segunda-feira, abril 30, 2007

Like father...



[1712]

That's what all the people say...

Bom feriado a todos.

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domingo, abril 29, 2007

Mariquices de Domingo




Boia 3 - Canal de saída de Maputo. Para a direita, rota S, para a esquerda, rota N. Muitas rotas, muito mar!
Clicar na foto para ver a bóia


[1711]

Hoje almocei de filha. Com muito sol e o mar todo do mundo ali representado no panorama magnifico da Casa da Guia. Falámos de aboborinhas, comemos uma espetada e enchemos o papo de mar – o mesmo mar que fez parte integrante da meninice dela e do meu contentamento. Recordo como há poucos anos atrás a via na alcofa, na cabine do barco e, mais tarde, já rapariguinha, sentada na proa com os cabelos desfraldados e pele bronzeada, com o sol a beijar-lhe a cara, de regresso a casa. Para regressar a casa, bastava seguir a direcção do pôr do sol…

Hoje não há barco, a pele está branquinha, o ar mais frio e ela, de rapariguinha passou a mulher. Muito ocupada, muito telemóvel, muito frenesi mas, mesmo assim, com tempo para uma vez por outra ir falar de aboborinhas com o pai, ao sol e junto do mar. Como hoje!


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Deus nos livre...



[1710]

Ler
este post de Vital Moreira faz-me pensar que este homem roça a indigência política, temperada com muita desonestidade. Agora, acha ele que o sonho de Bush é ver as escolas americanas regressadas á segregação dos anos cinquenta, para o que terá nomeado dois juízes ultra-conservadores para julgarem a procedência de duas queixas contra a affirmative action.

É por estas e por outras que me arrepio só de pensar como seria ter gente como Vital Moreira com as rédeas do poder…


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Xadrez



[1709]

Logo à noite, o xadrez é outro.
Mas há que realçar o mérito do Boavista. Sem espinhas e para contentamento da lagartagem e da lampionagem que podem voltar a sonhar…
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sexta-feira, abril 27, 2007

Afinal...



[1708]

Afinal estávamos todos enganados. Aquele pessoal da extrema esquerda que andou no Chiado a partir montras, a borrar paredes, a fazer cocktails Molotov e a bater nos polícias nao era a esquerda. Era a direita.
Quem o diz é Medeiros Ferreira. E se ele o diz...
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Voortrekker monument



Assim como assim, clicar na foto, para ver a monumentalidade da coisa

[1707]

Olha,
Luna, como nunca mais encontravas, encontrei eu por ti. Andava perdida pelo Insurgente e eu surripiei-a.

De resto temos aí o fim-de-semana à porta e nada como começá-lo com a visão salvífica de um monumento sul-africano (palavras do Insurgente…) para dar um toque cultural à coisa. Sendo que dar um toque cultural á coisa pode ser sempre uma estimável razão para vir para aqui dizer meia dúzia de parvoíces. Por muito culturais que sejam. Mas, admitamos: o monumento está nem belíssimo estado de conservação, am I right?
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Uma forcinha a uma amiga



[1707]

Minha querida amiga

Este fim-de-semana vais contar comigo a fazer força pelo teu Boavista. Porque será?
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quinta-feira, abril 26, 2007

Provincianismos


Ora aqui está um tema de interesse nacional


[1706]

CAA deambula pela endémica centralização portuguesa e na falácia inconsciente dos lisboetas, tornando os problemas da minha rua em temas de interesse nacional. A isso chama-lhe CAA provincianismo e eu concordo com ele. Inteiramente. Tal como com a generalidade do conteúdo do seu post.

Mas CAA dá, ele próprio, uma imagem de provincianismo (fenómeno em que ele, aliás, é recorrente, sobretudo em se tratando de futebol em geral e do FCP em particular) ao assacar a responsabiblidade de episódios “provincianos” como o de ontem na inauguração do túnel do Marquês. Certo é que não me faltariam exemplos de provincianismo genuino da invicta cidade do Porto, desde as peripécias do Metro, às paginas de jornais sobre qual será o melhor fogo de artifício de S. João, se o de Gaia se o do Porto. CAA chamar-lhe-á, provavelmente, bairrismo, eu chamar-lhe-ia provincianismo em estado puro, sobretudo o desconforto permanente em que os portuenses se colocam em relação aos lisboetas, sem que se perceba bem porquê, porque poucos ou nenhuns são os lisboetas que se sentem desconfortáveis em relação aos portuenses... usando o inglês técnico do nosso “primeiro”, they couldn’t care less!

De resto esta é uma pecha velha. Até um túnel “mixuruca” com pouco mais de 2.000 metros espoletou um post bairrista do CAA. É verdade que lá foram cerca de 12.000 pessoas à inauguração. Curiosamente, pelo menos a avaliar pelo sotaque das que falaram para a reportagem da televisão, nenhuma delas me pareceu de Lisboa. Muitas, das Beiras e a maioria, do Porto ou arredores. Até os responsáveis pelos Corpos de Bombeiros (conhece-se a tradicional vocação do Norte para a pirotecnia...). Mas foi coincidência, com certeza, estou certo que lá estariam alguns lisboetas.


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Tropel



[1705]

“Isto devia ser aberto era pelo povo, pá” e “isto é uma infra-estrutura muito perigosa para os portugueses” foram duas expressões usadas ontem na inauguração do túnel do Marquês. A primeira expressão foi usada por um “dos homens de luta” que eu não sei bem o que sejam, mas também não interessa muito. A outra é usada por um vereador da Câmara Municipal de Lisboa, arquitecto de profissão e terrorista por vocação, ambas no meio de um tropel furioso de cerca de 12000 pessoas que acharam que percorrer o túnel a pé seria um bom programa de feriado.

Por entre outras declarações semelhantes (“isto não está seguro”, dizia um idoso de bigodes amarelos, com ar de mestre de obras aposentado) e uma correria de jornalistas a perseguir (literalmente), aos gritos, Carmona Rodrigues para lhe fazerem perguntas sobre a Braga Parques, o quadro era deprimente e reflecte bem o “estado da Nação” que é um programa de televisão mas devia muito bem ser uma preocupação para todos nós.

