terça-feira, novembro 30, 2010

Post dedicado


[3979]



Quando te disse que era da terra selvagem do vento azul e das praias morenas...

Do arco-íris das mil cores, do sol com fruta madura e das madrugadas serenas...

Das cubatas e musseques, das palmeiras com dendém,

Das picadas com poeira, da mandioca e fuba também...

Das mangas e fruta pinha, do vermelho do café,

Dos maboques e tamarindos, dos cocos, do ai u'é...

Das praças no chão estendidas com missangas de mil cores,

Os panos do Congo e os kimonos, os aromas, os odores...

Os chinelos no chão quente, do andar descontraído,

Da cerveja ao fim da tarde, com o sol adormecido...

Dos merengues e do batuque, dos muxiques e dos mupungos,

Dos embondeiros e das gajajas, da macanha e dos maiungos...

Da cana doce e do mamão, da papaia e do cajú...

Tu sorriste e sussurraste...

- Sou da mesma terra que tu


Do livro «Beijo sem nome» de Ana Paula Lavado
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Calma! Vamos estar três graus negativos de temperaturas muito mais quentes


[3978]

Acordei de forma agitada. O granizo batia na vidraça com uma violência que parecia ameaçar fazer das minhas janelas um estilhaço, ao mesmo tempo que, em simultâneo, um jovem repórter anunciava neves em geral lá pelo norte, mas dizia com clareza que as temperaturas para hoje estavam muito mais quentes. Pensei de imediato que o Armagedão estava à porta, senti-me no Eufrates pensando que Deus Nosso Senhor finalmente se cansou dos homens em geral e de José Sócrates em particular ou, numa visão moderada, que alguém lá pela RTP teria visto aquele último filme do N. Cage em que ele tentava salvar a família de uma explosão solar. Mas aí, o repórter ilustrou o que dissera. Disse ele que «ontem, por exemplo, a temperatura na Torre era de -7º e hoje é de -4º». Fiquei aliviado. Percebi que o do dia ia de ser de temperaturas muito mais quentes (SIC), quatro graus negativos na Torre, mas que também não era caso para exageros e pensar no fim do mundo.

Entretanto o granizo amainou e eu adormeci de novo, envolto no calor e conforto do dia de temperaturas muito mais quentes que aí vem.
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Das culturas do futebol e das boas gentes do Norte


humildade empática

[3977]

LR estabelece um curioso confronto entre as culturas do futebol e clubístico do Real Madrid e do Barcelona. Aqui. Nesse confronto, presumo que LR emula o F. C. Porto e envolve-o em túnicas de virtude, sentido de missão e humildade empática, tudo bem caldeado em brocados de amor regional e espírito de missão, ao mesmo tempo que outras equipas menos tocadas pela virtude são agressivas, cheias de killer instinct e mercenarismo.

Presumo que estas elucubrações de LR terão sido inspiradas nos 5-0 de ontem do Barça ao R. Madrid e no recente espírito de missão e humildade empática de Villas-Boas aos saltos e aos urros em Alvalade (para não falar do espectáculo circense que promoveu em Guimarães), bem assim como o «fair-play» recente de Bruno Alves ou, num passado não muito longo, de Paulinho Santos que, entre duas risadas ia fracturando maxilares aos adversários.

Acho extraordinária esta atitude meditativa e contemplativa dos adeptos do F. C. Porto, um clube que teve de deitar mão a uma verdadeira cultura de agressividade e intimidação, a par de reconhecidas práticas pouco recomendáveis, para se impor no panorama desportivo nacional, levando-os a fazer posts como este.
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segunda-feira, novembro 29, 2010

Ofício Diário


[3976]

O Ofício Diário completou seis anos. Aqui fica a expressão sincera das minhas felicitações e os meus votos sinceros de que o Torquato da Luz continue a mimar-nos a alma com a sua poesia e com o seu sentimento ímpar pelas coisas bonitas.


Tchin Tchin


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domingo, novembro 28, 2010

Agora são os saquinhos


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Eu já sabia, mas é útil vermos a confirmação que é nisto que os socialistas são bons. Quando esperamos ver, finalmente, uma estratégia, um fio condutor de uma qualquer política séria sobre um qualquer tema sério e do interesse geral do progresso, desenvolvimento e bem-estar dos portugueses lá surge, aqui e ali, uma extraordinária proposta de lei, como esta.

Os socialistas, repito, são bons neste tipo de coisas. Não só porque promovem legislação, conversa, paleio, alíneas, parágrafos, 1.2.3.4.1 dois pontinhos travessão como se envolvem em projectos bonitos, correctos e propícios às «boas práticas» como o ambiente, por exemplo. Foram as fraldas, agora os saquinhos de supermercado. Para que se não diga que esta rapaziada socialista não faz nada enquanto está no governo.
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sábado, novembro 27, 2010

E, de repente, vão 25!


