sexta-feira, fevereiro 29, 2008

Freacking accent


[2360]


Esta história tem de ser contada em inglês, sob pena de não ter graça nenhuma.


When Charles De Gaulle decided to retire from public life, the American ambassador and his wife threw a gala dinner party in his honor. At the dinner table the Ambassador's wife was talking with Madame De Gaulle:


"Your husband has been such a prominent public figure, such a presence on the French and International scene for so many years! How quiet retirement will seem in comparison. What are you most looking forward to in these retirement years?"


"A penis," replied Madame De Gaulle.


A huge hush fell over the table. Everyone heard her answer...and no one knew what to say next. Finally, Le Grand Charles leaned over to his wife and said,


"Ma cherie, I believe zee Americans pronounce zat word, “appiness.”

Com uma vénia à princesa do Calhabé, minha querida e estimada amiga.

E votos de um belíssimo fim-de-semana para todos.


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Sensação difusa


[2359]

Há uma sensação difusa de que o poder vagueia pela rua. Algumas urgências que iam ser fechadas já não são, depois da entrada da nova ministra da saúde e de Sócrates afirmar para as câmaras, ontem, com aquela cara de espanto de como quem diz "como é que vos passou uma coisa dessas pela cabeça, que não se fechava porque estamos aqui para melhorar”. Agora, com a educação, assistimos a manifestações de milhares de professores, em várias cidades, a virem para a rua, o que me leva a recear que Maria de Lurdes tem os dias contados. Recear, não por ser quem é, mas pelo método.

Fica a tal sensação difusa de insegurança. Dá-me ideia de que cada vez que eu não gostar do penteado de um ministro qualquer, mando meia dúzia de sms’s e ponho-o na rua.


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Vilipêndios

[2358]

Quando um magistrado é nomeado para director regional da PJ, aceita e depois anda nas bocas do mundo porque é muito dado aos “futebois”, até costumava viajar à pala do FCP e pérolas do género e depois acaba por não aceitar o cargo por causa dos vilipêndios (sic), o director nacional da PJ compreende o nomeado mas não fala sobre o assunto e o ministro (o tal que dizia que aquela polícia não era a dele…) foi ali e já vem, quando tudo isto se passa e toda a gente acha muito natural eu interrogo-me sobre a consistência e seriedade da nossa justiça.

Por outro lado, por bem menos, mas muito menos, já vi um primeiro-ministro ser despedido, mas agora qualquer trapalhada parece ser uma gracinha do nosso governo.
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Diz que levou um soco no estômago


[2357]

Sempre quero ver em que é que esta “marmelada” dá. Curiosidade, apenas. Mas tenho de registar a lógica do major. Então o árbitro telefona-lhe lá para casa a dizer que a coisa correu mal mas ele fez o seu melhor e que culpa é que ele, major, tem?

“Vai-se a ver” e o major acha mesmo que está a ser perseguido.

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O azar do Valdemar


[2356]

Quando eu era miúdo havia uma banda desenhada nos jornais que se chamava “O azar do Valdemar”. Era uma sequência de situações em que o pobre do Valdemar, de quem guardo uma imagem difusa, tinha sempre o chamado azar do caraças.

Pois os três assaltantes de um bar em Sidney, ontem á noite, devem chamar-se todos Valdemar. Então não é que o bar estava deserto, o trabalhinho a ser feito à vontade e de uma sala perto saem 100 (cem!!!) motards testosterónicos, de braços peludos e pescoços de touro e lhes deitam a mão?

Pior que isto só mesmo aquele tipo que comprou um barco e no dia em que o barco chegou, estava ele no aeroporto.
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Blasfémias e insurgências


[2355]

Ligamos o PC e abrimos mecanicamente o Insurgente e o Blasfémias. Fatal como o destino, refrigério da alma. Dois dos melhores cumprem aniversários. O Insurgente, ainda em convalescença de self inflicted injuries, faz três anos. O Blasfémias faz quatro. Para ambos, votos de muito sucesso de um leitor indefectível.

Tchin Tchin

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quinta-feira, fevereiro 28, 2008

Três tabelas


Purovic, ontem, após uma magnífica tacada às três tabelas





[2354]

Não resisto à reflexão natural de que depois do jogo de ontem, com o Estrela de Amadora, o Sporting tem um futuro mais brilhante a jogar bilhar às três tabelas do que a jogar futebol.
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Cheira-me...


[2353]

Os recentes desenvolvimentos na Venezuela e na Colômbia, com a libertação de mais reféns e as notícias postas a circular de que Ingrid Bettancourt está doente, sofre de Hepatite B e está muito debilitada e o blá blá blá do demagogo de serviço, Chávez de seu nome e, ainda, o facto de Chávez ter relações privilegiadas com os terroristas das FARC e odiar o presidente columbiano, tudo junto e somado, fazem-me ter alguma esperança na libertação para breve de Ingrid. Ou então, já não percebo nada de terceiro mundo, nem de socialistas, nem da habitual retórica de e para idiotas.

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Verdades inconvenientes


[2352]

Economia vista pela opinião pública portuguesa

1. Mais vale uma empresa com prejuízo do que uma empresa com lucros astronómicos.

2. Mais vale um gestor que gera prejuízos que um gestor com salários escandalosos.

3. A melhor explicação para os preços nunca é a escassez, é sempre a existência de carteis.

4. Todos os sectores estão cartelizados (O que até é um mal menor. Mais vale um sector cartelizado como consequência da hiperregulamentação do que a entrada nesses mercados de um player agressivo que teria lucros astronómicos e seria dirigido por um gestor com salários imorais).

5. Crime da usura: a actividade bancária é sempre imoral e é ainda mais imoral quando os bancos têm lucros astronómicos.

6. Quado os bancos não têm lucros astronómicos estamos perante gestão danosa.

7. A Caixa Geral de Depósitos deve ser mantida na orla do Estado para moderar o mercado financeiro, mesmo que a própria CGD tenha lucros escandalosos.

8. Reminiscências do tempo da fome: o preço do pão é sempre um drama.

9. Ginásios para os obesos e pão para os esfomeados são prioridades sociais.

10. O BCE deve manter os juros baixos. Em simultâneo, os comerciantes não devem fazer repercutir a inflação gerada pelos juros baixos nos preços ao consumidor.

