segunda-feira, julho 11, 2011

Segunda-Feira azul (isto em inglês soava melhor mas Cavaco Silva disse para pouparmos divisas)




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O estado do tempo, mais o montante das nossas dívidas, menos o tempo que passou desde o último Natal, vezes o tempo que já passou desde as nossas promessas de Ano Novo e que não cumprimos, elevado a uma potência correspondente aos níveis da nossa baixa motivação, a dividir pelo grau de consciência adquirida de que há uma premente necessidade para tomarmos uma atitude é uma fórmula que vi algures por aí e que define bem o que vai na alma de um cidadão a uma segunda-feira de manhã, uma coisa a que um professor da Universidade de Cardiff decidiu chamar «blue monday».

Se juntarmos a isto o facto de me terem chamado lixo na passada semana e, mais grave, eu sentir, nas tripas, que têm razão; de me lembrar que o meu escritório está a produzir um cheiro suspeito que me lembra qualquer coisa entre o cheiro de um curto-circuito e de um charroco com três semanas de frigorífico; e que houve acidente na Marginal ao Alto da Boa Viagem que ocupa duas faixas de trânsito, faz-me vacilar entre seguir para Lisboa ou meter-me na cama outra vez.

Olho pela janela e vejo dois passarinhos a cortejarem-se em cima da nespereira *. Sozinhos, saltitantes e pujantes de alegria e desejo. Para eles não há segundas-feiras azuis nem nenhum daqueles «trecos» da parafernália stressante que condiciona a catadura de um homem que tem de ir trabalhar. Um dia destes deixo crescer asas e passo a ir saltitar para o «cucuruto» de uma nespereira nas manhãs das segundas-feiras *.

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segunda-feira, maio 26, 2008

Um, dois, três, vou trabalhar


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Há segundas-feiras mais segundas-feiras que outras. É um postulado a que ninguém escapa. Porque não pode, mesmo que queira.

Lidos os blogs do costume, assim um pouco em diagonal (o suficiente para perceber que se me tivesse cruzado, salvo seja, com a Carlota em 1998 tê-la-ia confundido com a Jennifer Aniston o que teria sido, no mínimo, tumultuoso) resta-me entrar no carro e fazer-me à marginal que ainda é alternativa à A5, apesar do congestionamento habitual no Alto da Boa Viagem.

Ontem á noitinha eu sentia uma catadupa de ideias de coisas que tinha de fazer hoje. Esta manhã a catadupa feneceu, o tempo está cinzento e convidativo a reflexões etéreas e já arranjei três desculpas para atrasar a ida para o chuveiro. Há qualquer coisa que não está bem…

Bom trabalho para todos.
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segunda-feira, fevereiro 25, 2008

De preto vestida...


80th Annual Academy Awards®
Nicole Kidman


Nicole Kidman on the red carpet in a Balenciaga dress accented with L'Wren Scott necklace and makeup by Chanel Beaute.

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Não devia haver segundas-feiras. As conhecidas blue-monday anglosaxónicas. Devíamos ficar em casa, sobretudo quando elas (as segundas) se seguem a uma noite de Óscares e acordamos com os olhos remelados de glamour e o pâncreas mais ou menos agitado com o humor mais ou menos engelhado do Jon Stewart. Devíamos ficar no sofá, pôr o telemóvel em silêncio, almoçar uns croquetes avulso, dormitar aqui e ali (liberdade poética) e esparramarmo-nos no sofá, com os pés na beira da mesinha da sala, que é uma postura (esta é do futebol) que as mulheres abominam mas que está perfeitamente alinhada com os parâmetros zootécnicos nacionais. E eu, muito dado à verdade zootécnica da coisa, acho que se há coisa que faz bem é estender o pezinho até à mesinha da sala e fazer de conta que nem reparámos.

Mas segundas-feiras. Não dá para pôr o celular no silêncio e aqueles minutos, depois do café, em que pus o pezinho na mesa e me deixei evolar na sonolência gostosa de quem acabou de acordar foram estranhamente entrecortados com pensamentos estranhíssimos que têm a ver com tudo menos aquilo que me apetecia fazer. Tudo a ver com o trabalho, claro. Que nós somos um animal de hábitos. Até ao trabalho nos habituamos.

E assim, lá vou eu para o banho. Um pouco mais tarde que o habitual que esta coisa de ficar a ver os Óscares (aguardo as reacções do gineceu blogoesférico aos vestidos do mulherio - esta é machista, eu sei… mas apeteceu-me dizer assim -) que por lá apareceu. A Sofia costumava ser muito explícita neste pormenor. Mas tem-se escondido um bocadinho. Vejamos se este ano ela se "descose"! Para mim, pelo que vi, a Nicole estava, de preto vestida, stunning. Fico a aguardar.

Pronto e agora vou ver vestidos para outra freguesia. Depois de meia hora de carro e de Fórum da TSF. Que são coisas sem glamour nenhum, mas é o que se pode arranjar para um pobre como eu que não vive em LA e o único acting que sabe é pôr uma cara muito séria nas reuniões de trabalho, mesmo quando está com uma vontade tremenda (ai o “tremendismo” de Vitalino Canas, adorei esta do tremendismo, que não existe, dá erro na correcção ortográfica mas eu ao Vitalino desculpo tudo) de se rir.

E pronto. Assim, sem querer, lá arranjei um post. Que isto anda difícil. Bom trabalho para todos.

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