Não é fácil explicar a uma criança de dez ou doze anos o absurdo de um quadro como este. Um túnel a ser aberto para o benefício de cidadãos e a turba a proporcionar esta coreografia. E cada vez se torna mais clara a dificuldade que outros povos têm em nos “perceber”. Se até nós, indígenas, não nos percebemos, como perceberão os outros?

A comunicação social não está isenta de culpas neste espectáculo. No fundo, são farinha do mesmo saco. Com o pormenor dos pozinhos com que foi polvilhada nas faculdades.

Ler Pacheco Pereira, num curto mas incisivo
post sobre esta matéria.


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quarta-feira, abril 25, 2007

Irritações

[1704]

Se uma pessoa
pode escrever como lhe der na real gana, malbaratando regras gramaticais e fazendo alarde do arbítrio dos seus apetites, designadamente na aplicação de maiúsculas, porque carga de água é que um deputado do PSD não pode usar o casaco que lhe apetecer ou que julga lhe fica bem?

E porque é que um casaco de mau gosto leva
a senhora de Glória Fácil a irritar-se tanto com o epíteto senhora de (situação aliás bem destrinçada pela Helena Matos no Blasfémias) que até se preocupa em saber quem é que escreve estas merdas? Ou a embirrar com a presença do Cardeal Patriarca na Assembleia da República e, por via disso, achar que o João Miranda produziu uma lamentável aleivosia e manifestou a sua pequenez e revelou o seu carácter e o seu pensamento?

No fundo, do que se trata é da habitual superioridade da esquerda e da sua intratável incapacidade de acatar o jogo democrático. Tenha a ver com o gosto por casacos de deputados da direita ou com a irritação de um primeiro ministro que não suporta críticas e as acha uma forma de permanente botabaixismo.

E porque é que estou a falar nisto se não tenho nada a ver com estas merdas?

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Mistérios



[1703]

Minha
boa amiga. Porque diabo se escreve primeira-dama e bem-educado com hífen e semicírculo sem hífen? Ou é o meu computador que é esquisito?
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O 25 de Abril hoje



Cavaco Silva, hoje


[1702]

Na sessão de hoje na Assembleia da República, retive:

1 - A magna questão da falta de gravata dos deputados do Bloco de Esquerda parece-me ultrapassar já o simples plano de uma idiossincrasia avulsa de Louçã. A falta de gravata é uma figura de estilo, obriga a reparar, obriga a comentar, é o equivalente aos óculos escuros de Abrunhosa. É possível que um dia, ele tire os óculos. E que Louçã e os seus rapazes coloquem uma gravatinha;

2 - Não fossem estas cerimónias e esquecia-me dos Verdes. São uma fatalidade da democracia, mas têm a virtude de não chatearem muito as pessoas e, sobretudo, são mais bem-educados que o Bloco (ver como Louçã, Fazenda e Rosas riam a bom rir com o discurso do Nuno Magalhães do CDS-PP - é a habitual ausência de berço dum grupelho que é livre de pensar o que quiser mas que deveria sempre ouvir os presentes sem aquele ar de quem tem de ouvir um bando de deficientes mentais. Mais votados do que eles, mas deficientes);

3 - Uma vez mais Mário Soares foi apanhado de língua de fora. Ou melhor, não é só a língua de fora. Ele tem aquele jeito próprio de esticar a língua muito direita, muito tesa, de cada vez que tosse, sem se dar ao trabalho de pôr a mão à frente. Desta vez a tosse e respectiva língua, tesa, de fora, coincidiu com a passagem da primeira-dama de costas por ele, a tomar o seu lugar. Foi, no mínimo, grotesco, embora me proporcionasse uma boa gargalhada;

4 - O antúrio é uma flor lindíssima. Todos os anos me delicio com o efeito estético de tantos antúrios no semicírculo;

5 - Para tudo é preciso gosto. Até para se pôr um cravo na lapela. Que o diga Jaime Gama (eu sei que isto está a começar a parecer uma crónica do Carlos Castro, mas está a saber-me bem estar em casa, com a ventania que vai lá por fora e eu aqui a escrever qualquer coisa…) que colocou um cravo na lapela em que só se via a ponta das pétalas. Shy carnation?

6 - Tenho notado que uma das primeiras coisas que acontece aos governos (todos os governos) é engordar. Este tem apenas cerca de dois anos e estão todos gordos. António Costa, pura e simplesmente não cabe no fato. Jaime Gama transborda das calças. E o próprio Sócrates está pork’n cheese fat (how about my inglês técnico?);

7 - Os discursos… sempre o mesmo. A oposição fala do que ficou por fazer e o governo fala do que foi feito. Já cansa. Salvou-nos Cavaco, com um discurso muito positivo, inteligente e mostrando como as celebrações podem e devem ser feitas;

8 - A brigada do reumático (os heróis de Abril) está cada vez mais parecida com os Marretas. Nada a fazer…

Tudo junto e somado foi o que me ficou da celebração dos 33 anos do 25 de Abril. Já vi este filme 33 vezes. A película está gasta e os actores estão obsoletos. Ou se pega no discurso de Cavaco (
Medeiros Ferreira achou-o inócuo, mas quando o inócuo releva da vacuidade do crítico já não é grave) e se transmite aos jovens uma mensagem diferente da que temos passado até aqui e esperamos resultados palpáveis para o bem de todos ou vamos continuar a fazer do 25 de Abril uma arenga de heroicidades e sacrifícios que, por muito que tenham realmente existido não poderão constituir o nosso fado do futuro. Muito menos um guião obrigatório. Já chega.


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terça-feira, abril 24, 2007

Inglês técnico...



[1701]

O post mais divertido da semana.

Roubado à
Zazie

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O senhor Emílio. Emílio?

[1700]

Começamos a perceber que estamos num processo irreversivel de dislexia PDI quando reparamos que conhecemos já há um ano um senhor chamado Emílio, dirigimo-nos a ele invariavelmente tratando-o por senhor Ilídio, pedimos desculpa e corrigimos para Idílio e, já com cara de idiota, rematamos: Desculpe-me estas trocas, senhor Emídio. É que ando um bocado cansado.

Nota: Qualquer semelhança com a vida real NÃO é coincidência. É verdade, é recorrente, é irritante, o sr Emílio... Emídio... Ilídio... Idílio, não tem culpa nenhuma mas eu também não. Palavra de honra que acho que não.


