quinta-feira, abril 29, 2010

A gente vamos lá...

[3747]

Estou razoavelmente descansado. Pôr Passos e Sócrates a resolver a crise financeira é assim mais ou menos como colocarem-me a mim a à minha empregada moldava a discutir a monogamia dos pinguins ou os benefícios do chá de romãzeira na flatulência e regularização do trânsito intestinal. Por isso acredito que alguém que saiba da poda esteja por detrás, explicando algumas medidas incontornáveis, para ver se conseguimos sair do buraco em que o sorridente Guterres e os seus descendentes muchachos nos colocaram.

A gente vamos lá, ide por mim…

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Está resolvido

[3746]

Parece que Angola devia € 500.000.000 a empresas portuguesas de construção e obras públicas. Portanto, Portugal dá (não é emprestar, é dar) mil milhões e uns trocos e Angola paga a Portugal. Eu, que NÃO percebo imenso destas coisas de finança, acho que percebo, pelo menos, português. E isto é o que vem explícito, sem tirar nem pôr, na Bloomberg. Pelo caminho há mais umas linhas de crédito e assim para não atrapalhar a coisa.

Há centenas ou milhares de pequenas empresas portuguesas que, neste momento, têm os seus fornecimentos parados ou intermitentes por via das dificuldades de obtenção de instrumentos bancários. Não têm é gente a cantar o “only you” no conselho de administração. Na parte que me toca vou começar a ensaiar uns karaoke ali para os lados de Alcântara a ver se “abincho” alguma coisa. “Hadem” ver se não começo. Para que nós, os mais pequenos, “póssamos” receber algum também. E o “hadem” e o “póssamos” não são inocentes, tenho a certeza que “ajudarão-nos” alguma coisa!

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terça-feira, abril 27, 2010

As diferenças



[3745]

Ouvir Manuela Ferreira Leite na Comissão, mesmo por via do seu discurso deselegante e atabalhoado, é perceber a diferença entre uma pessoa séria, descomprometida e sem outras preocupações que não sejam o seu alto sentido de Estado, partilha de um plano honroso e de progresso no concerto das nações e um exemplo vivo de uma cultura rasca, medíocre, incompetente e irresponsável e que nunca hesitou no arbítrio estouvado das suas competências e atribuições em proveito dos seus correligionários. Por força de um sistema integrado de protecção, cumplicidades, irregularidades e sem respeito pelos cidadãos, responsável pelo estado calamitoso para que conduziram este país, já desde o tempo do sorridente Guterres.

Manuela e Vitalino ontem personificaram bem este estado de coisas.

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segunda-feira, abril 26, 2010

Redacção - Os portos

[3744]

«Eu gosto muito de portos. Os portos dão-nos o leite, o queijo, a carne, o peixe e a pele para a gente fazermos casacos. E também nos dão os estivadores que estivam que a gente estêjamos bem.
Além disso, os portos também servem para levar algumas pessoas para o raio que as parta e deixá-las por lá "ad aeternum" (não sei o que isto quer dizer, mas foi a professora das "Nobas" que me ensinou).
Eu gosto muito de portos.
Quando for grande quero ser um porto (ou lisboa ou abragão ou coreixas, também serve)».

De um comentário da Li a este post

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Patético é...

[3743]

... ver o inefável Fernando Ferreira aconselhando-nos a deixar o carro em casa e seguir para o trabalho de transportes públicos, em dia de greve dos mesmos.
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domingo, abril 25, 2010

Foi você que pediu um porto...?


[3742]

Insisto. Este homem embaraça-me. Enquanto projectou (assinou) casas de «vacanças» nas serranias do interior, a coisa passava mais ou menos despercebida. Mas agora, queiramos ou não, e parece que quisemos e (céus…) continuamos a querer, ele é primeiro-ministro. Sai na rádio, nas televisões e nos jornais. E há mínimos de decência exigíveis, sobretudo para primeiros-ministros.

Agora descobriu que gosta de portos. Foi ao Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões e disse que adora portos e que os mesmos são uma inspiração para a aventura. Eu conheço os portos portugueses, sempre adorei portos, gosto da atmosfera dos portos, disse ele sem se rir. No fim, ainda lhe sobrou tempo para descobrir que se criou uma relação entre a actividade portuária e a cidade como, provavelmente, não teremos rm nenhum outro sítio em Portugal, seja o que for que isto signifique… fica-me a certeza que na Guarda, não, com certeza!

ver aqui o vídeo, sem sorrisos de comiseração, da socrática e portuária intervenção.

