sexta-feira, abril 29, 2011

Assustador




[4143]

Este artigo de Eduardo Cintra Torres, no Público, desnuda factos que, no seu conjunto, pressagiam um desfecho trágico para a totalidade dos portugueses. Descobrir e implementar um processo para afastar a maralha socialista é já um imperativo nacional.

«A TVI lá fez mais uma entrevista a Sócrates, ajeitando-se à agenda do líder do PS. Como se comprovou no final, a entrevista foi, para o país, totalmente inútil. Zero de conteúdo. Quaisquer que sejam as perguntas, ele repete à exaustão as mesmas cinco frases memorizadas. Hábil a intimidar entrevistadores, ignora-lhes as perguntas, debitando o menu decorado e queimando tempo.
Judite Sousa não colocou diversas perguntas importantes e não obteve respostas às que colocou. Resultado: um festival de propaganda pessoal, mais um em poucas semanas. Sócrates só falou de si mesmo — o seu tema preferido — ou repetiu as cinco frases combinadas lá na Central de Propaganda. E, ajudado pela entrevistadora, alimentou a agora habitual confusão total entre primeiro-ministro e secretário-geral do PS.
A estranha última pergunta de Sousa sobre a vida privada de Sócrates foi colocada ao secretário-geral do PS na sede do governo de Portugal. Sousa apresentou Sócrates como “divorciado” e “com dois filhos” e perguntou-lhe se “tenciona fazer campanha eleitoral com a família”. Recorde-se que nas presidenciais apareceram familiares de todos os candidatos nas campanhas e nenhum jornalista, nem Sousa, os interrogou sobre isso.
A pergunta permitiu a Sócrates fazer exactamente o que disse que não vai fazer: usar os filhos. Mencionou duas vezes o “amor aos meus filhos”. Disse também “sempre os procurei proteger”. Ora, na campanha de 2009, em entrevista à SIC, Sócrates fez “referências premeditadas” aos filhos (como lhes chamou então um dirigente da agência de comunicação LPM). Também a sua vida privada foi usada em ocasiões escolhidas a dedo ao longo dos anos. Mais de uma vez as revistas cor-de-rosa souberam com antecipação onde ele estaria em momentos “privados” com uma alegada namorada; e numa entrevista ao Diário de Notícias na campanha de 2009 ele falou da alegada namorada (i, 21.09.09).
Na acção mediática de Sócrates não há nada, mas rigorosamente nada, que surja ao acaso. As “respostas” em entrevistas são frases decoradas. Toda a sua agenda e a do Estado que comanda estão planeadas para obter ou evitar efeitos mediáticos. Por exemplo, a correcção para baixo do défice foi divulgada pelo INE no sábado de Páscoa, com o país político ausente. A gestão de danos é brilhante: a Central obliterou Teixeira dos Santos dos media quando este, a bem de Portugal, traiu Sócrates e falou da necessidade da ajuda externa.
A Central vai debitando diariamente pequenos “casos” para a imprensa: através de dirigentes e outras figuras do PS (as ordinarices de Lello não são “arreliadoras deficiências tecnológicas” mas declarações públicas calculadas, cabendo a Lello o papel de abandalhar os políticos em geral); ou através de “fontes”, ou nem isso, como nas campanhas negras na Internet. Essa acção permanente da Central, 24 horas por dia, desgasta os adversários, em especial o principal partido da oposição, sem a mínima preparação para enfrentar uma organização profissionalíssima, que hoje atingiu a dimensão de um embrião de polícia política de informações, agindo exclusivamente através dos media e Internet, directamente ou através de apaniguados ou ingénuos.
O desgaste dos adversários ainda está no princípio. Dado que Cavaco Silva e os ex-presidentes pediram uma campanha eleitoral esclarecedora, caberá à Central de Propaganda oculta e semi-secreta ao serviço do PS encher os media e a blogosfera de “casos”, invenções, mentiras, factóides descontextualizados, etc. Esta Central tem acesso a informações, por métodos quase científicos de busca, selecção e organização de informações, a que os jornalistas não têm ou não podem ter acesso, ou nem sonham que existem. A Central conhece o passado de todos quantos agem no espaço público e ousam desagradar ao PS-Governo. A Internet é usada para divulgar elementos “comprometedores” da sua vida. Fernando Nobre e família foram alvo desses ataques mal ele se candidatou pelo PSD. Nos EUA tem crescido igual tipo de desinformação, como a campanha negra por republicanos mais primários de “dúvidas” acerca da nacionalidade de Obama.
A brutalidade da desinformação e das campanhas negras atinge não só os adversários políticos, mas todos os que exerçam livremente a liberdade de expressão. Como o PS-Governo vive exclusivamente dos media, a Central visa em especial os comentadores e jornalistas que considere fazerem algo negativo para os seus interesses.
A jornalista Sofia Branco foi recentemente demitida de editora na agência LUSA por se ter recusado, com critérios editoriais, a pôr em linha uma “notícia” oriunda da Central de Propaganda. Recorde-se que o director de Informação da LUSA foi uma escolha pessoal de Sócrates e que o seu administrador principal é amigo pessoal de Sócrates. A demissão teve carácter de exemplo, pois visa recordar a todos os jornalistas, começando pelos da LUSA, que “quem se mete com o PS leva”.
O caso revela a Central em acção. Uma correspondente da LUSA recolheu uma declaração dum assessor do primeiro-ministro que este atribuiu a Sócrates. A editora da LUSA não quis divulgar declarações dum assessor como se fossem de Sócrates (dado que não eram de Sócrates!); disponibilizou-se para ouvi-las do próprio, mas o assessor negou a hipótese. A editora rejeitou a “notícia”. Acontece que a Central precisava que a “notícia” fosse vomitada para os media naquele dia; por isso, a chefia da LUSA soube logo do caso e colocou a “notícia” em linha; a editora foi liminarmente demitida, retaliação que já seria de dureza totalmente desajustada ao normal funcionamento de uma redacção se a editora tivesse procedido mal. No dia seguinte, Sócrates disse a tal frase que fora dita pelo assessor: é o habitual processo de inculcação pela repetição.
Sofia Branco foi demitida por ser jornalista. Se houve “quebra de confiança”, como a direcção socretista da LUSA invocou, não foi no profissionalismo da editora, mas sim quebra de confiança da Central de Propaganda numa jornalista que agiu como jornalista. “Hoje, 27 anos depois do 25 de Abril, faz-se jornalismo com medo”, disse Sofia Branco ao P2 (25.04).
A pressão infernal sobre os jornalistas deu resultados extraordinários nestes seis anos. Somada a campanhas negras e cumplicidades no seio dos media, permitiu a Sócrates ganhar em 2009 e está a permitir-lhe recuperar nas sondagens em 2011.
A estratégia da Central para esta campanha já está delineada. Um dos elementos tem passado despercebido: através de pessoas como Lello e de comentários anónimos produzidos pela Central e despejados na blogosfera e caixas de comentários, repete-se a ideia de que os políticos são todos iguais, todos corruptos, nem vale a pena ir votar. A Central sabe que a percentagem do PS pode subir se a abstenção crescer. O paradoxo de um partido fomentar subrepticiamente a abstenção explica-se: como os eleitores mais livres votariam mais facilmente na oposição, neutralizá-los diminui os votos nos outros e aumenta a proporção relativa do núcleo duro dos eleitores do PS.
Outro elemento que favorecerá essa estratégia será a habitual forma de as televisões cobrirem as campanhas na estrada. Apesar da crise no país, é provável que a cobertura televisiva se concentre, como habitualmente, nos almoços da “carne assada”, nas declarações da velhota na rua, do comerciante à porta, do militante de reduzida inteligência, no “isto está uma loucura” do jornalista empurrado por jornalistas, etc. Enfim, fait-divers sem conteúdo político e sem relação com o discurso dos responsáveis partidários.
Se as televisões juntarem às habituais reportagens da “carne assada” e da velha que grita na rua alguma cobertura aos “casos” emanados da Central, estará lançada a confusão que serve um único entre todos os partidos: o PS-Governo. Tudo o que não esclareça políticas, divirja para os “casos” do dia e para o diz-que-disse, em que a Central tem mestria absoluta, servirá para impedir um esclarecimento mínimo (desfavorável a quem governou) e para induzir descontentes a absterem-se. Se fizerem uma cobertura das campanhas como a de 2009, as televisões estarão a colaborar, não indirecta, mas directamente com a governação dos últimos anos e com a aplicação concreta, diária, da estratégia de desinformação e propaganda. »