Flores da tua terra

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Olha, filha, mais um. Com este são vinte e cinco. Paulatinamente, os anos vão-se sucedendo, cresceste fizeste-te mulher e a minha habitual saudação vai mudando um pouco de tom aqui pelo Espumadamente. O beijinho extremado, o mimo babado, vão dando lugar a uma maior sobriedade de expressão, nem por isso menos significativa no muito carinho e amor que guardo no meu alforge íntimo dos afectos. Aos vinte e cinco, como hoje e, espero, aos trinta e cinco, aos quarenta e cinco, cinquenta e cinco, etc. (este etc. começa a enfermar de algum optimismo, mas é, no mínimo, voluntarioso). E que em todos eles eu perceba em ti uma mulher feliz e me reveja, vaidoso, no que eventualmente te tenha passado «em sede» de ADN (esta do «em sede de» tenho aprendido na forma coloquial em que nos perdemos a falar aqui pela paróquia).

Um beijo muito grande pelo dia de hoje, filhota e que o passes muito feliz.

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sexta-feira, novembro 26, 2010

Coisas de velho?


[3973]

Começo a ficar preocupado. Eu explico.

Eu tenho três pares de óculos. Porquê? Porque uns são para ver ao longe de dia e, portanto, mandei colocar lentes graduadas coloridas nos meus imutáveis «Ray Ban» e que uso sobretudo a guiar. Outros têm a mesma graduação dos «Ray Ban» mas não são coloridos. Uso para guiar à noite e, em alguns casos para ver televisão. Finalmente tenho um outro par para ler, escrever ou ver minudências, sempre que o seu detalhe requeira a acuidade que, aparentemente se começa a perder a partir dos quarenta, quarenta e cinco anos, e depois parece que é sempre a descer.

Ontem saí do carro, entrei em casa, pousei os óculos graduados não coloridos algures e fiz um par de coisas que, julgo, toda a gente faz ao chegar a casa. Só que, findas essas tarefas, quis os óculos. Olhei em volta à procura deles. Debalde. Nem sem balde. Os óculos não estavam em nenhum dos locais possíveis de se pousar óculos. Passei à segunda fase… procurá-los nos sítios mais inverosímeis, à medida que se me desenhava no espírito a ideia complacente que devemos usar para com as pessoas idosas quando não sabem onde põem os óculos. E procurei e procurei e procurei e… nada. Ao fim de uma hora de absoluto transe, entre seis palavrões em surdina (um foi sem ser em surdina mas acho que ninguém ouviu) e raios visuais faiscantes não me restou alternativa que não fosse desistir. Vi a Quadratura do Círculo de óculos escuros. Quando me fui deitar, procurei o controle do televisor do quarto… debalde. Revirei o quarto procurando o controle, cheguei a abrir gavetas, ao mesmo tempo que ia pensando porque carga de água eu haveria de colocar o controle numa gaveta. Cheguei a excomungar mentalmente a empregada, de certeza que só poderia ter sido ela a guardar o controle num local remoto, mas ao mesmo tempo pensei que ela está comigo há já uns anos e nunca o fizera antes, por que carga de água ela o faria agora? Ainda tive uma ténue esperança de que procurando o controle eu acabasse por encontrar os óculos, pois sei que quando a gente se esquece das coisas e se dá por vencido acabamos por vir a encontrá-las no sítios mais incríveis. Não encontrei o controle.

Hoje de manhã fiz, como habitualmente, o café. Eu tenho uma daquelas placas eléctricas que agente liga em «mode tip-toe», a coisa fica rubra e vai para não sei quantos mil graus. Há anos que uso aquilo sem problemas de maior ou dignos de registo. Pois ontem, e não me perguntem porquê se não vou ao médico, tirei a cafeteirinha do café e enquanto o vertia na chávena, nem eu sei como, deixei um pano em cima da rodela rubra. O pano incendiou-se de imediato e a cozinha ficou cheia de fumo. Do pano e do fumo que já me saía pelas orelhas, à medida que, em definitivo, eu me convencia de que devo estar a ficar velho. Senil. Relho. Geronte. Xéxé. Trôpego das ideias.

Ainda me aconteceu outra coisa no duche que passo por cima porque é demasiado embaraçoso e se falo nela toma a decisão inabalável de me mandar internar e eu não quero. Registo apenas que saí de casa e, pela primeira vez, juro, fechei a porta com a chave dentro de casa. Eventualmente, e após porfiados esforços e um esforço doseado de contenção de uma apoplexia que não dava jeito nenhum ter em frente à vizinha, consegui que me emprestassem, àquela hora, um escadote através do qual eu cheguei a uma janela que tenho sempre aberta, apenas fechada no corrediço. Subi o escadote e… adivinhem. O que é que estava no parapeito interno da janela? O que era? Isso, os óculos. E não me perguntem porque carga de água um homem de ideias escorreitas e sãos ideais chega a casa e vai colocar um par de óculos no parapeito interno da janela da casa de banho. Mas foi isso que aconteceu.

