Isto está a ficar obsceno
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João Marcelino e Paulo Baldaia na entrevista a Sócrates, cuja segunda parte vem ontem publicada no DN, mostra a inquietude dos portugueses, perguntando ao primeiro ministro se ele abandonará os portugueses no caso de estes não lhe darem maioria absoluta.
Sócrates não disse mas deu a entender que não. Porque está muito concentrado na governação.
[extracto da entrevista:
Repórter: - Se é assim, vai com certeza pedir uma maioria absoluta nas próximas legislativas?
Sócrates: - Bom, isso veremos. Ainda falta tanto tempo.
Repórter: - Cavaco Silva, em 1991, mais do que pedir, exigiu uma maioria absoluta para governar, porque entendia...…
Sócrates: - (Interrompendo) Eu nunca exigirei nada a ninguém! Mas deixe-me dizer-lhe o seguinte: eu estou é absolutamente concentrado na governação. É isso que os portugueses esperam de mim…
Repórter: - Isso sabemos, mas estamos a discutir política agora…
Sócrates: - Pois, pois, mas não ponham o carro à frente dos bois. Isso virá daqui a uns meses. Aliás, seria irresponsável da minha parte se estivesse a pensar nisso, ainda por cima num momento destes.
Repórter:- Deixe-me, então, fazer a pergunta de forma diferente: se os portugueses lhe pedirem que governe, não com maioria absoluta, mas com uma vitória relativa, o senhor não os abandonará?]
Cada vez se torna mais claro que isto de ditaduras não é para quem pode mas para quem o deseja. Há qualquer coisa que nos impele para uma absoluta incapacidade de alinharmos no jogo democrático, livre e plural. A mera existência de jornalistas deste quilate, fazendo perguntas deste tipo bem o prova.
Há uma anedota antiga e racista na qual se pergunta ao van der Merwe (o alentejano das anedotas da África do Sul) se sabe porque é que os "creepy crawlers" são brancos. E o van der Merwe responde, lampeiro, que se fossem pretos precisavam de um supervisor (para quem não saiba "creepy crawler" é o termo inglês para aqueles aspiradores automáticos que limpam os fundos das piscinas privadas. Liga-se a maquineta e ela vai fazendo o serviço sozinha através de um simples sistema de vácuo intermitente). Eu actualizaria a anedota, dizendo que o "creepy crawler" não pode ser português. Porque, naturalmente, precisaria de um grande líder qualquer. Sobretudo um líder que não nos abandonasse e deixasse a limpar piscinas sozinhos.
João Marcelino e Paulo Baldaia na entrevista a Sócrates, cuja segunda parte vem ontem publicada no DN, mostra a inquietude dos portugueses, perguntando ao primeiro ministro se ele abandonará os portugueses no caso de estes não lhe darem maioria absoluta.
Sócrates não disse mas deu a entender que não. Porque está muito concentrado na governação.
[extracto da entrevista:
Repórter: - Se é assim, vai com certeza pedir uma maioria absoluta nas próximas legislativas?
Sócrates: - Bom, isso veremos. Ainda falta tanto tempo.
Repórter: - Cavaco Silva, em 1991, mais do que pedir, exigiu uma maioria absoluta para governar, porque entendia...…
Sócrates: - (Interrompendo) Eu nunca exigirei nada a ninguém! Mas deixe-me dizer-lhe o seguinte: eu estou é absolutamente concentrado na governação. É isso que os portugueses esperam de mim…
Repórter: - Isso sabemos, mas estamos a discutir política agora…
Sócrates: - Pois, pois, mas não ponham o carro à frente dos bois. Isso virá daqui a uns meses. Aliás, seria irresponsável da minha parte se estivesse a pensar nisso, ainda por cima num momento destes.
Repórter:- Deixe-me, então, fazer a pergunta de forma diferente: se os portugueses lhe pedirem que governe, não com maioria absoluta, mas com uma vitória relativa, o senhor não os abandonará?]
Cada vez se torna mais claro que isto de ditaduras não é para quem pode mas para quem o deseja. Há qualquer coisa que nos impele para uma absoluta incapacidade de alinharmos no jogo democrático, livre e plural. A mera existência de jornalistas deste quilate, fazendo perguntas deste tipo bem o prova.
Há uma anedota antiga e racista na qual se pergunta ao van der Merwe (o alentejano das anedotas da África do Sul) se sabe porque é que os "creepy crawlers" são brancos. E o van der Merwe responde, lampeiro, que se fossem pretos precisavam de um supervisor (para quem não saiba "creepy crawler" é o termo inglês para aqueles aspiradores automáticos que limpam os fundos das piscinas privadas. Liga-se a maquineta e ela vai fazendo o serviço sozinha através de um simples sistema de vácuo intermitente). Eu actualizaria a anedota, dizendo que o "creepy crawler" não pode ser português. Porque, naturalmente, precisaria de um grande líder qualquer. Sobretudo um líder que não nos abandonasse e deixasse a limpar piscinas sozinhos.
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Etiquetas: Ai Portugal
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