quarta-feira, janeiro 29, 2014

E temos que ler legendas destas?


[5078]

Este homem não pode ser levado a sério. A peregrina ideia de Manuela Ferreira leite aqui há uns tempos atrás de congelar a democracia bem deveria ser levada a sério para que a liberdade de expressão deste homem fosse cerceada, ao ponto de não ferir os tímpanos de pessoas menos avisadas, de eventualmente não provocar apertos das coronárias, cólicas do trato intestinal, acessos convulsivos de soluços, dores de cabeça, ataques de caspa, dores articulares, exsudação anormal de mãos e axilas, hipotonia muscular, amnésia anterograda, disfunção eréctil, astenia do planalto, convulsões isoladas, síndroma confusional, insónia, pesadelos, náuseas, vómito ou, no extremo, agressividade por via de confusão onírica.

As crianças deveriam ser preservadas da imagem e som da criatura e para os mais velhos, todas as suas aparições televisivas deveriam ser acompanhadas de bolinha vermelha.

Como isto se pode fazer, não sei. Mas se um agravamento da taxa de televisão e radiodifusão ajudar, por mim, que venha. Já. Desde que a receita garanta que o fulano fique por Paris a filosofar e a chatear uma qualquer versão gaulesa do nosso luso Camões.

Não há saco.

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segunda-feira, janeiro 27, 2014

É a vida, já dizia o outro


[5077]

Tenho alguma dificuldade em entender a surpresa e desencantamento dos franceses perante Hollande. Ao fim e ao cabo, se Hollande não fez mais que seguir a habitual trilha mentirosa, demagógica e patética dos socialistas até se ver confrontado com a realidade dos factos, já os eleitores tinham obrigação de saber o que a casa (socialista) gasta. Por isso, democraticamente, não têm do que se queixar. Estão a comer da comida que puseram no prato.

Por cá, a coisa também já tem menos impacto. Ou não deveria ter. Espantam-se as almas com os divórcios socialistas, verifica-se os silêncios cúmplices dos socialistas do costume, desde os inflamados versos de Alegre aos orgasmos múltiplos dos idiotas úteis que não se cansaram de emular Hollande, nem de se vangloriar com a, finalmente, vanguarda socialista que se vislumbrava, de novo, ao virar das esquinas francesas, cheias de imensos amigos erm cada uma delas. França que, de repente, deveria mudar o seu moto para Liberté, Égalité, Fraternité ET Austerité. Se possível, sem se rirem.

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Ainda a praxe


[5076]

O fenómeno da chamada praxe académica não me parece muito difícil de entender. Nem fácil de resolver.

Li com atenção os excelentes artigos de Pulido Valente e Pacheco Pereira sobre o assunto e acho que foram tratados com a inteligência esperada. Pouco haverá a acrescentar ao que eles escreveram.

Por mim, atenho-me a uma opinião mais chã, provavelmente mais comezinha, mas sobre a qual estou firmemente convicto. A praxe, mau grado provir de uma longa tradição da academia coimbrã, não é mais que uma manifestação da nossa particular pequenez, sempre que se trata de exercício do poder. Poderes pequeninos em gente pequena sempre foram grandes poderes com grandes repercussões e devidamente aproveitados por instituições do poder político.

Os portugueses sempre se ofuscaram e rejubilaram com o exercício do poder e da humilhação. Os mais velhos lembram-se dos contínuos das universidades, dos célebres fiscais de licenças de isqueiro, os condutores da Carris, dos revisores da CP, dos guarda nocturnos, dos bufos. Dos polícias sinaleiros e, por fim, dos próprios polícias, quase sempre identificados como inimigos, ao invés do que se passava noutras latitudes em que a polícia era sempre vista como uma instituição de utilidade pública e, assim, merecedora de respeito.

Uma sociedade como a nossa, em que um simples fiscal de licenças de isqueiro se sentia impante de poder, teria forçosamente de gerar filhos de fiscais, de polícias, revisores da CP e condutores da Carris, passe o exemplo simplista. E é nessa dinâmica que se formam grupos, associações e códigos de secretismo (no fundo, assim uma espécie de maçonaria júnior) que se completam e realizam no exercício do poder, tráfico de influências e práticas de humilhação nas Universidades. Tudo sob uma marca distintamente déspota e onde o nepotismo claramente se instalava, também.