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Espantos



Teheran girl

[1699]

Numa cidade de 7.000.000 de habitantes, a polícia anda ocupada a ver se as mulheres têm alguma madeixa de cabelo à mostra, se andam de calças ou de roupa muito justa e recomendam o uso do chaddor. Para o efeito interpelam as mulheres na rua, distribuem folhetos, dão recomendações orais e “evangelizam” as pobres no sentido atrás referido e já procederam mesmo à detenção de 1300 mulheres.

Num apontamento de reportagem de rua para uma televisão, os cidadãos acham a medida um bocadinho exagerada, mas acham muito bem.

Por mim, já nada me espanta, como dizia o Mariano Gago há dias. Minto. Uma coisa me espantou. É que a Benneton acabou de abrir uma grande loja de roupa em Teerão…


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A velha escola socialista



[1698]

“…nous savons qu'il n'y a pas d'efficacité économique sans progrès social.”

“J'appelle ce soir au rassemblement de toutes celles et ceux qui… veulent faire triompher toujours les valeurs humaines sur les valeurs boursières”
(Portugueses e portuguesas...)

“J'entends instaurer des règles justes dans la mondialisation, maintenir en France nos centres de décision et notre tissu industriel, refuser la régression sociale qu'entrainerait l'abandon à un libéralisme effréné.”

(Extractos do discurso de Ségolène Royal)

O discurso económico de Ségolène Royal, durante toda a campanha, foi deveras indigente, e provocou cisões na sua equipa na campanha, devido ao disparate das promessas do seu programa eleitoral - uma sinfonia de medidas de despesa pública, que faz lembrar o custo das promessas de um antigo primeiro-ministro lusitano que também não sabia fazer contas e que também gostava de jargões à la Ségolène.“As pessoas não são números”, dizia.

Alguns anos depois de tão forte aposta nas pessoas ainda estamos todos pendurados nos números.


Ler o post completo do JCD
aqui.
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segunda-feira, abril 23, 2007

Idade Média?



[1697]

Só lhe falta dizer que Sócrates vai acabar no Inferno a ser assado todos os dias, picado por um exército de diabinhos com forquilhas em brasa.

Isto é conversa para quem? Ainda há eleitorado a quem se possa ou deva falar desta forma? Mal? Castigo? Não há via rápida nem túnel que justifiquem esta forma de fazer política. Considerando a habitual nulidade das políticas do Partido Socialista e a forma como Alberto João lida com o eleitorado, poder-se-ia dizer que se de um lado chove, do outro faz vento.


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domingo, abril 22, 2007

Royal elections


[1696]



É hoje que me atiro a um pudim Royal. Aí pelas 7 da tarde.

Não há pudim de rosa, olha vai de laranja. Mas para este tipo de sobremesa, tanto faz. São muito vistosos, mas falta-lhes a substância de um good old pudim flã, caseiro e consistente.

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Bichinho da saudade


foto 1

foto 2

foto 3

foto 4

[1695]

Falando de elevadores, lembrei-me do elevador do Polana (foto 4). Antigo, aberto, bonito, delicioso. Ainda hoje não percebo porque é que estes elevadores foram sendo gradualmente substituídos por “urnas” metálicas, hermeticamente fechadas.

Falando do elevador do Polana lembrei-me de momentos de um passado recente em que a rotina de uma saltada ao Polana a um domingo proporcionava momentos irrepetíveis noutras latitudes. Umas horas na piscina num cenário deslumbrante (foto 1), um ambiente sereno e agradável, uma refeição nobre de camarões neste restaurante aberto a contemplar o Índico (foto 2) e, com muita probabilidade, um regresso à noite, para um concerto, uma festa, ou a anual festa da cerveja (foto 3).

Não sou saudosista. Mas palavra de honra que esta semana passei por um punhado de situações que contribuíram decisivamente para que, no fundo, eu sinta a falta de tempos e de gentes bem mais interessantes dos que aqueles que atravesso agora. Sobretudo se tenho de andar de elevador ao fim da tarde num centro comercial…
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Carta de elevador?



[1694]

Os portugueses dividem-se em três grupos.

O 1º grupo compreende aqueles que utilizam os elevadores sem fazerem a mínima ideia do que estão a fazer. Carregam nos botões e entram ou saem sem mesmo estar certos do andar em que estão, se estão a subir ou a descer. Entreolham-se na cabine sempre que o elevador pára e aguardam uns segundos até ligarem activarem os neurónios para decidirem o que vão fazer a seguir.

O 2º grupo é uma amostra refinada do portuga esperto. Têm uma vaga ideia que há uma diferença qualquer entre chamar o elevador no botão de descer se querem subir ou no botão de subir se querem descer. Pelo sim pelo não tocam nos dois botões e depois logo se vê. À paragem da cabine esgueiram-se lá para dentro, com ar ladino e superior de quem acabou de descobrir a cana para o foguete, sem dar sequer espaço aos que querem sair, não vá a porta fechar-se de repente e eles ficarem cá fora. Além de que, naturalmente, não “se arrumam” ao fundo da cabine. Ficam ali à beirinha da porta para serem os primeiros a entrar ou sair, conforme os casos. Como é de prever, este grupo de portugueses farta-se de andar para cima e para baixo nos elevadores nos centros comerciais, ocupando estupidamente espaço necessário a outros utentes, mas não só não se importam como mantêm afivelada a expressão “olhem se eu não tenho entrado antes”.

O 3º grupo é composto por um número diminuto de tristes cidadãos, nos quais me incluo, que ainda se irritam e escrevem posts sobre os portugueses dos primeiro e segundo grupos referenciados. Além de irritados, consomem toneladas de kompensan e contêm uma permanente vontade de andar ao estalo.

Nota: Estas linhas resultam de um ida inesperada mas absolutamente necessária a um centro comercial ontem ao fim da tarde. Horas impróprias portanto, absolutamente desaconselhadas. Sobretudo aos idiotas que, como eu, ainda reparam na forma como os portugueses usam os elevadores.

