domingo, julho 16, 2017

Pesadelo em Elm Country




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Costa agora deu em gritar... as TV's não se calam, em obediência ao título que lhe outorgaram de político hábil (vá-se lá saber porquê...) e o homem grita, gesticula, acho mesmo que ralha por não percebermos bem o que este governo faz por nós... e agora já inclui mesmo a tragédia de Pedrógão e a vergonha de Tancos, “fechadas” as questões como causas naturais para Pedrógão e roubo de sucata no paiol.

O homem está possesso...acho, logo eu que não acredito no mafarrico, mas que o diabo veio, parece que sim. Só que em vez de lhe borrar a escrita do défice (uma das mais fraudulentas acções do homem), tratou de o possuir.

Isto está a tornar-se um pesadelo, O tom de voz, os temas, a forma, as mentiras e até as ameaças a empresas privadas (a bravata do energúmeno na AR sobre a Altice foi uma situação confrangedora...) e a aquiescência gelatinosa dos seus sequazes tornam este país um lugar só apetecível aos turistas, ainda que alguns deles possam estranhar as aparições histriónicas da criatura na TV e puxem do GPS para confirmar se estão mesmo na Europa.

Alguém que diga alguma coisa. Alguém que seja ouvido. Uma ou outra entrevista avisada, como a de António Barreto não chega. E as reclamações por aqui não têm peso específico porque são tituladas de excrescências de “direitolas” que se entretêm a falar mal da geringonça nas redes sociais. Alguém, ainda que minimamente, possa explicar ao Presidente Sousa (por sinal muito calado ultimamente, benza-o Deus) que não há um plano de recuperação, uma reforma estrutural, qualquer que seja, que nos livre da dívida, dos juros e do papel de idiotas bacanos que estamos para aqui na ponta da Europa, à conta de nos mandarem uns trocos. E que se deixe de assustar os investidores e se produza cabalmente um programa de desenvolvimento económico como deve ser. Como dizia o já saudoso Medina Carreira.

E se acabe com esta treta das esquerdas, maravilhadas como andam com o gosto do Poder mas, hélas, o essencial permanece. São forças que lidam muito mal com a liberdade e a democracia (excepto com as que lhes dão) e que, podendo, tornam isto tudo numa Venezuela qualquer, assim como assim, o objectivo último desse pessoal. Da agressiva Catarina ao fofinho (no dizer jocoso do João Miguel Tavares, não sei bem porquê…) do Jerónimo.

Até lá, vamos resistindo. Mas cansa. E dói. E preocupa pelos filhos, pelos netos e pelos filhos dos netos e netos dos netos Este país está mal e um dia destes fica "redondo", entenda-se, sem ponta por onde se lhe pegue.

Uma última coisa. Não há um jornalista, “unzinho” que seja, que explique à pateta Catarina que a PT entrou em fragmentação no tempo de Guterres, depois em total regabofe no tempo de Sócrates e que o anterior governo se limitou a apanhar os cacos? Ninguém lhe diz que os grandes culpados daquela tragédia, incluindo o provável despedimento de uma centena de trabalhadores, se deve ao Partido com quem ela anda agora de namoro? É assim tão difícil de lhe explicar? Por qué no te calas, Catarina? Relaxa e compra o livro do “direitolas” Alberto Gonçalves. Talvez te ajude.


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sexta-feira, janeiro 15, 2016

Grotesco




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E eu «que não sei nada de finanças nem consta que tenha biblioteca» confesso o meu repúdio por aquilo que me parece ser mais uma inominável manobra deste governo que, aos berros e aos insultos, vai dizendo aos «raivosos» o que lhe apetece. E agora diz que o défice será muito provavelmente acima dos 3% por causa da intervenção do Banif. Ora eu lembro-me de ouvir várias vezes (ninguém me disse, ouvi) que as intervenções nos bancos falidos eram alheias ao défice. Mudou alguma coisa? Logo, cheira-me a marosca socialista, aproveitar o Banif para justificar um défice superior a 3%.

Esta gente é execrável e meramente insuportável. Ainda hoje de manhã ouvi um par de questões colocadas por Passos Coelho acerca da educação às quais Costa respondeu (mal, o homem fala um português mais ou menos ininteligível) com o gáudio próprio de quem não sabe do que está a falar e de quem mente com todos os dentes que eu penso que ainda tem. É um exercício custoso e grotesco e que nos vai custar muito, ter de ouvir este inominável (para usar a terminologia de VPV) Costa. Mudei, mesmo, de canal.


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domingo, janeiro 10, 2016

A patine e a falta de solarine



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Costa estabeleceu uma nova casta de portugueses. A dos raivosos. Esqueceu-se que em Portugal há mais raivosos que votaram na coligação do que nele. E que ele, de raiva, conseguiu deitar borda fora.