Assunto resolvido, meti-me no carro pensando nos meandros insondáveis da mente, tudo por mor daquelas esquisitas circunvoluções com que Deus Nosso Senhor achou por bem dotar o bicho homem e que, sabemos, vão pautando o nosso comportamento à medida que os anos vão passando. Quisera Ele ter-se lembrado de nos dotar com uma circunvoluçãozinha extra que nos impedisse de pousar óculos nos parapeitos de janelas, especialmente sem sabermos porquê, e nos ajudasse a perceber onde diabo, por vezes, colocamos o controle do televisor do quarto enquanto andamos à procura dos óculos que deixámos no parapeito da janela da casa de banho.

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quarta-feira, novembro 24, 2010

O reaccionarismo criminoso e oportunista da CGTP e da UGT


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A ler este texto do Henrique Raposo (bold da minha responsabilidade):



A CGTP é uma fábrica de desemprego



I. Este greve tem uma ponta de ironia: aqueles que lideram a greve são aqueles que são mais protegidos, isto é, os funcionários públicos. Os funcionários públicos têm uma segurança absurda no emprego. Se uma empresa fecha as portas, os trabalhadores dessa empresa vão para o fundo de desemprego e depois têm de arranjar outro emprego. Se uma repartição pública perde a sua utilidade, os funcionários dessa repartição não são dispensados. Nem pensar, então. Que escandaleira fascista. Não senhor. Esses funcionários-públicos-que-estão-a-mais vão para um quadro de mobilidade, onde ganham, se não me engano, quatro sextos do seu vencimento. Mas, então, eu pergunto: mas há portugueses de primeira e portugueses de segunda? Por que razão os desempregados e trabalhadores das empresas têm de pagar esta segurança extrema do funcionário público? Por que razão o funcionário público têm direito a uma rede de segurança vitalícia? Sim, de facto, devíamos fazer greve, uma greve contra estes privilégios inaceitáveis dos funcionários públicos.

II. O sindicalismo português, representado pela GCTP e pela UGT, está perdido no tempo. A CGTP e a UGT são forças reaccionárias que impedem a adaptação de Portugal ao século XXI. Um exemplo: se os trabalhadores da Auto-Europa tivessem seguido as indicações dos sindicatos, a empresa já não estava cá. Felizmente, a comissão de trabalhadores da Auto-Europa negociou regras de flexibilidade que aumentaram a produtividade da empresa. Resultado: para o ano, os trabalhadores da Auto-Europa vão ter um aumento de 4%. Se os sindicatos tivessem impedido as mudanças "neoliberais" na Auto-Europa, os milhares de trabalhadores da fábrica estariam agora na rua a protestar contra o "neoliberalismo". A UGT e a CGTP são fábrica de desemprego.

III. Mais: os sindicatos são os piores inimigos da minha geração. Ao defenderem leis laborais ultra defensivas (as mais restritivas do espaço da UE, aliás, do espaço da OCDE), a UGT e a CGTP contribuem para a ausência de criação de novos postos de trabalho, de novas empresas. Os mais jovens não conseguem entrar naquilo que já existe (porque é dificílimo fazer um despedimento individual em Portugal; portanto, o jovem só entra a recibos verdes para fazer um trabalho que devia estar a ser feito por uma pessoa do "quadro"; e essa pessoa do quadro continua lá) e, acima de tudo, os jovens não vêem novas empresas a aparecer. Porque a lei laboral está pensada para defender a todo o custo aquilo que já existe. O futuro não interessa à nossa lei laboral. O futuro não interessa à CGTP. A CGTP, tal como o PCP e o BE, representa o passado.

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Linguagem simples















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Quisera que a linguagem simples e, por isso mesmo, perceptível, de gente como este empresário (ver aqui vídeo, via Blasfémias, uma intervenção de Alexandre Soares dos Santos no Instituto de Estudos Políticos da Unversidade Católica) pudesse ser aproveitada e devidamente digerida pela tralha socialista ou socializante, no sentido de os fazer compreender como conseguiram comprometer um par de gerações futuras, por via da sua actuação. Legitimada pelo voto popular é certo, mas nem por isso desmerecedora do mais vivo repúdio e condenação pela forma irresponsável, trapalhona, incompetente e, frequentemente, venal como a exerceram. Não raramente com dolo, porque dela receberam benesses e prebendas em prejuízo daqueles que dizem tanto proteger. O povo, soit disant, muleta imprescindível para quem nada sabe ou quer fazer mas se sente superiormente iluminado para o dirigir. Uma forma avançada de ditadura, afinal.
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Quem é esta Rita?