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sábado, abril 21, 2007

Última hora


[1693]
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sexta-feira, abril 20, 2007

A balbúrdia



[1692]

… vai daí, a polícia municipal muniu-se duma carrinha daquelas que também servem para vender farturas e bifanas fora de horas aí pelos cantos da capital, arranjou dois agentes de barriga e bigode, estacionou a carrinha (em contravenção, pois claro…) ali em frente à Basílica da Estrela e lançou-se ao trabalho. No período da manhã trancou dezenas (muitas dezenas) de carros que pelo menos há 10 anos estacionam ali à Praça da Estrela sem chatear nem impedir a passagem a ninguém. E, à tarde, sentaram-se na carrinha (no interior da havia um balcão, um código de estrada e uma máquina de multibanco) e iam fazendo a féria, à medida que os donos dos carros (os tais que há pelo menos 10 anos moram ou trabalham ali) se preparavam para regressar a casa.

Tenho de dizer que a fúria dos “clientes” se foi generalizando e que às tantas até ovos atiraram aos vidros das janelas da carrinha das bifanas (quero eu dizer, das multas…) o que deu origem a diálogos deste quilate:

- Polícia: - Ora atire lá mais ovos, atire…
- Atirador de ovos: - Atiro-lhe os ovos mas é à tromba, seus f. da p….
- Olhe que eu levo-o para a esquadra…
- Você leva-me mas é o c….
- Eu prendo-o…

No decorrer deste diálogo edificante, alguns "clientes" tinham pressa e queriam pagar a conta enquanto outros não queriam pagar e queriam recorrer, e outros queriam que lhes explicassem porque é que os carros não podiam estacionar ali. A esta questão um dos guardas gordos e de bigode (ambos eram gordos e de bigode, mas eu tenho de deitar mão de qualquer coisa para o identificar… o mais gordo, pronto) abria o código da estrada e tentava um período, parágrafo, alínea ou artigo que justificassem a razão de trancarem as viaturas, mas a coisa estava feia. Não era clara. Nem para os guardas nem para os clientes. Num quadro patético, polícias e multados debruçavam-se sobre o livrinho e procuravam algo que sustentasse a decisão de trancar os carros naquele local. Eu, calado (não é fácil discutir com guardas municipais gordos e de bigode assediados por atiradores de ovos, mesmo magros e sem bigode…), aguardava para poder pagar, ao mesmo tempo que era assediado por presentes para não pagar…

Um pandemónio e um espectáculo deprimente. Entretanto, a partir de poucos metros dali, os estacionamentos em segunda via sucediam-se, sobretudo na Sant’Ana à Lapa onde é proibido estacionar, a rua é estreita e TODOS os dias o trânsito pára, porque a rua tem viaturas estacionadas de cima a baixo. Por vezes até lá tem um polícia a desenrascar aquilo…
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quinta-feira, abril 19, 2007

Violência e perigos para a democracia

[1691]

É extraordinário o descaramento com que um comunista (neste caso o deputado António Filipe) diz que a extrema-direita é perigosa porque é violenta. Extraordinário porque sendo a extrema-direita violenta e perigosa, que é, nenhum comunista deveria poder sequer falar, baixinho que fosse, em violência e em perigos para a democracia e liberdade. Que me conste, não há diferenças no conteúdo programático do PCP, pelo que tenho de continuar a olhar para ele como um perigo latente para a minha liberdade e segurança pessoal e que só aceitou fazer parte do regime parlamentar porque não conseguiu o poder pela força, como tentou. E isto para falar só em Portugal, país de brandos costumes onde não se passou de meia dúzia de homicídios confirmados, um punhado de prisões e algumas ameaças avulsas de atirar com os capitalistas para o Campo Pequeno. Porque para falarmos de outras geografias… conheci algumas onde se abatiam desgraçados por sabotagem económica porque eram apanhados com uma nota de vinte dólares no bolso ou se arrebanhava gente como se de gado se tratasse para ser enviada para campos de educação.

São coisas que se vão diluindo na memória das pessoas. Não de todas, felizmente. Mas coisas que fazem parecer os crimes da extrema-direita brincadeiras de criança, quer em quantidade quer em natureza.

Ouvir um trabalhador mal informado a cantar na festa do Avante, genuinamente convicto da bondade do comunismo é aceitável e compreensível. Bonito, até. Ouvir a esquerda engravatada a debitar uma série de dislates bem embrulhados numa deplorável hipocrisia a falar de violências e de perigos para a democracia é que já me leva à náusea. E é isso que Fernando Rosas e António Filipe estão a fazer neste preciso momento no Debate da Nação, na 1.

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Vai um cigarro? (Ou versão curta e encapotada de PDI)



[1690]

Nunca tive tantos achaques (pequenos, mas achaques…) como desde que deixei de fumar. Faz lembrar aquela velha história do Solnado que tomava um comprimido para o estômago, descaía-lhe um rim. Tomava um remédio para o rim, caíam-lhe as pestanas…


Eu estou mais ou menos na mesma. Tomei um anti-inflamatório para uma dor no ombro, fiquei com gastrite. Tomei antiácidos, fiz uma alergia aos polipos nasais. Pulverizei os ditos (os polipos, entenda-se…), apareceu-me um eczema na mão. Apliquei um creme, esqueci-me que o fizera, e cocei um olho… fiz uma conjuntivite. Apliquei umas gotas e hoje de manhã acordei com uma dor no ombro outra vez.

Vai um cigarro?


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Tudo está bem quando acaba em bem



[1689]

Ainda estou com os ouvidos a zumbir com o "estampido" das declarações da UnI, ontem na Conferência de Imprensa.

Às vezes até me fica a ideia de que criar a expectativa das declarações bombásticas ( !! ) foi uma pura manobra publicitária para garantir um máximo de audiências a quem se diria que, afinal, com o aluno Sócrates estava tudo bem e que os documentos que andam a circular por aí são todos falsos e parte de uma acção de assassínio de carácter do primeiro-ministro. Percebi mal ou foi exactamente isso que passou?

P.S. Adorei ouvir Mariano Gago a dizer a mim já nada me espanta


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quarta-feira, abril 18, 2007

Chupa a Teresa, que sabe a framboesa!



[1688]

Como é que se pastoreia um rebanho destes?


"O home até é toxico-independente"


Via
25 centimetros de neve

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Meu Caro,

[1687]

Meu caro JCD

Tal como não estava combinado (espero que seja uma agradável surpresa para si) a seguir transcrevo o seu post sobre a gasolina disponível com a maior facilidade nos lares franceses. Porque está muito bem apanhado e o MST andava a pedi-las porque só fala no FCP.
Não sei que benefício posso tirar desta transcrição, mas de qualquer maneira, aqui fica.