António Costa, olhe que aqui não há castas. Há cidadãos que votam e ganham ou perdem as eleições. Também há gente malcriada como você mas a esses não lhes é exigida a compostura que se espera de si, pelo lugar que ocupa e pelas pessoas que representa.

No fundo, não estou admirado com a raiva com que chama raivosos aos outros. O seu Partido sempre deu expressão a essa forma de estar, desde o seu antecessor que mandou já não sei quem, na Assembleia, para a tia dele, outro que fez corninhos, para não falar de outras expressões conhecidas como partir as fuças à direita, quem se mete com o PS leva ou com a postura desabrida de Soares que quase ia comendo um polícia na estrada. Isto para não falar no linguajar truculento e frequentemente ofensivo que o seu Partido usa quase em regime de permanência.

Enxergue-se, senhor primeiro-ministro. De cada vez que se deitar, à noite, se não tiver mais nada com que se entreter, pense no que diz e, já agora, faça um exame de consciência. Aproveite a onda de resgate dos feriados religiosos e faça uma oraçãozinha a Deus e peça ao Altíssimo que lhe dê mais educação. Ou, em opção, consulte um psicólogo que lhe tire a raiva com que você chama raivosos aos outros. Isto para não lhe dizer que raivosa era a sua tia, porque isso seria usar os borbotos da sua má-educação, para além de que não conheço a sua tia de lado nenhum e pode ser, até, que seja uma excelente senhora e não mereça o insulto de um raivoso como eu.


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domingo, setembro 20, 2015

Porque é nosso dever recordar


[5307]

A Helena Matos continua com o saudável hábito de escrever, bem, sobre temas candentes. No caso sobre uma das maiores tragédias que se abateram sobre os portugueses, com a particularidade de não terem sido provocadas por nenhum tsunami, terramoto ou guerra mundial. Foi provocada por gente sem escrúpulos, de má índole e sem qualquer respeito pela vida de pessoas.

Essas pessoas tinham e têm nome e a Helena tem a virtude  de os dar à estampa para que não nos esqueçamos da trupe vil e oportunista que se aproveitou de um movimento reivindicativo corporativo para levar a cabo uma das mais tenebrosas acções da nossa história. A memória descritiva da Helena dá um bom exemplo de como as coisas eram tratadas durante o processo de descolonização, a índole criminosa de muitos os seus fautores, uns por que eram loucos e criminosos de pai e mãe, como Rosa Coutinho, outros porque totalmente desprovidos do conhecimento mínimo que se exigia para tão delicada e importante missão, como a pataratice malévola e ignorante de um Mário Soares patético que jamais tinha posto um pé em África, salvo no seu exílio de S. Tomé e outros ainda, como Almeida Santos com um conhecimento perfeito das colónias que lhe permitia tirar partido e dividendos da situação. Não hesitaram em actuar da forma como a Helena descreve, ainda que resumidamente, mas com notável eficiência, sobretudo do ponto de vista da forma.

Frequentemente penso que este esquerdismo radical, cujo recrudescimento se tem vindo a notar recentemente, tem a seu favor o factor tempo. Várias gerações de portugueses têm já uma visão diluída do que foi o processo de descolonização e o abominável PREC. Por outro lado, por qualquer razão que me escapa (frequentemente por fluxo hereditário), a elite intelectual tem-se desdobrado na emulação do pensamento esquerdista, provavelmente assente em vários escândalos de corrupção durante estes 40anos de democracia, sem cuidar de perceber que a maior parte desses casos são feitos por gente iniludivelmente ligada ou em nome da esquerda, como Sócrates, Vara e outros de calibre semelhante. E isso ajuda ao aparecimento de políticos mais ou menos oportunistas e sem escrúpulos que vão formando Partidos mais ou menos messiânicos como o Syriza, o Podemos e, ainda recentemente, um inenarrável J. Corbyn no Labour do RU.

Finalmente, o tristemente exemplo de sermos um país com um atraso atávico em relação aos restantes países que convida e nutre uma fatia importante de eleitorado, onde medra ainda um musculado espírito comunista.

Uma brevíssima alusão ao facto de eu próprio, mesmo que bastante jovem mas já com bebés temporões ter passado por várias situações descritas pela Helena e, por isso mesmo, me sentir confortado sempre que se traz este tema a colação (nunca me esquecerei do conhecimento directo que tive de portugueses entregues pelas nossa FA aos movimentos de libertação para interrogatório …!!!... uma atitude que me ajudou muito à compreensão da tremenda fraude e do crime e traição que se estavam a desenrolar aos meus olhos), sobretudo quando estamos na iminência de entregar, de novo, o poder a um grupo de gente onde ainda se movimenta uma considerável parte dela, sem escrúpulos, de má índole ou, simplesmente, ingénuos. E que têm uma difícil relação com a liberdade, tal como no-lo lembrou um sindicalista há dias, reiterando a ameaça de Jorge Coelho há uns tempos de que quem se mete com o PS leva. É que leva mesmo

Obrigado Helena pelo seu excelente artigo. E que apareça alguém a desmentir o que diz.

