Ele há dias assim...
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Por pouco que hoje não fiquei na cama, o que seria um pormenor preocupante. É que acordei na névoa doce de que era Sábado (vá lá saber-se porquê…) e que uma chávena de café me saberia bem, após o que me estenderia no sofá, ou mesmo na cama, porque não? E assim foi. Foi, vírgula, até ao café. Porque depois de sorvido o último golo reparo na Carla Trafaria a dizer que a A2 não sei quê, que a A5 não sei quantos e, aí sim, dei por mim a perceber que era segunda-feira. Mais grave – não era só segunda-feira, era segunda-feira “outra vez”.
Sou um entusiasta pelo que faço, um crente no que penso e um seguidor incondicional dos meus instintos. Serve para dizer que tenho gosto no meu trabalho e uma dedicação ilimitada às suas exigências. Mas há manhãs assim. Em que acordamos entorpecidos e embotados pela modorra dos acontecimentos e pelo sentimento preocupante de nos apetecer fazer nada e depois descansar um bocadinho.
O golpe final foi ouvir que Jardim Gonçalves tem uma reforma de €170.000 por mês. Olhei para o homem e senti-me pequenino e insignificante. O que é aquele homem, na realidade mais pequenino do que eu, tem que eu não tenho para que lhe levem a casa aquela dinheirama para não fazer nada? E antes que me torne um perigoso comunista, levantei-me determinado a ir para o duche e enxaguar bem as sinapses antes que me dê três coisas e seguir a tendência que o corpo hoje, misteriosamente, apresenta, e a que a alma, com a mesma dose de mistério, me impele. E me meta na cama outra vez. E mande o trabalho às urtigas.
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Etiquetas: Cada um é pró que nasce
20 Comments:
E eu que achava que isso era coisa para as Republicas das Bananas...:)))*
Dulce
Fiquei na angústia da dúvida sobre que coisa seria essa, a da República das Bananas. Reli o post... fiquei sem saber se seria a falta de vontade em ir trabalhar, se seria a reforma do Jardim Gonçalves, se seria, ainda, o pormenor não despiciendo de um homem feito, como eu, acordar pensando que é Sábado e, afinal, ser segunda-feira. Para tudo haveria uma explicação... cá por mim tudo tem a ver com a «violência» dos 55 minutos (eu agora sou assim, um homem de rigor e rotinas...) de marcha a que me submeto na vã sperança de perder os quilos que a falta de nicotina me trouxe. 55 minutos cumpridos religiosamente no mesmo itinerário, o que faz poder "tutear" já as pedras da calçada, saber que há carros que passam à mesma hora no mesmo sítio e com as mesmas pessoas lá dentro, ladear os autocarros de espanhóis que vêm a Portugal comprar camisolas de lã e chinelos de carneira à Boca do Inferno, olhar sempre do mesmo ângulo (há coisas que só devem ser olhadas de determinado ângulo...)para o museu de Cascais, dar passagem à jogger que inevitavelmengte se cruza comigo na ponte do museu, continuar pela marina, Parque Américo Tomás, atravessar a passadeira da Avenida da República, olhando de soslaio para a Igreja em frente à Casa do Largo e repetir mentalmente pela milionésima vez que as minhas filhas foram baptizadas naquela igreja e que na Casa do Largo se janta muito bem... (!!!...), subir a Vasco da Gama e fazer uma entrada triunfal, daquelas de homem suado, no restaurante do franguinho da Guia pedindo o meio frango que haverei de degustar à uma e quinze, posto que entro no restaurante às 12:50, preciso de mais cinco minutos para chegar a casa, mais 15 minutos para um duche obsceno daqueles de irritar a Quercus até ao tutano e outros cinco para atamancar uma salada mista. Falta referir que as entradas triunfais (não é todos os dias que as empregadas de um restaurante vêm um homem de porte atlético (!!!...) entra apelativamente suado, transbordadndo suor, quer-se dizer, esta parte sai mal... transbordando vigor, vai bem melhor... e pedir meio frango sem molho e sem picante. Não resistem e acabam por oferecer um pacotnho de azeitonas especiais para acompanhar com o frango ou mesmo, céus, duas chamussas, o que, nos tempos que correm equivalem a €2 ou seja, cerca de 50% do valor do neio frango. Quanto não vale a imagética viril de um homem de porte atlético (!!!...), suado, ténis relinchantes e roupa manchada pelo suor (como vemos nos filmes, sobretudo aqueles passados em NY City em que o herói vai fazer jogging para o Central Park...) vale pelo menos uma embalagem de azeitonas ou duas chamussas.
