segunda-feira, outubro 10, 2011

A cirandinha madeirense




[4434]

Uma curta reflexão sobre os resultados das eleições na Madeira.

OS RESULTADOS

Não surpreendem a vitória do PSD nem a maioria ser mais escassa que a anterior. Há abundantes razões para uma e para a outra. E, se tal não bastasse, a pressurosa comunicação social compôs o ramalhete;

O PS

Viu o número de deputados bastante reduzido e ainda bem. Este Partido, na Madeira ou no todo nacional, é objectivamente responsável pelo descalabro que atravessamos pelo que quanto menos poder lhe derem, melhor. Os madeirenses tê-lo-ão entendido. Verdade que o líder socialista também não convence ninguém;

O CDS

Praticamente triplicou a votação e aumentou nove vezes o número de deputados. Portas fez uma campanha inteligente, atacando o PSD, mas não arranhando muito. O aumento de votos do CDS representa verdadeiramente o eleitorado de direita, já que a maioria de Jardim, na sua génese, estratifica a esquerda nacional que se rege mais ou menos por um conceito de «tudo feito» ou, numa versão mais comezinha, de cama, mesa, roupa lavada, uma reformazinha e poucas correntes de ar que a levem ao SNS gratuito num hospital perto de si e junto à escola pública onde a ambulância alugada aos bombeiros e o transporte escolar cheguem através de uma auto-estrada, dois viadutos, um túnel e várias rotundas;

O FOLCLORE

Reúne cerca de 15% dos votos da região. Penso que o fenómeno terá a ver com a nossa tendência para o circo. E se juntarmos ao circo ao discurso ecológico e correcto, tipo caldeirada de verdes e misses universo, temos a palhaçada ideal.

A ESQUERDA PURA E DURA

PCP e Bloco reduzidos ao valor residual que já atingiram noutras partes do Globo. O PCP baixou para os 3,8% e o Bloco nem aos 2% chegou. É bem feito por fazerem tanto barulho e chatearem tanto o pessoal.

A COMUNICAÇÃO SOCIAL

Igual a si própria. Acirrada contra Jardim, com uma conduta reactiva à la PS,
incompetente e semi-idiota, fez uma campanha obnóxia e em rigoroso acordo com a sua realidade existencial. Sobre Jardim disse tudo menos o que, eventualmente, interessava e deveria ter dito. Criticando os oito mil milhões de défice sem nunca estabelecerem um módico de dinâmica incontornável entre os procedimentos da Região e o destempero criminoso do anterior governo da República que desbaratou muitos milhares de milhões obtidos por via da banca portuguesa e que os filhos dos nossos netos muito provavelmente ainda terão de vir a pagar.


.

Etiquetas: ,

quarta-feira, fevereiro 24, 2010

Entre mortos e feridos...

[3664]

O frenesi do momento é que Jardim oculta o número real de mortos. Dando de barato que eu não percebo bem em que é que a ocorrência de 37 ou 42 mortos pode afectar a imagem do Governo Regional, o que mais me pasma é o tom quase lúdico com que um considerável número de jornalistas se apressa a dizer que Jardim está a fazer batota.

Num país de batota institucionalizada, a manipulação do número de mortes da Madeira seria apenas mais uma. Por mim, não vejo razões para contestar a explicação de AJJ, quando este diz, muito claramente, que mortos são as vítimas depositadas na morgue. E que houve a tendência inicial para se considerar mortos muitos desaparecidos. Desaparecidos que, entretanto, apareceram. Pelo menos alguns. Uma explicação perfeitamente plausível que só os nossos frenéticos repórteres insistem em tomar como uma manipulação de Jardim. E lambuzam-se na manipulação que, eles sim, pretendem efectuar junto da opinião pública. Tipo: Mentirosos, então há 42 e o Jardim diz que só há 37? Que grande défice democrático…

.

Etiquetas: ,

segunda-feira, abril 23, 2007

Idade Média?



[1697]

Só lhe falta dizer que Sócrates vai acabar no Inferno a ser assado todos os dias, picado por um exército de diabinhos com forquilhas em brasa.

Isto é conversa para quem? Ainda há eleitorado a quem se possa ou deva falar desta forma? Mal? Castigo? Não há via rápida nem túnel que justifiquem esta forma de fazer política. Considerando a habitual nulidade das políticas do Partido Socialista e a forma como Alberto João lida com o eleitorado, poder-se-ia dizer que se de um lado chove, do outro faz vento.


.

Etiquetas: , ,