.

Etiquetas: ,

quinta-feira, abril 28, 2011

Má fé?

[4142]


Ouvi «de raspão», sem exagero, de raspão, na RTP, ver vídeo, (e vejo agora na RR, também), que o Governador do Banco de Portugal afirmou, preto no branco que os decisores políticos e administradores de empresas píblicas eram os grandes culpados do descalabro económico em que caímos e que, por tal, deveriam ser por isso responsabilizados.


Entendamo-nos. Quem fez esta afirnação foi o governador do Banco de Portugal, não fui eu. Surpreendemente, não ouvi mais nada sobre a matéria. Mais. A notícia imediata às afirmações de Carlos Costa mostrava Sócrates meio espantado, indignado e já insuportável «blablablando» sobre as malfeitorias da Oposição em geral e do PSD em particular. E depois, o silêncio. Não ouvi mais nada sobre as afirmações de Carlos Costa.


Esta situação, do meu ponto de vista configura uma de duas reflexões. Ou uma grande parte dos jornalistas e comentaristas são uns impreparados e uns distraídos ou são puramente venais, pouco sérios e cúmplices desta situação. As afirmações de Carlos Costa são demasiadamente graves para poderem passar mais ou menos despercebidas na torrente socratina de camuflagem da sua inépcia e dos danos irreparáveis da sua calamitosa governação. A comunicação social que faça o favor de prestar mais atenção ao governador do Banco de Portugal e noticie e comente. Não faz mais que a sua obrigação.


.

Etiquetas: , ,

quarta-feira, abril 27, 2011

Macacos me mordam se amanhã não lhe conto os caracteres



[4141]


Amanhã vou estar. Levo um ábaco para ver se a Ana Leonardo sempre tem 500 caracteres e uma caixinha de kompensan para o João Gonçalves. Mas tenho a certeza que gente interessada e interessante proporciona sempre boas conversas.




.

Etiquetas: ,

Pupilando ao acaso...





[4140]

Aprendi ontem que um pavão pupila. Eu lavrava num erro imperdoável porque julgava que um pavão pipilava, mas não. O pavão não é pipi, por isso não pipila, mas sim pupila, de pupilar. Quase que gruguleja, mas o pavão não é peru, daí que, com elegância, pupile. E aprendi, enquanto numa entrevista televisiva se grasnava, palrava, latia e crocitava à volta de assuntos de política corrente. A vozearia ia por aí. Porque a nossa situação chegou a um ponto no qual é já indiferente que se pie, cuque, gana, zurre, cante, zumba ou ronque. O sentido é invariavelmente o mesmo e gira à volta de convencer o rebanho de que chegámos à situação que chegámos porque o PSD quis. Deu-lhe para ali, podia ter dado para pior. Ao PSD, não ao entrevistado, que este insiste em martelar os tímpanos da grei com a afirmação pupilante (apenas porque se ouvia pupilar em fundo, no jardim... Sócrates ontem estava particularmente zangado), de que não fosse a birra da Oposição e continuávamos calmamente a pedir dinheiro emprestado a 10% e não precisávamos do FMI para nada. E assim continuou a entrevista, entre o bramir, o ulular, o zumbido, o mugido e o miado até ao fim de um período penoso, em que já só me apetecia guinchar, berrar, balir ou grasnar para acabar com o sibilar, o cacarejar, grunhir, relinchar e rugir do animal feroz que, entretanto e segundo as notícias matinais, adoptou, um vez mais, uma postura (esta aprendi com o Gabriel Alves) de «português suave» e ei-lo por aí a arrulhar e chilrear perante este estupidificado povo, de repente surpreendido por esta passagem do tempo em que os animais falavam, para o tempo em que os animais falam outra vez. E, sobretudo, se zangam muito.