Acresce que à tradição mais ou menos provinciana da academia coimbrã se observou o aparecimento de inúmeras Universidades privadas em várias cidades, onde à tendência inata da usança do poder se juntou a mesquinha angústia de os estudantes não quererem ficar atrás dos estudantes de Coimbra. Universidades que só por si já deixam muito a desejar pelas instalações e campus, tipo barracões com um terreiro para umas futeboladas, onde os alunos se sentiam despeitados e naturalmente ainda mais espevitados para estabelecerem as suas próprias regras.

Pessoalmente, fui praxado e praxei em Coimbra, nos anos sessenta. E desiludam-se aqueles que pensam que em Coimbra a praxe era mais séria. Havia já os mesmos desmandos, o mesmo uso indiscriminado do poder, ainda que a situação política contribuísse para o seu enfraquecimento e desagregação. Mas, só a título de exemplo, lembro-me de uma abominável prática de se decretar «incomunicáveis» aqueles que não aceitavam a praxe. É uma falácia dizer-se que os alunos só aceitam a praxe se quiserem. Talvez agora. No meu tempo, lembro-me bem de um incomunicável. Que não só não podia falar com NENHUM estudante como aqueles que fossem apanhados a falar com ele seriam rapados ou levavam, sem remissão, umas palmatoadas, num recinto próprio para esse cerimonial (havia mesmo um «carrasco»). Mais ou menos o mesmo estilo de palmatoadas que exportámos para Angola e Moçambique para punir, por exemplo, alguns camponeses que não queriam cultivar algodão. Por via de uns cipaios, eles próprios diligentes herdeiros da grunhisse lusitana.

A praxe não é assim tão difícil de entender.

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sexta-feira, janeiro 24, 2014

Da operosa parcialidade das televisões…


[5075]

Imediatamente após os números disponibilizados aos portugueses sobre a execução orçamental e o défice de 2013, as televisões em geral e a SIC Notícias em particular, iniciaram uma criteriosa selecção de «tudólogos» que trataram de explicar aos portugueses a irrelevância dos resultados obtidos pelo governo.

Foi confrangedor verificar os argumentos apresentados no sentido de «explicarem aos portugueses» o porquê de, falhada a catástrofe anunciada durante meses a fio para este governo e para os portugueses, surgirem resultados positivos, para além de um generalizado reconhecimento internacional pelo esforço de todos os portugueses, mau grado uma elite teimosa que, paulatinamente, nos ia (a todos) furando os pneus, numa lógica jurídica, mesmo que com jurisprudência escorada numa Constituição obsoleta e marreca.

O exemplo da senhora da foto é muito esclarecedor. Para além de que me interrogo quanto valerá, em honorários, ir a uma televisão dizer que o resultado não teve significado na vida das pessoascomo reza a legenda da foto. Eu, provavelmente, fá-lo-ia baratinho, embora eu mantenha um certo decoro que ainda me obriga a uma estimável reserva de carácter. Mas havia mais. Freitas do Amaral chegou a fazer apelos aos eleitores para que se castigue este governo (faria se o défice tivesse ultrapassado os 4,5%) e António Costa continuou a alardear a sua capacidade de dizer umas inanidades na «Quadratura», o que me faz reflectir sobre as razões que levam o vulgo a considerar Costa uma eminente figura da Oposição. 

Ainda na «Quadratura», um aceno de simpatia para a estrutural paciência de Lobo Xavier para manter a compostura, confrontado com o «nham-nham» da criatura.

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quarta-feira, janeiro 22, 2014

A doçura das azedas



[5074]

Aí estão elas de novo. Viçosas, deliciosamente azedas e amarelas. A cor que os entendidos associam à felicidade, riqueza e ouro. E, ainda, à inteligência, luxo e nobreza. Diz-se que Vincent van Gogh tinha uma especial predilecção pelo amarelo e a verdade é que ele explorou as suas diferentes tonalidades com fervor. Há ainda quem, de uma forma bem mais simples, identifique o amarelo com a luz, calor, descontracção, optimismo e alegria.