Ler o artigo da Helena aqui. Todo, porque interessa até ao fim.

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sexta-feira, agosto 28, 2015

A desejada fossilização a prazo


[5285]

O poeta divide os socialistas entre os genuínos e os outros. E depois debita mais um rol de vulgaridades de onde releva o ferrete desta gente. Nascem no «reviralho», aderem à conveniência benfazeja do socialismo quando crescem, mesmo que para isso tenham de fazer uma série de condenáveis tropelias e usar um hediondo oportunismo, e envelhecem a berrar, na secreta esperança de terem um funeral na Basílica da Estrela com uma série de notáveis em arenga apropriada no velório, com muitas televisões a filmar. Quem sabe, até, ser levados para o Panteão.

Desde que comecei a entender minimamente a política e me concedi os meios para isso, eu concluí que a única forma de nos vermos livres destes puros (e então quando são poetas ou escritores, mais ainda) é que eles acabem por se extinguir, mais ou menos assim ao estilo do lince da Malcata. Serenamente, sem dor, dando lugar a estas gerações novas que, saudavelmente, andam já por aí e que encolhem os ombros com a indiferença que os Alegres e correlativos lhes merecem. Provavelmente extingo-me eu primeiro, mas guardo ciosamente esta esperança que estas criaturas atinjam com celeridade a fase de extinção. Mesmo que fique por aí um ou outro celacanto que, mais não seja, terá sempre a virtude de proporcionar uma ou outra prédica vagamente científica, do tipo «no tempo em havia socialistas».

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quinta-feira, agosto 20, 2015

Quartel general em Abrantes...


[5282]

Entramos na fase do delírio. Costa desdobra-se em retórica, no que é secundado, de forma canina, pelo Expresso e pela SICNotícias que vão repetindo à exaustão tudo o que acham que causa impacto na grei. E aqui chegamos ao ponto. O que aterroriza não é o destempero de Costa e dos seus próceres (alinhados, desalinhados, ou nem por isso, mas todos eles focados num resultado que lhes traga as prebendas do costume) quando promete, ou melhor, assume o compromisso, não é bem uma promessa, da criação de 207.000 empregos, onde até o pormenor dos 7.000 pretende demonstrar o novo rigor do novo PS. Ou, ainda, quando afirma, por via do economista e putativo ministro de economia do devir socialista Centeno, que uma das maneiras de aumentar o emprego é eliminar a precariedade, ficando por dizer como é que a emulação da guarida à incompetência e ao garantismo produz investimento, ou que vai dar prioridade às pessoas e aumentar-lhes o rendimento disponível. Uma tirada de belo efeito mas que não se sabe bem o que pretende significar, pelo que se torna, por definição uma rematada tolice.

É a disseminação desta irresponsável série de balelas que se vai instalando no subconsciente das pessoas, com uma valiosa ajuda de alguns órgãos de comunicação social, que verdadeiramente me arrepia. Mais do que ouvir tudo isto, horroriza-me sentir que este tipo de mensagem ainda cola no subconsciente das pessoas que acabam por garantir o voto e democraticamente eleger um partido reconhecidamente venal, incompetente e irresponsável, que não dá qualquer sinal de que alguma coisa possa mudar. Mudar, entenda-se, entre eles, lá no Partido, já que no que respeita ao trilho que estamos a seguir nos últimos 4 anos, parece haver pouco a mudar, salvo melhorar e aligeirar o peso de um Estado inoperante e insaciável que a esquerda insiste em manter e engordar.


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quinta-feira, setembro 18, 2014

Senadores????????



[5176]

Assim noticia o Expresso o despeito de senadores (??????) do calibre de Ferro Rodrigues, Jorge Lacão, Alberto Costa, José Lello, Vitalino Canas e mais uns quantos relativamente a uma decisão daquele que ainda é o seu Secretário-Geral, pela boca do chefe do Grupo Parlamentar do Partido.

É este o conceito que a tralha socialista tem de democracia. Ou as coisas são como eles querem ou emaranham-se numa retórica violenta, estridente e do tipo «quem manda sou eu», onde não falta sequer o elemento intimidatório e ameaçador, como trazer à ideia o deputado ucraniano que foi deitado a um contentor de lixo. E dão espectáculos como o que se pode ler na notícia onde o Expresso, numa atitude de notável comicidade, chama senadores a esta rapaziada.

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sexta-feira, dezembro 27, 2013

Greves. Grave


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E aqui vamos nós alegremente pelo meio de mais uma chuva de greves cujos motivos não só já desconhecemos como, mais grave, pouco nos vai importando.

A esquerda rejubila com o festim e a direita remete-se, tímida e como de costume, para o velho chavão de que o direito à greve é sagrado.