E agora vou ali coaxar um pouco com os amigos e já volto.


.

Etiquetas:

terça-feira, abril 26, 2011

Foleirices








[4139]


José Lello chamou foleiro a Cavaco Silva. Porque os deputados não foram convidados para as cerimónias em Belém. Instado pelos jornalistas a pronunciar-se sobre o facto, Lello disse que sim, tinha chamado foleiro a Cavaco mas num sms privado, a um colega. Por lapso o sms passou para o não sei quê, o twitter, já nem sei bem. Porque se tivesse de dizer em público diria que Cavaco não foi abrangente.


Por acaso eu também não digo que José Lello é do mais foleiro que temos na Assembleia. Malcriado, vaidosão e notoriamente provinciano. Penso, mas não digo. Não digo porque a coisa poderia escapar para o domínio público. Mas também, se passasse, eu diria que José Lello é possivelmente vítima de uma mediocridade abrangente à qual ele, coitado, não consegue eximir-se. É, provavelmente, um valor mal aproveitado.


Já sobre os seus dotes de baladeiro, fica aí o vídeo. Ele era um daqueles valores de gaveta que a ditadura/censura não deixava vir a lume. Felizmente que o 25 de Abril permitiu a revelação das foleirices escondidas e sonegadas à cultura deste povo obrigado a ouvir o nacional-cançonetismo da época. Que pena Lello não ter seguido a carreira artística. Por muito foleira que fosse poupava-nos às suas frequentes foleirices. Mas isto penso eu, não digo. Se tivesse de dizer, afirmaria que Lello seguiu uma carreira política e perdeu-se um artista baladeiro. Mas ganhou-se um deputado badaleiro. Badala a torto e a direito, não pára calado e preocupa-se em manter, quiçá aumentar, o nível foleiro do nosso foleiro meio político. Foleirices...


Via Corta Fitas


.

Etiquetas: , ,

segunda-feira, abril 25, 2011

«Diz Otelo...»








[4138]


De há uns dias para cá que uma frase torturante me martela as meninges. «Diz Otelo». Por qualquer razão que me escapa (tanta coisa me escapa ainda neste país estranho...) as televisões e rádios decidiram oferecer-nos doses maciças de Otelo, sem grandes variantes e, diga-se, sem expressivo conteúdo. Mas a verdade é que Otelo aparece a cada instante a perorar sobre o 25 de Abril, que se arrependeu de ter feito o 25 de Abril, que não se arrependeu nada, as pessoas é que o entendem mal, como quando ele disse que nos metia a todos no Campo Pequeno, mas estava descansado, porque o povo o compreende. Otelo prossegue em regime de sessões contínuas, tipo Olímpia dos anos 74, malbaratando a língua (o homem não sabe falar, pronuncia umas sentenças mais ou menos ininteligíveis, por entre uns «pás», não consegue estabelecer um concordância mínima entre tempos de verbos e género, solta «soundbytes» (é assim que se diz, não é?) que ele julga a propósito e que vão render imenso e não tem capacidade para deixar uma linha, por mínima que seja, de percepção eficaz, pelo menos de que sabia razoavelmente o que andava a fazer na revolução. E tudo isto antecedido pelos «diz Otelo» dos repórteres. E ele diz...


Acresce a tudo isto que este homem é consabidamente um criminoso de delito comum, julgado e condenado, que a misteriosa e incompreensível indulgência de Mário Soares resolveu colocar num off-shore de justiça. Uma indulgência cuja essência eu nunca entendi muito bem mas também, quem me manda a mim tentar entender coisas que neste país não são para entender mas apenas porque sim?


Mas permanece esta angústia. O que terá levado a comunicação social a ter desenterrado este homem para nos seringar diariamente com postulados inenarráveis sobre o 25 de Abril, num português ininteligível e com uma expressão facial de quem nos está a chamar idiotas? Terá sido o espírito da ressurreição da Páscoa?


Nota: Ainda hoje há gente proibida de regressar a Portugal (há, que eu sei e eu vi) por estar envolvida em crimes de sangue, actuando pelas FP-25, sob o comando de Otelo. De um modo geral dizem ter actuado a mando de Otelo, nas prisões discricionárias, torturas e assassinatos. Mário Soares esqueceu-se deles.


.

Etiquetas: , ,

Post dedicado




[4137]


Quando as coisas simples têm um significado. Por muito simples que seja. Mas não é na simplicidade que as coisas permanecem genuinas? Basta clicar, simplesmente, aqui (Aleluia, Flashmob).
.


Etiquetas: ,

sexta-feira, abril 22, 2011

João Maria Tudela



Fim de tarde em Maputo, uma das mais belas cidades do mundo. Clicar na foto.


[4136]


Kanimambo, João. E hambanini!

.

Etiquetas:

quinta-feira, abril 21, 2011

O pesadelo ( 2 )



[4135]


Sinto uma imensa vergonha. Sinto um terrível constrangimento. E uma profunda estupefacção sobre a verdadeira natureza das gentes. Sobretudo porque nos enchem a cabeça com a ideia de que «o povo é sábio»...

.

Etiquetas: , ,

quarta-feira, abril 20, 2011

O pesadelo








[4134]


Este homem tem de ser removido. Ninguém no seu perfeito juízo pode pensar sequer que Portugal aguenta a criatura por mais uma legislatura. Enlouquecemos de vez?


Ainda ontem no «frente a frente» da SIC-N, Henrique Monteiro e Martim A. Figueiredo perguntavam isso mesmo. Não só. Martim acusava objectivamente Sócrates de acção criminosa. Isto não é aceitável, chamar criminoso a um primeiro-ministro em exercício. A não ser que ele o seja mesmo e já esteja por tudo...

Via 31 da Armada


.

Etiquetas: , ,

terça-feira, abril 19, 2011

E não há cláusula de rescisão?



