentadores pelos distúrbios que se verifica na maltratada capital grega. Não entendo mesmo a distorção que objectivamente se faz dos factos, condenando sempre a Alemanha pelo que acontece. Qualquer pessoa minimamente informada perceberá que o estado calamitoso em que se encontram as finanças da Grécia se deve à política habitual dos socialistas que continuam a sonhar com o estabelecimento de Estados Sociais à custa dos outros, já dizia Margareth Thatcher que o socialismo é óptimo enquanto o dinheiro dos outros não acaba. Os governos socialistas estabeleceram níveis de benefícios sociais, salários e hábitos de consumo, incomportáveis com a realidade económica, sempre com à convicção habitual de quem leu na cartilha os direitos do povo, sem fazerem contas ou, fazendo-as, na presunção que os ricos e os poderosos as pagassem. A isto iam juntando a sua proverbial incompetência e irresponsabilidade na gestão das despesas, ao mesmo tempo que mergulhavam frequentemente em escândalos, conúbios e cumplicidades. O povo ia recebendo e gostava, pudera. Agora chegou a conta. O povo esperneia e o governo vê-se na necessidade de escolher entre pagar contas e reduzir os benefícios em nome da desejável democracia e desenvolvimento ou apaparicar as vergônteas do sistema e manter o discurso que se conhece.

Aqui pela paróquia continua a procissão socialista do costume e a emulação dos gregos, perante os nazis. Já vi por aí, até, que a Alemanha devia era pagar o que deve e roubou aos gregos durante a guerra, ficando por saber porque se esqueceram da cidade de Londres, da Polónia, da Bélgica, da Noruega, da França e da Rússia. Para só citar alguns. Ressalta até um aparente desejo de que Portugal se torne um foco de instabilidade «à la grega». Não sei bem em nome de quê, talvez deixássemos de ter de pagar as contas no imediato. E, mais uma vez, deixar uma herança esperta para os nossos filhos e netos.

Rezemos para que permaneça o bom senso. E que continuemos, como até aqui, a cumprir as nossas obrigações e avançar com a resolução da nossa crise. Ámen.
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sábado, fevereiro 04, 2012

Se a Ana o diz...

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«...este governo quer acabar com a tradição… a função pública é a cobaia… a função pública é espezinhada… os trabalhadores vão reagir… foi assim que Cavaco Silva perdeu as eleições… a função pública derrubou Cavaco Silva… estão a mexer com os seus direitos… este governo que desapareça… não precisamos deles, eles que desapareçam...»

Foi nestes termos, pelo menos dos que me lembro, que Ana Avoila, a indignada de serviço do Bloco de Esquerda se referiu ao facto de não haver tolerância de ponto para o carnaval deste ano. Isto depois de Passos Coelho ter feito uma curta e lúcida intervenção sobre o assunto, onde inclusivamente referiu não fazer sentido abolir feriados como o 5 de Outubro, 1º de Dezembro e até feriados religiosos e manter uma tolerância de ponto de carnaval, até porque o dia nem sequer é feriado, tem apenas beneficiado de tolerância de ponto.

A comunicação social achou logo que a pessoa indicada para ouvir o contraditório era Ana Avoila. Penso que haveria, pelo menos, mais um milhão de portugueses capazes de fazer um comentário civilizado e oportuno à questão (e, já agora, que se lembrasse que os privados também brincam ao carnaval e que alguns deles têm de usar máscara todo o ano, por não beneficiarem da propalada equidade da função pública), mas a RTP achou que a Ana Avoila é que era. Ah! E um autarca de Ovar que disse que iam ter imensos prejuízos. E eu fiquei a saber que uma tolerância de ponto tinha sido promovida a direito adquirido, Ana Avoila dixit. E se ela o diz, está a representar pelo menos meia dúzia de pontos percentuais do eleitorado português.
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domingo, outubro 24, 2010