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sábado, abril 24, 2010

A triste figura


[3741]

O Partido do Governo tem vindo, gradativamente, a baixar a guarda, não porque se sinta cansado, mas porque se julga confortavelmente seguro na sua pesporrência, reconhecida capacidade de manter a grei mansa, bovina e aquiescente e consequente intocabilidade nos meios, processos e figuras que usa no desempenho dos seus interesses. Isso permite-lhe manter uma política de protecção integrada a improváveis figuras de qualquer sociedade minimamente decente. Só assim se explica que para além da manutenção daquela trágica figura do actual primeiro-ministro e do cortejo infindável de militantes envoltos nas mais variadas e inextrincáveis manigâncias, se perpetue a infindável lista de atropelos, trapalhadas, suspeições e geometria convenientemente variável da Justiça. E se assista com impavidez (impotência) ao desfile de horrendas figurinhas em permanentes desmandos, das quais ressalta agora esta indescritível personagem sobre a qual, inevitavelmente, terá de haver uma protecção coriácea que lhe avalize o seu in-su-por-tá-vel comportamento e discurso. Não é possível, não é aceitável que uma criaturinha destas e com um currículo que faria inveja a muitos dos que se mantêm ainda na fase do indispensável «lambebotismo» continue a pintar a manta da forma como o vem fazendo. E ninguém o varre. Têm medo de quê?

Ler um resumo das suas principais peripécias aqui.

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Quando se raspa o novo português...


clicar na imagem para ler


[3740]

Uma crónica notável (sem link) de VPV no Público de hoje.

Via Porta da Loja

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"Reserbado" o direito de opinião


Ver a insídia do labéu aqui, com vídeo e tudo.

[3739]

O futebol tem destas merdas - e perdoe-se-me a pobreza de linguagem, mas não encontrei expressão mais adequada. Traz ao de cima a espuma de um provincianismo bacoco como acontece na fervura do leite e daí resultam peças de retórica como esta - alinhar o Benfica (um clube de um bairro lisboeta…) pelos desvarios de Ceausescu, afirmar que os benfiquistas do Porto, em pequeninos, mal ousavam sair dos armários, fenómeno já de si revelador dos futuros Guardas Abel que viriam por ali ou que a predilecção por um clube fora da esfera do paroquial FêquêPê é contra-natura, porque se refere e simboliza o pior de Portugal, centralismo, macrocefalia economia, esforço da ditadura em obrar (SIC) um clube tornado nacional, insulto, insídia, preconceito paroquialmente centralista e afirmar quão arrepiante e deslocada é a sua escolha futebolística são expressões que dizem bem do estofo de quem as produz.

Palavra de honra que, ao princípio, pensei que o CAA tinha acordado com ganas de escrever uma peça de humor. Mas depois, vi que não. “Aquilo” é a sério e o homem está esganado de fúria, possesso e espuma os rancores e uma lamentável patologia cujas vertentes não me atrevo a analisar por absoluta falta de autoridade na matéria de um leigo como eu.

O homem passou-se. Porquê? Porque um grupo de patuscos colocou um painel na rotunda da Boavista. Nele se “reserbaba” este espaço aos benfiquistas e isso, para o CAA, constitui um labéu que lhes é oferecido pelos adeptos sulistas. Por mim, o labéu até tem graça e não ofende ninguém, sobretudo quando são os próprios portuenses a orgulharem-se do seu sotaque, que inclui a desarmante troca de letras sempre que se dão ao travalho de reserbar qualquer coisa. Mas, que diabo, a peça até tem graça e não deveria ofender ninguém. Certamente muito menos que a, à altura, companheira de Jorge Pinto da Costa a qual, no intervalo entre uma audiência com o Papa e escrever um livro a contar umas verdades, resolveu desfilar em direcção ao estádio da Luz conduzindo uma orquestra afinada de adeptos, dos bons, puros, nobres e inbictos, a berrarem “filhos da puta, filhos da puta, filhos da puta….”

Malhas que o futebol tece…

Declaração de interesses: Sou sulista, elitista (versão menesiana), centralizado, economicamente macrocéfalo (ainda que de uma aflitiva microcefalia financeira), mais ou menos indiferente ao facto de obrar clubes nacionais e um lagarto de gema, apesar de Bettencourt, o presidente em uso corrente naquela repartição.