Por mim, já vou ouvindo com indiferença as mais variadas razões para greve. Desde o apagamento de nódoas curriculares até à discordância sobre o OE vou ouvindo de tudo. Como esta greve do lixo sobre a qual ouvi na TV, claro e bom som, por discordarem do Orçamento.

Houve altura em que eu tinha uma noção apropriada às razões de uma greve, quase sempre associadas a conflitos laborais entre empregador e empregados. Hoje parece que não é bem assim, um governo eleito apresenta na AR um OE mas, pronto, lá vem um sindicalista qualquer por detrás de um penedo dizer que não concorda com o Orçamento. As pessoas entreolham-se, fazem umas contas de cabeça e, ao que parece, nenhum especialista em direito laboral ou um desses constitucionalistas que por aí medram como o arroz-dos-telhados se dá ao trabalho de verificar se fazer uma greve porque se discorda do Orçamento é mesmo uma razão válida e legalmente aceitável. É que por este caminho um dia destes assistimos, com indiferença, um sindicato anunciar uma greve porque Passos Coelho usa risco ao meio ou porque não concordam com o detalhe de barba de um qualquer secretário de estado.

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domingo, setembro 22, 2013

Há terroristas bons e terroristas maus

[4984]

Comentei há minutos isto num post de uma boa amigaa propósito da habitual crónica de Domingo do Alberto Gonçalves no DN

Acho que estou a envelhecer... os jovens têm uma noção difusa de Isabel do Carmo ou de Otelo, sabendo até que um foi amnistiado e a outra recebeu uma comenda de Sampaio (oh! como me lembro desta comenda e da náusea que isso me causou...). Pelo contrário, sinto-me pertencer já a uma geração para a qual tanto Isabel como Otelo são dois vulgares terroristas. Um perdoado por Soares, outra emulada por Sampaio. Por gente «correcta» e de pretensa superioridade intelectual. Quando li a entrevista do "I" tive duas sensações distintas. Uma foi vomitar. A outra... a de me interrogar como é possível ter-se incutido nos jovens a valência de vulgares terroristas.





Mais do que um comentário, foi um pequeno desabafo. Já à altura, quando foi a entrevista, me apeteceu dizer qualquer coisa. Mas já cansa. É uma batalha perdida e a manipulação tem vindo, reconhecidamente, a vencer a razão. Basta conversar com alguns jovens e questioná-los sobre estas duas sinistras figuras. E aí percebemos duas coisas. Uma, a de que a manipulação é terrivelmente eficaz, sobretudo quando se dispõe de aliados estrategicamente colocados. Outra, a de que, queiramos ou não, há décadas que os portugueses estão «entregues» (é o termo) a figuras de pouca valia e menor recomendação, com uma visão maniqueísta da sociedade, com a agravante de que o lado bom está sempre do lado deles. E convivem muito mal com a liberdade, porque isso os obrigaria a aceitar o lado que eles acham que é mau.

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quinta-feira, agosto 08, 2013

Light de jeito, zero de vergonha


[4961]

Num país de pernas para o ar como este, há duas atitudes a tomar perante esta tramóia do documento forjado para incriminar o secretário de estado. Ignorar o assunto, ou, assumir o direito à indignação, como dizia Soares de cada vez que achava que os seus súbditos faziam fora do penico.

Mas, a indignarmo-nos, pelo menos pela parte que me toca, é mais pela desvergonha da comunicação social em geral e alguma em particular, que insiste em fazer de nós um rancho de mentecaptos atentos, veneradores e obrigados, do que propriamente pela tramóia em si. Quando oiço o director da Visão dizer na RTP, perante o pedido concreto do jornalista, que esclarecesse o documento forjado, o director da Visão responde que isso não interessa verdadeiramente. Se é forjado ou não, não interessa, diz o desinteressado director, o que interessa é o conteúdo e eu seja ceguinho se não ouvi e vi isto a ser disparado pelo televisor.

Agora vem a SIC explicar que o documento tem origem na residência oficial do primeiro-ministro. Para além da explicação (?) idiota, fica no ar a ideia de que poderá ter sido alguém ligado a este governo que lhes passou o documento forjado.

A SIC e a Visão deviam ter de explicar bem explicada a historinha do documento forjado. Mesmo sem querer, e se a memória não é curta, basta lembrarmo-nos de como dois «chico-espertos» (Costa e Nicolau) tentaram convencer o público em geral que ambos tinham sido enganados por um vigarista que se intitulava especialista das Nações Unidas. E, veja-se, enquanto eram enganados, coitados do Costa e do Nicolau, passaram uma hora da mais viscosa propaganda a favor do Partido Socialista. Desta vez querem fazer de todos nós parvos maiores. Um documento forjado e entregue à SIC pelo actual Governo, tentando fazer a folha a um dos seus próprios elementos, empossado cerca de um mês antes.

É muito, é demais, é demasiadamente grave para que comamos e calemos. A SIC tem-se desmultiplicado numa acção contínua de ataque a este governo. O que não seria nada de mal nem de condenável se feito com verdades e honestidade. O que, manifestamente, não é o caso.

