Politiquês?
[2136]
Há alturas em que o “politiquês” se torna tão denso que chego a duvidar da minha capacidade de entendimento. Mesmo das coisas mais comezinhas de entender.
Vem isto a propósito de ler lido aqui que o ministro Teixeira dos Santos registou com agrado a possibilidade de os principais bancos virem a recorrer às garantias do Estado (€20.000 M). E eu, que não sou economista mas tenho minimamente a noção do que significa avalizar qualquer coisa, pasmo com o agrado do ministro. Afinal, ele está contente porque os bancos estão tesos e podem recorrer ao aval estatal? É que se eu fosse ministro das finanças ficava muito desagradado. E, já agora, preocupado. Ou os bancos não estão tesos mas recorrem ao aval para beneficiarem de condições excepcionais de operação, incluindo taxas de juro mais favoráveis ou aumento dos “plafonds” de crédito? Também não vejo aqui motivo especial para o agrado do ministro, sobretudo porque em última análise me parece que se arrisca cerca de 12% do PIB nacional para que os bancos trabalhem com mais desafogo, sem que vislumbre qual a vantagem dos depositantes, ou para o próprio Estado.
Tudo junto e somado parece-me que este agrado do ministro é uma aquelas vacuidades que se soltam como instrumento demagógico e que o PS, de tanto os usar, acaba por perder o sentido da oportunidade (e, frequentemente, da decência) e profere seja o que for, a propósito de qualquer coisa e em qualquer ocasião para se emular como o nosso anjo da guarda.
Nota: Dada a minha ignorância em matéria de finanças, aceito qualquer argumento que me explique que estou a ver isto de uma forma errada e que o governo tem genuinamente razões para estar agradado com o facto de os quatro principais bancos nacionais aproveitarem a medida governamental. Veria essa explicação com muito agrado.
Há alturas em que o “politiquês” se torna tão denso que chego a duvidar da minha capacidade de entendimento. Mesmo das coisas mais comezinhas de entender.
Vem isto a propósito de ler lido aqui que o ministro Teixeira dos Santos registou com agrado a possibilidade de os principais bancos virem a recorrer às garantias do Estado (€20.000 M). E eu, que não sou economista mas tenho minimamente a noção do que significa avalizar qualquer coisa, pasmo com o agrado do ministro. Afinal, ele está contente porque os bancos estão tesos e podem recorrer ao aval estatal? É que se eu fosse ministro das finanças ficava muito desagradado. E, já agora, preocupado. Ou os bancos não estão tesos mas recorrem ao aval para beneficiarem de condições excepcionais de operação, incluindo taxas de juro mais favoráveis ou aumento dos “plafonds” de crédito? Também não vejo aqui motivo especial para o agrado do ministro, sobretudo porque em última análise me parece que se arrisca cerca de 12% do PIB nacional para que os bancos trabalhem com mais desafogo, sem que vislumbre qual a vantagem dos depositantes, ou para o próprio Estado.
Tudo junto e somado parece-me que este agrado do ministro é uma aquelas vacuidades que se soltam como instrumento demagógico e que o PS, de tanto os usar, acaba por perder o sentido da oportunidade (e, frequentemente, da decência) e profere seja o que for, a propósito de qualquer coisa e em qualquer ocasião para se emular como o nosso anjo da guarda.
Nota: Dada a minha ignorância em matéria de finanças, aceito qualquer argumento que me explique que estou a ver isto de uma forma errada e que o governo tem genuinamente razões para estar agradado com o facto de os quatro principais bancos nacionais aproveitarem a medida governamental. Veria essa explicação com muito agrado.
.
Etiquetas: politiquês, PS
3 Comments:
Já há muito que os bancos atingiram aquele que, durante largos anos, foi o seu objectivo principal: fazer com que o grau de aplicação dos recursos - a relação entre os depósitos e o crédito - fosse igual a 1.
Atingido que se encontra o tal objectivo, sob a perspectiva de novos investimentos (?) do Estado nas faraónicas obras públicas tipo novo aeroporto, TGV e mais umas quantas estradas, a capacidade do sistema financeiro vir a financiar as construtoras está esgotada. Logo, as obras ficariam comprometidas ou, pelo menos, adiadas.
Como sabe, isso não dá jeito nenhum!
Então, nada como pôr o peão-de-brega de plantão à crise a manifestar o seu agrado pela utilização do aval do Estado à banca.
Como diria o outro, "porreiro, pá!", o que equivale a dizer "estamos garantidos".
LV
No blog "Portugal Contemporâneo" - http://portugalcontemporaneo.blogspot.com/ - pode ler a opinião de alguém que parece saber do que fala, não exactamente em relação ao "agrado" do MF mas antes ao recurso à garantia estatal, no post "getting closer and closer".
LV
LV
Obrigado pela dica. Eu costumo ler o Portugal Comtemporâneo. De qq maneira, obrigado.
Enviar um comentário
<< Home