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quinta-feira, abril 22, 2010

"Chiclets" encartados


[3738]

Aí está mais um dia. O dia da Terra. Daí a apanhar com o Fernando Ferreira da Quercus a explicar que se todos fossem como os portugueses precisávamos de dois mundos e meio, que os americanos, pois claro… sempre os mesmos…já não ouvi bem… mas lá vinham os americanos de escantilhão pelo verbo de Fernando Ferreira abaixo, em versão flush the toilet, que foi o que, coincidentemente, acabei por fazer, ainda que por razões diversas das angústias de Fernando Ferreira. Por isso, que se dane a «pegada ecológica» e acendam-se as luzes todas, que este homem é de meter medo a um susto. Sobretudo se nas «pantalhas», logo pela manhã, falando de americanos, de portugueses que não apagam a luz, fatalmente do aquecimento global das alterações climáticas.

Não há pachorra e alguém devia entender que os Fernandos Ferreiras do nosso descontentamento têm efeitos colaterais graves. Porque a gente ouve a criatura e o primeiro impulso é revanchista - acender as luzes todas e tomar um duche de duas horas…

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quarta-feira, abril 21, 2010

A Inês, o Jaime, o homem de bigode que toma café no senhor Farinha, o Fernando, o senhor Pimenta e o senhor Rendeiro. Ah! E dois putos traquinas

[3737]

Começar o dia bem, ouvindo as notícias reconfortantes:

- Jaime Gama anuncia que Inês de Medeiros, deputada pelo círculo de Lisboa, iria mesmo ter direito a uma viagem semanal Paris/Lisboa/Paris. Quedei-me aliviado pelo fim da novela, para saber as razões. Jaime Gama esclareceu-me dizendo, seco e “verbatim” que o caso de Inês de Medeiros era uma excepção. Registei e congratulei-me pela parcimoniosa mas claríssima explicação do presidente da Assembleia da República. "Prontes", se é uma excepção não se fala mais nisso.

- Morrem dois miúdos no concelho de Sintra, num buraco que uma empresa de extracção de areias abriu e que se encheu com águas profundas de três metros, com as chuvas abundantes deste inverno. Como não me apetece ir ao “café do senhor Farinha”, aparentemente um café onde um popular daqueles que aparecem sempre nos directos nos aconselhou ir para confirmarmos quantas vezes é que ele já lá tinha ido, ao senhor Farinha, dizer que havia de morrer ali um miúdo, limitei-me a ouvir o inefável presidente Seara. Com a energia lampeira com que costuma animar os programas de futebol na televisão, ele informou a grei que a empresa, uma tal de “Pimenta e Rendeiro” tinha sido notificada. O facto de a “Pimenta e Rendeiro” não ter ligado pevide, ter deixado o buraco aberto e terem morrido duas crianças parece ser pormenor de somenos. Afinal a Câmara avisou o Senhor Rendeiro… ou o senhor Pimenta… ou os dois. Quem manda o senhor Pimenta e o senhor Rendeiro serem distraídos e não ligarem nenhuma? A Câmara, essa, cumpriu a sua obrigação. A avaliar pelo estilo da história deve ter sido qualquer coisa no género “Ó senhor Pimenta veja lá se manda fechar o buraco se não um dia destes morre lá um puto e depois é chato, já sabe como é…”

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terça-feira, abril 20, 2010

Pouca terra, pouca terra...


[3736]

Quando um empresário se depara com o aumento de procura do seu produto, fica alegre e contente e a sua primeira reacção é aumentar a capacidade de oferta para responder à procura. Sabe que satisfará mais clientes e aumentará os seus lucros. Os empregados, por sua vez, trabalharão com mais afinco. Provavelmente esse aumento de procura propiciará remunerações mais elevadas e esmeram-se no desempenho das suas funções com gosto e entusiasmo.

Mas isto é quando se trata de uma situação em que há uma consciencialização generalizada das vantagens de se trabalhar mais e melhor e dos riscos de se trabalhar menos e pior. Porque se se trata de empresas majestáticas, deficitárias, regurgitando pessoal de direitos e conquistas que garantem o emprego vitalício, enquadrados em gestores provavelmente com o mesmo nível de mediocridade, mas com gordos prémios ou elevadas «cláusulas de transferência» entre empresas onde o Estado tem um dedo, a coisa muda de figura. Viu-se agora com o aumento inusitado de procura de milhares de pessoas a quererem usar o comboio como meio de transporte alternativo às centenas de voos cancelados diariamente em Lisboa, «bichando» bovinamente na estação de Santa Apolónia, perante o único (leram bem, único) guichet de atendimento para trajectos internacionais.

Não sei se a culpa é dos gestores, dos trabalhadores ou da tia de Francisco Louçã. Mas é por estas e por outras que quando vejo esta gente fazer greves porque está de chuva, está de sol ou está de vento, sem qualquer respeito pelos clientes (utentes, na óptica do utilizador…) dá-me um formigueiro imenso.