Seu

Espumante

Análise Costa Ribas de Sousa Tavares
Um ano depois das capas dos jornais e das aberturas dos telejornais, queimavam-se mais de 100 carros por dia, em França. A solução para isto está à vista de todos. É preciso proibir de vez a venda de gasolina
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terça-feira, abril 17, 2007

Pequenez


[1686]

Assisti emocionado a algumas imagens do rescaldo do massacre de Virgínia. Vi polícias a responder com total disponibilidade a perguntas de jornalistas, alunos a dar a sua versão dos acontecimentos, a elegia do heroísmo de alguns (como o professor romeno que morreu, salvando algumas vidas de alunos), vi Bush a fazer o que lhe competia e vi a vigília de alunos, pais e familiares pela noite fora, numa sentida homenagem aos colegas mortos. E tudo o que vi decorreu numa atmosfera de muita emoção e dor, certamente, mas com muita civilidade e, sobretudo, respeito.

Por cá as coisas fiavam mais fino. Bastou-me ouvir Miguel Sousa Tavares e o correspondente da SIC Costa Ribas. Desde o imagine-se o que seria Portugal com os lares cheios de armas como os americanos, de Sousa Tavares, até à suprema imbecilidade de caracterizar o assassino como um sul coreano emigrante mas já americanizado com que Costa Ribas brindou a preclara audiência lusitana, assisti, compungido, a mais uma manifestação da nossa pequenez.


Ah! E não havia portugueses nem luso-descendentes entre as vítimas. Morreram 33 mas eram todos estrangeiros.


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A propósito de Ratzinger



[1685]

Costuma ser assim. A vozeirada extingue-se à medida que se vai aumentando o conhecimento sobre as pessoas e as coisas. E foi isso que aconteceu exactamente com Ratzinger, que celebrou ontem os seus oitenta anos, depois de ter sido continuamente fustigado pela nata lusitana durante várias semanas, em jornais, blogues e televisões.

Porque gostaria de ter dito exactamente o que
João Gonçalves escreveu e, ainda, porque ele o faria sempre melhor do que eu, transcrevo na íntegra o seu post:

Joseph Ratzinger celebra hoje o seu 80º aniversário. Simultaneamente é lançado em dois ou três países o seu "Jesus de Nazaré" que talvez apareça por cá em Maio. Bento XVI é chefe de estado e "líder" espiritual de milhões de seres humanos. Foi, no passado, o "fermento" intelectual do pontificado "democrático" e mediático de João Paulo II. É, na minha opinião, o único dirigente mundial com pensamento, determinação, saber e uma profunda consistência cultural e ética. É porventura o único, do lado "ocidental", que pode falar "à cidade e ao mundo" de surdos em que vegetamos. A sua autoridade estende-se a todas as actividades humanas, a começar pela que devia ser das mais nobres, a política. Recrutados nos sotãos das respectivas secções partidárias, sem biografia ou valia cultural e humana de qualquer espécie, arrancados às "lojas de trezentos" que constituem a maior parte das estruturas "representativas" da democracia - os chamados "partidos" -, os donos políticos do mundo são os melhores epígonos do relativismo que Ratzinger despreza. Com os EUA entregues a um cowboy praticamente inimputável, a Rússia a um polícia astuto e mau e a Europa nas mãos de meia dúzia de homens sem qualidades, resta a palavra sensata, sábia e incorruptível do Santo Padre. Deus permita que possamos continuar a contar com ele por muitos e bons anos na denúncia esclarecida da aurea mediocritas a que chamamos vida. Herzlichen Glückwunch zum Geburstag.
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Aquecimento global



St. James Lake, Minnesota - Abril 2007
Foto
The Telegraph

[1684]

Sugestão para hoje: - Sentar Al Gore neste banco durante 2 horas. Em ceroulas.
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Terrorismos


[1683]

Há qualquer coisa de terrorismo nos actos deste vereador. Acorda todos os dias a pensar onde vai largar a bomba. Desta vez é em Alvalade, amanhã pode ser em qualquer outra parte de Lisboa. É preciso é pôr bomba, ser entrevistado e afivelar uma expressão séria ao exclamar “que bom ser vereador da Câmara Municipal de Lisboa”. Tal e qual como acabou de fazer a propósito do embargo dos terrenos do Sporting.

Esta gente é perigosa. Sobretudo porque à boleia do seu populismo e má formação, surge sempre, por arrastamento, um grupo de aprendizes de terrorista que não querem perder um centímetro do parapeito da fama ou do dinheiro que este tipo de situações lhes traz.

NOTA: Não faço ideia dos pormenores da autorização da Câmara para a urbanização dos terrenos contíguos ao estádio Alvalade XXI. Acho é estranho que se fale disto agora. Qualquer pessoa de bom senso sabe que a cidade precisa de espaços verdes, jardins e baloiços para as criancinhas. Mas eu quero acreditar que à altura da construção do estádio, estes “pormenores” foram acautelados, discutidos e, certamente, levados em linha de conta em relação ao investimento. Vir agora Sá Fernandes lembrar-se que falta ali um escorrega e um laguinho de peixes encarnados é que me parece um acto puro de terrorismo. Afinal, o que ele sabe fazer.

Ler, também,
este post do JCD no Blasfémias


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segunda-feira, abril 16, 2007

Não há condições



[1682]

Lá porque Sócrates monopolizou os noticiários este fim-de-semana (ai os hífenes, valha-me deus, que iam ficando para trás…), há justiça na ausência de uma mençãozinha honrosa ao futebol de qualidade que se jogou ali para os lados de Alvalade na passada sexta-feira? Há? Não consola mais ver um golo aos 11 segundos, seguido de hora e meia de bom futebol do que uma trapalhada de diplomas com datas que não jogam com os telefones e códigos postais da época?
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Os humoristas do regime


[1681]

O cartaz dos Gatos Fedorentos foi saudado encomiasticamente como uma nova forma de civismo, como representativo de uma acção política eficaz, com novidade e criatividade. As razões que são dadas têm a ver com o poder do humor, do riso "castigador dos costumes". Penso, no entanto, que essa não é a questão essencial... Duvido. Duvido da sua eficácia, duvido da sua vantagem, medindo-a em função dos objectivos explícitos dos seus autores e da mensagem pública que pretendiam transmitir. Duvido que, neste caso, haja riso suficiente para castigar os costumes. Bem pelo contrário, nem riso, nem castigo.
O "programa" de Molière que usou a citação de Jean-Baptiste Senteuil, Castigat ridendo mores, foi exposto no prefácio do Tartufo e é pela sua natureza universal: punir os vícios pela sátira, pelo "medo do ridículo".

