terça-feira, novembro 09, 2010

«Sincronicidade»


No Verão é assim... clicar na foto, para aumentar

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O Jardim estava cinzento e meio triste, esta manhã. As pessoas caminhavam apressadas por entre as áleas arborizadas, indiferentes ao chuvisco intermitente e ao frio agreste que parece ter vindo para ficar. Ao fundo e por entre o grande portão de ferro entreaberto, vislumbrava-se a fachada da basílica, em frente da qual se misturavam os carros, as pessoas e os eléctricos. E até os inevitáveis pombos, arrulhando por amor ou por restos de comida deixados nas caldeiras das árvores, por idosos que se preocupam com eles.

A cidade começa cedo o seu ritual… e às vezes acomoda rotinas quebradas, como a pequena caminhada que me apeteceu fazer no Jardim, antes de me dirigir ao escritório. Nem sempre percebemos o domínio das vontades que mantemos, perenes, no corpo. Mas quem diz que é preciso entendê-las? Por vezes vale bem deixá-las fluir e obedecermos ao seu comando. Talvez que, poucos minutos mais tarde, entendamos porque o fenómeno da «sincronicidade» mereça um pouco mais da nossa atenção para o tentarmos perceber na sua plenitude. Sobretudo se noutras latitudes o comando das vontades exerce os seus direitos também e gera impulsos para uma caminhada. Mesmo se o céu, ao contrário do de Lisboa, está azul e sem chuva e se o ar, em vez da agrura do frio, nos proporciona o conforto tépido do sol banhando-nos o rosto.

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