João Miranda in Blasfémias

Este post mereceu alguns comentários a roçar o obsceno, mas eu gostava que alguém minimamente habilitado em matéria de sociologia me dissesse o que é que estas linhas contêm de errado. Infelizmente, não só me parecem correctas como explicam muitas das razões pelas quais nos mantemos na cauda da Europa. Todavia, o curioso é que muitos daqueles que verberam o sentido deste post do João Miranda seriam os primeiros a roubar no peso para aumentarem os lucros da mercearia. Ou usar materiais de construção baratos para aumentar os lucros na construção civil. Ou viciarem os documentos de um automóvel usado comprado em Bruxelas para fugirem ao fisco.

Desta realidade resulta a convicção de que se por um lado não somos flor que se cheire, por outro somos suficientemente estúpidos para nos embalarmos em estratégias políticas e de comunicação social, também elas suficientemente estúpidas para manterem vivas três ideias de base. Uma, a de que estamos a ser permanentemente enganados por aqueles que conduzem os destinos do país. Outra a de que o lucro, esse filme de terror protagonizado pelos capitalistas que comem pobrezinhos ao pequeno-almoço (para glosar uma expressão conhecida em sentido oposto) é a causa de todas as nossas desgraças. Finalmente a de que o Estado tem a obrigação estrita de zelar por nós e nos pôr a salvo de todas as malfeitorias em que vivemos mergulhados. Se juntarmos a esta premissa uma outra - a de que sucessivos governos socialistas exploram exactamente este desiderato, está explicada muita da nossa desgraça.

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quarta-feira, fevereiro 27, 2008

Academy Awards 80th edition


[2351]

A melhor crítica da noite dos Óscares, aqui, pelo André Moura e Cunha. Gostei particularmente das referências a Jon Stewart, hoje por hoje, e na minha pessoal opinião, uma das fraudes correntes do entretenimento americano.

Fica aqui, com a devida vénia, o link para o post.

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Voyeurism


[2350]

Minha
querida amiga (cumprimento da regra nr.1), isto não é um desafio, é uma tarefa dantesca. Só a transcrição das regras que se seguem:

1. Colocar o link para a pessoa que nos "marcou".
2. Colocar as regras no blog.
3. Partilhar 6 coisas sem importância sobre nós.
4. Marcar mais 6 pessoas no final.
5. Avisar estas pessoas deixando um comentário nos seus blogs,

constituem uma trabalheira que nem um alentejano a ter de mudar de posição para dormir. Mas pronto, ficou cumprida a regra nr. 2.

Agora, a regra nr. 3 – partilhar as tais seis coisas sem importância, não sei bem, não me ocorre, ou melhor, tenho sempre receio de indicar algumas e omitir outras mais interessantes, mas olha, vão as que me vierem primeiro à cabeça (há sempre uma razão para as coisas que nos vêm primeiro à cabeça). Assim:

1 ) – Sou obsessivo-compulsivo a arrumar o carro entre as linhas dos parking lots. Passo-me dos carretos sempre que vejo gente que “atira” com os carros para cima de dois ou três lugares.

2) – Não suporto estar parado num semáforo e ver um homem a pentear-se e a cofiar o bigode. Faz-me nervoso, eriça-se-me o escalpe, dá-me coceira, apetece-me sair do carro e perguntar-lhe 1) porque é que usa bigode, 2) quem é que lhe disse que o bigode o tornava, quiçá, atraente;

3) – Estabeleço contacto com demasiada facilidade com pessoas na rua, no café, no restaurante, sobretudo mulheres (vá lá saber-se porquê…). E juro que é sem qualquer intenção camuflada. O resultado é que nem sempre as coisas correm bem. Há mulheres de espírito igualmente aberto como eu, há as que rosnam e acho que todos os homens, em se dirigindo a elas, nada mais pretendem senão aumentar o seu espólio de troféus de engate.

4) - Sou incapaz de dormir no silêncio e na escuridão totais. Sempre tive quartos amplos, espaçosos, janelas rasgadas e cortinados translúcidos. Há dez anos vim para aqui, terra onde as pessoas dormem na total escuridão e no mais absoluto silêncio, com cortinados que pesam toneladas a cerrar qualquer filete de luz. Tenho um par de situações em que à conta disso esbarrei com algumas peças de mobília e de uma vez fracturei mesmo o dedo pequenino do pé esquerdo…

5) – Em 90% dos casos, escrevo posts de manhã, antes do banho, antes de tudo. É uma rotina estranha, pois seria mais lógico estarmos mais frescos depois de cumpridas as abluções matinais, mas a verdade é esta. Depois não escrevo mais, muito menos à noite, tenho demasiadas coisas para ler, (inclusive blogs) e séries americanas para ver.

6) – Abuso de expressões inglesas. Talvez porque trabalhei em vários países de expressão inglesa, talvez porque trabalhei para um grupo multinacional onde acabei por ter de “pensar” em inglês. Mas eu sei que é feio. Acontece é que há expressões que em português perdem algum impacto, mind you…

E cumprida a regra nr. 3 do desafio da
Carlota, passemos à regra 4.

Passo esta ingente tarefa a:

- Miss Pearls
- Addiragram
- Bekx
- Luna
- Ti
- Ana Vidal

A regra 5… é outra trabalheira. Mas acredito que o Tecnorati funcione minimamente e os “premiados” acabem por tomar conhecimento.

Disse. I mean, fiz. Quer-se dizer… done. Xiça… acabei.

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terça-feira, fevereiro 26, 2008

Prós e Contras de ontem


[2349]

Não sou professor, não estou por dentro dos meandros do diferendo que opõe a ministra da educação a muitos (parece que a maioria) dos professores, mas tenho de confessar que a ministra:

- Me pareceu uma pessoa muito bem preparada para responder ao “tremendismo” de alguns professores (para usar um termo “vitaliniano”);

- Ao contrário da palavra difundida, parece ser uma pessoa educada, competente, voluntariosa e com um elevado espírito profissional;

- Tem um apurado sentido de humor (aquela observação á professora Viegas “a ministra não é loura, não serve”, foi de fina água).

Do grupo de “professores revoltados” e “de luto”, fixei um jovem professor do norte que afivelou uma expressão grave para dizer que estava contra o facilitismo. Não me lembro de muito mais que o jovem tenha dito. Ao lado estava uma professora da Ericeira que berrou (é o termo) uma série de lugares comuns (igualdade, fraternidade, democracia), se exaltou e a quem tiveram de desligar o microfone. Depois, o clone de Carvalho da Silva, mais novo e com um bigode aparado, Mário Nogueira de seu nome e representando a Fenprof, fez a afirmação espantosa de que o Estado vai ter de pagar as horas extraordinárias das aulas de substituição. Não percebi o sentido nem o interesse da coisa, mas percebi que uma organização sindical teria problemas muito mais apropriados para trazer a colação, para além do pagamento de horas extraordinárias. Finalmente, apreciei a intervenção de um tal professor Arsélio, de Aveiro que terá feito uma aproximação muito inteligente e adequada aos vários problemas, reais, que afligem a educação.

