O balde
[2037]
Não tenho uma ideia muito firme sobre a distribuição de seringas nas prisões. Numa primeira análise, parece-me que patrocinar e legalizar essa distribuição é admitir, sem ressalvas, que as drogas duras circulam alegremente pelas prisões. E isso, à partida, parece-me revelador de um deficiente controle, conivência de guardas prisionais e, eventualmente, participação no “negócio” por parte dos próprios agentes de segurança das prisões. Logo, distribuir seringas parece-me a assunção clara destas responsabilidades.
Do ponto de vista médico, porém, poderão existir razões que desaconselhem a interrupção, de chofre, das drogas a um recluso. Não sei. Presumo que sim. Mas que se faça da distribuição de seringas um mero objecto de propaganda política, que é o que declaradamente se faz e que não haja a preocupação de acabar com o vergonhoso balde higiénico é que me parece indigno, ainda que digno da forma como costumamos tratar estes problemas. A pontapé.
O tema é escabroso e, repito, podem existir mil razões para se encarar, sopesar e resolver a questão do consumo de drogas nas prisões. Mas fazê-lo, sobretudo com o alarido do costume, sem acabar de vez com os baldes é que suscita um desejo legítimo de mandar esta gente toda despejar os baldes todos os dias, antes de se armarem em moderníssimos agentes de causas.
Não tenho uma ideia muito firme sobre a distribuição de seringas nas prisões. Numa primeira análise, parece-me que patrocinar e legalizar essa distribuição é admitir, sem ressalvas, que as drogas duras circulam alegremente pelas prisões. E isso, à partida, parece-me revelador de um deficiente controle, conivência de guardas prisionais e, eventualmente, participação no “negócio” por parte dos próprios agentes de segurança das prisões. Logo, distribuir seringas parece-me a assunção clara destas responsabilidades.
Do ponto de vista médico, porém, poderão existir razões que desaconselhem a interrupção, de chofre, das drogas a um recluso. Não sei. Presumo que sim. Mas que se faça da distribuição de seringas um mero objecto de propaganda política, que é o que declaradamente se faz e que não haja a preocupação de acabar com o vergonhoso balde higiénico é que me parece indigno, ainda que digno da forma como costumamos tratar estes problemas. A pontapé.
O tema é escabroso e, repito, podem existir mil razões para se encarar, sopesar e resolver a questão do consumo de drogas nas prisões. Mas fazê-lo, sobretudo com o alarido do costume, sem acabar de vez com os baldes é que suscita um desejo legítimo de mandar esta gente toda despejar os baldes todos os dias, antes de se armarem em moderníssimos agentes de causas.
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Etiquetas: balde higiénico, política, seringas
3 Comments:
Ora aqui está um tema escaldante! Se pensarmos que o problema da remissão total do consumo de drogas só acontece em 30% dos consumidores e que muitos dos presos são consumidores crónicos, a coisa complica-se. Talvez fosse mais honesto introduzir metadona, agonista por excelência e, ainda que controverso, classificado como medicamento, logo legal, como deviam ser todas as coisas dentro de uma prisão. Claro que sempre é melhor do que permitir infecções/ reinfecções, mas o problema de base mantém-se. O que este governo nos está a dizer, claramente, com todo este alarido, é que não é capaz de fiscalizar a entrada de droga nas cadeias. E talvez nem fosse tão complicado: sabendo a quem se entrga o balde, sabe-se claramente quem vai consumir. Talvez não seja assim tão difícil identificar os fornecedores...digo eu. Beijinhos
... ai que eu parto a louça toda sempre que este assunto vem à baila ... este assunto das seringas nas prisões já deu azo a uns comentários bem acesos de minha parte, aqui mesmo e no blog da Carlota ... não vou repetir-me, já é sobejamente conhecida a minha opinião sobre este assunto ...
... às vezes não entendo como catalogar-me politicamente ...
azulinha
sinapse
Estou a cair de sono e amanhã tenho de me levantar às 5 da manhã. Job oblige...
depois respondo quando voltar
Beijinhos
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