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segunda-feira, abril 19, 2010

Viagem presidencial




[3735]

Com a devida vénia ao Kaos in the Garden.
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Cheia de graça... entre as mulheres *


[3734]

Estou definitivamente velho. Esclerosado. Ranzinza e bota de elástico. Pateta, conservador, reaccionário e, justificadamente, sujeito a fundadas suspeitas de “cows disease”, tal como vive, aterrorizado, o Dennis Crane do Boston Legal. Perdi a noção do progresso, soltura de ideias e não me sinto mais enquadrado na moldura pós moderna, quiçá modernaça, dentro da qual a sociedade se terá inevitavelmente de ajustar, sob pena de nos mantermos na penumbra medieva dos nossos antepassados. E porquê? Porque achei que esta Nossa Senhora tinha mais de falo que de santa. Mas já me deram uma lição sobre a santidade do falo e sobre a "falácia" da santa. Assim, reposta a similitude e estabelecida a hermenêutica da coisa (eventualmente, do coiso também) está tudo bem. E quem quiser é só folhear o catálogo da Atlantis e comprar. Ámen.


* Título um bocadinho plagiado do JCD

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domingo, abril 18, 2010

Poetry in motion


Sete... de setecentos e cinquenta mil...





[3733]

«Pelos campos do mundo senha e signo

ele não desiste e nunca se repete

e em cada rua é um menino

de camisola número sete.

Pelos campos do mundo seu nome é quem nos diz

ele corre e finta e dribla e com seus pés

pelos campos do mundo escreve outro destino.

Por isso diz-se Figo e é um país

com ele o sonho é português»


Manuel Alegre escreveu, comovido e patriota, este poema. Nele verte a gesta lusitana, a erudição, a inspiração maviosa e a épica camoneana, emulando o sonho português de ser Figo. Pouco mais tarde, o sonho português recebeu umas massas para vir “matabichar” com Sócrates e dizer que estava cheio de convicções e que lhe agradava muito o trabalho desenvolvido pelo Partido Socialista. Um pouco mais tarde Sócrates fuzilou Miguel de Sousa Tavares com a «infâmia» do que se anda por aí a dizer sobre Figo. Nos «entretantos», três brilhantes socialistas foram acusados de corrupção passiva a propósito do tal pequeno-almoço. Enquanto espero por saber quem foram os corruptores activos na corrupção passiva, vou ali esconder-me e já venho. Pode ser que um dia o pesadelo passe. Mas parece que não passa tão depressa. Os portugueses continuam a dar a vitória ao PS e a Sócrates, entretanto ilibado duma data de coisas (tantas que o post ficaria demasiadamente grande em enumerá-las), subiu até não quantos poucos na popularidade.

Bem feito, para não sermos parvos.

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Vanity... e um embaraço permanente

[3732]

Soares é um embaraço. Não colhe a ideia de que está velho e senil. Velho está, certamente, mas de senil não me parece ter nada. Continua a ser uma raposa astuta. E tão cínica, como a outra que disse que não queria o cacho de uvas por estarem verdes.

Soares terá as sua razões para gostar de se projectar periodicamente na ribalta que lhe oferecem, submissa e saloia, para se explanar na lascívia das suas elucubrações, dizendo o que lhe vem à cabeça, da forma que entende e com a ideia antecipada de que lhe vão achar muita graça.

Desta vez falou de Cabo Verde… e da vantagem que Cabo Verde teria tido em se manter ligado a Portugal. Isto é de uma atroz deselegância e de quem acha que pode dizer o que lhe apetecer. Mas fora a elegância, eu gostaria de pensar no que Soares diria, se há cerca de trinta anos atrás alguém dissesse o que ele diz agora. Enquanto se dedicava com afinco à sua obra de descolonização exemplar, tarefa que ninguém lhe outorgou, mas que ele tomou como sua, apoderando-se dos meios de legitimidade necessárias para o fazer, sem respeito pela pessoa humana (portugueses e africanos) e com o mesmo sentido de Estado com que uma vez, iracundo e imbecil, pisoteou uma bandeira nacional.

Nota: Eu também acho que, na altura, Cabo Verde teria ganho com a integração. Mas hoje, quando Cabo Verde provou ser um país que soube seguir uma via racional e com elevado sentido de desenvolvimento e melhoria de vida para os seus cidadãos, ao contrário de outras colónias (Guiné- Bissau, por exemplo), as afirmações de Soares soam deslocadas, patéticas e ofensivas.

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Estarmos fart@s de...