Isto vinha a propósito de quê? De achares que isto (que eu não sei bem o que era...) era coisa de República das Bananas. Não é. É a rotina, Dulce, a rotina que depois faz com que o organismo reaja ao facto de percebermos (tarde, mas percebermos...) de que é segunda-feira outra vez, coisa grave, esta do 2ª feira outra vez, significa que não acabam, que há sempre uma segunda-feira esperando por nós. Queiramos ou não. E, como dizem normalmente os anglossaxónicos, as segundas feiras são «blue monday», eles lá saberão porquê, daí que um pontapé na rotina saiba sempre bem. Por isso... estou a pensar seriamente em caminhar 60 minutos, em vez dos rotineiros 55 :)))). E qundo as meninas me vierem oferecer azeitonas com o frango, vou dizer que não. Que prefiro um queijinho fresco.
E obrigado pelo teu comentário que acabou por justificar quilo que poderia bem ser um post...
*
Eu padeço do mal inverso e acordo em verdadeira angústia todos os sábados a julgar... que é dia de trabalho. Menos mal, dirás tu, que sempre posso voltar à cama e nesses dias ainda sabe melhor. Pois enganas-te. O desassossego é tal e o coração palpita com tanta força que já não volto a pregar olho. Uma frustração!!!
Nunca comi franguinho da Guia!
O teu "azar" é gostares muito da Carla Trafaria! Se o telejornal fosse apresentado pelo amigo F.F não tinhas estado atento e não tinhas percebido que já era segunda e tinhas passado a manhã no bem bom!!!
enfim...eu de facto só o conheço a si aqui do blog....mas não me consta que tenha fundado um banco que foi a grande alavanca da economia portuguesa à data da sua fundação...
EU
Tenho andado a deliciar-me com o teu blog e respectivas fotos do Jpão... Quanto aos sábados... há receitas, mas pede ao sortudo do teu marido que ele deve conhecer algumas :)))))
Beijinhos
papoila
Não é gostar muito... mas se tiver de escolher entre ela e o F.F. hummmm o que é que achas? Além de que Trafaria lembra-me logo a ameijoa da Costa, a taínha de Cacilhas e o berbigão da Cova do Vapor :))) e a mocinha tem um ar meio agoniado.
Margarida CF
Posso garantir-lhe que não, Margarida. Nunca fundei banco nenhum. Nem saberia fazê-lo... mas sei fazer muitas coisas de préstimo... e algumas delas tenho a certeza que o Jardim Gonçalves não saberia como. Uma coisa nunca tive de fazer. Repôr dinheiro em nenhum banco por uso indevido de nenhum dos meus filhos, ou pagar um milhão de euros de multa (nem teria como pagar, iria preso, certamente...) e não estou proibido 9 anos de exercer actividade em coisa nenhuma. Ah! e não recebo €170.000 de pensão. Mas garanto-lhe que não me importava de receber. Palavra de honra!
1. ainda bem que não teve que cumprir dívidas dos seus filhos maiores. Não seria sua obrigação, nem era a do Eng JG.
2. Julgo que a referida multa foi "passada" pela instituição que há alguns anos não encontrou alguma anormalidade no desepenho do Eng JG. O que mudou um pouco foi só a cena política...a qual, aliás, é por si veementemente criticada
3. Julgo, também, que a proibição de actividade foi a recurso...
4. Se me disser quanto ganha por mês um jogador de futebol "importante" cá em Portugal....
É de uma grande injustiça a condenação pública do Eng. Jardim Gonçalves.