Sem embargo do respeito por muitos amigos e familiares que tenho ligados à educação, continuo sem perceber as malfeitorias da ministra. Mas pode ser que isso decorra do facto de não conhecer o problema em profundidade, como é natural. Ao contrário, pressinto que a militância de alguns professores, irmanados em formas e conteúdos datados de intervenção estejam a prestar um mau serviço à nobre e muito digna classe dos professores.

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Diagnóstico pro bono

[2348]

Síndrome traumática avulsa no Blasfémias, a propósito dos artigos de Pacheco Pereira e de uma agressão ao jornalista Rui Santos.

Situação grave mas estável. Perigo de recidiva se algum outro jornalista desportivo for agredido nas próximas duas semanas a sul do rio Trancão, vulgo Mouraria.
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segunda-feira, fevereiro 25, 2008

De preto vestida...


80th Annual Academy Awards®
Nicole Kidman


Nicole Kidman on the red carpet in a Balenciaga dress accented with L'Wren Scott necklace and makeup by Chanel Beaute.

[2347]


Não devia haver segundas-feiras. As conhecidas blue-monday anglosaxónicas. Devíamos ficar em casa, sobretudo quando elas (as segundas) se seguem a uma noite de Óscares e acordamos com os olhos remelados de glamour e o pâncreas mais ou menos agitado com o humor mais ou menos engelhado do Jon Stewart. Devíamos ficar no sofá, pôr o telemóvel em silêncio, almoçar uns croquetes avulso, dormitar aqui e ali (liberdade poética) e esparramarmo-nos no sofá, com os pés na beira da mesinha da sala, que é uma postura (esta é do futebol) que as mulheres abominam mas que está perfeitamente alinhada com os parâmetros zootécnicos nacionais. E eu, muito dado à verdade zootécnica da coisa, acho que se há coisa que faz bem é estender o pezinho até à mesinha da sala e fazer de conta que nem reparámos.

Mas segundas-feiras. Não dá para pôr o celular no silêncio e aqueles minutos, depois do café, em que pus o pezinho na mesa e me deixei evolar na sonolência gostosa de quem acabou de acordar foram estranhamente entrecortados com pensamentos estranhíssimos que têm a ver com tudo menos aquilo que me apetecia fazer. Tudo a ver com o trabalho, claro. Que nós somos um animal de hábitos. Até ao trabalho nos habituamos.

E assim, lá vou eu para o banho. Um pouco mais tarde que o habitual que esta coisa de ficar a ver os Óscares (aguardo as reacções do gineceu blogoesférico aos vestidos do mulherio - esta é machista, eu sei… mas apeteceu-me dizer assim -) que por lá apareceu. A Sofia costumava ser muito explícita neste pormenor. Mas tem-se escondido um bocadinho. Vejamos se este ano ela se "descose"! Para mim, pelo que vi, a Nicole estava, de preto vestida, stunning. Fico a aguardar.

Pronto e agora vou ver vestidos para outra freguesia. Depois de meia hora de carro e de Fórum da TSF. Que são coisas sem glamour nenhum, mas é o que se pode arranjar para um pobre como eu que não vive em LA e o único acting que sabe é pôr uma cara muito séria nas reuniões de trabalho, mesmo quando está com uma vontade tremenda (ai o “tremendismo” de Vitalino Canas, adorei esta do tremendismo, que não existe, dá erro na correcção ortográfica mas eu ao Vitalino desculpo tudo) de se rir.

E pronto. Assim, sem querer, lá arranjei um post. Que isto anda difícil. Bom trabalho para todos.

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domingo, fevereiro 24, 2008

Gula, num domingo chuvoso sem bicicleta











Entradas

Ovos de Codorniz c/ paio
Espinafres c/ gambas
Presunto e Paio da Região
Gambas Panadas
Empadas de galinha
Queijo de Ovelha
Espargos Bravos c/ ovos

Restaurante Fialho – Évora



Pratos principais

Cação de Coentrada
Borrego Assado no forno
Lombinhos de Javali c/ puré de maçã
Perdiz à " Convento da Cartuxa "
Lombo de Porco c/ ameijoas
Arroz de Pombo
Restaurante Fialho - Évora





Sobremesas

Encharcada de Mourão
Torrão Real de Évora
Leite Creme
Queijadas de Évora
Tecolameco

Restaurante Fialho – Évora






[2346]

Mas isto não devia ser proibido? Fazer links destes ao meio-dia de um domingo chuvoso? Mas isto não é um hino à excelência nacional? O que é óptimo, mas… num dia de chuva que nem dá para andar de bicicleta? Isto é pecado, é gula anunciada, é uma desgraça. Mas é uma desgraça boa. Valha-nos isso.
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Já cansa...


[2346]

De duas uma: Ou este homem é um trapalhão, farsante e objectivamente trambiqueiro, mentindo por cada fresta da gengiva ou então acredita genuinamente no que diz e, aí, estaremos perante um manifesto caso de infeliz patologia.

Fosse o PSD um partido á altura das circunstâncias políticas do momento e poderia tirar mais dividendos desta tirada do engenheiro da Independente e putativo pagador de promessas do que em toda a legislatura.
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sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Registo



[2345]


Fernanda Câncio, na sua crónica de hoje no DN, não escreve sobre aborto. Nem homossexuais. Nem adopção de crianças por pares do mesmo sexo. Entreteve-se mais com o pai e a mãe de Santana Lopes.

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Lá terá que ser


[2344]



Não seja por isso. Aqui fica a minha modesta contribuição.

Via.

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Current trend III


[2343]



Change

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Current trend II


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Hope

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Current trend


[2341]



Yes, we can
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quinta-feira, fevereiro 21, 2008

E agora?


[2340]

Vou votar em quem?

Foto VIA
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Palavras feias


[2339]

Uma das correntes da Blogo que mais apreciei, pela sua simplicidade e pelo que ela, no fundo, tem de revelador, foi a das doze palavras entre as que mais apreciamos. Pois, não sei se já correu ou corre alguma corrente no sentido inverso, ou seja doze das palavras que mais abominamos. Aqui ficam elas, novamente por ordem alfabética. E gostaria de passar a corrente à Carlota, à Sinapse, à Cristina, à Cristina, à Laura, à Azulinha e à Madalena. Se acharem que tem alguma piada, passem depois a mais sete. Porquê sete? Porque é o número que, como palavra, gosto menos.