No fim temos um Governo em exercício que, francamente, precisava de ser abanado. Para que em vez de passar a vida a pedir desculpa por ter nascido se habituasse a chamar os bois pelos nomes. Por muita loiça que se parta e muitas eleições que se lixem. O que se está a passar ao nível da justiça e da comunicação social, dois viveiros bem adubados do Partido Socialista é uma vergonha e mau demais para ser tolerado. E a continuar assim, este Governo passará mais depressa por um bando de totós do que um grupo de trabalho que, mesmo no sufoco de condicionalismos advindos da acçao inenarrável de um bando de aventureiros incompetentes e, alguns deles, venais, tentou genuinamente fazer alguma coisa para nos tirar deste atoleiro.
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terça-feira, julho 30, 2013

Tão fácil, tão claro...



[4951] 

Vídeo via Banda Larga

Não é preciso ser técnico para perceber o que são os swaps e a verdadeira história de tudo o que se passou. Uma vez mais me espanto com a bonomia com que se trata esta desfaçatez do Partido Socialista em fazer as maldades e acusar toda a gente de que não lhe dão tau-tau, como aliás já antes referi. E se agrava esta profunda repugnância por um governo que comprometeu várias gerações vindouras. Sem vergonha, sem escrúpulos, quiçá, em alguns casos, com objectivos muito para além da incompetência e irresponsabilidade, configurando acção dolosa. 

E quanto ao governo actual, vai sendo tempo de chamar os bois pelos nomes. Nomes é o que, de resto, João Cantigas Esteves pronuncia com clareza.
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sábado, julho 20, 2013

Não têm emenda...



[4940]

O acordo desagregou-se. Confesso que cheguei a acreditar. Mas a irresponsabilidade peculiar dos socialistas, apimentada pelo habitual cortejo de vaidades, castraram quaisquer veleidades de Seguro tomar uma decisão assisada e honesta.

Vou-me habituando à sina (trágica) de ter socialistas determinando o curso da minha vida. Com irresponsabilidade, total ausência de escrúpulos e mau carácter. Tive momentos em que pensei que um dia as coisas mudariam, quando a chama dos dinossauros socialistas perdesse, naturalmente, o fulgor. Mas a realidade ensina-me que não só eles têm uma vitalidade fora do vulgar, como têm sabido doutrinar uma camada de jovens que estão indubitavelmente a mostrar-se à altura da continuidade. Sem responsabilidade e sem escrúpulos. Para desgraça de Portugal e dos portugueses.
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segunda-feira, fevereiro 11, 2013

É exactamente isto. Será que é preciso fazer um «croquis»?

[4851]

A Câmara de Cascais, por acaso PSD, ofereceu um jantar de 13 mil euros aos 250 participantes de um encontro da Internacional Socialista (IS), por acaso socialistas. Este gesto de generosidade e ecumenismo foi mal visto pela típica mesquinhez pátria e deu origem às indignações do costume, aflitíssimas com um repasto de 52 euros por estômago e convencidas de que a esquerda, só porque é esquerda, se alimenta a bifanas.

O curioso é que quase ninguém pareceu indignar-se com o encontro da IS propriamente dito. Arriscando acusações de parcialidade, acho esquisito que os principais obreiros da crise europeia passeiem nos países onde a crise é mais flagrante a fim de debatê-la e, não se riam, resolvê-la. Não seria muito diferente se um bando de pirómanos regressasse ao local do incêndio para discutir protecção florestal. Aliás, salvo a provável comparência da polícia no segundo caso e a incompreensível ausência da política no primeiro caso, não é nada diferente.

Mas o cúmulo do descaramento passou pela destacada presença do presidente da IS, Georgios Papandreou de sua graça. O seu papel na desgraça grega, que contemplou e, a bem da “agenda” pessoal, agravou enquanto primeiro-ministro chegaria, num mundo justo, para manter a criatura na prisão durante longos e pedagógicos anos. No mundo que temos, a criatura ciranda por aí a oferecer palpites e alertas. Os nossos media, que deram ao sr. Papandreou a antena que não dariam à comparativamente credível Leopoldina dos hipermercados, divulgaram-lhe as declarações na abertura do convívio cascalense: “A crise não acabou. Ainda hoje, se a Europa não tomar mais medidas, os sacrifícios dos portugueses, gregos, espanhóis e italianos poderão perder-se e mais nos será exigido.”

Nem uma admissão de culpas, nem um pio sobre responsabilidade: o importante, note-se, é a Europa “tomar medidas”. Não importa que os socialistas tomem juízo ou vergonha na cara. No máximo, tomaram café após o jantar pago pelo contribuinte, uma despesa minúscula face à factura que essa gente já nos legou.