Por mim, as azedas são um pouco de tudo o que o amarelo das suas flores encerra. Não sei especialmente porquê, mas deixo-me envolver por uma dinâmica relaxante em que os atributos atrás referidos assumem um relevo essencial. E há um particular sentimento que elas, as azedas, me trazem invariavelmente. O sentimento de renovação, já que todos os anos, por esta altura, elas cobrem os campos e um sentimento profundo de luz, calor interior, optimismo e alegria. E, ainda, uma saudade boa de ter. Boa, porque transporta a reminiscência de um passado recente e de um porvir cada vez próximo, sempre renovados no significado do amarelo das suas flores e na magia que incute a quem delas gosta.

Uma vez mais, os campos estão cobertos com a doçura das azedas.  *

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O conforto da elegância


[5073]

Eu não sabia que a Presidência tinha uma assessora para a juventude. Devo a Cristiano Ronaldo ter ficado a saber. E em boa hora. Uma mulher bonita, vestida com muito gosto e com uma presença elegante.

A má-língua soltou-se de imediato após a cerimónia. Atrevida, saia curta, estouvada e sem classe. Pouco digna de uma cerimónia presidencial. Por mim, espero que haja muitos jovens a receber condecoração e que Carla Mouro, assim se chama ela, assessore como mostrou saber assessorar. E, de preferência, que não se intimide, nem se acanhe, com o número de centímetros de saia acima do joelho, que algumas das suas detractoras se apressaram a condenar.

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sábado, janeiro 18, 2014

Jornalismo de merda




[5072]

Não resolve nada, mas consola ler o que o José Mendonça da Cruz escreve neste post sobre jornalismo e jornalistas, quanto mais não seja para que aqueles que acham e sentem exactamente o mesmo que ele sobre a desonestidade e destituição mental que atingem muitas das mais proeminentes figuras do nosso jornalismo, se «aliviem», para usar o contexto do post. Ora leiamos (negrito da minha responsabilidade):

«Estou farto da informação reaccionária e terrorista, que, em vez de estudar e explicar os assuntos, os submerge no que proclama serem as fatais e inevitáveis consequências. Farto de ver medidas graves e sérias como as que o FMI propõe para a redução da despesa serem descartadas, sofrerem como tratamento serem despejadas sobre elas as sentenças grosseiras e retrógradas do comunista de serviço. Estou farto da parcialidade e da preguiça.
Estou farto de directores e editores cheios de narrativas pré-fabricadas na cabeça, destituídos de capacidade ouvinte, despidos de curiosidade além do próprio e indigente pré-juízo, apostados em afogar os factos nas suas pobres certezas.
Estou farto da esperteza saloia dos rebanhos redactoriais, da sua presunção ilegítima de que o seu poder vale mais que o voto. Farto do engraçadismo que extravasou das croniquetas para malformar as notícias, farto das reprimendas em off por aquilo que os políticos «só não disseram», farto de remoques pessoais e ressentimentos pedantes.
Estou farto desta manipulação descarada, boçal e presumida que treslê relatórios, que omite os factos que contrariem o preconceito, que falsifica discursos feitos em português de lei sob o pretexto de que eram «herméticos». Estou farto desses medrosos, desses cadáveres, que pintam tudo de negro e suspiram pelo imobilismo.
Estou farto do catastrofismo com que pintam as notícias, farto dos que choram por causa da dívida pública, por causa do excesso de betão, por causa da ruína da paisagem, e, mal virada a esquina, choram que haja arrefecimento na construção civil. Farto de ver reportagens inteiramente direccionadas para a obtenção de queixas públicas, e de ver as mesmas reportagens concluir pelo desastre quando, nas entrevistas de rua, foram unanimente desmentidas. Estou farto de ver um aumento de 5 cêntimos nos táxis promovido a suplício do povo.
Estou farto de agentes políticos (que ninguém quiz na política) mascarados de jornalistas, a promoverem as suas especiais crenças e as dos amigos, a promoverem os aldrabões que lhes subscrevam os pontos de vista. Estou farto de jornais que espezinham as mínimas regras deontológicas, e logo vêm, inexplicavelmente ufanos, proclamar-se «de referência». Farto de incúria e desonestidade impunes.
Estou farto dos desgraçados que se sonham contrapoder enquanto vão baixando a sua audiência e as suas tiragens, e depois alucinam que a culpa é da crise e da austeridade.
Estou farto de ver como certos fora que são ilhas de inteligência, refúgios onde gente que estudou e pensou debate com serenidade e inteligência, de ver como desses fora não transpira uma gota de bom senso, de trabalho, de seriedade para as notícias.
Estou farto dos manipuladores que entendem que o «contraditório» consiste em dedicar 5 segundos a uma fonte do governo e fazê-la seguir de 10 minutos de opinião do Bloco e do PCP ou do primeiro sociólogo que consigam colher na rua.
Estou farto de imbecis com carteira de jornalista a fazerem dos noticiários um rol de opiniões tontas, farto de ver noticiar, não as greves e seus motivos ou falta deles, mas as «emoções» de passageiros frustrados e os dichotes alarves da Inter.
Estou farto da ignorância e do populismo que presidem à hierarquização das notícias, farto do fogo ou do acidente que precedem um evento muito menos espectacular mas de consequências muito mais gravosas.
Estou farto desse jornalismo de pacotilha que alega que é modernidade o que não passa de falta de formação, critério e cultura. Farto de ver pôr no mesmo patamar os rabiscos pintalgados por alguma deputada pinceleira e as obras e o percurso de grandes escritores e artistas.