Banha
Bofe
Corneta
Fressura
Intestino
Pança
Postergado
Ranho
Rodilha
Sarjeta
Tripas
Varejeira

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quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Forbidden



[2338]

Um dos melhores na Blogo, O Insurgente, está fechado, vedado, proibido, forbidden, para usar o vocábulo que aparece quando o tentamos abrir.

Dada a minha condição de ignorante nestas coisas da informática, alguém me explica o que se está a passar?
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Why buy expensive?

[2337]

Um vídeo destes é assim como que uma lembrança à sublime necessidade de nos sentirmos felizes por ter nascido.

Noutro registo, após cuidadoso escrutínio e verificado se os papéis não contêm tintas tóxicas, chumbo ou vestígios de cocó de galinha poderia servir de mote para uma campanha contra o consumismo desenfreado das sociedades capitalistas. Via.

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O Land Lord, barbas boas e barbas más e as T-Shirts que aí vêm



[2336]

É indisfarçável a excitação com que alguns dos nossos “neo-socialistas” aguardam o passamento do ditador cubano para espraiarem mais uma furiosa campanha contra os americanos. Isso mesmo se notava ontem num programa do Rádio Clube Português onde Ana de Sousa Dias, com o seu ar asséptico, incolor e inodoro juntou um grupo de nomes de que só consegui reter o de Nuno Ramos de Almeida para se pronunciarem sobre a renúncia de Fidel e sobre o futuro da nação cubana. O programa chama-se “janela aberta” e é um mostruário de temas apropriados a uma janela aberta que se preze, como a ecologia, a homossexualidade, o aborto, a adopção de crianças por duas pessoas do mesmo sexo, o sexo, a violência doméstica e outros temas que poderiam constituir temas de genuíno interesse para um programa de rádio mas se transformam em veículos de uma pretensa intelectualidade de um grupo de iluminados que vai desfilando pelo programa, sob a batuta de Ana Sousa Dias.

Pois ontem, o tema era o futuro de Cuba e a renúncia de Fidel e, como era expectável, o programa tornou-se num furioso libelo contra os americanos. Termos como influência na América latina, morticínios, Chile, imperialismo, golpes de estado sucessivos na América do Sul por generais barbudos (também em matéria de barbas há barbas boas, as do Comandante e más como as dos coronéis e generais golpistas), Guantanamo e o desrespeito pelos direitos humanos, a estrondosa derrota americana na baía dos Porcos, o ditador Fulgêncio, as quadrilhas de Miami, a colaboração económica da URSS até 1991 e a sobrevivência de Cuba ao bloqueio americano, enfim, tudo isto serviu para o mote de base que era Castro era um ditador, mas. Ou seja, ao fim e ao cabo Castro tinha muitas e boas razões para ser um ditador. Houve mesmo quem afirmasse, salvo erro Nuno Ramos de Almeida, que a América do Sul podia agradecer às políticas de Castro o facto de os americanos estarem agora mais ou menos em sentido e desfrutarem de mais liberdades. As palavras são minhas, mas o sentido era este.

É evidente que este grupo de jornalistas, radialistas intelectuais, bloguistas, apresentadores de rádio e iluminados correlativos não faz a mínima ideia do que estavam para ali a dizer. Provavelmente nenhum deles conheceu cubanos para além de um par de viagens a Havana num programa de férias da Abreu, digo eu, porque se tivessem tido um contacto mínimo com cubanos jovens a trabalhar fora do país em missão "internacionalista" tendo como única vantagem a acumulação de pontos (tipo pontos Galp) para poderem adquirir um frigorífico e a honra de contribuírem para o engrandecimento da grande pátria cubana através do pagamento em dólares dos seus salários directamente para o partido, este grupo de idealistas, dizia eu, poderia eventualmente moderar a sua linguagem, perceberiam que a tragédia cubana não terá sido apenas a prisão e desaparecimento de dissidentes políticos, a indigência material em que a maioria do povo viveu durante estes últimos cinquenta anos mas também, talvez sobretudo, a criação de sucessivas gerações enformadas por lavagens ao cérebro que as fazia acreditar não só viverem num país de eleitos como até gerarem um sentimento de solidariedade pelos desgraçados dos outros povos dominados pelo sistema capitalista que, ao contrário do que se passava com eles, andavam por África a ganhar chorudos ordenados em moeda convertível. Este sentimento patético, verdadeiramente trágico, é real e foi por mim constatado, era eu um jovem técnico de uma multinacional em Moçambique, em longas conversas com alguns generosos representantes da juventude cubana, pilotos agrícolas, técnicos de saúde, agrónomos, etc.

Isto da conversa é como as cerejas. O post tinha a ver com Sousa Dias e o seu séquito. Acabei nas longínquas paragens do Limpopo a conversar com colegas cubanos que olhavam com displicência e solidariedade aqueles que, como eu, ganhávamos em dólares, imagine-se a nossa desgraça. Trinta anos mais tarde, aguarda-se, com sofreguidão a morte do comandante. Vai ser uma correria às rádios e aos jornais para se falar de Guantanamo, das barbas de coronéis golpistas (as barbas más) e, vistas bem as coisas, da sorte do povo cubano em particular e dos povos da América latina em geral que hoje, graças às políticas do comandante, respiram melhor.

E entretanto morre mais um ditador. Faltam poucos.

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terça-feira, fevereiro 19, 2008

Gestão democrática na educação


[2335]

No Forum TSF de hoje ouvi uma coisa que me intrigou. Um professor reclamava do facto de Sócrates estar "a tentar acabar com a gestão democrática na escola pública" (sic). Intrigado sobre o que seria isto da gestão democrática de escolas, por muito públicas que sejam, acabei por ouvir o mesmo professor elucidar-me. Gestão democrática é eleger na escola os chefes, coordenadores, responsáveis e outros quadros com responsabilidades de chefia.

Eu não sei se as coisas se passam exactamente assim como o voluntarioso professor ouvinte e participante do Forum explicou, mas acabei comigo a pensar numa empresa com, digamos, quarenta ou cinquenta empregados e todos eles a votar para a eleição da administração, do assessor de administração, do director geral, do director comercial, do director de vendas, do chefe dos recursos humanos, do director financeiro, do gestor de marketing, do gestor de produto e, porque não, até dos próprios vendedores.

Mas isto era eu a pensar. Honni soit...