«Les plus beaux traits d'une sérieuse morale sont moins puissants, le plus souvent, que ceux de la satire; et rien ne reprend mieux la plupart des hommes que la peinture de leurs défauts. C'est une grande atteinte aux vices que de les exposer à la risée de tout le monde. On souffre aisément des répréhensions; mais on ne souffre point la raillerie. On veut bien être méchant; mais on ne veut point être ridicule.»


Uma coisa é fazer uma capa do Inimigo Público, ou um cenário de um sketch televisivo, outra é um cartaz numa praça pública, ao lado de outro cartaz a que pretende servir de contraponto, instalados no terreno de uma questão política por excelência - a emigração - e que, por o ser, divide interesses, percepções e preconceitos. A transposição de uma linguagem como o humor de um meio controlado pelos seus próprios termos espectaculares - visto que a eficácia dos Gatos Fedorentos vem essencialmente do texto representado e não da escrita - para o espaço público de uma praça, onde já praticamente ninguém "faz" política, é uma mudança qualitativa. O humor na Praça do Marquês de Pombal não transporta consigo os mesmos códigos do "espectáculo" original e tem efeitos perversos, ruído, incontroláveis pelos seus autores. É que do outro lado está o cartaz do PNR.É verdade que nem o PNR, nem os Gatos Fedorentos fizeram os seus cartazes para os automobilistas do Marquês de Pombal, mas sim para a comunicação social. O problema é que o cartaz do PNR foi um grande sucesso em todos os palcos e o dos Gatos Fedorentos comporta uma ambiguidade que o torna bastante menos eficaz. Comecemos pela desproporção de meios. O cartaz do PNR é o fruto de uma actividade minoritária e sitiada, feita no limbo da política portuguesa, com fracas possibilidades de ultrapassar os muito pequenos círculos de adeptos e fiéis da extrema-direita. Em condições normais nunca chegaria às páginas da imprensa e muito menos aos ecrãs da televisão a não ser em reportagens sobre os seus "perigos", feitas de forma claramente hostil.O cartaz solitário do PNR foi, por si só, uma grande publicidade e completamente conseguido nas suas intenções: fazer propaganda do partido e do seu líder. Na verdade, é ilusório pensar que o efeito de eficácia do cartaz fosse a sua mensagem antiemigrantes. Não, o efeito de eficácia do cartaz é dizer que aquele grupo e aquele senhor da fotografia têm a coragem de dizer aquelas coisas, "que muitos pensam", sobre a emigração. Ora este efeito foi plenamente conseguido, a contrario da tendência dominante da comunicação social. O PNR só tirou vantagens de colocar o cartaz pela visibilidade incomodada que obteve, alimentando-se das reacções que provocou.Pelo contrário, o cartaz dos Gatos Fedorentos vem desse mainstream, é mais uma manifestação desse mainstream comunicacional. Os Gatos exprimiram aquilo que toda a gente acha bem pensar sobre a emigração, mesmo que depois o sinta bastante menos do que o pensa. A sua mensagem passa não pelos interstícios, onde tudo corre com mais força, como acontece com a do PNR, mas no amplo leito de cheia de um rio de planície. É por isso que o efeito de humor não é subversivo, para usar esta palavra, prega aos convencidos.Por outro lado, quando o cartaz dos Gatos foi lá colocado ao lado, o do PNR já se encontrava vandalizado, coberto por jactos de tinta que pretendiam cobrir as frases mais polémicas e a cara do dirigente do PNR. As pinturas de tinta nos olhos são uma metáfora do acto de cegar, transmitem uma imagem de violência, contrariamente, por exemplo, aos bigodes ou aos narizes de palhaço (que apareceram na última campanha eleitoral) que pretendem apenas ridicularizar. Ora aqui também ganha o PNR, visto que a imagem vandalizada do cartaz reforça subjectivamente a sua imagem de perseguidos, mostra uma intolerância qualquer de que eles são vítimas.
O cartaz limpinho dos Gatos face ao cartaz vandalizado do PNR resulta muito menos poderoso como mensagem. É verdade que a comunicação social não deu relevo, como devia dar, à vandalização do cartaz do PNR, talvez percebendo que a força simbólica daqueles olhos perfurados favorecia o PNR. Aqui a eficácia do cartaz do PNR continuou, é certo que apenas para os automobilistas, enquanto a retirada do cartaz dos Gatos pela CM Lisboa, por não ter cumprido os requisitos legais, suscitou críticas, mas nenhum sobressalto da opinião pública. O efeito de intolerância e de vitimização esteve sempre do lado do PNR. O segundo cartaz do PNR colocado há poucos dias reforça essa imagem com a frase "As ideias não se apagam / Discutem-se", o que mostra como o PNR percebeu bem como explorar o sucesso do primeiro cartaz.

Percebeu e depois deixou logo de perceber. Quando colocou lá doze musculados protectores, passou de agredido para potencial agressor. A inteligência parece ter-se esgotado depressa no PNR.

O problema não está, como é óbvio, no facto de os Gatos Fedorentos, enquanto grupo de humoristas, fazerem política pura e dura, em pleno espaço público. Nem sequer penso ser comparável o acto de fazer este cartaz com os sketches que foram criticados como "políticos" na última campanha referendária sobre o aborto. Só que a intervenção dos Gatos Fedorentos será agora julgada pela sua eficácia política e não pelo riso que provoque. Este palco suplementar implica um risco acrescido de trivialização da imagem do grupo, acentuada igualmente pelo peso da publicidade, multiplicando actos de humor sucessivos que, a uma dada altura, tem uma pérola de humor para dez pedras de meia graça esforçada. Foi este caminho que levou esse outro humorista genial, Herman José, à crise actual.Mas o risco maior é o de as pessoas começarem a identificar uma orientação política explícita na actuação do grupo. Porque, depois, começam a perguntar-se por que razão é que eles acham o PNR, Portas e Lopes ridículos e Louçã não. Ora esta pergunta não tem humor nenhum, porque os maus "costumes" que o riso "castiga" estão bastante bem distribuídos em todos os lados da política.

