terça-feira, abril 20, 2010

Pouca terra, pouca terra...


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Quando um empresário se depara com o aumento de procura do seu produto, fica alegre e contente e a sua primeira reacção é aumentar a capacidade de oferta para responder à procura. Sabe que satisfará mais clientes e aumentará os seus lucros. Os empregados, por sua vez, trabalharão com mais afinco. Provavelmente esse aumento de procura propiciará remunerações mais elevadas e esmeram-se no desempenho das suas funções com gosto e entusiasmo.

Mas isto é quando se trata de uma situação em que há uma consciencialização generalizada das vantagens de se trabalhar mais e melhor e dos riscos de se trabalhar menos e pior. Porque se se trata de empresas majestáticas, deficitárias, regurgitando pessoal de direitos e conquistas que garantem o emprego vitalício, enquadrados em gestores provavelmente com o mesmo nível de mediocridade, mas com gordos prémios ou elevadas «cláusulas de transferência» entre empresas onde o Estado tem um dedo, a coisa muda de figura. Viu-se agora com o aumento inusitado de procura de milhares de pessoas a quererem usar o comboio como meio de transporte alternativo às centenas de voos cancelados diariamente em Lisboa, «bichando» bovinamente na estação de Santa Apolónia, perante o único (leram bem, único) guichet de atendimento para trajectos internacionais.

Não sei se a culpa é dos gestores, dos trabalhadores ou da tia de Francisco Louçã. Mas é por estas e por outras que quando vejo esta gente fazer greves porque está de chuva, está de sol ou está de vento, sem qualquer respeito pelos clientes (utentes, na óptica do utilizador…) dá-me um formigueiro imenso.

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8 Comments:

At 8:33 da manhã, Blogger Ralf Wokan disse...

Nelson, o Portugal tem o maior "Strictness of Employment Protection"
http://www.imf.org/external/pubs/ft/scr/2010/cr1018.pdf
incrível.....
Ralf

 
At 10:04 da manhã, Anonymous IL disse...

"ainda perdes tempo com estas merdas II" :D

 
At 10:14 da manhã, Anonymous Vitor Correia de Azevedo disse...

O "Grande líder Sócrates" tem a ajuda dos "céus" para o seu TGV. Com os problemas que o vulcão causou ao transporte aéreo, já niguém vai contestar a construção do TGV. No entanto, já só falta um "pequeno desastre" aéreo em Lisboa para deixarem de contestar a mudança do aeroporto do centro da cidade para outra localização.
Mas espero que Passos Coelho seja um "vulcão" para a actual navegação desgovernada do país, de forma a que se "feche" a situação actual e se encontrem alternativas de "viagem".

 
At 8:57 da tarde, Blogger estouparaaquivirada disse...

Uma colega minha esteve a trabalhar numa loja em Geneve durante as férias de Verão.
A primeira REGRA que aprendeu foi:
Nesta casa não há FILAS...,os clientes não podem esperar. é....(mais ou menos como cá!!!!).

 
At 7:23 da manhã, Blogger Nelson Reprezas disse...

Ralf

Obrigado pelo link, que já consultei. A frieza dos números e dos factos pode ser, frequentemente, arrasadora...

 
At 7:24 da manhã, Blogger Nelson Reprezas disse...

IL

Mais ou menos o mesmo que perdes em vir escrever o comentário. Mas perde, continua a perder, que eu gosto :)

 
At 7:26 da manhã, Blogger Nelson Reprezas disse...

Vítort Correia de Azevedo

Gostava de partilhar essa ideia sobre o PPC. Mas não consigo... Já acalado há tanto tempo como andou Manuela Ferreira Leite. A diferença que faz ter-se uma boa imprensa :))

 
At 7:27 da manhã, Blogger Nelson Reprezas disse...

Papoila

Nós lá cumprimos regras... cá dentro é que achamos que somos nós a mandar... e a mim ninguém me vira :)))))

 

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