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Tabus


[2334]

Devia haver um código qualquer, uma norma de execução permanente, um regulamento que proibisse os jornalistas de dizer disparates. Imagine-se que Sócrates ainda acha muito cedo para responder à pergunta do "assessor" de serviço na SIC sobre se voltará a candidatar-se a primeiro ministro. Resultado: tabu. Mais um tabu a encher páginas e páginas de jornais e jornais.

Algures, alguém poderá ter a solução para estes destemperos. Talvez eu saiba mas é um bocado cedo para me manifestar. Tabu. Tal e qual.

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Prós ha ha ha e ha ha ha Contras ha ha ha ha



[2333]

Foi impressão minha ou as graves consequências de uma noite de chuva na capital (incluindo um morto e um desaparecido, para além de avultados prejuízos matérias) foi o mote para uma sessão de galhofa no Prós e Contras de ontem? A apresentadora estava imparável e a juntar à sua habitual mania e irresistível necessidade fisiológica de não deixar falar ninguém, juntou ao cardápio uma espécie de humor (discutível) com umas pinceladas daquilo que ela achou deveriam ser umas ácidas críticas à acção de autarcas, governantes, construtores e especuladores. Fátima Campos Ferreira indagava, comentava e, realmente, criticava com aspereza, e um sorriso nos lábios de quem "a sabe toda", todos aqueles que ela acha que são responsáveis pelas desgraças da desordem da capital, sempre que chove qualquer coisa.

Foi… chato. Primeiro porque Fátima não tem graça nenhuma, apesar de que cada vez que ela dizia uma gracinha, a assistência ria imenso e ela não proibia as palmas, como costuma fazer. Depois porque não me pareceu (confesso que não vi tudo) que alguém tenha tocado nas verdadeiras razões pelas quais de cada vez que chovem uns pingos Lisboa se torna caótica. Ainda por cima estava lá o senhor Ferreira, aquele senhor careca da Quercus que todos os dias me diz na televisão para desligar o aquecimento e pôr uma mantinha, que a coisa melhor que lhe ocorreu foi dizer que a nova ponte vai trazer mais carros e isso não pode ser, este homenzinho quer toda a gente a andar a pé e de autocarro. Por causa das partículas, do efeito de estufa, da energia e mais não sei quê. Esta gente adormecerá a pensar nestas coisas?

Tudo junto e somado, sinto já um certo embaraço com este espectáculo, cada vez que chove por umas horas em Lisboa (porque é disto que se trata). Em muitas capitais europeias chega a chover semanas seguidas e nada disto acontece. Porque será?

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Post sexista



[2332]

Há duas coisas na vida de uma mulher a que ela não conseguirá jamais furtar-se. Haverá mais, mas vou-me ater a estas duas. Na verdade, não conheço UMA mulher que não pare o que quer que esteja a fazer a meio da manhã para ir comer qualquer coisa. Uma peça de fruta, um iogurte ou, se mais atrevida, uma fatia de pão barrada com qualquer coisa de guloso, desde que seja light. A outra… a outra, digamos que é uma acção colectiva, instigada por reminiscências relevantes do intrincado código feminino, daquelas coisas que não são explicáveis, como inexplicáveis são muitas outras coisas que decorram da estranha, quiçá sublime, condição feminina. Refiro-me à impossibilidade física de uma mulher estar sentada a uma secretária mais do que alguns minutos. Muita gente que, como eu, tenha um gabinete contíguo a um corredor de sobrado de madeira e sem alcatifa num escritório onde trabalhem mais de três mulheres terá de concordar que não se esgota, nunca, um período de mais de um minuto em que não se oiça o matraquear tortuoso de um par de tacões de sapatos a bater na madeira. No meu caso, posso ter a porta fechada à chave. Aquecimento ou ar condicionado no máximo e música de fundo a sair do computador que é impossível não ouvir o toc toc toc matraqueado de minuto a minuto no corredor. A pergunta que se põe é o que é que uma mulher tem de fazer que a obriga a andar no corredor uma vez por minuto. Comer a tal peça de fruta, ok, ir à casa de banho 36 vezes, ok, mas e as outras 450 vezes? O que as fará levantarem-se a toda a hora e a todo o instante?

Nunca perguntei isto a nenhuma mulher porque tenho a certeza que se o fizesse me dariam uma resposta incontornável, com a lógica impenetrável que as mulheres sabem imprimir a tudo o que dizem e eu ficaria na mesma. Penso, assim, estar condenado a ouvir tacos de mulher a bater no sobrado até à idade da reforma. Talvez haja coisas piores, sei lá, mas acreditem que não é fácil. E um dia destes, eu seja ceguinho se não pergunto: - Que diabo andam a sassaricar a toda a hora?

Este post foi inspirado (!!...) no post de hoje da Carlota
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domingo, fevereiro 17, 2008

Kosovo



[2331]

Hoje tornei-me mecenas de um novo país. Reclama esse país ter estado sob o jugo dos turcos durante 500 anos e cerca de 100 integrado na Sérvia. E tornei-me mecenas porque a minha quota parte em impostos como cidadão europeu vai lá parar.

No mais, não conheço bem a história para me alongar sobre o assunto. Mas do que conheço, parece-me mal. É tudo muito confuso. E porquê o Kosovo? Cadê os outros?

NOTA: Espantei-me com a precisão com que um general português estacionado no Kosovo afirma que dos 30 mil milhões de Euros enviados para o Kosovo apenas 20% foram para benefício das populações. Os outros 80% (24 mil milhões, portanto), tinham ido direitinhos para empresas multinacionais de consultadoria. Para além de me espantar com o conhecimento exacto que os militares têm destas coisas (com esta precisão só me recordo do vagomestre da minha companhia que lá fazia as contas dele e conseguiu comprar uma casa na terrinha e ninguém passou fome no quartel),
espanta-me como é que com números destes não há uma "investigaçãozinha"? Havia de ser cá na terra que eles haviam de ver como elas mordiam. E logo multinacionais.
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A sabedoria


[2330]

Quando lhe perguntaram pelas pessoas que lhe viraram a cara depois do "25", Cilinha respondeu: "toda a espécie de pessoas, conhecidos e até algumas que me tinham pedido coisas." E rematou: "quem reage assim é um desgraçado." Quanto aos políticos de hoje, Soares é "um simpático aldrabão, engraçadíssimo", "Cavaco está a fazer um bom lugar como Presidente da República, e o Ramalho Eanes também foi muito sério." Todavia, para ela, "democracia em Portugal, e nos países latinos, é quase uma anedota revisteira..."