(
JPP no Público de 14 de Abril de 2007)
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domingo, abril 15, 2007

Pré-esforçados do Século XXI


[1680]



Versão actualizada e revista de "A Canção de Lisboa".

Recebida por e-mail

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Começa a ser uma questão de higiene



[1679]

Ou, como diz
André Azevedo Alves, o assunto está resolvido.

Ler a justificação de Sócrates ao documento de 1996 com indicativos telefónicos e códigos postais de sete dígitos que apenas entraram em vigor em 1999,
aqui. Aliás esta peça do Portugal Diário é um hino. Vale a pena lê-la na totalidade.
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sábado, abril 14, 2007

Ó sr Guarda venha cá... venha ver o que isto é...


Clicar na foto para ver bem o "21"

[1678]


Para perceber tudo, o melhor mesmo é ir ao
Braganzzamothers e ler tudo. Basicamente, trata-se de um documento da UnI emitido em 1996 em papel timbrado com números telefónicos com prefixo 21, quando o prefixo de Lisboa era ainda 01. Só em 1999 foi aprovada a nova numeração, como se põe confirmar aqui.


Salvo algum pormenor que me esteja a passar (a mim e a mais um punhado de boateiros da blogoesfera…) a isto chama-se falsificação de documentos. Ou chamava-se. Agora, não sei. Parece que é uma espécie de erros de secretaria…
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Dilema de Sábado



[1677]

Num impulso de
solidariedade inesperada (as coisas nobres que eu encerro...), saltei hoje para a balança. A balança é um objecto que serve para nós nos pesarmos quando não deixamos de fumar, ou nos tornamos anorécticos, ou escravos de um ginásio de moda. E assim se reúnem, aqui, três condições que deveriam desaconselhar, em absoluto, estas tiradas de solidariedade. Porque toda a gente sabe que quando se deixa de fumar nós engordamos, porque toda a gente sabe que se eu me remeter a uma dieta de crudíveros, os meus níveis de aminoácidos descem perigosamente (e toda a gente sabe como eles, os aminoácidos são essenciais) e toda a gente sabe que a escravatura foi abolida. E que não fosse – escravizar-me a um personal trainner de discutível competência para decidir, entre discursos vácuos e ademanes sortidos, sobre a minha silhueta é coisa que não faz sapatilha para o meu pé.

Mas, voltando à solidariedade para com
este post. Decidi que sim. Que iria ao antigo restaurante sueco ali à Casa da Guia e almoçaria uma frugal salada com muito vinagre a molhar um mistura de alfaces de várias cores, tomate, cebola, aipo, rucola e outros horrores. Mas, tal como no despertar de um pesadelo, oiço uma voz lá do fundo da casa: - Pai, vamos comer um cozido ali à Malveira?

E é neste dilema terrível que me encontro. Entre uma solidária salada e um calórico cozido. Vistas bem as coisas, filha é filha e a balança é muito bem capaz de estar a funcionar mal…

Um bom fim-de-semana para todos.
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Duhhh!...



[1676]

Duas perguntas idiotas de dois repórteres idiotas:

1 (TVI) Pergunta feita a Rui Costa, jogador do Benfica: - Diga-me: como está o ambiente no balneário depois deste empate com o Varzim?
Resposta de Rui Costa: - Como é que você quer que eu lhe diga como está o ambiente no balneário se ainda nem lá entrei? Vim directo do campo para aqui…

2 (RTP) Pergunta feita ao Presidente do Tribunal de Contas: Então a reapreciação do relatório sobre a despesa do governo vai ser feita ainda esta semana?
Resposta de Oliveira Martins: - Minha senhora, esta semana, não. É sexta-feira e já são cinco horas…
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Como seria?



[1675]

O que é que aconteceria se um urbano europeu ou norte-americano dissesse que a única forma de acabar com a histeria destes animais que se andam a explodir por aí era matá-los todos, em nome de Deus e na graça da Santíssima Trindade? O que diriam os suspeitos do costume? Que diriam mesmo os arautos das virtudes evangélicas, os “assim uma espécie de padres Melícias” que se saracoteiam por ai a cumprir os caminhos tortuosos (em pecado, valha-lhes Deus, em pecado…) do politicamente correcto ?

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A melhor da semana que passou


[1674]



A habilidade politica do pequeno Marques Mendes sempre me fez lembrar a história da Freira que, estava um dia a costurar e picando-se na agulha, gritou:- Porra! Ah merda que disse porra. Ah caralho que disse merda. Ah! Cona-da-mãe que não tenho jeito nenhum para ser freira.



In We have kaos in the garden

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sexta-feira, abril 13, 2007

Abrenúncio



[1673]

Hoje de manhã, um repórter do Porto da RTP entrevistou uma daquelas senhoras que nascem na casa de Saturno, brincam com o fogo, respiram água e vivem em todo o lado menos na terra, desmentiu categoricamente que Sexta-feira dia 13 seja azarento. Pelo contrário. E explicou: - Porque o 1 está ligado ao Sol, à Sorte e o 3 está ligado a Júpiter, ao Conhecimento e à Comunicação.

Voilá. Estou mais esclarecido. E descansado. Posso ir matar gatos pretos à vontade, passar por debaixo dos escadotes que enxameiam as obras da Estrela e partir um espelho na cara de umas pessoas que eu cá sei, mas não digo, porque um assessor de imprensa do nosso primeiro ministro telefonou-me. Tudo na boa, sem me esquecer de jogar no Euromilhões, para eu poder ir à matiné no Sábado e jantar fora no Domingo.

Boa sorte para todos, mas pelo sim pelo não, se puderem passar no professor Karamba, não hesitem. Ou telefonem à Maya.


ADENDA: Aos meus queridos amigos lampiões, que são alguns. O jogo de ontem estava muito perto de sexta, 13. Para a próxima, mais cuidado com o calendário. Vão por mim!


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quinta-feira, abril 12, 2007

Papoilas


[1672]

O impressionismo puro de Monet é uma aragem fresca no surrealismo nacional.