Da crónica de Alberto Gonçalves, ontem no DN
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quinta-feira, novembro 29, 2012

Fiat Lux

[4811]





Alguém tem o nervo necessário para explicar a estas luminárias que TODAS (sem excepção) estas «malfeitorias» foram, sim, cometidas por Guterres e Sócrates (este, em circunstâncias agravadas) e que nessa altura, que me lembre, ninguém se lembrou de escrever cartas a pedir demissões? O que é que andavam a fazer? Andavam entretidos com quê? Mas está tudo doido? Ou é mesmo, como receio, má-fé?
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Agora é uma carta...

[4810]

Um grupo de personalidades da esquerda em que estamos enformados decidiu achar que o nosso primeiro-ministro não serve e, assim sendo, tem mais é que se demitir. Vai daí, em jeito epistolar, escreveu um documento para ser entregue ao PR e aguardar serenamente que as consciências difusas e ou desbotadas que ainda acreditam que este governo está a fazer um esforço sobre-humano para remendar o que personalidades bem semelhantes aos ora assinantes da referida carta se entretiveram a malbaratar, acabem por se converter à luz privilegiada do seu pensamento.

Mas o ponto não é esse. É a forma como esta gente se proclama detentora da luz da verdade. Esta gente convive mal com a liberdade, não a aceita, não sabe lidar com ela, tem uma visão distorcida e ronhosa da sua essência, salvo se ela for moldada à sua própria conveniência e entendimento. E não hesitam um milímetro nem um segundo para deitar às malvas o princípio sagrado da democracia e da liberdade – o voto popular. E é assim que eles, os subscritores, «acham» que este governo não serve. E como se sentem com procuração duma coisa difusa e suspeita chamada socialismo, mas que eles «acham» que se funcionou em Cuba, na Coreia do Norte e, a espaços, na Venezuela e na Argentina, pode muito bem funcionar em Portugal.

Vale que lendo os nomes dos subscritores e deparando com Mário Soares, Ferro Rodrigues, João Galamba, Inês Medeiros, Fernando Rosas, Daniel Oliveira, Valter Hugo Mãe (a estrela que refulge no momento e vai a todas…), Pilar del Rio e Vítor Ramalho, rapidamente percebemos que é tudo bons rapazes e que nos poupam até o trabalho de ler o texto todo. Porque esse, a avaliar pelo gabarito dos seus autores, será certamente pouco recomendável.
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domingo, setembro 02, 2012

Cansado desta gente


[4749]

A SIC Notícias deu-nos ontem a rentrée do «Eixo do Mal» que eu, numa manifestação idiota de masoquismo, insisto em ver. E lá vieram as bravatas do costume, a má criação e um insuportável parolismo, eivado de novo-riquismo intelectual de bradar aos céus. De resto, o tom e a substância deste programa não difere um avo da atitude generalizada da estação, desde o conteúdo e forma dos noticiários, àqueles inenarráveis separadores, não sei se é o nome adequado daqueles fragmentos que metem americanos no Afeganistão, a senhora Merkel com expressões feias, Passos Coelho a dizer que não quer ser barrigudo e aquele selvagem a «amandar-se» para cima do carro do ministro Santos Pereira.

Meditei, enquanto via o programa e ouvia os delírios dos seus «paineleiros», que comecei por apanhar este tipo de gente em Angola, logo no 26 de Abril de 74. A despeito da minha juventude e inexperiência consegui perceber que a tragédia que se avizinhava (e consumou) em Angola tinha mais a ver com um punhado de gente que de repente saltou para a ribalta, com poder e sem experiência nem escrúpulos, do que dos acontecimentos de per se. De um lado, a autoridade portuguesa, já em frangalhos mas descaradamente ao lado de um Partido à altura municiado material e espiritualmente pelo criminoso regime da União Soviética. Por outro lado, ao habitual cortejo de idiotas úteis que iam já saltitando por Luanda, com ladainha de cartilha e um total vazio de ideias e noção sobre o que se estava a passar, mas já com u   ma tendência declarada para o disparate. Uns porque acreditavam piamente na bondade da esquerda lusitana, pateta e patética e sem perceber patavina da realidade africana, outros porque vislumbravam já «janelas de oportunidade» para o seu arrivismo político. E, por isso, vi de tudo. Gente que se manifestava, gente que achava que quem «abandonava» Angola era cobarde, gente que de repente se lembrou que tínhamos andado «mais de quatrocentos anos a bater nos pretos», gente que (eu soube, eu vi…) denunciava até os próprios pais porque eram fazendeiros, colonialistas, colonos, racistas e, gravíssimo, sem formação política.