Freitas do Amaral. A angústia da indecisão sobre o que fazer de melhor, a bem da Nação



[4133]


Há momentos na vida que oscilam entre o racional e o crucial. Felizes daqueles que encontram no caminho bastos motivos de errância política, sinal de que não cessam a procura do desconhecido, quiçá do modelo perfeito para se reger a barbárie ou, ainda, pela firme convicção de que acima de quaisquer outros interesses se situam sempre as virtudes evangélicas.



Neste caso, que mesmo assim não consegue fazer esquecer a novela Fernando Nobre ou a mais rasca historieta de Basílio, eu aconselharia Freitas do Amaral a optar por Passos Coelho. Seriam maiores as possibilidades de um lugarzito no Ministério dos Negócios Estrangeiros ou até, quem sabe, na maltratada Justiça. Isto no pressuposto que o professor tratou já a sua incómoda e oportuna hérnia discal. Além de que um regresso ao CDS daria sempre aquele toque indesejável de prodigalidade vulgar a que o professor não quererá, certamente, submeter-se. PSD, portanto. É o que está a dar. Apesar de.

.

Etiquetas: ,

segunda-feira, abril 18, 2011

Afastar Sócrates pelo voto


[4132]

Desiludam-se todos quantos vêem no caos económico e financeiro em que nos encontramos o principal problema que enfrentamos. Mantenhamo-nos, antes, focados em Sócrates como o culpado maior do atoleiro em que nos atascámos. Na falta de dinheiro, no endividamento externo (duplicado em meia dúzia de anos), no desemprego, na incredibilidade que é a nossa actual imagem de marca e na ausência de um «master plan» de desenvolvimento que nos permitisse vislumbrar a puída figura de retórica que é a luz ao fundo do túnel. Na insegurança crescente, num sistema de educação precário e formatado às necessidades e vantagens da clique que nos governa, na justiça, lenta, inoperante e perigosamente parcial, porque pressionada às escâncaras pelo regime, numa cada vez maior ausência de espírito de cidadania, no primado das políticas fracturantes como o aborto, o casamento entre homossexuais e, a curto trecho, a adopção de crianças por pares do mesmo sexo, na incompetência generalizada a todos os sectores vitais da nossa sociedade, no aumento despudorado do clientelismo e proselitismo, no favorecimento de uma elite de gente venal, atenta, veneradora e obrigada, no estabelecimento definitivo de uma censura descarada no seio de uma surpreendentemente cooperante comunicação social, na indignidade da nossa reputação no exterior, onde somos olhados já como autênticos bichos raros, depois de um (curto) período em que dispusemos de uma confortável reputação de modernidade, desenvolvimento e sentido cívico e, numa palavra, enfim, na corrupção campeã em que a promiscuidade entre o Estado e um grupo de empresários incapazes de crescer sem ser sob a sua sombra tutelar não só delapida a fazenda nacional como prejudica, com dolo, o desenvolvimento de empresários dignos do seu estatuto e que progridem (sobrevivem?) por si.

Concentremo-nos, assim, em Sócrates como causa primeira de todos os males que nos afligem. Há mais causas, como é evidente, mas Sócrates goza de um circunstancialismo raro. Seja porque sabe muito de muitos, seja porque a generalizada descrença nos políticos alimenta a ideia de que os políticos são todos iguais e, a ser assim, porquê mudar? E por isso é absolutamente necessário não esquecer que poderíamos até passar ao lado da incompetência deste homem, do seu estofo bacoco e inculto, que isso seria de somenos, mas não há como escamotear a sua tremenda eficácia em sobreviver a situações menos claras (diria que bem escuras) com a Face Oculta, o caso do Taguspark, o Freeport e o cortejo de inenarráveis situações de vídeos, tios, filhos de tios e correlativos, apartamentos comprados a preço de uva mijona e cujas escrituras desaparecem, off-shores, licenciaturas domingueiras e curriculos rasurados, amigos quase imberbes ganhando fortunas em empresas públicas ao serviço do regime, operações descaradas (e caras) de marketing político, como aconteceu com Figo, escândalo da Casa Pia (ultrajante o que se passou com Paulo Pedroso) e um infindável rol de mentiras, umas atrás das outras e que, estranhamente, parecem já não surpreender ninguém, matéria factual que qualquer jornalista recém-formado facilmente arrolaria nos arquivos da imprensa, da rádio e da televisão. Acresce que este homem é arrogante, malcriado e parece estar genuinamente convencido de que governa um rebanho de bípedes menores a quem se mostra a cenoura e dá a paulada à medida das suas (dele) conveniências.

As últimas manobras deste inenarrável (termo que parece ter «colado») primeiro-ministro complementam bem o que digo sobre a natureza da criatura. As manobras a que se prestou para poder, sem vergonha, acusar a oposição de todos os males que nos afligem, em linha, de resto, com a estratégia já usada nas presidenciais é o corolário da acção de um homem que a oposição, designadamente, Pedro Passos Coelho, parece apostar em manter à frente dos destinos do nosso país, através de uma acção desastrada e totalmente impreparada.

Mas há gente atenta. Nos jornais (apesar da tendência socialista), nas televisões (apesar da escandalosa bonomia para com o Partido do Governo) e nos blogues. Gente preparada, bem formada, informada e que não pactua com a maior fraude que me foi dado observar desde que sou gente. É preciso desmascarar/afastar este homem, não lhe dar tréguas. A ele. Sócrates. Porque os seus acólitos, quando ele for humilhado por uma eleição, esquecer-se-ão rapidamente da criatura e passarão de imediato na busca do chefe que se segue. São os tais «moluscóides», hoje por hoje a única coisa de jeito que ouvi Fernando Nobre pronunciar na sua viscosa e «moluscóide» itinerância política.

.

Etiquetas: ,

sábado, abril 16, 2011

Parabenizando...

Clicar na foto


[4131]


«…Malmequer é branco, branco,

Que outra cor querem que escolha!

Se te querem ver bonito

Por que te arrancam as folhas?...»


