Uma lástima
[2707]
Pacheco Pereira ontem, na "Quadratura do Círculo", bem tentou separar o conceito de liberdade e o perigo claro de se acolher o delito de opinião como uma forma corrente de "democracia" e uma quase automática colagem à extrema-direita, de cada vez que se ousa questionar este desiderato. É o que acontece, por exemplo, sempre que se fala no PNR, que tem tanto direito a ser livre como a estrema esquerda, e nas suas acções. No fundo, este é um fenómeno muito semelhante ao que se passa quando se é contra o casamento entre homossexuais e adopção de crianças pelos chamados “same sexers” (este termo é um portentoso exemplo da eficácia e propósito das grandes causas) sem ser de imediato conotado com um posicionamento homofóbico. É difícil, se não impossível, tentar explicar que faz todo o sentido poder-se argumentar contra o casamento e adopções, mas aceitando com naturalidade a orientação sexual de cada um.
É a tradicional impossibilidade de a esquerda suportar o diálogo e diferenças de opinião sem cair nos habituais lugares-comuns e clichés com que se agasalha, de cada vez que é chamada ao exercício de uma das suas bandeiras – a pluralidade de ideias e liberdade de pensamento. Sempre assim foi. Ainda ontem, num debate sobre o casamento de homossexuais, de cada vez que Nuno Melo lograva apresentar argumentos fortes a sustentar o seu ponto de vista, a sua opositora (uma jovem de óculos de quem não retive o nome e penso ser de "Os Verdes") refugiava-se no estafado contra-argumento de que quem é contra o casamento entre homossexuais é porque acha que o casamento tem como objectivo principal a procriação. O que não é verdade, como facilmente se entende, independentemente daqueles que assim pensam.
Nota: Em qualquer caso, a atitude de o PS se furtar ao debate sob a desculpa de que o tema não faz parte a sua agenda política é simplesmente de uma desonestidade intelectual a toda a prova. Nada de muito novo, também.
Nota 2: Um país em que um vereador de espaços verdes tem o poder discricionário de mandar arrancar cartazes, tal como José Sá Fernandes mandou fazer ao cartaz do PNR (o Zé que nos fazia falta) é um país terceiro-mundista, anquilosado nos seus fantasmas de antanho e geneticamente incapaz de entender a liberdade. Uma lástima.
Pacheco Pereira ontem, na "Quadratura do Círculo", bem tentou separar o conceito de liberdade e o perigo claro de se acolher o delito de opinião como uma forma corrente de "democracia" e uma quase automática colagem à extrema-direita, de cada vez que se ousa questionar este desiderato. É o que acontece, por exemplo, sempre que se fala no PNR, que tem tanto direito a ser livre como a estrema esquerda, e nas suas acções. No fundo, este é um fenómeno muito semelhante ao que se passa quando se é contra o casamento entre homossexuais e adopção de crianças pelos chamados “same sexers” (este termo é um portentoso exemplo da eficácia e propósito das grandes causas) sem ser de imediato conotado com um posicionamento homofóbico. É difícil, se não impossível, tentar explicar que faz todo o sentido poder-se argumentar contra o casamento e adopções, mas aceitando com naturalidade a orientação sexual de cada um.
É a tradicional impossibilidade de a esquerda suportar o diálogo e diferenças de opinião sem cair nos habituais lugares-comuns e clichés com que se agasalha, de cada vez que é chamada ao exercício de uma das suas bandeiras – a pluralidade de ideias e liberdade de pensamento. Sempre assim foi. Ainda ontem, num debate sobre o casamento de homossexuais, de cada vez que Nuno Melo lograva apresentar argumentos fortes a sustentar o seu ponto de vista, a sua opositora (uma jovem de óculos de quem não retive o nome e penso ser de "Os Verdes") refugiava-se no estafado contra-argumento de que quem é contra o casamento entre homossexuais é porque acha que o casamento tem como objectivo principal a procriação. O que não é verdade, como facilmente se entende, independentemente daqueles que assim pensam.
Nota: Em qualquer caso, a atitude de o PS se furtar ao debate sob a desculpa de que o tema não faz parte a sua agenda política é simplesmente de uma desonestidade intelectual a toda a prova. Nada de muito novo, também.
Nota 2: Um país em que um vereador de espaços verdes tem o poder discricionário de mandar arrancar cartazes, tal como José Sá Fernandes mandou fazer ao cartaz do PNR (o Zé que nos fazia falta) é um país terceiro-mundista, anquilosado nos seus fantasmas de antanho e geneticamente incapaz de entender a liberdade. Uma lástima.
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Etiquetas: liberdade, política, Sá Fernandes
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