Não me farto de deslocar-me à cabina de voto. Mas fartei-me de me deslocar às bancas. Não me cansa ser jornalista. Mas cansa-me este jornalismo de merda».

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quarta-feira, janeiro 15, 2014

Em defesa do prejuízo dos trabalhadores


[5071]

Sobre a recente querela que vai por aí a propósito dos ENVC, vale a pena ler este post do José, do Porta da Loja.

A nossa esquerda passa por ser a mais estúpida da Europa, sabe-se. Talvez por isso, os trabalhadores não se apercebam do efeito pernicioso que os Arménios, Nogueiras, Avoilas e outros têm na defesa dos seus interesses. Mas o melhor mesmo é ler o post. Claro como a água e límpido como o céu duma manhã de sol de Lisboa.

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Não se calam


[5070]

A esquerda saliva com o programa de ontem da SIC Notícias, em que Mário Crespo é indicado (mesmo por outros que não a esquerda) como tendo dado uma sova em Assunção Crista. Confesso que não vi o programa, ou melhor, parece que o mesmo foi considerado tipo antibiótico de largo espectro e longa duração, a avaliar pelo número de vezes que a SIC Notícias o repete, pelo que já vi o essencial. E o que vi foi o habitual. Chego ao fim do programa e acabo por não me lembrar já do tema da conversa. Fica-me na ideia um exercício execrável, através do qual os nossos apresentadores parecem ufanar-se de mostrarem que sabem mais que o entrevistado. Se o fenómeno cai em gente que acha que a idade é um posto, então a coisa vira um espectáculo deprimente – o entrevistado não tem sequer tempo para acabar um raciocínio porque o apresentador simplesmente não deixa.

Mário Crespo não é caso único. Judite de Sousa faz gala em fazer o mesmo com Medina Carreira e de tal maneira o faz que, por vezes, me interrogo sobre se está apenas a exibir-se ou se é estruturalmente estúpida.

Sonho com o dia em que um entrevistado se farte e faça como o rei de Espanha fez a Chávez. E lhes diga: Ó homem cale-se, deixe-me falar. Ao invés, parecem assumir uma postura reverencial, timorata, enquanto os Crespos, Judites, Lourenços e outros, avulso e de menor expressão, nos tentam demonstrar, ralhando, que os gatos gostam de alpista.

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sábado, janeiro 11, 2014

O oportunismo como acto político



[5069]

A mais pindérica manifestação do pinderiquismo e pelintrice nacionais. Pedro Abrunhosa quer voltar para os braços da mãe dele, diz que é tão cinzenta a Alemanha, a saudade é tamanha, que levou um pedaço de terra da terra dele a cheirar a pombos no beiral e que comprou amor em Amsterdão, pelo jornal (umas pegas, aquelas holandesas). Já em Paris faz um frio desgraçado, Pedro sente-se memória e desenraizado e pergunta-se porque é que havia de deixar a terrinha, onde estão as raízes e a paz. Por isso ele quer é voltar para os braços da mãe. Ver aqui.

Em paralelo, Pedro dá uma entrevista onde afirma que esta canção tem a ver com as grandes dificuldades do povo português e da sua sina em se ver obrigado a emigrar. Um acto político, pois. Só faltou encaixar uma rima, tipo, «...estou cansado do Catroga, um pintelho. E a culpa é do Passos Coelho...».