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Adenda: «Googlei» e descobri que é uma actriz portuguesa presentemente estrelando uma novela portuguesa. O «estrelando» é da definição. Vale a pena indagar se ela estrela ou escalfa. No meio disto tudo só me arrepia almoçar diariamente com um grupo de colegas, haver um deles que conhece ao detalhe os passos das celebridades nacionais, quando casam, separam, lhes dói a cabeça, lhes atrasa o período, mandam o carro à revisão e ele, aparentemente, não saber que a Rita foi aos USA. Estrelante e decotada!

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domingo, novembro 21, 2010

Nem uma montra partida...


A multidão. Modestinha e bem comportadinha

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Uma montra partida, um carro a arder, imagens dumas bastonadas, um ou outro sobrolho rasgado… nada, nadica a fazer-me consolidar a opinião de que acertáramos o passo com a contemporaneidade dos países ricos, livres e civilizados onde a turba costuma praticar o caos e desacatos antes de regressarem a casa para o duche e para jantar, sempre que um punhado de chefes de estado se reúne. Ainda vi uns patuscos a despejarem um balde de uma coisa vermelha e viscosa pela cabeça abaixo a fazer de conta que era sangue e a berrar contra a guerra. Mas nem em directo foi… pelo que o impacto não foi lá essas coisas, para além de terem borrado o passeio todo. Também vi cerca de cinquenta manifestantes, aparentemente rodeados por uma centena de polícias, com uns dísticos quaisquer que fiquei na dúvida se eram contra a Nato ou contra o Benfica. Do Gualter… nem cheiro, devia estar a estudar desobediência civil para algum teste. Resumindo, foi uma cena pífia como pífio parece ser tudo aquilo que leve o selo nacional. Valha-nos o Anacleto Louçã a quem ainda ouvi umas barbaridades costumeiras que, por serem barbaridades e tão desgastadas, já me vão soando em «mode fading».

E assim acabou a cimeira onde parece que o maior impacto andou à volta de um beijo que Obama pespegou numa gentil senhora à saída do AF1, que mais tarde se veio a saber ser a filha de Luís Amado, já que a mulher (esposa, Márcia, esposa, desculpa…) estava com um enxaqueca em casa. Passo por cima de algumas declarações que me pareceram realmente importantes mas só a ideia de que o nosso inefável Sócrates se anda a apropriar da paternidade de tais decisões me faz arrepiar caminho. Quase tanto como me arrepia só de falar nele, tanto quanto me eriça esta fase de aparente lavagem de imagem de Pinto de Sousa, eu que julgava que as suas nódoas nem com benzina saíam.

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sexta-feira, novembro 19, 2010

E eu que até simpatizava com ela...


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A nossa Márcia Rodrigues vai continuando a reportagem da chegada dos numerosos chefes de estado ao Pavilhão Atlântico para a cimeira.

Umas vezes vêm sozinhos, outras vêm acompanhados da «esposa».

Se a Márcia continua assim com a «esposa», a RTP ainda a põe a fazer o «Praça da Alegria».
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Ocasiões para o livro


[3967]

Vai na segunda edição (terceira edição no prelo) no Brasil o Sabor de Maboque, da Dulce Braga. Sobre ele já me referi aqui, numa pessoalíssima mas sincera opinião sobre o que li. No Brasil, o livro teve um assinalável êxito, no seguimento do que a Dulce foi (e continua a ser) frequentemente solicitada por escolas, universidades, empresas, comunicação social (ver a propósito, aqui, o vídeo do programa «Mais Você» da Ana Braga, dedicado à Dulce) para fazer várias palestras sobre o fenómeno da descolonização portuguesa, o que ela tem feito com a gentileza e simpatia que são a sua imagem de marca.

O livro foi posto à venda em Portugal e, apesar da sua modesta promoção local, está esgotado. Razão suficiente para que recomende a quem me privilegia com a visita a este blogue que se dirija à editora brasileira para o «dois em um». Adquirir uma obra esgotada em Portugal para leitura própria ou para oferecer a amigos e familiares na quadra festiva que se aproxima. Neste post da Dulce poder-se-á encontrar os detalhes, para a forma fácil, rápida e eficiente de obter o livro entregue ao domicílio, em forma de prenda e com autógrafo personalizado pela autora.

Há os chamados «livros de ocasião». Mas também há as «ocasiões para o livro» E é com muito gosto que aqui modestamente contribuo para a divulgação da feliz iniciativa da editora brasileira da Dulce.