Na beleza e no fascínio de um campo de flores cabe a magia do amor e a fantasia de nos vermos renovados em cada um dos malmequeres que todos os anos, tal como nós, desabrocham com os primeiros raios do sol da primavera, tornam-se num quadro de indizível beleza e simplicidade e assim se mantêm, para depois se guardarem no recato da ausência e da distância. Até tudo acontecer de novo, como nos aniversários.

.

Etiquetas:

sexta-feira, abril 15, 2011

Dos perigos de dar uma traseirada no carro da frente


Foto daqui . Clicar na foto para ver melhor as sanduíches de mortadela, as maçãs e os cantis de água


[4130]

Há um tal Francisco Ferreira que costuma dizer umas patacoadas na 1. Parece é ecologista, ambientalista, «quercuista» e, fundamentalmente, idiota. Porquê? seria a pergunta adequada a uma afirmação tão incisiva. Ora… porque diz disparates em catadupa, em cadência de grelha televisiva e porque depois não os sabe explicar. Ainda há um par de dias ele, o Francisco ecologista dizia que se tinha que aumentar o combustível e a apresentadora do Programa da manhã perguntava: Mas porquê? Porque… porque os portugueses são o povo europeu que mais usa o automóvel. Claro que o Francisco ambientalista deve ter visto, ou pensado que viu, isto num «estudo» e se viu, está visto, os portugueses não têm nada que andar de carro e por isso os combustíveis deviam ser aumentados. E quando a apresentadora lhe perguntava se os transportes públicos não teriam depois de aumentar os preços dos bilhetes e dos passes, o Francisco dizia que, claro, mas aí o Estado teria que pagar o aumento. E por aí fora.

Estamos cheios de Franciscos, cheios no sentido literal da coisa, entenda-se muitos Franciscos e cheios deles até aos «gorgomilos» que eu não sei bem o que é, mas a minha avozinha que Deus tem dizia muito, sempre que se fartava de alguém.

O Francisco «quercuista» deveria estar atento a outros perigos. O Verão está aí e as praias da linha começam a ficar cheias todos os dias num evidente sinal da crise que nos sufoca. Se o Francisco reparasse bem nas praias, uma «oftálmica» mais atenta deveria alertá-lo para os perigos diários a que um automobilista que tenha de fazer a marginal todos os dias está sujeito. Ele é o calor, ele é as bichas, ele é aqueles anúncios na rádio em que de repente, sem se saber bem porquê, desatam a tocar buzinas estridentes e nós pensamos que é o parceiro do lado, desviamo-nos e arriscamo-nos a bater no parceiro da fila de dentro e ele é, agora, este espectáculo das praias cheias. A gente começa a olhar. Vê as sanduíches de mortadela, as maçãs, os cantis de água, a areia fina, o mar azulinho e às tantas, sem querer, damos uma «traseirada» no parceiro da frente, quanto mais não seja por associação de ideias.

Um distraído este Francisco Ferreira. Com argumentos tão fortes para tirar os automobilistas da estrada e pô-los todos a andar de autocarro ou comboio, vem para ali falar de emissões de carbono e a finitude dos combustíveis fósseis. Um distraído pateta, é o que ele é.

.

Etiquetas: , ,

Rir faz bem


[4129]


A circular por e-mail

.

Etiquetas:

quarta-feira, abril 13, 2011

Que falta de imaginação...


O jeito que dava esta raínha em S. Bento


[4128]

Continuamos numa espécie de chiqueiro onde alguns jornalistas se prezam de bem chafurdar. Digo chafurdar bem porque há uns que chafurdam melhor do que outros.

Este caso é um bom exemplo da trampa em que nos submergimos e nos faz pensar de como há muitas maneiras de se matar moscas. Ao menos no tempo do lápis azul a coisa sempre era mais às claras.

Já agora, precisar de um assessor para dar uma resposta destas diz bem do calibre do nosso inenarrável. Explica também o génio das casas da Guarda.

.

Etiquetas: , ,

Mais certificação menos certificação... modernices é o que é



[4127]


Se houvesse «agências de rating» para a nossa idiotia e saúde mental penso que estaríamos já uns bons degraus abaixo do «junk».


Esta notícia é de um absurdo e, ao mesmo tempo, tão reveladora da sanha cretina do Partido Socialista pelo culto do espectáculo que custa a digerir. Já vi várias críticas, todas elas no sentido do espectáculo a que o PS nos habituou e que continua a usar como ferramenta do seu sucesso (!!!). Mas há uma coisa que realmente me inquieta e que resumo a uma simples pergunta: - O diabo seja surdo, mas se um avião de passageiros tem um acidente num aeroporto cuja pista não está ainda certificada, o que é que acontece? E não é isso o que se está a passar? Mas está tudo doido? E uma Câmara a alugar autocarros para as pessoas irem «ver o avião a descolar»? Mas onde é que isto vai parar?

.

Etiquetas: , ,

Circunstancialmente


[4126]


Este blogue esteve votado ao desprezo. Que não ao esquecimento, ele sabe bem os laços de afecto que por ele entretenho no meu cadinho de emoções. Mas, circunstancialmente (poucas vezes um advérbio ajuda tanto como este. Circunstancialmente, dá para tudo sem ter que dizer nada), não tem dado para postar qualquer coisa, modestinha que fosse. Espero a partir de hoje retomar o ritmo habitual da espuma que a mente me vai proporcionando, para a partilhar com quem tem a amabilidade de me ler.

Vistas bem as coisas, não se perdeu muito. As principais notícias têm a ver com o gang socialista que nos aflige, nos torpedeia o futuro e nos proporciona o vexame generalizado através de palavras e obras dos nossos parceiros europeus que não deixam dúvidas sobre a conta em que nos têm. E a isto contrapomos, ou continuamos a contrapor, uma atitude cretina que não só as pessoas minimamente dotadas reverberam como dela se sentem envergonhados. Sócrates começa a enquadrar-se em novas cambiantes da sua loucura e da sua total ausência de escrúpulos. E por isso todos os dias nos dá provas concludentes desta asserção. A propósito, ler aqui, isto é absolutamente embaraçoso. E, mais grave, verdade. E depois, continuamos a assistir ao desfile mais ou menos paranóico duma clique de gente estranha. Alguma dela surpreendentemente inteligente, que bate palmas, excita-se e supera-se, à vista da imagem do grande líder, sem cuidar de entender que a manutenção da sua gamela é a destruição do que resta da nossa fazenda e da nossa dignidade. Afastar Sócrates é, já, um acto de higiene, de saúde pública e não apenas um acto político.