Mais tarde apanhei o mesmo tipo de portugueses em Moçambique. Os mesmos tiques, as mesmas idiossincrasias, o mesmo espírito revolucionário (nas horas vagas em que o «mainato» lhes tratava da roupa, o cozinheiro lhes cozinhava o almoço, o jardineiro lhes tratava do jardim e o marinheiro lhes aprestava o barco para o fim-de-semana na Inhaca), a mesma atitude planfetária de ir a tudo o que cheirasse a Machel e a revolução, os mesmos longos artigos na imprensa local, o mesmo ar comicieiro com que se passou a conversar de tudo, mesmo socialmente. Muitos acabaram presos, muitos acabaram fugindo para a África do Sul (alguns mesmo aderiram à BOSS, eu sei, eu vi) e outros cansaram-se do «a luta continua, a vitória é certa» ou do «não podemos esquecer o tempo que passou» e regressaram aos penates que nem sequer conheciam, mas que era o sítio para onde os pais deles teriam ido viver depois de serem expulsos com o conhecido 20/24 (vinte kg de bagagem, vinte e quatro horas para apanhar o avião), muitas vezes por denúncia deles próprios, filhos, mas cidadãos novos dum país do homem novo, socialista, solidário e internacionalista, de repente tornados filhos pródigos na terrinha que viu nascer os pais.

Agora, em Portugal, numa altura em que os Partidos Comunistas de todos os países europeus se tornaram uma liberdade poética (sem ironia, é factual) das democracias parlamentares e que funcionam tipo bibelô nas prateleiras das Assembleias parlamentares e quando, em todo o mundo, apenas dois países mantêm ainda uma feroz ditadura do proletariado (!!!) ainda tenho de apanhar com uma esquerda feroz, malcriada, mentirosa, agressiva, sem pudor, oportunista e lesiva dos interesses nacionais. A ela devemos a linda prenda da Constituição que temos, a ela devemos a manutenção de uma fatia de eleitorado sem paralelo em nenhum outro país da Europa. Mas isto seria o menos se ao lado desta esquerda, de resto contendo pessoas genuinamente votadas ao marxismo-leninismo que lhes grelou no espírito por força de um regime ditatorial a que estivemos submetidos e a uma oposição que se encarregou de lhes inculcar a ideia de que éramos governado por uma legião de malfeitores, do lado desta esquerda, dizia eu, não se enfileirasse um cortejo permanente de uma massa pretensamente intelectual, iluminada e auto convencida da sua superioridade moral e que se encarrega de complicar, estragar, baralhar tudo o que, apesar de tudo, se conseguiu com a instauração do regime democrático em Portugal. Essa esquerda (chamo esquerda por comodismo, esta rapaziada de permanentes florilégios políticos é tão de esquerda como eu, por mim, obedece apenas a um impulso de busca de protagonismo para que não encontro paralelo em nenhum outro país da Europa) domina campos essenciais da nossa sociedade, dos quais os mais sensíveis serão exactamente a comunicação social e a ocupação e gestão dos sindicatos. São estes dois factores, na minha opinião, os responsáveis maiores pelas nossas dificuldades. A comunicação social, por manifesta incapacidade, imaturidade, incompetência, toleima e esta mania impossível de aturar de que somos um país de esquerda. E os sindicatos, porque se criou um clima de relação laboral entre patrões e empregados, segundo o qual se continua a alimentar a ideia de que os trabalhadores estão todos a ser explorados por uma colecção de malfeitores. Se a isto juntarmos a desonestidade inata em todos nós, na forma como negociamos ou fugimos ao fisco e o aparecimento em regime de permanência de uma colecção de salafrários como a do governo de Sócrates e que os eleitores acharam por bem quase eternizar no poder, temos a receita chave para esta desgraça em que vivemos.

No fundo, eu estava a falar de mim e não do país. Porque cada um vive onde quer e não tem de dar satisfações a ninguém (menos na Coreia do Norte e em Cuba, mas isso não vem aqui ao caso, agora). E eu vivo aqui. Por razões circunstanciais a que não posso já furtar-me. Mas que quando penso de como ando a aturar socialistas e «socialistas» há trinta e oito anos me dá vontade de ir à bruxa… dá.

E.T. Tenho amigos socialistas e que genuinamente professam um modelo político muito diferente do meu. Tenho por eles o maior respeito, para além da amizade, como de resto respeito qualquer ideologia estruturada num pensamento político genuíno e, naturalmente, fora do âmbito dos exemplos que uso neste post.
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sábado, janeiro 14, 2012

De pequenino é que se indigna o pepino

[4519]

Cenário:

- Um sala de uma escola algures

Personagens e figurantes:

- Uma turma de meninos e meninas de sete anos;
- Professora e psicóloga;
- Duas senhoras, não identificadas, mas que poderiam ser professoras. Ou psicólogas. Ou educadoras. Ou… qualquer coisa por aí.

Patrocínio:

Serviço Público da RTP que resolveu perguntar a uma turma de meninos e meninas de sete anos o que pensavam da crise

Peça num só acto:

Meninos a falar com aquela dicção que já lhes vem das tripas e que ninguém parece interessado em corrigir e com a expressão de quem sabe que vai sair na televisão.