Monet pintou papoilas várias vezes. Ainda estamos em Abril, ainda não há papoilas, mas apetece que haja. Que nasçam por aí, à solta e pujantes, vermelhas moçoilas a namorar com o dourado da paisagem alentejana. Baloiçando com a brisa morna de Junho.

Uma ideia para quebrar a rotina cartesiana que nos afoga. Aos poucos, mas inexoravelmente.
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Afinal havia outro...



[1671]


José Sócrates possui dois certificados de licenciatura na Universidade Independente (UnI). Um, publicado nos jornais, diz que o primeiro-ministro acabou a licenciatura a 8 de Setembro de 1996. Esta é a data que Sócrates referiu na entrevista à RTP. O outro, que consta no ficheiro pessoal de Sócrates na Câmara Municipal da Covilhã (CMC), foi emitido em 26 de Agosto de 1996 e atesta que o chefe do Executivo acabou a licenciatura em 8 de Agosto do mesmo ano...


Segundo notícia da TVI que pode ser lida, na totalidade, aqui.
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Updating



[1670]

Na minha voltinha pela blogoesfera, para me actualizar depois de uma curta paragem, fiquei a saber pela
Lilla Mig que caiu um nevão no Luxemburgo no dia 22 de Março.

Nada como andarmos actualizados.

ADENDA

PROGRESSO
:
- Desde ontem que a Luna não anda à cata de fotos da Scarlett vestida de mulher a dias e a mostrar as maminhas caídas.


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Dúvidas?




Ainda me espanto quando oiço dizer que José Sócrates passou incólume na entrevista e que deu explicações cabais a todas as questões que lhe foram colocadas. Mesmo àquele "bach" metido a martelo no currículo revisto.


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Política baixinha



[1668]

Sobre as putativas trafulhices de José Sócrates relativamente a diplomas, títulos, cadeiras feitas e por fazer, notas, cartas datadas e outras por datar, proximidade geográfica de universidades e uns quantos documentos exibidos para a câmara (check, João Miranda), registo o rosnar dos mastins (quem se mete com o PS leva...ou o "guterríssimo", partimos as fuças à direita) da "entourage" dos nossos eleitos e o abanar de cauda da respectiva vassalagem - como, por exemplo, a tirada de José Junqueiro quando se refere à enorme pequenez de Marques Mendes, não fôssemos nós esquecermo-nos que Marques Mendes deve medir um metro e cinquenta calçado o que, como se sabe, é uma vergonha quando comparados com os esplêndidos cento e oitenta centímetros do nosso engenheiro.

Apenas mais um registo sobre a prestação de Sócrates. Tenho de actualizar o meu conceito sobre as virtualidades do Partido Socialista. Quando eu pensava que a sua principal qualidade era a pirueta, verifico que o Partido é excelente na pirueta com saída perfeita. Bastou seguir a entrevista de ontem do nosso primeiro.

NOTA: É tempo de os acólitos de Sócrates se calarem com a habilidadezinha de misturar coisas. Pois o que está em causa não é o facto de Sócrates ser engenheiro ou equilibrista de circo. O que está em causa, sim, é o caldo de favores, de engenharia de cunha, de promiscuidade de interesses, de desrespeito (neste caso por todos os que, não se precisando deles para nada, têm de queimar as pestanas, dinheiro e saúde para obterem uma licenciatura) e gene de trampolinice pura que se cheira à distância com toda a história da forma como a sua licenciatura foi obtida.

Por menos que isto, Sampaio despediu Santana. Não que isso abone a favor de Santana. Mas certamente desabona esta “família” de right stuff que nos governa. Ciclicamente. E onde Sampaio continua a ter lugar de proa.

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quarta-feira, abril 11, 2007

Nostalgia


[1667]

Tenho de confessar que este período (cerca de uma semana) em que estive arredado da blogoesfera ma causou uma indesmentível nostalgia.

Têm-me feito falta a intriga, a informação, uma pontinha de cuscuvilhice e, sobretudo, o humor de alguns dos meus eleitos. Porque, convenhamos, ao fim de quase três anos, a vida sem blog não tem graça.

Um aviso para quando eles, os blogues, se acabam. Porque, como tudo na vida, há um ciclo para tudo. Tudo nasce e tudo morre. Até os blogues.

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Becagueine

[1666]

Tenho estado ausente. "À uma" porque afazeres vários e inadiáveis me impediam que acedesse à net como gostaria, "à outra" porque fui vítima de uma entrada, sem convite, de 380 Volts pela casa dentro que me queimaram o DVD, o telefone, o rooter e a power box da TVcabo. Se tudo está já reparado, o acesso à Internet continua a ser-me negado porque a avaria parece ser grossa.

Foi-me explicado por um técnico da EDP, com estilo de quem é técnico da EDP porque teve uma galo do caraças com a vida que tem e com o país em que nasceu, porque ele podia e devia mesmo era ser ministro da Indústria, mas foi-me explicado pela criatura, dizia eu, que uma das fases dos 6 inquilinos da minha casa se avariou. Vai daí, a voltagem que deveria ser distribuída por quatro fases foi concentrada em três e, portanto, muita sorte tivemos nós não se terem queimado mais coisas.

Quando lhe perguntei se o que ele nos estava a dizer era uma forma mais ou menos disfarçada de negar quaisquer responsabilidades da EDP em nos ressarcir dos prejuízos, o homem pareceu admirado por lhe dizerem isto assim de chofre e acabou por dizer que sim, que pois, quer dizer, é assim,"esta parte é com a EDP" e "esta parte" é com o construtor da casa". Quando lhe perguntei se sendo a responsabilidade do construtor, porque carga de água é que um técnico da EDP é que tinha a chave de acesso, o homem respondeu-me que a responsabilidade era do construtor mas quem reparava as avarias era a EDP.

Perante tal lógica, recolhi a casa a pensar que deveria avisar os meus amigos que se alguma vez a intensidade das luzes for tão grande que as lâmpadas brilhem como o sol e comecem a ouvir estalos (cada estalo corresponde a um electrodoméstico a ir para o mesmo sítio dos diplomas da UnI (leia-se para o maneta, como dizia Luis Arouca...), corram a desligar o quadro. Se tiverem tempo, claro. É que aquilo é uma avaria do quadro geral e quem tem a culpa é o construtor, mas a EDP (tipos fixes) arranja. Não paga é os prejuízos.
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