As notícias estão aí todas, por esse blogues fora. Não se perdeu muito, assim, com a minha ausência e poupou-se mesmo alguma repetição.

.

Etiquetas: ,

sexta-feira, abril 08, 2011

Afinal não foi bem assim...


Foto daqui


[4125]


De manhã fui mais ou menos impregnado com a notícia de que Israel tinha atacado Gaza, novamente, com tanques, aviões e helicópteros. As notícias ficavam por aí e confesso que costumo deixar às capacidades do meu subconsciente o processamento deste tipo de notícias. Há pouco, porém, li isto e percebi que o meu subconsciente tem razões fortes e estimáveis para um processamento adequado deste tipo de notícias antes que as mesmas se arrumem no meu arquivo de memória. Afinal, Israel não atacou, aquilo não foi bem atacar. Foi retaliar perante um ataque de mísseis anti-tanque vindo do território palestiniano a um autocarro que por acaso, coincidência certamente, ia cheio de crianças. Esta a parte, despicienda, que aqui pela paróquia ficou no tinteiro e que faz jus à nossa peculiar forma de noticiarmos tudo o que tem a ver com os alegados ataques de Israel. Verdade se diga que não são só os jornais e rádios portugueses. Li vários jornais brasileiros onde o pormenor do autocarro com crianças era omisso. E até a vetusta BBC não resistiu em vitimizar os agressores.

É nestas alturas, entre outras, que me dá vontade de ir buscar o falecido almirante Pinheiro de Azevedo e pedir-lhe, cortesmente, que do lado de lá de onde quer que ele esteja, mantenha ainda a estamina para soltar um saudável bardamerda.

.

Etiquetas: ,

Espero não levar com um telemóvel na cabeça

[4124]

Aqui está uma coisa que me apetecia dizer há um ror de tempo. Por isto ou por aquilo, não o tenho feito. Provavelmente com o receio subconsciente de levar com um telemóvel na cabeça, entre o bife e o leite-creme.

Mas já que a Luísa aflorou o assunto e porque eu nunca o faria com o brilho que ela empresta a qualquer sentença que contenha mais de duas palavras, aqui fica este texto. Que tomo até a liberdade de dedicar. Só não digo à Luísa a quem o dedico porque não a quero pôr em risco de levar também com um «gadget» na cabeça.

Embora se atribua ao Renascimento o grande salto civilizacional «à table», «l’Histoire» comprova que remontam às «trevas» medievais as primeiras orientações sobre boas maneiras. Assim, já nos finais do século XI ou princípios do século XII, Pedro Afonso, judeu espanhol convertido ao cristianismo, aconselhava, em obra escrita sob a forma de diálogo entre pai e filho, que não se falasse com a boca cheia e se lavassem as mãos antes e depois das refeições. E um pouco mais tarde, Hugues de Saint-Victor, monge de uma abadia parisiense, condenava o que «fazem uns quantos que, uma vez sentados à mesa, denunciam a anarquia dos seus espíritos pela agitação e a desordem febril dos seus membros», recomendando discrição, moderação e asseio. O século XIII veio estigmatizar as posturas grotescas: o comensal devia manter o aprumo e não cruzar as pernas, nem pôr os cotovelos na mesa. E os séculos XIV e XV vieram repudiar os comportamentos anti-higiénicos, inestéticos e incómodos, como respingar sopa sobre o vestuário, demolhar o pão no prato do vizinho (sem prévia autorização deste), palitar os dentes com a faca ou deixar-se embriagar. Finalmente, no século XVI, Erasmo, em «A Civilidade Pueril», considerava de mau tom que se mergulhassem os dedos nos molhos, que se vasculhassem as travessas em busca dos melhores pedaços e que se limpassem os dedos engordurados à roupa ou à língua. A estes e outros preceitos de sã sociabilidade, que ainda hoje se mantêm em vigor, cumpriria adicionar, no nosso século, mais um, que os excessos de modernidade nos têm feito ignorar: é ele evitar a todo o custo o que fazem uns quantos que, imiscuindo o telemóvel no convívio entre pratos e talheres, denunciam o cerceamento dos seus espíritos pela dependência obsessiva de gadgets.

.

Etiquetas: , ,

quinta-feira, abril 07, 2011

Como dois e dois serem quatro


Sócrates dizendo que o PSD... hummm... anunciando que pensou, pensou, pensou e resolver pedir ajuda externa


[4123]

Poucas horas depois de ter dito que não precisaríamos de ajuda externa e pouco tempo depois de ter afirmado, tonitroante, que jamais governaria com o FMI, Sócrates anunciou que pensou muito em nós e no nosso bem estar e que resolveu pedir ajuda. Não fosse faltar o dinheiro para os salários.

Até aqui, nada de muito novo na criatura. Mas gostaria de registar a desfaçatez com que este homem faz um anúncio de tamanha amplitude e o utiliza para uma vergonhosa campanha política. Ainda antes de anunciar, ao microfone, o pedido de ajuda, já estava a dizer que a culpa de toda esta situação era da oposição em geral e do irresponsável PSD em particular. E seguiu-se a ladainha do costume. Admitindo que o próprio Presidente da República tenha encarecidamente pedido aos vários Partidos que evitassem a crispação do costume, por força da situação delicada em que todos estamos, não há outra forma de classificar esta atitude de Sócrates senão como espúria, ainda que fiel à matriz do seu comportamento habitual. Já Passos Coelho tentou ser cordato, elegante, educado e participante. Discordo de Passos Coelho. Nunca Sócrates respeitará o pedido do Presidente da República e muito menos o farão os seus prosélitos. Assim sendo, que se dane a crispação e Passos Coelho que trate de chamar os bois pelos nomes, que explique detalhadamente toda esta tramóia de Sócrates e desmonte com eficácia esta sua estratégia de lançar as culpas da situação para outrem. A não fazê-lo, o PSD ficará com a fama de um Partido compostinho e o Partido Socialista manterá a sua tradição trauliteira tipo partir as fuças à direita, mas ganhará as eleições. Tão certo como dois e dois serem quatro.