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quinta-feira, novembro 18, 2010

Susceptibilidades


Lisboa - Paróquia do Parque das Nações

[3966]


Eu até que publicava as restrições ao trânsito em Lisboa por causa da cimeira da NATO, mas receio ferir susceptibilidades no confrade Blasfémias. Guardo-me para as festas da Senhora de Matosinhos e nessa altura pode ser que a Invicta condicione o trânsito à passagem do Castelo do Queijo. É preciso tratar dos assuntos à escala.

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Foi bonita a festa, pá



[3965]

O jogo de ontem conseguiu reconciliar-me com o futebol. Não tenho ideia de uma jogatana tão espectacular, com os tugas a mostrarem tanto arreganho, tanta garra e tanto cérebro, vulgarizando os nuestros hermanos que, sem saber bem o que lhes estava acontecendo, foram aviados com quatro.

E foi bonito aquele grupo de espanhóis no campo que mesmo quando a equipa já perdia por 3-0 continuava a incentivar os conterrâneos, batendo palmas, rindo e cantando.

Uma nota, incontornável, sobre Cristiano Ronaldo. Que fez questão de recordar aos cépticos que é, realmente, um génio. Um jogador de excepção. Seguramente o melhor do mundo. Talvez de sempre.

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Extraordinary


William and Kate

[3964]

"It’s extraordinary. The daughter of a flight attendant is probably becoming the queen of England".

Esta a extraordinary exclamação de um ordinary english citizen. É! Os ingleses têm destas coisas. Ou me dão motivos para que eu nutra por eles uma genuína admiração como povo, ou me fazem achar extraordinary que se possa pensar que só extraordinariamente uma flight attendant para (de parir) uma criancinha que um dia será a kingdom keeper.

De resto, verdadeiramente, não acho extraordinário que um ordinary citizen ache extraordinary a situação. Truly extraordinary é o brittish subject achar que todos os que o ouviram achem a situação extraordinary. Awesome! Mais: Se eu fosse flight attendant ficava «chateada».

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quarta-feira, novembro 17, 2010

O grunho


[3963]

O grunho voltou. E eu que julgava que estaria a cumprir uma pena qualquer por invasão de propriedade, roubo, destruição de bens e violência, afinal voltou à liça e aí está ele, cheio de «pica», berrando contra a comunicação social corporativa, a Nato e as suas guerras. A destruição e apropriação do nosso sistema alimentar pelas grandes multinacionais, os poderes capitalistas e a sua imprensa que tentam convencer-nos que a crise afecta a todos mas só afecta alguns e apelando para que se saia à rua em desobediência (aquela que o Bloco de Esquerda gosta de ensinar ao nosso indigenato) contra a cimeira da guerra e que a greve do dia 24 seja «perturbadora».

Imperturbável, o grunho continua a fazer das suas (pensando eu que ele estava a cumprir cadeia…) como exemplo acabado de como a liberdade pode ser facilmente confundida com a invasão da liberdade dos outros e com a sujeição a que muitas vezes nos temos de submeter perante as diatribes de um grunho idiota, sobretudo se patrocinado e protegido por organizações supostamente responsáveis e idóneas como deveria ser o Bloco de Esquerda. A patetice e má-formação, depois, fazem o resto. Acaba tudo em vidros partidos, um ou outro carro queimado, alguns feridos e dois dias depois vamos todos ver o resultado do Benfica e quem é que foi expulso da casa do segredos.

O grunho está aí e se uma bastonada a preceito lhe atingir o lombo talvez eu nessa noite durma melhor.

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terça-feira, novembro 16, 2010

Uma Comunicação Social excitada. E assertiva. A propósito da Cimeira da Nato


[3962]

Dois temas parecem dominar os noticiários da TSF hoje. Um será o controle das viaturas em Vilar Formoso. O repórter diz que o homem do SEF pede os documentos ao condutor, dá uma olhadela para o interior da viatura mas não verifica a carga (SIC). O outro tem como título mais ou menos bombástico o facto de Portugal ser o único país do mundo que paga para ter instalações da Nato no seu território.

- Senhor Almirante, porque é que Portugal é o único país que tem de pagar à NATO uma renda de €50.000/mês para aqui ter as instalações?

- Não, essa afirmação não é correcta. Portugal cedeu em 1964 alguns terrenos para a instalação do Comando Ibérico da Nato. Mais tarde e por conveniência própria Portugal solicitou à NATO a utilização de alguns terrenos para instalar o Comando Naval. Portanto, nós não pagamos à NATO para ter cá o Iberlant. Mas, sim, alugámos terrenos de que precisávamos pelos quais, naturalmente, pagamos uma renda.