[3731]

Por uma vez concedo um módico de simpatia a Sócrates pelo seu desabafo em relação à tia de Louçã. Louçã é um terrorista verbal, malcriado e profundamente irritante. Deve ser muito difícil suportar, com propósitos, a arrogância, pesporrência e até uma espécie de ódio mal disfarçado por entre aqueles olhos de chispa e erres de motorizada de escape livre. Daí que mais preocupados com a “explosão” de Sócrates, devíamos nós estar com esta rapaziada que faz da Assembleia um circo e exercita uma permanente pantomina como espelho das suas vaidades e idiossincrasias. E, realmente, quem chama “manso” a alguém, por muito reptícia que seja a forma como o faz, não merece outra resposta que não seja remetê-lo para a tiazinha dele.

A talhe de foice, deparo com esta pérola de Miguel Vaz de Almeida. Os “portugueses e as portuguesas” e respectivas ramificações, esta aberração gramatical que a esquerda resolveu instituir definitivamente no nosso léxico, em total desrespeito pelo que de há muito está consagrado na Gramática Portuguesa, ainda que não se trate de substantivos comuns de dois ou epicenos, caminha agora para formas de ortografia inesperadas. O símbolo "@" serve na perfeição para a igualdade dos géneros, amalgamando-os numa ortografia moderna que não é mais que o maneirismo habitual desta casta de iluminad@s que, como diz a Helena Matos com toda a propriedade, tem sempre que arranjar com que se entreter, à medida que se vão esgotando as causas fracturantes. Calhou a vez agora ao @, eles e elas fundidos, por igual, num símbolo que parece que foi feito de propósito - e não fossem eles ateus graças a Deus, pareceria até de inspiração divina.

Não há pachorra. Sobretudo quando, de cada vez que me refiro a Miguel Vaz de Almeida me dizem. Ah! Mas é um homem muito culto e muito inteligente. Não é de ficarmos pasmad@s com esta argumentação?

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sexta-feira, abril 16, 2010

As mangas do céu


[3730]

Dão nas árvores mas podem também vir do céu. São doces, frescas e sãs e quando amadurecem adquirem o sorriso eterno – deve ser o sorriso que Deus criou antes de se zangar com os homens. São as mangas que se renovam todos os anos mas que, ao contrário das outras, não se desprendem da árvore. Antes nela permanecem, sublimando as suas características na sua permanente renovação.

Parabéns e um dia pleno de alegria e tão doce como o sumo que as mangas nos dão.

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quarta-feira, abril 14, 2010

Em defesa da honra…


[3729]

… que honra é ser leão e não permitir a verdade tergiversada por insinuações que seriam torpes se a elas não fosse devido o desconto da ignorância da coisa futebolística (nem acredito que fui capaz de dizer isto) do João.

O João é um trapalhão e só o privilégio que lhe concedo em almoçar quase todos os dias com ele poderá servir de desculpa para me confundir com o contra-regras burlesco e único lampião que se senta igualmente naquela mesa, o único homem que distribui a causa próxima dos tais orgasmos múltiplos de que fala o João na sua República do Caustico, entre os golos de uma cepa estática, sem empa nem poda e com evidentes sintomas de filoxera, que dá pelo nome de Cardózo (!!!) e que de vez em quando acerta um pontapé, e a gerontocracia como pasto infindável do seu limitado campo de humor.

Este post está meio cifrado, eu sei, mas a honra tinha que ser defendida. Entre a meia noite de ontem e as oito desta manhã tive mais de duas dezenas de visitas a partir da República do Cáustico e eu não quero que as pessoas venham ao engano. Sobretudo não quero sentir-me como um espécie em extinção, bicho raro, sei lá, assim uma espécie de Koala encarnado que prefere um “chesterfield” de estilo a uma frondosa árvore para trepar. Muito menos que esse Koala é do Benfica e é acometido de orgasmos múltiplos.

E a propósito deste último pormenor, prevejo que hoje é um dia em que terei de almoçar noutro sítio também. Imagine-se um almoço a ter de ouvir um lampião a explicar o jogo de ontem, tipo as sarrafadas do Luisão ou o golo por acaso que o Aimar conseguiu acertar, a três nobres sportinguistas que mais não vão querer que degustar paulatinamente, um almoço…

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terça-feira, abril 13, 2010

"Suspense" matinal


A tensão aumenta: O que responderá Manuel José?

[3728]



A notícia dominante desta manhã é de grande impacto. Pergunta-se a Manuel José o que é que ele diria se fosse convidado para treinar o Sporting. E o que responde Manuel José? Adivinhe-se (rufo) … bom, para não prolongar o “suspense”, MJ respondeu que se o Sporting lhe fizesse essa proposta (deduz-se, assim, que ainda não fez) ele ia pensar. Ora embrulhemos, que o serviço público fez-se para estas momentosas e superlativas questões, sobre as quais temos o direito de seguir esclarecidos para o trabalho.