.

Etiquetas: ,

Crime, disse ele (Alexandre S. dos Santos)

[4122]


Um dever de todos nós ouvir esta entrevista de ontem de Alexandre Soares dos Santos, da Jerónimo Martins, ao José Gomes Ferreira da SIC-N.


Numa altura em que mais de 30% do eleitorado português parece ainda disposto a dar o seu voto a um primeiro ministro factualmente mentiroso, trafulha e responsável pela trágica trapalhada em que estamos metidos, esta entrevista é de um valor inestimável. Sobretudo porque não tem nada a ver com ideologia, estratégia eleitoral, mas apenas com factos que são do conhecimento geral. São cerca de 50 minutos, mas vale a pena.


Entrevista completa, aqui.

.

Etiquetas: , ,

A Perfect Storm


[4121]

A perfect storm is an expression that describes an event where a rare combination of circumstances will aggravate a situation drastically. The term is also used to describe a hypothetical hurricane that happens to hit at a region’s most vulnerable area, resulting in the worst possible damage by a hurricane of its magnitude.

Perfect storm portuguesa

Expressão que descreve um acontecimento no qual uma rara combinação de circunstâncias é substituída por uma combinação de circunstâncias, não tão rara assim, que agravam drasticamente uma situação, i.e. Sócrates já ir com 32% de eleitores que o querem de volta e um clube que eu cá sei ganhar o campeonato.


Como é que eu sobrevivo depois de 5 de Junho?

.

Etiquetas:

quarta-feira, abril 06, 2011

Mariquices



[4120]


Com sorte, a fazenda nacional ainda «abincha» uma casita ali para os lados da Guarda...


.

Etiquetas:

O último reduto?

[4119]


Este último episódio de ver um Conselheiro de Estado a acusar outro Conselheiro de ser mentiroso, virem depois mais dois Conselheiros desmentirem o primeiro e aparecer ainda um outro a confirmar que sim, que o segundo Conselheiro mentiu mesmo é o fim de uma história triste, de personagens tristes e, sobretudo, indignas de permanecerem no seio de uma instituição que, na eventualidade, ainda era a que me incutia o maior respeito.


Mas, pensando bem, um Conselho é constituído por Conselheiros. E quando de um lado temos Sócrates, Almeida Santos e aquela figurinha patética de Carlos César e do outro temos Bagão Félix e António Capucho, eu peço licença para não ter muitas dúvidas sobre de que lado está a verdade. Em todo o caso, vir lavar a roupa cá para fora… só mesmo numa legislatura desgraçada e vergonhosa como esta que atravessamos.

.

Etiquetas: ,

Estes portugueses consumistas...


[4118]


As rádios começaram hoje uma campanha cerrada, na qual se desdobram afincadamente na notícia de que os destinos de férias dos portugueses estão esgotados. Es-go-ta-dos, assim com este ênfase e tudo. Eu não percebo nada de agências de comunicação mas esta notícia ajuda bem a criar a ideia de que:


- a situação, afinal, não é tão má como isso;

- permanecem intactas as razões intrínsecas do endividamento dos portugueses, isto é, continuamos a gastar e a viver para além das nossas possibilidades.


Salvo melhor opinião tudo isto faz parte da estratégia habitual do governo que temos. Espalhar as culpas da crise por toda a gente, não lhe restando o mais remoto escrúpulo em admitir que pouco mais de uma dezena de anos de socialismo nos conduziu para uma situação trágica de desenvolvimento, empobrecimento e de generalizado desprestígio internacional é de uma indizível desonestidade e que só gruda nos mais incautos. Período, de resto, durante o qual assistimos ao mais degradante cortejo de escândalos de vários matizes e onde a justiça teve, provavelmente, o papel principal, por força de todas as incidências conhecidas. Passando por um primeiro-ministro inenarrável e, hoje por hoje, desrespeitado por toda a gente, excepto os 93% daquele punhado de socialistas que o elegeram para secretário-geral.


Falo assim porque isto de acusar toda a gente de ser responsável pela crise através de um consumismo desenfreado é uma falácia sem nome. Os portugueses gastam o dinheiro que ganham e sobre o qual pagaram os devidos impostos de rendimento. Para além dos impostos de consumo quando o usam. E ninguém tem nada com isso. Consumismo é a politica de desperdício e desrespeito pela fazenda dos portugueses nas mais repelentes manobras de clientelismo, fraude, corrupção com todo o cortejo de acções que subjazem a este desiderato. Há listas intermináveis de despesismo de um governo que pomposamente se autoproclama de socialista e que gerou uma desprezível clique de donos da democracia e do regime.


Assim sendo, os portugueses que vão de férias. E que comprem o segundo televisor para a cozinha. Que troquem de carro ou comprem o telemóvel para o filho. E o socialismo que os deixe em paz. E que faça um acto de contrição sobre todos os malefícios que nos trouxe. Mas como actos de contrição não jogam muito bem com esta rapaziada socialista, o melhor que têm a fazer é mesmo desamparar a loja. Que vão trabalhar. Eu sei que isso é um problema, porque a maior parte deles não sabe o que é isso ou confunde trabalho com uma viagem a Itália de «jatinho» buscar um futebolista, pago a peso de ouro, para tomar um pequeno-almoço com o primeiro-ministro. Mas se não sabem, que aprendam. Há por aí uma coisa que eles próprios criaram e que dá pelo nome de «novas oportunidades». Aproveitem. E se não lhes for de grande proveito que o seja para nós, para ver se nos vemos livres deles.