Conclusão final do repórter (excitado): Estas as declarações do senhor Almirante F… segundo as quais Portugal paga cerca de €600.000/ano à Nato para ter as instalações da Nato em Oeiras.

No fim do boletim e na leitura do resumo das notícias: Portugal é o único país do mundo que paga para ter as instalações da NATO no seu território.

Mas ninguém manda esta rapaziada para retiro espiritual?
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segunda-feira, novembro 15, 2010

Ai Timor


Porreiro pá...

[3961]

Diz-se por aí que o Luís Represas anda afobado escrevendo uma letra para uma edição revista e melhorada do «Ai Timor». Aí serão cantadas as virtudes do Fundo do Petróleo da jovem Nação que ajudámos a nascer, mesmo que antes lhe tenhamos dado um pontapé no cu. Também se planeia uma grande manifestação de timorenses todos de camisa branca e empunhando panos brancos nas janelas dos carros, cantando o «Ai Timor» que pode ser, todavia, substituído por um «Ai Portugal» carinhoso e embevecido. Está ainda previsto o lançamento de um DVD cuja capa ostentará Ramos Horta com uma camisa às ramagens e a falar inglês, de mão estendida com um barril de petróleo. No canto da capa deverá aparecer Sócrates perguntando a Teixeira dos Santos como é que se diz «porreiro pá» em inglês técnico.

Em Lisboa prepara-se também uma... hummm... uma... xacaver... uma... uma «comissão de utentes»... utentes de qualquer coisa, que é uma coisa que nós sabemos preparar muito bem, enquanto outros países resolvem as suas crises nós organizamos comissões de utentes. Utentes de quê? Não interessa, desde que sejam utentes de qualquer coisa e que vão a Dili manifestar o seu apoio por.... hummm... qualquer coisa, logo se vê e o seu repúdio pelas... xacaver... qualquer coisa, hummm,. pelas políticas do governo. Deste e dos governos que o antecederam que já se sabe que o PSD também tem imensas culpas.

Sinais dos tempos…

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domingo, novembro 14, 2010

Etnotugas


[3960]

Quem não nos conheça e visite Portugal fica certamente impressionado com a loquacidade e a forma assertiva como actuamos, na análise dos mais intrincados problemas económicos, políticos e sociais que embalam o mundo. A segurança, o terrorismo, os direitos humanos. A saúde e a correcta educação das criancinhas são igualmente temas em permanente discussão nas nossas rádios, televisões e jornais, Não que eu conheça os países todos do mundo mas dos que conheço, arrisco afirmar que em nenhum deles se discute com tanta acuidade e asserção os candentes problemas da humanidade como no nosso Portugal, terra de sábios capazes de ter solução para tudo e para todos. Menos para nós próprios que isso já tem a ver lá com o fado, o destino, a genética e, quem sabe, a consanguinidade já que, ao fim e a ao cabo, andamos por aqui há mil anos um escasso punhado de gente a dormir uns com os outros num acanhado rectângulo de menos de 90.000 m2. O que, na melhor das hipóteses me faz pensar que no fundo somos todos primos.

Isto vem a propósito de hoje, numa curta deslocação de carro, eu ser violado com três programas em três estações de rádio diferentes sobre a Nato, a cimeira da Nato, os porquês da Nato, a bondade (discutível) da Nato e as malfeitorias (muitas) da Nato. É extraordinário como a verve e as emoções transbordam do fluxo torrencial dos conceitos dinâmicos e brilhantes que os nossos comentadores, politólogos e outros… isso, têm da Nato. Como é natural tudo o que ouvi estava inquinado com um ainda mal explicado antiamericanismo primário cuja essência consigo apenas remeter para um mal disfarçado complexo de inferioridade que nos faz parecer assim - sábios, pimpões, sempre-em-pés, tagarelas e detentores das grandes soluções para os grandes problemas do mundo. E fui ouvindo a facilidade com que vamos explanando a nossa sabedoria e conhecimentos na análise dos momentosos problemas da humanidade.

Ficou-me um termo que na senda da nossa proverbial tendência para adoptarmos vocábulos e expressões que fazem depois escola durante uns tempos e que foi o etnocêntrico. Claro que qualquer pessoa medianamente culta descodifica o significado do termo, basta ir ao radical, mas a facilidade com que de repente pomos a circular expressões frescas no léxico nacional é digna de registo. Bom, já agora, quem são os etnocêntricos? Imagine-se se poderia ser alguém para além dos europeus e dos americanos. Porquê? Porque continuamos a querer que toda a gente no mundo seja como nós e que todos os problemas sejam solucionados segundo os nossos pontos de vista.