Trecho retirado do Portugal dos Pequeninos, a propósito de uma entrevista de Cecília Supico Pinto ao Expresso.
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Falta de tudo



[2329]

A minha reflexão de fim-de-semana vai para a reunião de Sócrates com professores socialistas, na sede do Partido ao Largo do Rato. Porque na cena patética da reportagem apareceu um primeiro-ministro iracundo, zangado e malcriado, sem estofo democrático nem vestígio de tolerância que lhe pudesse ter sido inculcado, quanto mais não seja pelo regime em que vivemos. Um primeiro-ministro refém das pressões internas do Partido, dos lóbis do governo e de cabeça cheia com o que os seus assessores de imagem lhe dizem e ele não sabe ou não consegue digerir e assimilar. Um primeiro-ministro sem qualquer cultura de cidadania ou liberdade, deslumbrado com o poder e supinamente irritado com quem lhe faz frente.

(Ocorre-me a entrevista que vi hoje na CNN de McCainn a Larry King e a forma elevada como o senador candidato respondia às questões de Larry King e às ácidas críticas de Obama e Clinton. Também me ocorre a diferença entre as perguntas de 5 segundos de Larry e as perguntas de três minutos da Judite de Sousa ou da Fátima Campos Ferreira, mas isso não vem agora a propósito)

E se de um lado aparecia um primeiro ministro zangado, nervoso e malcriado, no outro via-se um punhado de professores rebarbativos, comicieiros, igualmente malcriados e aflitivamente mal preparados para o mister que desempenham (Aparentemente membros de um auto denominado grupo de professores revoltados que, aparentemente, funcionam através de blogues e sms’s), mas diligentemente engajados nesta espécie de 2ª edição de PREC a que se tem correntemente assistido nestes últimos meses.

De um lado e de outro o desvario, a pobreza de espírito e o reflexo triste da sociedade que somos. Sobretudo uma gritante falta de nível, o que assusta, se pensarmos que se trata de membros do governo (os que nos governam) e de professores (os que ensinam os nossos filhos).

É nestas ocasiões que ganha relevância o conteúdo de posts como este.
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Serviço público Espumadamente


Clicar na foto para ver em grande

[2328]

Se tens rugas, espinhas e a pele sequinha
Borbulhas, manchas, pregas no pescoço;
Se o teu regaço já lembra pele de galinha
E entre cada falange tens um caroço;

Ou se nada disto tens, mas és prudente mulher
E fazes da classe e do bom gosto
O teu lema e permanente mister
Cuidando de ti toda. Do teu rosto,

Dos braços, das pernas, do cabelo,
Que a beleza e a frescura não se omite.
Se a tudo acodes com desvelo
E barras o caminho à celulite,

Se gostas ainda de seres bela
E dás importância à tua imagem
E achas que é importante, para tê-la,
O uso de superior maquilhagem.

Então não te faças rogada,
Telefona prá Simone. Que eu sei
Que ela tem resposta adequada
Com uma linha completa da Mary Kay.

Contactos para atendimento pessoal


Simone – 96 5461197

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sexta-feira, fevereiro 15, 2008

Weekend aí


[2327]

Há mudanças de fundo na excitação sentida pela aproximação de mais um fim-de-semana. Houve tempos em que a excitação era mais um turbilhão de ideias e sensações antecipadas pelo período. Em seu lugar começa a instalar-se em mim uma certa serenidade de espírito e um gozo tufinha por um par de dias de descanso do corpo e repouso da alma (estou aqui a pensar sobre a diferença entre descanso e repouso, mas entre corpo e alma, acho que se deve aplicar terminologia diversa).

Porém surge a angústia de pensarmos se esta mudança se deve à sabedoria da alma mas à custa da decrepitude do corpo. Até pode ser que decrepitude seja um termo demasiadamente violento mas, vendo bem as coisas, será disso que se trata. Sobretudo se esse vocábulo não existia sequer no imaginário de centenas de fins-de-semana anteriores.

Permanece a dúvida, instala-se o prazer algo desconhecido da serenidade. Isto só pode ter a ver mesmo com a sabedoria da alma e nada a ver com a decrepitude do corpo. Pensando melhor, não há dúvida nenhuma. Nem dúvida nem decrepitude. É, apenas, a sublimação dos gostos, das prioridades e das exigências feitas matriz por força da tal sabedoria da alma.

E é melhor não dizer mais nada, não vá eu convencer-me que aliada á decrepitude do corpo se está a instalar, também, a idiotia do espírito. Viva, assim, o fim-de-semana à porta. Para todos. Decrépito. Todavia, com estrépito, que é para rimar com decrépito e acabar o post, que tenho de ir trabalhar. Que logo está aí o tal fim-de-semana, sereno, calminho, cheio de sabedoria e assim… chiça, não irrita?

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É tão bom...




[2326]

… ler posts assim, a propósito das angústias de Vital Moreira sobre as bizarrias constitucionais britânicas, a existência de uma religião de Estado e sobre a sua lancinante pergunta se não seria tempo para separar a Igreja e o Estado.

Sem mais comentários, transcrevo o post da Helena Matos e prontifico-me já a colaborar numa vaquinha para Vital apanhar o avião.

"Isto não é uma pergunta. É o programa político duma vida! Por amor de Deus e Robespierre, Vital parta já hoje! O governo agradecerá ser poupado aos seus posts de grande explicador sobre quão de esquerda é José Sócrates. Apanhe o avião Vital e comece logo ainda nas alturas a sua campanha por uma Inglaterra livre das trevas da igreja. Pelo meio não se esqueça do arcaísmo que é representado pela própria monarquia. Nem se percebe como sobrevive aquele pobre país sem república nem laicidade. Vá lá ensinar-lhes como estão atrasaditos, faça-lhes uma Constituição como aquela que tanto tem do seu pensamento e que rege este país desde 1976. Quando voltar triunfante até terá direito a uma serenata na escadaria monumental. Sobre os Lordes não fale muito. Quem sabe ainda os fazem senadores da República?! ".
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quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Violência post mortem


[2325]

Oiço ao acaso, ali pelas notícias da TV, que o Papa autorizou a beatificação da irmã Lúcia. A propósito, a repórter pergunta a uma das senhoras que gravitam pelas igrejas e que eu nunca sei bem quem são ou o que fazem:

- Acha que se a irmã Lúcia fosse viva ia gostar de ser beatificada?
- Não, claro que não. A Irmã Lúcia era muito humilde.


Só posso depreender, pela inteligência do diálogo, que se está a cometer uma violência contra a irmã Lúcia. Então a senhora não gostaria em vida do que lhe estamos a fazer em morta?