- A crise é por causa que os ricos deviam de devolver o dinheiro que o políticos roubaram e dar aos pobres;
- A crise é quando se a minha mãe vai às compras e me quer comprar duas mochilas eu digo à minha mãe que só me deve comprar uma mochila porque uma mochila já chega;
- A crise é porque nós devemos comprar sempre os produtos nacionais de Portugal;
- A crise é porque o governo tira o dinheiro às pessoas para pagar as contas e depois as pessoas não têm dinheiro para pagar as contas deles.

Cai o pano (sujo)

Triste país em que as crianças já aos sete anos estão sujeitas a esta manipulação. Seja por pais estúpidos e igualmente catequizados neste tipo de raciocínio, seja por um sistema pútrido que acha que aos sete anos é já uma boa idade para se incutir este tipo de formulação de pensamento e noção das realidades. Porque nos estamos a tornar num país (já somos?) sem respeito por nós próprios, sem respeito pelas crianças e claramente subjugado por um grupo manipulador, jacobino e idiota que dissemina objectivamente um conceito social totalmente desfasado da realidade do nosso contexto social, económico e político, inseridos que estamos na União Europeia. Não há o direito de se educar crianças desta forma, muito menos usá-las para sessões didácticas desta natureza. Isto não é pluralidade nem liberdade, isto é Chávez, é Castro, é quase Kim Il Sung, isto é o sufoco socialista de que alguns parecem gostar, não obstante a situação em que esse mesmo socialismo nos colocou.

Nota: No Noticiário das 13:00 da RTP. Serviço público para o qual todos os meses me vem uma conta na factura da EDP que, a não ser paga, resulta no corte da energia. A foto em cima é do referido programa, hoje às 14:07.
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segunda-feira, setembro 05, 2011

Quousque tandem abutere, Mário, patientia nostra?



[4404]

Ouvir os «Jota» do PSD numa colectiva excitação gritando Soares é fixe, sobretudo depois de sujeitos a um rosário de patéticas vacuidades na Universidade de Verão do PSD, faz-me reflectir. O discurso de Mário Soares mereceria a descida de Cícero à Terra para repetir à saciedade as suas catilinárias. Ao invés mereceu a ovação de uma claque juvenil que mais ano menos ano estará disputando o Poder em Portugal. Uma ovação que me desperta de alguma letargia e ingenuidade e me faz pensar que esta rapaziada não merece o meu voto. Quem acha que Soares é fixe não pode achar que temos navegado num logro trágico de incompetência, promiscuidade, venalidade, demagogia, manipulação e desbaratamento da riqueza nacional. Deve achar que o homem é fixe e que devemos continuar, obedientes, a ser fixes como ele. Cool!
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sábado, setembro 03, 2011

Emblemas do socialismo (2)




[4403]

Não podemos estar sempre de chapéu na mão...Porque afinal os tipos da troika são os tipos dos mercados.

(Mário Soares numa alocução feita na Universidade de Verão do PSD)

É esta a linguagem da nata dos nossos políticos, ainda que Mário Soares se esbata já na memória de uma triste figura. E quando acabamos de ouvir uma reportagem (Europa XXI) sobre a universidade norueguesa e reparamos na forma e na substância dos temas tratados, e apanhamos de seguida e de chofre este linguajar que fez escola no nosso país, somos invadidos por uma angústia imensa, se não mesmo uma náusea que temos já muita dificuldade em acomodar.

Soares não tem culpa. É chamado permanentemente à ribalta por uma comunicação social encurralada pelo politicamente correcto e pela aridez da sua formação. Mas Soares teve culpa na justa medida em que foi um contribuinte decisivo para este tipo de mentalidade que se instalou (ou sublimou) na sociedade portuguesa. Esta tirada do velho socialista é um bom exemplo de quem não tem a mínima ideia do que está a dizer e pauta o seu discurso pelas notas ocas de uma partitura a que, desgraçadamente, continuamos a estar sujeitos.
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sexta-feira, junho 10, 2011

Domingo, tantos de tal...



[4306]

A tentação do trocadilho é forte. Sócrates estudando filosofia em Paris e a pergunta quase automática sobre se receberá algum diploma ou certificado domingueiro. Mas não vou por aí. Vou mais pela obstinação deste homem que, temo, não nos vai largar tão facilmente. O seu discurso de despedida, «digno e bem articulado» que tocou forte o coração de tantos portugueses, o «adoro-vos camaradas» e o «amo-vos», tudo assim de supetão antes de «ir para casa tratar dos filhos» e anunciar este súbito interesse pela filosofia faz-me recear o pior e de duas uma: ou o mercado de trabalho está mesmo difícil para primeiros-ministros com o rasto que este deixou ou ele está mesmo alapado às sinecuras e penacho do Poder e começou já a preparar o seu esteio para uma candidatura à presidência da república.

Sabendo o que a casa gasta em termos de memória nacional e a tendência trágica que mantemos para acolitar este tipo de personalidades, desde já me confesso aterrorizado com a perspectiva.
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