Uns etnocêntricos, é o que nós somos. Ainda que no caso português sejamos uns etnocêntricos cujas virtudes eu não aconselharia a nenhum outro povo do mundo. Senão ainda acabam a perceber imenso da Nato, da senhora Merkel, do Iraque, da Palestina, dos direitos humanos, mas totalmente incapazes de se governar a si próprios.

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quinta-feira, novembro 11, 2010

E a jeropiga que aquela senhora bebeu, não foi ela, fui eu


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Hoje bebi jeropiga e comi castanhas, depois de almoço. O senhor Lourenço (ou foi o senhor Vitorino?) trouxe castanhas para a mesa porque era Magusto e eu achei que, no mínimo, a «coisa» merecia um cálice de Porto. Que não. Jeropiga é que era. Acedi… a jeropiga, para mim, é assim uma espécie de física quântica ou um solo dolomítico, «quer-se dizer» a gente já ouviu falar mas não faz a mínima ideia do que seja. Por mim, tinha uma vaga reminiscência de que era uma bebida doce e amarela, mas isso também uma mulher carinhosa atacada de hepatite o poderia ser. Aí, houve um colega simpático que me explicou, cientificamente, que a jeropiga resulta de uma travessura. Quando o mosto começa a fermentar a gente «vai daí… e pimba, bota-le» aguardente e então sai aquela mistura xaroposa, generosa, licorosa e outras «tecnicalidades» que a gente ouve aqui e ali quando se fala em vinhos.

Bebi, assim, um copo de jeropiga. Para um abstémio como eu, um copo de jeropiga tem o mesmo efeito que atirar um rapaz virgem para um bacanal romano, daqueles com cachos de uvas e tudo e túnicas e tudo e tudo, quer-se dizer… deve ser, que eu nunca fui a um bacanal romano e nem sei mesmo se alguma vez fui virgem. Mas pela experiência que tenho de vida deve estar uma coisa para a outra.

É bem feito para mim. A coisa soube bem mas agora estou para aqui a chupar kompensan desde que me sentei à secretária. Que me lembre, a última vez que bebi jeropiga foi na Golegã, há um ror de anos. Tenho uma ténue ideia que me sentei com colegas rodeando um alguidar de castanhas e outro de tremoços e nós próprios estávamos rodeados de pipas de água-pé e jarros de jeropiga. A coisa deu mal porque nem pelo cair da noite eu dei e o resultado é que tudo o que sei da feira da Golegã é de «ouvir dizer» e parece que «aquilo» até é giro, mete cavalos, amazonas e assim! E hoje… o que me teria dado para beber um copo de jeropiga?

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O tempo, o vento e as marés


O extenso areal da Figueira da Foz (clicar na foto)

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O areal da praia pode ser extenso, quase com o mar a perder de vista, mas isso não impede que pequenos espaços se limitem e preservem na contenção dos momentos mágicos e gratificantes, sem cuidar da imensidão. Quem sabe quantos momentos de magia não estarão guardados num areal como este, com a passagem dos anos? Uns, de tempos remotos, outros, de passagens mais recentes. E todos eles se amalgamam inexoravelmente na imensidão do areal, à medida que vão passando o tempo, os ventos e as marés. Nunca, porém, perderão a sua identidade e, muito menos, desaparecerão. Poderão tornar-se difíceis de ser reencontrados mas, ciosos dos seus segredos, permanecerão imutáveis à passagem do tempo. E do vento. E das marés.
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quarta-feira, novembro 10, 2010

«...The very city by the sea...»




Fotos de Eqbal Cassamo clicar nas fotos para aumentar

[3957]

123º aniversário de Maputo. Uma das cidades mais bonitas do mundo, por muito estranha que esta afirmação possa parecer. Aqui caldeei uns anos da minha vida com as idiossincrasias próprias de uma urbe onde o snobismo de uma camada de expatriados saltitava por entre as múltiplas demandas e funções sociais e se entrosava com a magia da paisagem única dos sítios e das gentes que a compunham. Por isso não me é possível alguma vez esquecer esta cidade que é «…alegre como a chita, tem a graça e tem o tique do sorriso de mulher…» !

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terça-feira, novembro 09, 2010

Shame


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Pode ser até que a emergência da «Casa Pia» se destine a distrair-nos dos 7%. O que não implica esqueçamos que por muito leigos que sejamos nos meandros da nossa justiça, seja evidente ter havido erro grosseiro na administração da justiça que resultou na condenação de todos os arguidos. Quando se verifica consenso entre a defesa e o Ministério Público quanto a ter existido uma deficiente apreciação de matéria de facto e, mesmo assim, se tenha procedido à aplicação das sentenças, não resta outra alternativa senão pensarmos, legitimamente, que de duas uma: ou houve pura incompetência, situação não despicienda sobretudo tratando-se de justiça ou, vade retro Satanás mas parece ser a única alternativa viável, este aparente erro destinou-se a uma futura anulação do processo e consequente reabertura do mesmo o que, naturalmente, provocará novo e longo arrastamento do processo.