Os caminhos ínvios da fé…

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Dia dos namorados

[2324]

No dia dos namorados, vai por ali uma notícia na TV de que os espargos são o melhor que há. Vitaminas, sais minerais, fibras solúveis, baixas calorias, antioxidantes, agite-se bem, leve-se para o quarto e sirva-se quente, frio, verdes ou brancos e creia-se na suas propriedades afrodisíacas.

Confesso que não sabia. Já tinha ouvido falar em ostras, corno de rinoceronte, pimenta do reino e vick´s vapo’rub. Mas espargos, não. Acho-os até uma coisa sem graça e de sabor discutível. Mesmo aqueles enormes que se comem à mão, elegantemente embrulhados em guardanapo de pano. Mas agora que a televisão fala no assunto e olhando bem… talvez que o formato não seja despiciendo.

Está decidido. Hoje vou comer espargos. Se houver, que ali para a minha zona onde trabalho é mais cozido à portuguesa, mãozinhas de vitela com feijão branco e pataniscas com arroz de feijão. Nada, como se vê, de muito romântico. Mas como mantenho um gosto especial pela fantasia, mesmo que não haja espargos, mando vir um bife com ovo a cavalo (está-me a parecer que hoje estou a abastardar um pouco o conceito de namorar, mas tudo bem) e quando chegar àquela parte alarve de encharcar o pão no molho do bife, faço um preito mental às namoradas que tive, às namoradas que tenho e às namoradas que espero vir a ter. Mesmo admitindo que aquela parte "namoradas que tenho" seja claramente uma liberdade poética. Mas não é a liberdade poética uma forma de namorar também?

Namoremos muito, portanto. E consumamos, já agora. Compremos peluches, cartões, perfumes, flores e chocolates. E celebremos uma das mais gratificantes manifestações do jogo do amor. Do homem ao bicho-de-conta, passando pelas aves, répteis e insectos. Rendamo-nos, por um dia, à sublime sensação de cortejar.

NOTA: Depois de ver este vídeo pergunto-me se alguma vez terei feito figuras destas. Provavelmente, piores. Mas isn’t that what’s all about?

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quarta-feira, fevereiro 13, 2008

Incitamento à violência?

[2323]

Ando a ver fantasmas, ou Carvalho da Silva, da CGTP, fez ontem um claro incitamento à violência na sua entrevista à SIC- Notícias (podemos mesmo estar à beira de situações de descalabro, diz Carvalho da Silva – não consegui link do vídeo na SIC-Notícias) ?

Uma boa ideia talvez fosse pôr a CGTP a fomentar o descalabro e o Bloco a intensificar as suas sessões de desobediência civil. De preferência perto uns dos outros. Talvez daqui resultasse qualquer coisa de positivo para uma desejável estabilidade social…
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Herança colonial



Clicar nas fotos

[2322]

Para as almas preocupadas com a continuidade da herança lusitana na África de expressão portuguesa, aqui fica um bom exemplo de como um preocupante desvio dos moçambicanos em optar pela condução à esquerda, supõe-se que pela vizinhança da África do Sul e da antiga Rodésia, foi vencido por goleada com a implantação de um dos nossos mais elevados valores culturais (!!...) – a condução em estrada. Para os menos avisados, é importante frisar que o trânsito se processa pela esquerda, o que ajuda a perceber, na foto acima, como os nossos herdeiros do Índico assimilaram bem a nossas virtudes. Com isto e com a língua, definitivamente instalada no país, não há "commonwealth" que nos resista. Temos a nossa indelével marca garantida por muitos anos.

Fotos aproveitadas do Digital Índico que mantém uma produção permanente e abundante de excelentes fotos de Moçambique. O autor/a do Blog não especifica, mas penso tratar-se da estrada Maputo/Macia. Reparar na legenda do machimbombo.


Glosando uma antiga canção do angolano Duo Ouro Negro, os que conhecem ou gostam de Moçambique devem visitar este blog. Os que não conhecem e não gostam, também devem.

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Distraídos


[2321]

Salvo erro ou omissão, apenas o Jorge Ferreira do Tomar Partido, além de mim próprio neste pequeno post, aludiu ao pormenor da Câmara Municipal de Lisboa ter sido condenada por tribunal ao pagamento de cerca de 18 milhões de Euros à empresa construtora do túnel do Marquês, em resultado dos atrasos provocados pela providência cautelar interposta por Sá Fernandes, que nos fazia uma falta imensa e um dia deve ter acordado a pensar que parar as obras devia ser giro. Tanto quanto julgo saber, as razões para a providência eram infundadas pelo que, salvo melhor opinião, o Zé que nos fazia falta é responsável por uma derrapagem de 18 milhões de Euros que devem fazer muito mais falta que ele próprio.

Infelizmente este episódio passou mais ou menos despercebido na comunicação social pelo que fico com a ideia que há muita gente distraída. É pena. Há pouco tempo, as festas e as sestas de Santana Lopes faziam correr tumultuosas torrentes de verbo. Mas, vistas bem as coisas, agora trata-se apenas de uma multa de 18 milhões de Euros. Além de que o Zé nos faz uma falta imensa e o Pedro não nos faz falta nenhuma.

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terça-feira, fevereiro 12, 2008

Mindshelves


[2320]

Ainda sou do tempo em que a Ti fazia posts todos os dias. Zangava-se imenso com os tradutores da Lusolândia e fazia bacalhau com natas quase tão bem como eu bordo a ponto-cruz. O tempo passou, ela teve uma menina linda, os posts diminuiram em número mas continuam a ter a graça e o tique da blogger mailinda da blogoesfera.

E agora que a shelf júnior vai estando crescidinha que tal aumentar um pouco o ritmo?

Em todo o caso três anos é já um longo período para a vida geralmente curta da maioria dos blogues. Aqui ficam os meus parabéns e os votos para que não pares.

Tchin Tchin

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Mau perder


[2319]

Alguma esquerda não sabe, nunca soube, perder. É resmungona, trauliteira e pesporrente. Sempre assim foi e só os grandes acontecimentos históricos absolutamente incontornáveis, como a queda do muro ou a desagregação dos países do bloco de Leste, permitiam alguma aparente remissão ideológica para consumo caseiro. Porque eu não esqueço os tempos em que ela, hoje cosmeticamente democrática, vivia amancebada e em idílio permanente com os regimes totalitários e mentirosos, mesmo que assumindo a superioridade intelectual de acharem necessários alguns retoques nos excessos dos “bárbaros”.