MargaridaCF
Eu não estou aqui a fazer um julgamento de Jardim Gonçalves. De resto não conheço o senhor e posso falar apenas do que leio ou do que oiço. Aliás limitei-me a fazer um gracejo (todo o post era em jeito de gracejo) sobre o enfado de uma manhã de segunda-feira, agravada pelo facto de ouvir que JG recebe €170.000 de pensão. A partir de aí, disse o que disse. O resto veio por acréscimo e "puxado" pelo que a Margarida me disse. Reparo agora que a Margarida tem JG numa elevada conta e quem sou eu, sem meios de análise que não sejam os que li ou ouvi, para o julgar. Mas, se me cingir ao que li e ouvi não posso fazer outro juízo que não seja o de que JG foi um beneficiário claro do sistema que ele próprio montou. De outra forma nunca teria permitido que o filho, maior, se locupletasse com fundos do banco.
No mais, estou consigo no respeito absoluto pela presunção de inocência. E digo-o sem sofismas. E sim, critico veementemente a situação política deste país, sobretudo na pessoa de José Sócrates.
ok. estamos falados...agora vou reler o post e sorrir como é habitual :))
Gramei o texto (ou gramei do texto que não sei como diabo se diz)!
chego a ter saudades dessas 2ªs feiras em só me apetecia desistir de acordar,ficar na cama e telefonar ao médico da Caixa a pedir para me dar baixa. Que tormento era levantar-me nesses dias para ir para um trabalho de que afinal gostava.
Agora, reformada, todos os dias são iguais, sem luta, uma sensaboria....
MargaridaCF
Concordo. Mantenhamos os bons hábitos. :)
blondewithaphd
Gramei da hesitação :))
Luisa
É escrever as memórias :))
Já fui informada sobre a existência dessas receitas, sucede porém que o meu (not-yet-but-very-soon-to-be)marido ficou em Lisboa enquanto eu vim para o sol nascente... :( Talvez venha daí a explicação para o meu frenesim logo pela manhã.
"Mas há manhãs assim. Em que acordamos entorpecidos e embotados pela modorra dos acontecimentos e pelo sentimento preocupante de nos apetecer fazer nada e depois descansar um bocadinho."
Meu bom Nelson, meu amigo, ISTO é o que me acontece TODAS as manhãs!:)
Na verdade, acordo sempre com a secreta esperança de que seja sábado, feriado, ponte (dava-me imenso jeito um viaduto até 2023: ano da reforma. Ó, inclemência! Vade retro, Satanás!!!), vinda do Papa, epidemia de piolhos na escola, férias... bem, a causa é totalmente irrelevante e sempre (mas sempre!) plenamente aceite, de braços abertos, olhos postos no Céu, em agradecimento pela glória.
Mas, de segunda a sexta, lá vem a realidade contundente, descompadecida, irritante... e eu fico, inelutavelmente, no inverno do meu descontentamento.
E eis que surge o resmungo bem do imo:
- bolas, nunca mais é sábado!(nunca percebi por que motivo há tão poucos sábados! Que o domingo, embora seja dia de louvar ao Senhor - e eu creio Nele, como sabes - é um dia parolíssimo)
Olha, é como dizes: "cada um é pró que nasce"!
E a verdade é que... ninguém se faz!:)
Nota: eu - que sou tua amiga desde o século XV - te confesso aqui em privado: de Julho a fim de Agosto (haverá mais sábados??!!!...) até vou passando razoavelmente. O que me custa mesmo é o tempo que vai de Setembro até Julho!
Tirando este "piqueno" pormenor, ADORO TRABALHAR!
Mas não digas nada a ninguém!
Li de Queiroz
Eu estou fora, vim aqui e já volto. Mas para ti faço como o Cavaco. Estou fora, mas dentro. Salvo seja, que eu nestas coisas sou um pessoa de respeito e não vou por uma pessoa adentro só porque sou amigo dela desde o séc. XV.