Qualquer das alternativas me repugna mas parece não haver muito mais por onde escolher. Em todo o caso, os 7% já aí estão, Sócrates contempla a paisagem a partir de S. Julião da Barra e o Porto só volta a ganhar ao Benfica lá para a Primavera. Urge desencalhar por aí um novo entretenimento para a grei.

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«Sincronicidade»


No Verão é assim... clicar na foto, para aumentar

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O Jardim estava cinzento e meio triste, esta manhã. As pessoas caminhavam apressadas por entre as áleas arborizadas, indiferentes ao chuvisco intermitente e ao frio agreste que parece ter vindo para ficar. Ao fundo e por entre o grande portão de ferro entreaberto, vislumbrava-se a fachada da basílica, em frente da qual se misturavam os carros, as pessoas e os eléctricos. E até os inevitáveis pombos, arrulhando por amor ou por restos de comida deixados nas caldeiras das árvores, por idosos que se preocupam com eles.

A cidade começa cedo o seu ritual… e às vezes acomoda rotinas quebradas, como a pequena caminhada que me apeteceu fazer no Jardim, antes de me dirigir ao escritório. Nem sempre percebemos o domínio das vontades que mantemos, perenes, no corpo. Mas quem diz que é preciso entendê-las? Por vezes vale bem deixá-las fluir e obedecermos ao seu comando. Talvez que, poucos minutos mais tarde, entendamos porque o fenómeno da «sincronicidade» mereça um pouco mais da nossa atenção para o tentarmos perceber na sua plenitude. Sobretudo se noutras latitudes o comando das vontades exerce os seus direitos também e gera impulsos para uma caminhada. Mesmo se o céu, ao contrário do de Lisboa, está azul e sem chuva e se o ar, em vez da agrura do frio, nos proporciona o conforto tépido do sol banhando-nos o rosto.

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segunda-feira, novembro 08, 2010

O novo patrocínio do Esselbê


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Eu gostava mais que o Porto tivesse perdido. Porque o FêQuêPê faz tudo o que está ao seu alcance para que assim o desejemos. Incluindo o seu Villas-Boas que continua sem pigarrear e a cultivar aquela voz que já foi mais tempo que se usou e que insiste em ser pateta todos os dias, quer o Porto ganhe quer o Porto perca. Mas os lampiões não ganharam e um lagarto que se preze não pode ficar insensível a esta camisola.

Recebida por e-mail.

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Imbecilidade militante


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No fundo esta rapaziada beijoqueira e exibicionista, antes de serem gays são, fundamentalmente, idiotas. Vale-lhes a virtude de estarem a prestar um bom serviço à comunidade, incluindo a igreja católica. Porque se a condição gay (esta da condição gay é mais ou menos por comodidade discursiva, não me ocorre outra…) está consensualmente aceite na sociedade moderna como uma expressão livre de opções sobre práticas sexuais, já o primado da decência continua a ser suficientemente forte para que achemos esta maralha desprovida de um módico mínimo da mesma, no pressuposto de que neste mundo todos temos de nos respeitar uns aos outros. E é por isso que eu acho que estão a prestar um bom serviço. Encenarem episódios deste tipo, a propósito ou não de uma visita do Sumo Pontífice, ajuda-nos a que não nos desviemos, por um milímetro, da fronteira entre um quadro social e humanamente aceitável e a manifestação indecorosa de um punhado de imbecis.

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quinta-feira, novembro 04, 2010

A balística em tratos de polé


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Prontesdesde logo e é assim e naquilo que é a insustentável tendência para o neologismo parolo, aprendi hoje que os coletes à prova de bala aqui, em Portugal, se chamam coletes balísticos. E eu que julgava que balística era o movimento dos projécteis, especialmente das armas de fogo, seu comportamento no interior destas e também no seu exterior, como a trajectória, impacto, marcas, explosão, etc., utilizando-se de técnicas próprias e conhecimentos de física e química. Mas devo ser eu que ando a ver CSI’s a mais ou a versão portuguesa do inspector Max…

A insistência dos repórteres da TSF, a propósito da cimeira da NATO, a perguntarem à PSP se já tinham recebido os coletes balísticos faz-me recear o pior. De que não há remédio mesmo. Já anteontem eu andava meio descoroçoado com a ignorância da nossa rapaziada da comunicação social (licenciada, é bom não esquecer) sobre o Tea Party. Hoje apanho com os coletes balísticos. E há bem pouco tempo era a gripe… aviária, se bem se lembram. É bem feito para mim!

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