Por muito que alguma da esquerda democrática, a dos votos, se ajuste há os chamados tiques. Os tiques que lhe ficaram do autoritarismo, da intolerância e da ortodoxia dos bons tempos do amigo em cada esquina ou das amplas liberdades aspergidas na trovas do vento que passava para amadurecer o milho verde ao sol que haveria de iluminar e aquecer a humanidade. E o resultado é este. Perdem a cabeça, a compostura, e dizem as barbaridades que lhes vêm à cabeça. Sem pudor, sem decoro, intolerante, sem lisura e, muito menos, elegância. Corpos estranhos de quem tem uma noção muito peculiar do poder.

Vale a pena ouvir aqui António Costa, o presidente da Câmara da minha cidade a referir-se ao jornal Público, a propósito da reportagem/investigação sobre José Sócrates. Via.

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Os "ah ah ah" "clap clap clap" men


Com a devida vénia à simpática e sorridente vaquinha

[2318]

É extraordinário como há gente que ri e gente que aplaude sempre que isso lhes traz alguma visibilidade. É uma visibilidade quase nula, convenhamos, já que tanto palmas como risadas resultam num efeito sonoro, raramente mostrando quem as produz. Mas a verdade é que rir de uma piada ou de uma gesto de alguém com visibilidade pública confere aos ridentes um protagonismo simbiótico e isso já é o suficiente para lhes confortar a alma e activar o sistema hormonal.

A propósito desta reflexão, ocorre-me o gesto de desdém (autêntico desdém) de um dos participantes no Prós e Contras de ontem sobre a justiça (uma injustiça…), o professor Hespanha, que quando ouviu falar no nome de Marcelo Rebelo de Sousa, já nem sei bem a propósito de quê, abanou a mão assim ao jeito de quem acabou de se assoar a jogar futebol. Remédio santo. A "gente que ri" lançou-se numa fervorosa gargalhada. Nunca se fica a saber bem o porquê da risada. As pessoas riem em função do fenómeno da simpatia que tanto pode funcionar no riso como no rebentamento duma granada, aprendi isso na tropa. A tragédia é que os próprios que riem também não sabem. Eles riem porque alguém se referiu a uma figura pública em termos desdenhosos. Provavelmente rir-se-iam se amanhã Marcelo abanasse a mão em relação a Hespanha. É preciso é rir. E demonstrar que estão com a personalidade do momento contra alguém ou contra alguma coisa. Na maior parte das vezes não têm opinião formada ou, sequer, têm a mínima ideia do que se está a tratar. Mas riem. Riem. Nós, que somos conhecidos como um povo fatalista e macambúzio, rimo-nos sempre nestas ocasiões. Talvez por isso a melhor receita para se pôr gente a rir ou a bater palmas é falar mal de alguém. Salvo casos como este, em que estou há três minutos a escrever mal de nós próprios e tenho a certeza de que ainda ninguém se riu. Mas, claro, eu não vou à televisão nem ninguém me conhece.
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segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Dois anos de Postais



[2317]

A Sinapse completou dois anos de crónicas frescas, cheias de humor e com um apurado sentido de observação e de estética blogosférica (não sei bem o que é que isto poderá significar, mas é inegável que tens estética blogoesférica, pronto e não se fala mais nisso...).

O seu Postais de BXL passou a ocupar-se de NYC. E convenhamos que se tem ocupado muito bem.

Aqui lhe deixo os meus parabéns e os votos sinceros de que continuemos a ter Postais de BXL por muitos anos.

Tchin Tchin
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Uma casa portuguesa

[2316]

Já o meu avô dizia que para um português ser feliz bastava ele ter possibilidades de fazer uma marquise, um alpendre e uma coelheira. Este pensamento encerra mais sabedoria do que parece, ou não fosse o meu avô, na sua simplicidade, bem mais sábio do que parecia. Eu, de geração mais recente e com acesso a outros atavios, poderia acrescentar aqui algumas coisas como uma fogueira no quintal, para queimar o lixo, uma parede a jeito de ser caiada e, mais tarde, um telemóvel e um carrinho (a gasól, claro, a gasól…) com vidros de subir

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domingo, fevereiro 10, 2008

Cacharolete de palavras



[2315]

A Laura pede-me para mencionar doze palavras da minha preferência. Tenho a certeza que haverá 12.000 x 12 mais do que as que menciono, mas se estas me vieram primeiro à cabeça, por alguma razão deve ser.

Não “explico” o porquê de cada uma. Limito-me a referir que optei pela lista que segue porque se trata de palavras harmónicas, de fonia agradável e estranhamente estética (pelo menos para a minha sensibilidade) e muitas delas, mesmo, onomatopaicas, factor que eu acho de grande valor na avaliação da riqueza de uma língua. Se esta selecção tem algum significado subconsciente, pois deixo ao livre exercício de cada um.

Aqui vão elas (juntamente com uma pequena reclamação, que isto de passar ao Espumante e a todos os que tiverem paciência é, no mínimo, persecutório e não permite baldas.). E passo a corrente a quem tiver paciência para a continuar.

(Por ordem alfabética)

Acalmia
Aldeia
Alfarroba
Brisa
Cascata
Castelo
Cereja
Lago
Lua
Papoila
Prado
Violino
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sábado, fevereiro 09, 2008

On cherche encore des mots

[2314]

Alguns dos meus amigos apontam-me como demasiadamente anglófono. Não é inteiramente verdade. E a propósito da entrevista a Charles Aznavour pela Judite de Sousa e pelo Expresso, aqui fica aquela que para mim é a sua mais bela, mas também mais triste, "chanson".

Bom fim-de-semana para todos


Que c'est triste Venise
Aux temps des amours mortes
Que c'est triste Venise
Quand on ne s'aime plus
On cherche encore des mots
Mais l'ennui les emporte
On voudrait bien pleurer
Mais on ne le peut plus
Que c'est triste Venise
Lorsque les barcarolles
Ne viennent souligner
Que des silences creux
Et que le coeur se serre
En voyant les gondolles
Abritter le bonheur
Des couples amoureux
Que c'est triste Venise
Aux temps des amours mortes
Que c'est triste Venise
Quand on ne s'aime plus
Les musées, les églises
Ouvrent en vain leurs portes
Inutile beauté
Devant nos yeux déçus
Que c'est triste Venise
Le soir sur la lagune
Quand on cherche une main
Que l'on ne vous tend pas
Et que l'on ironise
Devant le clair de lune
Pour tenter d'oublier
Ce qu'on ne se dit pas
Adieu tous les pigeons
Qui nous ont fait escorte
Adieu Pont des Soupirs
Adieu rêve perdu
C'est trop triste Venise
Aux temps des amours mortes
C'est trop triste Venise
Quand on ne s'aime plus

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