A avaliar pela montra…


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…avalio bem o que deve haver pelo armazém. E o armazém é um programa anunciado para logo à noite na SIC, «feito por crianças. Para sabermos o que as crianças pensam». E na apresentação do programa (assim uma espécie de letselucatdetreila à boa maneira do Laurodérmio), aparece uma repórter de voz melíflua e aparentemente acometida de tripanossomíase a fazer perguntinhas às criancinhas (deviam ter dito meninos, como agora se usa). E as perguntas são fantásticas. Uma delas queria saber o que é que o menino gostava de dizer ao engenheiro Sócrates e o menino dizia que gostava de dizer para não falarmos tanto da crise na televisão senão as pessoas ficam muito deprimidas e depois ainda é pior. Outra pergunta que me lembro de ter ouvido, eu seja ceguinho… foi porque é que o menino acha que há ricos e há pobres. O menino respondeu prontamente: - Não sei. Mudança de plano e o menino responde. Porque há uns senhores mais distraídos e quando ganham os dinheiros estão mais distraídos e depois os outros senhores se eles estão distraídos levam mais dinheiro do que aos outros que não estão distraídos.

Há mais pérolas do género, mas uma pergunta se perfila desde já; - Será que endoidámos de vez? E não varrem esta gente?

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sábado, junho 12, 2010

Pedir desculpa. Já!


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Alfredo Barroso é um exemplo acabado dum progressista anquilosado pelas desilusões da vida e que faria melhor figura num frasco de formol, ainda que lhe deixassem o nariz de fora para respirar, ninguém deseja a morte do homem.

Mas este exemplar mumificado pelas suas próprias idiossincrasias, incrustadas num corpo já (presumo) cansado pelas evidências, insiste em verbalizar séries infindáveis (só mandando-o calar ele pára…) de ideias que aprendeu em pequenino e para as quais não encontrou os respectivos meios de reciclagem.

Não é que Alfredo Barroso está eriçado porque o campeonato mundial de futebol não é mais que um desfile de futebol europeu onde apenas um grupo privilegiado de futebolistas africanos consegue vencer, ficando muitos deles sem emprego, sem segurança social, sem solidariedade e sem futuro?

Felizmente que o Francisco José Viegas lá lhe explicou que nunca como agora tantos futebolistas africanos dispuseram de tantas oportunidades de brilhar no firmamento futebolístico europeu e que, ao contrário de Alfredo Barroso, ele achava que o futebol europeu estava a exercer uma meritória acção globalizante, abrindo as portas do sucesso àqueles que, como em qualquer outra profissão, demonstram qualidade e estrutura para isso.

Mas Alfredo Barroso não ficou muto convencido, resmungou qualquer coisa e deve ter continuado a pensar que os europeus deviam pedir desculpa a África por proporcionarem emprego (excepcionalmente remunerado) a muitas centenas, quiçá milhares, de futebolistas africanos.

Não há condições para esta gente. Para o Alfredo Barroso, entenda-se. Para os futebolistas africanos há sempre. Desde que saibam dar uns pontapés na bola, claro.

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segunda-feira, março 29, 2010

Avacalhar


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Ou ajavardar… ou fazer de um sítio privado (é lá com ele, eu sei…) um duvidoso palco onde se tenta fazer humor sem resquício que seja de respeito pelas vítimas.

Com jeitinho esta “peça” de humor superlativo ainda vai parar ao “Eixo do Mal”. De notar ainda o nível de incontornáveis comentaristas...

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terça-feira, janeiro 05, 2010

Ele há gente…


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…esquisita. No mínimo.

«Todas estas medidas, adoptadas na sequência do tentado atentado do jovem nigeriano e da maléfica histeria crónica de Dick Cheney, poderão vir a ser ainda complementadas por outras até que a democracia americana se torne virtualmente indistinguível de um país fundamentalista muçulmano. Os hábitos serão diferentes, mas o grau de liberdade semelhante.» – José Vítor Malheiros, PÚBLICO, 5 de Janeiro de 2010

Se isto não é esquisito, não sei o que esquisito é. Gosto particularmente do «tentado atentado» e do «jovem nigeriano». Ah! E da «maléfica histeria», claro.

Via Helena Matos no Blasfémias

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