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O desafio da IO é interessante. Tem a ver com livros, os livros são um dos instrumentos marcantes da nossa formação. Dizer que os livros nos marcam muito, pouco ou não marca coisa alguma é um pouco redutor, eu acho que há uma dinâmica muito própria nesta coisa da leitura, pelo que ler Mark Twain quando temos doze anos ou cinquenta não é exactamente a mesma coisa. Mas vou fazer uma lista de dez livros, sem pesquisa e obedecendo apenas à cronologia temporal, ou seja, os primeiros livros que comecei a ler, ainda criança, e que retenho na memória. E á medida que me vierem à cabeça. Eu acho que só por isso, por me virem à cabeça, poderá significar que me deixaram alguma marca. Boa ou má, mas marca.
"As aventuras de Tom Sawyer e Huckleberry Finn"; "A Cabana do Pai Tomás", "O Velho e o Mar", "A 25ª Hora", "24 Horas da Vida de uma Mulher" e "O Jogador de Xadrez" (estes dois a contarem como um por serem do mesmo autor) e isto já perfaz cinco. Daqui para a frente cresci e tenho alguma dificuldade em referir livros, citarei, portanto, autores que me marcaram, pelo que referirei cinco, para dar o tal número de dez. Assim:
Eça, Joyce, Faulkner, Shaw, Shelley (marido e mulher), Keats, Byron e Russel e a poesia (sempre) de Whitman (afinal deu mais de cinco…).
Isabella, esta lista é muito redutora… então e os policiais? Spillane, Stout, Chandler, Della Street e Mason, Christie, Simenon e tantos outros, entre autores e personagens que devorei, extasiado ? E Sttau Monteiro, que o li de fio a pavio ?
E a banda desenhada da juventude, do Mundo de Aventuras ao Cavaleiro Andante? E a obra com-ple-ta de Hergé que li to-da? E a colecção inteira de S. Zweig que comprei a prestações numa daquelas furgonetas que corriam as universidades a vender livros da Porto Editora, em encadernações muito baratas para possibilitar preços baixos? E, e, e, e e?
É um exercício difícil.
Agora estou a ler pouco, quase nada. Jornais, todos e blogs, muitos. Acho que é a parte negativa da rede. O computador vai paulatinamente substituindo o livro, apesar de todos nós acharmos que nunca a magia de ter o livro na mão desaparecerá.
A ver vamos…
“Five lines” que ainda hoje cito de cor:
"Teach me half the gladness
that thy brain must know,
Such harmonious madness
from my lips would flow
the world should listen then---as I am listening now."
P. Shelley
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