Doeu-me muito o teu ar sacrificial quanto ao trabalho e às segundas-feiras, proque sei como és uma mocinha travalhadeira e que gostas de saltar da cama logo cedo (prontes, lá estou eu outra bez a lebantar falsos... eu sei que saltas da cama proque tumelo dessestes, carago... e num me pedistes segredo). Isso de te apetecer ficar na cama até mais tarde tem a ver com a outras bidas que não bêm agora ao caso mas que um dia posso te explicar-te... enquanto explico e não explico tem paciência e salta lá da cama pró travalho (mas salta debagar, para não acordares ninguém...) e um dia birá em que podrás ficar até mais tarde. Reformada, cansada, com osteoporose, joanetes inchados, artroses, lumbago, gelhas no pescoço... mas também... com estes atributos todos dá-me para te perguntar o que é ficas na cama a fazer... o melhor é seguires o conselho do outro que diz: - Vai mas é trabalhar :))))
E assim me despeço, remetendo-me de nobo ao meu refúgio, não sem deixar as minhas recumendassões à prima Nánda, à Inezinha e ao senhor Eduardo. Veijos vrilhantes para ti (se ainda estiveres na cama, fassa o fabor de ir labar os dentes primeiro que eu num dou veijos assim cumo quem bai de caminho...ou, mais grave, tirar a placa do copo de auga e colocar)
:))
Óspois de botar os ólhinhos co Sinhor me deu na çua miçiba ficei açim a modus catarantada proque comu vossê save eu çó teinho a sigunda e óspois fis mais istudos mas foi nas Nobas e teinho comu dis o dótor défisse coguenitibo e num mapercevo vem das couzas mas aprecevi-me logu que vossê debe de çer fedalgo proque iscrebe couzas munto lindas e támem munto defesseis pró intendimento das peçoas açim mais umildes e cum menos istudos. Vossê debe de ser támem dótor num é?
Eu le digo que çou uma mossoila munto travalhadeira e o meu hóme que é munto vom hominho e inté só me vate mas é proque eu meresso e teinho a mania de larrespunder e as molheres debem de ficar co vico calado e arrespeitar os homes (salbo seija)que o Sinhor les deu prontos aixo que me perdi mas desia eu co meu hóme támem travalha munto num tásco aqui ó pé de caza e portantos a jente semos uma familia umilde mas munto felis e ele inté me dis queue çou o votão mais cipreste cá-de avrir cum todo o mesquinho no çeu mágnico curasson e inté mófresseu uma foto dele pra eu apropor junto á minha num paspartu cum muntos vrilhántes munto lindo caté paresse de fedalgos. I ele inté me dice ca foto era prá bidinha toda inté nós ter a fatalidade de passarmos o restinho do noço tempo juntos cá na terra e nos séus, aixo que já num se faz hómes açim tão rumánticos e o meu corasson chora vagadas de alegria e cuntentamento. Ele agradesse ó sinhor dótor o abrasso e arretrivui-o maila inezinha que tadinha istá xeiinha de travalho na caza da patroua dela qué munto izijente e a uvriga a alimpar os qristais queue aixo que ção darques proque os dátlântiz e da voémia boto munto presso plo menos foi o ca minha intiga patroua minsinou e nas Nobas támem e eu inté fico açim a modos cademirada proque çei estas couzas cumós fedalgos açim cum sua lessença cumó sinhor dótor.
Eu emvora teinha munto travalho bou indo grassas a Deus e é cumó sinhor dótor dis um dia podrei ficar na cama inté mais tárde mas támem num intendi proqué co sinhor me progunta o qué eu fico na cama a faser proque eu çou munto çua ameguinha lá iço é berdáde mas támem le digo cum munto arrespeito que num tem nada cum iço.
Pro hora ando venzinho çó teinho atépurose dores nas cruses artrazes de resto inté paço vem. Lá iço dos joanetes cumó sinhor dótor iscrebeu num çei quem ção nem os lumbagos mas debem támem de ser fedalgos proque eu num os conhesso e se calhar num bão ás cazas açim das peçouas mais umildes que num teim binho fino pra lhes ofresser. Támem num teinho a dintadura proque a imprestei a um besinho que é munto pobrinho e cria cumer vroa e num pudia tadinho queu çou umilde mas cum corasson munto gránde e gosto dajodar os besinhos e de çer munto ameguinha de toda a jente açim cumo çou do sinhor dótor cum todo o arrespeito.
E prontos vou-me ali e já beinho a casa do sinhor gunssalves qué támem munto meu ameguinho e me cunbidou pra ir ó jardim dele apainhar coibes pró caldo ele támem é povrinho mas munto amigo dajodar as peçouas açim cumo eu. E prontos portantos adespesso-me cum munta ademirassão e arrespeito
çou quem save
báneça da cunsseissão
á é berdade a perima Nánda recumenda-le recumendassões e amanda-le um avraço velo e vrilhánte
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