O pessoal vai gostar imenso e um dia destes ele canta isto no Pavilhão Atlântico, as lágrimas rolam e à noite a Ana Lourenço entrevista um «tudista» qualquer a falar na emigração.

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A iracunda Constança


[5068]

Enquanto ponho uns mails em dia, vou ouvindo o congresso do CDS-PP em som de fundo. E apercebo-me de que:

1 – A pergunta/facto político com que os repórteres acordaram hoje foi se Paulo Portas se vai candidatar a Comissário Europeu;

2 – A pergunta «plano b» com que os jornalistas acordaram hoje foi se Paulo Portas se vai justificar por causa do «irrevogável»;

3 – Já há oradores em exercício, mas não consigo saber quem são nem o que dizem. A hiperbólica e quase apopléctica Constança Cunha e Sá não deixa. Não se cala, atropela as palavras que lhe saem em golfadas torrenciais pela glote, não se entende o que ela diz, para além de que a pretensa bonança no Partido é uma fantochada e não preciso de olhar para o monitor para perceber que sua jugular se dilata na justa medida do processo.

Vou mudar para a SportTV. Pelo menos talvez fique a saber se amanhã joga o Artur ou o outro, de cujo nome não me lembro mas que soa próximo de Olavo Bilac.

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terça-feira, janeiro 07, 2014

Já só dá para rir


[5067]

Ser mentiroso é uma condição de marca da maioria dos socialistas. Só que alguns reconhecidos mentirosos deveriam ter mais cuidado. Há mentiras que nem sequer são muito gravosas, digamos que não é por apanhar com elas que vem daí mal ao mundo. Mas poderiam servir, ao menos, para nos refrescar a memória sempre que o mentiroso em questão é reincidente e as suas mentiras, num passado recente, nos saíram muito caras.

Trata-se agora da já conhecida prelecção de Sócrates aos microfones da RTP quando, com a voz algo embargada pela emoção, afirmou que era do Benfica, lembrava-se bem, porque ia a caminho da escola na Covilhã, ouvindo o relato do Portugal Coreia do Norte, e ficou tristíssimo porque Portugal estava a perder por 3-0. Felizmente que havia Eusébio e quando Sócrates chegou à escola, Portugal tinha vencido por 5-3.

Faltou a Sócrates o ponto para o avisar que o jogo foi às 15 horas de um sábado, 23 de Julho e que as escolas da Covilhã, salvo erro ou omissão estão fechadas para férias neste dia da semana e neste dia do ano.

Sócrates, igual a ele próprio. Na escola ao Sábado de tarde, como na Universidade ao Domingo. Mas há quem goste…

Link da data do jogo via Corta-Fitas

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segunda-feira, janeiro 06, 2014

Porque lhe dão tanta trela?


[5066]

Que não se confundam as coisas. Soares não está senil. Sabe o que diz e porque diz. E a sua petulância e desprezível arrogância não lhe autorizam sentir-se secundarizado. Sobretudo se, como agora foi o caso, por um homem que apenas jogava à bola, almoçava às vezes no lugar onde ele, Soares, almoçava e bebia muito whisky. Ah! E que era um homem de pouca cultura (ouvir aqui).

Esta retórica é miserável e quando me lembro (há quase 40 anos que percebi isso) que foi um homem destes responsável por um processo de (necessária e desejável) descolonização, no qual manifestou o maior desprezo pela segurança e futuro de milhões de cidadãos, até me arrepio. Mais tarde espantei-me como a forma estouvada, incompetente e insolente como geriu este país e como complicou a vida a quem poderia ser melhor do que ele a fazê-lo sugeriram, ainda assim, os encómios de salvador da democracia e outras vacuidades do género. Hoje, limito-me a dar-lhe o mais completo desprezo. Porque já não passa de um vaidoso e repelente malcriado. E se me é indiferente a corte de bajuladores que ainda hoje circulam e intrigam à sua volta, ainda me causa uma profunda irritação a excitação de tantos repórteres e jornalistas que correm para ele de cada vez que um qualquer acontecimento agita a paróquia.

E.T. Sobre este tema, ler ainda, aqui, aqui e aqui .