.

Etiquetas: , ,

terça-feira, abril 05, 2011

Esperança ainda para muita gente





[4117]


Sempre curioso na busca da génese dos nossos inatos problemas e na busca incessante das causas prováveis de um tão improvável povo como o português, penso hoje ter feito uma importante descoberta. Descobri que há uma Picha lusitana, povoação ordeira e hospitaleira e que até um café tem. Não só. Há, ainda, uma estação de melhoramento, seja o que for que se melhore em tal estação mas assim, à partida, fica a ideia de que para muita gente há ainda esperança.

Não resisti em localizar a Picha nacional e dei um salto ao «maps». A experiência provou ser profícua e trouxe mais luz às quiçá bem fundadas razões para o abaixamento diário do nosso rating, pelas agências internacionais. Não é que perto da Picha e só no concelho de Pedrógão Grande descobri as seguintes localidades:

- Cimeira Regada

- Escalos do Meio

- Fundeira Derreada

- Venda da Gaita

Juro que não dei uma sequência deliberada a estas terras, mas não deixa de ser curioso que no concelho uma pessoa pode muito bem regar a cimeira, tropeçar num escalo qualquer a meio do percurso, ficar com a fundeira derreada e, desiludido, vender a gaita. A menos que dê uma salto à Estação de Melhoramento e lá lhe dêem um jeito. Para quem tiver dúvidas, faça o favor de consultar o mapa. Ou pesquizar no Google. Depois digam que o Sócrates é que teve a culpa do descalabro em que estamos e mais não sei quê…

.

Etiquetas:

As Anas, Mários e correlativos



[4116]


Impossível passar ao lado de Guantanamo, agora que Barak Obama lançou a campanha para a sua reeleição . A prisão cubana, outrora tida como o fétiche de Bush e motivo de quase diárias considerações da esquerda escandalizada e politicamente correcta, não fechou. Continua em pleno funcionamento e é um dado mais ou menos adquirido que se manterá em funções. Quem não se lembra de como Obama tornou o encerramento de Guantanamo como uma das suas imagens de marca? E de como a nossa idiotia militante batia palmas de cada vez que Obama fazia essa promessa, leia-se, todos os dias? Onde andam as Anas Gomes? E os Mários Soares? Ou os Portas? E a nossa venerável galeria de gente impoluta e intelectualmente dotada que achava que Bush acordava todas as manhãs a fazer contas sobre quantos árabes torturaria nesse dia? Perderam o pio. Esses que referi, sim. As Anas e os Mários. Cumprida a sua missão (essa mesmo, de idiotas úteis) remeteram-se a um piedoso silêncio em torno da realidade política a que Obama, como se sabia, não poderia furtar-se. Tal como o séquito de jornalistas ansiosos pela palavra dos Mários e das Anas do nossos descontentamento.


Por mim, poderiam perder o pio para sempre. O problema é que todos os dias surge um novo Guantanamo por aí. E enquanto houver Obamas e Guantanamos temos os patetas militantes a azucrinarem-nos (este termo existe?) a cabeça.

.

Etiquetas: , ,

segunda-feira, abril 04, 2011

Ah! Ah! Ah! Ah!


Mário Soares, capa do Expresso, 1983


[4115]

Há dois ou três dias ouvi um «diligente» apontamento de reportagem da nossa comunicação social. Nele, Mário Soares, tido pela maioria da comunicação social como o homem a quem provavelmente Portugal mais deve, galhofava (é o termo, não sei se existe, mas o sentido era esse), desdramatizando pedagogicamente a muito provável intervenção do FMI em Portugal. E dizia ele, com a jactância habitual, cito de memória:

- E eu, quando fui primeiro ministro por duas vezes tive o FMI em Portugal. Não há que ter medo medo do FMI. Eu não tive. Lembro-me bem de uma vez até em que um dos meus ministros me telefonou às duas da manhã e me disse, com um ar muito grave, que desta vez não escapávamos, o FMI tinha de vir deitar mão a isto. E eu disse-lhe: -Ó homem, pronto, que dor de cabeça que vamos ter amanhã. E agora deixe-me dormir.

Reacção dos jornalistas:

- Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah

Deve ter sido a partir desta altura que Jorge Sampaio resolveu «intelectualizar» o desiderato, compondo a frase que duas décadas mais tarde fez escola: - Há vida para além do défice.

Estamos bem entregues!

.

Etiquetas: , , ,

Soares, Almeida Santos... and the like. Provavelmente os mais perniciosos políticos da nossa democracia

[4114]


A ler, reflectir... e chorar para dentro. Este post na Porta da Loja. É que é tudo tão simples de entender...

.

Etiquetas: , ,

As palhaçadas de Pinto da Costa


[4113]


Mas afinal o que é o presidente portista tem contra os palhaços? Volta e meia atira-se a eles. Querem ver que algum deles, algum dia, se recusou a ser apresentado ao Santo Padre?

.

Etiquetas: ,

Mau perder


[4112]


Quem conheça minimamente este blogue sabe que sou insuspeito. Sempre vi no «FêQuêPê» tudo o que um clube de futebol não deve ser. Também já deve ter dado para reparar que sou lagartão e que várias vezes me insurgi contra duas luminárias sportinguistas que semanalmente bajulam o F.C.Porto e visceralmente atacam o Benfica.


Mas desta vez não há como escamotear os factos. A Luz, ontem, proporcionou dois banhos. Um, de bola, que os andrades deram aos lampiões e outro porque um homúnculo qualquer resolveu apagar as luzes do estádio e regar a relva, quando os portistas festejavam a vitória no campeonato.


O Benfica ontem perdeu toda a razão das queixas que vinha paulatinamenhte apontando aos seus rivais nortenhos. Deu uma lição de mau-perder, de deselegância, de falta de chá e personificou bem uma certa cultura de mentalidades de que, tragicamente, os portugueses são bons exemplos.


Parabéns ao Porto, abaixo os lampiões.


ADENDA: E um hip hip à Helena Matos por este post.

.

Etiquetas: ,