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Melhorar o serviço público

[3727]

A Carla Trafaria soltou o cabelo e passou a apresentadora do "Bom Dia Portugal". Para já, o ganho é evidente, se nos lembrarmos de algumas massas lêvedas, masculinas, que faziam aquele trabalho. “Trafariemos” pois, regozijemo-nos com a mudança.

A propósito do Bom dia Portugal… ainda não perdi a esperança de arranjar um emprego pós reforma em que me paguem para ir ao programa dizer que a dieta mediterrânica é muito boa, que os hambúrgueres e batatas fritas blá blá blá, que devemos comer muitos vegetais, saladas e assim e evitar fritos, açúcares, sal, gorduras e carnes vermelhas e fazer muito exercício. Afinal, trata-se de dizer o que toda a gente sabe a uma data de gente que não liga nenhuma. Mas pagam-lhes por cima e é fácil, fácil. O inconveniente é uma pessoa ter de se levantar muito cedo. Nada que não se remedeie depois do programa com uma tosta mista e um galão com três colheres de açúcar.

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Prudencial, está bem de ver

[3726]

Agora que o barulho das luzes se vai esvaindo e começam, aqui e ali, a surgir as primeiras dissonâncias (a primeira é de que a mulher de Passos Coelho, “afinal”, tem um arzinho de dona de casa, seja o que for de pejorativo que a frase possa encerrar…) e com licença de “Vocelências”, vou-me ali sentar com a Joana e esperar um bocadinho, também. Uma atitude meramente prudencial.

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segunda-feira, abril 12, 2010

Tabus


[3725]

Falando ainda de jornalistas. A forma como a nossa rapaziada se assume como fazendo um bom trabalho à medida que vai desfiando a sua intolerável leveza e superficialidade nas questões que põe aos nossos políticos chega a ser um festival de pretensa zombeteria… isto se eles soubessem o significado de zombeteiros. Mas não sabem, limitam-se a sê-lo e, mais grave, convencidos que estão a desempenhar um bom papel.

A parada de “PSD’S” ontem foi um manancial para o pessoal do microfone que exercitou um dos mais patéticos desempenhos a que tenho assistido. Nada ou quase nada do que perguntavam fazia sentido ou tinha interesse para quem quer que seja, limitavam-se a pegar em expressões, gestos, (um houve, da SIC, que chegou a questionar a resposta de um entrevistado sobre o seu encolher de ombros, o homem parecia que tinha um tique e nem percebia a pergunta do jornalista e ele insistia, “mas porque encolheu os ombros? O senhor encolheu os ombros, porquê?”), observações que para quem vê o "Law and Order" na Fox classificaria como “leading questions” e, desgraça das desgraças, um obscuro conhecimento das realidades políticas, pelo menos a avaliar pelo tipo de questões colocadas. A pérola, para mim, foi o “tabu”… o tabu, aquele posicionamento execrável “inventado” por Cavaco Silva e que qualquer jovem jornalista acha de bom tom conhecer. E é assim que Manuela Ferreira Leite “desfez o tabu”… e veio ao encerramento do Congresso do PSD. Desfez o tabu, imagine-se, vá lá uma pessoa passar-lhe pela cabeça que MFL ia desfazer o tabu e ia a Carcavelos…

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Vai-se a ver ainda se descobre que era católico


[3724]

O delírio e a criatividade do nosso jornalismo não conhecem fronteiras. Sobretudo quando se tende a transformar um assassinato num assassinato “bom”. Assassinato, mas bom. E é assim que Terre’blanche é nazi, de extrema direita, traficava armas, batia nos pretos … oops, e descobre-se agora que um dos seus assassinos o matou porque ia ser violado. O bóer não era só racista, separatista, inumano e torcionário. Era violador de pretos e, portanto, foi muito bem feito.

Por este andar ainda vão descobrir que o homem era católico apostólico romano e constava da lista de amigos de Ratzinger no Face Book!

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quinta-feira, abril 08, 2010

Letargia

[3723]

Há duas razões principais para a letargia em que este blogue se encontra. Uma será um indesmentível cansaço e um percurso a caminho dos 4000 posts, ao longo de quase seis anos de vida, a um ritmo que nunca pensei ser possível. Na verdade, raro foi o dia em que o Espumadamente não foi actualizado. A outra poderá residir numa aparente “normalização” da nossa vida pública num quadro algo estranho, em que a normalização assenta numa estranha anormalidade de factos, pessoas e coisas, passe o paradoxo, numa dinâmica muito própria, na qual já nada espanta, já nada impressiona os nossos cansados sentidos de percepção.