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sábado, janeiro 04, 2014

Os manos que sabem mas não querem dizer...



[5065] 

Só ela e o mano. Nunca entendi o protagonismo dado aos dois. Um, tratando o Sporting com o porte altaneiro dos políticos iluminados. Outra, tratando a Nação como um vulgar adepto da Juve Leo, dos No Name Boys ou dos Superdragões. Cada um deles sabendo exactamente como resolver os problemas dos respectivos pelouros. Só que não o dizem... 

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Uns exagerados, esta rapaziada da direita


[5064]

Vai por aí uma excitação imensa da esquerda com os exageros da direita. Parece que um jornal qualquer de Hong Kong terá dito que o tio de Kim Jong-un teria sido comido por 120 cachorros esfomeados. A notícia tornou-se viral (como agora se diz) e correu as redes sociais (como agora também se diz). Parece que a coisa não foi bem assim, a criatura Jong-un limitou-se a mandar matar o tio porque era mulherengo, mas daí a mandá-lo comer por cães esfomeados vai uma distância que a esquerda atenta logo tratou de classificar como a costumada propaganda da direita. Afinal uma simples execução foi logo tratada como um cidadão dado de acepipe a uma matilha esfomeada.

A direita fascista não tem emenda. Já quando se falava das criancinhas comidas ao pequeno-almoço (um pressuposto de consabida engenharia comunista como sendo uma manobra de propaganda fascista), a esquerda achava que a direita não tinha qualquer pudor em inventar estas coisas acerca dos bem intencionados comunistas.

Eu acho que a esquerda tem alguma razão. Mesmo com o grande expurgo estalinista terão morrido no máximo entre seis a sete milhões de pessoas e a direita tratou logo de aumentar para dez milhões. Um exagero. Como se vê, afinal foram só 6 a 7 milhões. Uns exagerados mentirosos e fascistóides, este pessoal da direita.

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sexta-feira, janeiro 03, 2014

Porque é que as coisas têm de ser assim? Porque será que somos assim?


[5063]

Num passado mais ou menos recente, eu era bastante crítico acerca de alguns neologismos moçambicanos. Um deles era o corrente desconseguir. O moçambicano chegava tarde ao trabalho porque desconseguia apanhar o transporte a horas, tal como desconseguia uma infinidade de coisas e eu, confesso, desconseguia ter paciência.

Hoje reciclo a minha atitude, porque quando uma proeminente figura da minha paróquia inconsegue (!!!) qualquer coisa e, ainda, não sente uma espécie de nível social frustacional derivado da crise, me sinto obrigado a olhar com simpatia para a forma arguta e, mesmo, inteligente, como os moçambicanos supriam uma óbvia impreparação académica com um assinalável sentido prático de comunicarem e se fazerem entendidos. E, se duvidam, leiam esta pérola da nossa distinta Assunção Esteves do que destaco esta insigne passagem:

“Temos sempre um receio humano de não conseguir. O meu medo é o do inconseguimento, em muitos planos: o do inconseguimento de não ter possibilidade de fazer no Parlamento as reformas que quero fazer, de as fazer todas, algumas estão no caminho; o inconseguimento de eu estar num centro de decisão fundamental a que possa corresponder uma espécie de nível social frustacional derivado da crise."

E depois digam-me se estou a ser rebuscado, intolerante ou se tenho a mania. E façam lá bem esses estudos estatisticos e de opinião e concluam se a corrente migratória de jovens para outras latitudes se deve apenas a dificuldades económicas.

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quinta-feira, janeiro 02, 2014

A Farsa




[5062]

"...Um grupo de repórteres e cientistas indefectíveis das alterações climáticas navegaram para a Antártida com o intuito de encontrarem sinais do aquecimento global que, acham eles, mudaram o continente desde que Douglas Mawsan o explorou há cerca de 100 anos..."

Tradução livre desta notícia e que dispensaria mais comentários, não fosse a circunstância hilariante de terem ficado presos no gelo em que se tornou uma grande parte do mar que eles supunham engrossado pelo degelo. Mas vale a pena ler a notícia completa. Sabe bem, ainda que nos mortifique percebermos a continuidade destas acções quixotescas e, fundamentalmente, estúpidas.

Mas é a vida, como dizia o outro. E enquanto o globo aquece e arrefece, a paciência para esta gente fenece.


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