Um dia destes “a coisa” muda…espero. Quem tem blogues a caminho da provecta idade, como este, sabe do que falo. E não é por ter passado quase uma semana sem postar que vou dar uma solução de continuidade a uma criação que a mim próprio espantou, pela relativa consistência que adquiriu, pelo grupo que leitores que congregou e pelo prazer que me deu.

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segunda-feira, abril 05, 2010

Os pruridos socialistas

[3722]

Longe de mim não me associar ao repúdio que me causam os honorários mais ou menos imorais de alguns gestores de empresas públicas. Choca, sobretudo, o pormenor não despiciendo de serem gestores de empresas de produtos não transaccionáveis em que a sua acção poderia ser aliada à criação de mais-valias e, neste caso, até poderiam ganhar dez vezes mais que não me escandalizaria. Mas o que se passa é que se trata de empresa de bens não transaccionáveis e, na maior parte dos casos, nem sequer concorrência têm. Mas também me irrita ver muitos socialistas eriçados com esses mesmos honorários, como vem acontecendo com os €3 Mio de António Mexia mas nenhum fala de outros escândalos bem maiores como os €2,5 de Rui Soares… esse, o tal que se notabilizou a fazer T-Shirts com o Che Guevara e versos do nosso bardo de serviço, se fartou de alugar jatinhos para despedir Manuela Moura Guedes e fazer contratos com Figo e foi para a Comissão Parlamentar dizer que era do "FêQuêPê" mas que também “ajudou” o Benfica. Mexia, tanto julgo saber, é um gestor de reconhecida competência, Rui Soares… pois. Mas sobre este não vejo João Soares, António Seguro e comandita a eriçarem um pelo que seja. Mistérios socialistas.

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sexta-feira, abril 02, 2010

Bom vento de Espanha

[3721]

As assistentes de bordo da Air Comet, credoras de quatro meses de ordenados, resolveram ontem despir-se de preconceitos (e de roupa), fotografaram-se e venderem um calendário ao preço ao €30 cada.

Eu acho a ideia fresca, original e mesmo um regalo, salvaguardado o meu respeito pela falta de pagamento dos ordenados, que a vida está que não se pode, mesmo para “azafatas” do gabarito destas da Air Comet. Eu iria mais longe, acho a ideia peregrina e bem podia ser aproveitada pelos nossos sindicalistas de serviço. Imagine-se uma manifestação com o Mário Nogueira, o Carvalho da Silva, Proença, Picanço e, last but not the least, a Ana Avoila, todos peladinhos da silva. Quem não pagaria qualquer coisa extra para ver este pessoal bem tapadinho, desde que prometessem que se portam bem daqui para a frente, que não patrocinam mais greves e, sobretudo, que não voltam a despir-se?

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Confiteor Deo omnipotenti

[3720]

… que depois da fressura do porco, do cheiro a sovaco no metropolitano e do pus das úlceras a coisa que mais repugna é a dinâmica do activismo idiota que nos mina o bom senso e a paciência. Daí o apreço e a frescura que me causa este post da Helena Matos. Ora leiam:

Depois dos processos por causa do Iraque, de Gaza e do aquecimento global chegou a vez do papa. Agora que a vergonha de Guantanamo já não envergonha, que se deixaram de fazer cordões humanos em solidariedade com a Intifada e que um rigorosíssimo Inverno a par da vergonha da conferência de Copenhaga puseram de pousio o aquecimento global chegou a vez do papa. Processar o papa e forçá-lo a resignar é a nova causa.

Para desopilar, vale a pena ler ainda alguns dos comentários que o post suscita.

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Chá


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«Sócrates, por exemplo, segundo sábado escreveu Henrique Monteiro, não hesitou em lhe telefonar numa grande exaltação, para lhe pedir que não publicasse uma notícia (confirmada) sobre o "caso da licenciatura". Houve uma extraordinária gritaria e parece que Monteiro nunca vira um "ser humano tão exasperado, tão fora de si" e "tão desagradavelmente mal-educado". Mas Sócrates não ficou por aqui. Mais tarde - e como o Expresso publicou, de facto, a famigerada notícia - insinuava num jornal do Porto que Henrique Monteiro era cobarde e, na Visão, declarou (falsamente) que ele deturpara (no título) o sentido de uma entrevista anterior. Este inqualificável enredo prova dois pontos. Por um lado, que a obsessão de Sócrates com a sua imagem o faz perder o autodomínio e a dignidade do cargo que exerce. E, por outro, que a proximidade do homem é perigosa. E mostra também, acessoriamente, que algumas regras tradicionais de etiqueta e reserva não se inventaram por acaso. O "porreirismo" português não se recomenda e é um sinal de incivilização e de atraso

Vasco Pulido Valente – Público

Eu sempre disse que não era apenas uma questão de carácter. É, sobretudo, a incivilização e o atraso configurados num homem impreparado para lidar com terceiros com elegância, bons modos e elementares regras tradicionais de etiqueta e reserva. Salta à vista que são atributos que Sócrates não tem. Vasco Pulido Valente diz, também, que ele é perigoso. Concordo. Gente desta, sobretudo quando emulada por uma claque invertebrada esperando, de língua de fora, por favores e torrões de açúcar e transportada no andor do poder é um factor de risco considerável contra o qual nos devemos naturalmente precaver.

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quinta-feira, abril 01, 2010

Uma Páscoa Feliz


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Só para chatear a caça aos padres em curso aqui fica uma mensagem de Páscoa para todos os amigos e leitores do Espumadamente.

Aparte a piada e a gracinha da foto, que foi mesmo só pela urticária que esta rapaziada do «tiro aos padres» me anda a causar, a Páscoa continua a ser uma festa da família portuguesa. Aproveitêmo-la, porque qualquer dia estas festividades servirão para contarmos aos nossos netinhos coisas que os antigos faziam.

Eggcellent Easter para todos. A foto foi picada da Sinapse, pois claro, de entre muitas que ela me mandou e são um fartote de riso.

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Riqueza vocabular



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A história é conhecida… é a executiva brasileira de uma cidadezinha do interior que vai em negócios ao Rio e resolve telefonar a pedir um serviço de massagem ao quarto. Só que perde a tramontana e mesmo antes do moço dizer alguma coisa, se deixa arrastar pela volúpia e desfia um rosário de ideias “tesudas”, dizendo que não quer massagem coisa nenhuma, quer sexo, muito sexo , ele que venha depressa…. até que o recepcionista se identifica e diz,
minha senhora, chamadas para fora tem que discar o zero, primeiro.

A piada é velhinha, mas recebi-a de novo. Aliás esta coisa dos mails humorísticos tem esta particularidade. Fazem uma época, desaparecem e, passados uns anitos, eles aí estão de novo. Mas desta vez a coisa vem condimentada com uma deliciosa lista vocabular que espelha bem não só a riqueza semântica dos nossos irmãos brasileiros mas, sobretudo a facilidade de expressão em situação comparada. Senão reparem nas expressões que a dita executiva utiliza para o pseudo “acompanhante massagista”, dizendo o que quer:

Traga tudo o que tiver de acessórios, algemas, chicotes, dildos, pomadas, vibradores, e quero ficar a noite inteira fazendo de tudo! Vamos começar passando geléia no corpo um do outro, depois quero que você me grude na parede...topo todas as posições: frango assado, rã com câimbra, canguru perneta, folhinha-verde, vaca atolada, saquinho de chá, helicóptero...
Ou tu tens alguma idéia mais tesuda? O que tu achas?!


Aqui deixo um desafio, alguém que me ajude a entender… eu que julgava que sabia tudo… frango assado, dá para perceber… rã com cãibra… como? Rã com cãibra (brasileiro escreve câimbra… atenção ao acordo ortográfico para ver o que sai daqui, é que não tem consoantes mudas…) ???? E um canguru perneta? Que sentido faz esta do canguru só com uma perna???? A folhinha verde… nem por sombras, não consigo qualquer associação de ideias. Vaca atolada… hummm, acho que sim, chego lá… já o saquinho de chá me parece de pouca exequibilidade e, finalmente o helicóptero, eu bem puxo pela imaginação… mas fica-me sempre a dúvida de quem é que faz de rotor.

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Mais um...

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As coisas estão a desenvolver-se no bom sentido lá por Bissau. Os golpes de estado continuam com inusitada frequência, mas pelo menos parece que desta vez não morreu ninguém. Pelo menos ainda. A não ser que seja por ser 1º de Abril e ande por aí uma mentirinha de mau gosto.
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Fechar

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Estes últimos dias têm sido algo agitados. Contra a minha vontade, nem ao blogue tenho dedicado a atenção que gosto de dedicar… Talvez surjam mais tempo e mais espaço daqui para a frente. E, para fechar este ciclo, nada como esta jóia rara, cinzelada por duas personagens que só aparecem de tempos a tempos nas nossa vidas, com o seu “Águas de Março”, fechando o Verão. O deles. Que o nosso vem aí não tarda… e nestas pequenas coisas reside a magia das nossas vidas. Nunca nada é igual para ninguém.

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