O oportunismo como acto político
A mais pindérica manifestação do
pinderiquismo e pelintrice nacionais. Pedro Abrunhosa quer voltar para os
braços da mãe dele, diz que é tão cinzenta a Alemanha, a saudade é tamanha, que
levou um pedaço de terra da terra dele a cheirar a pombos no beiral e que
comprou amor em Amsterdão, pelo jornal (umas pegas, aquelas holandesas). Já em
Paris faz um frio desgraçado, Pedro sente-se memória e desenraizado e pergunta-se
porque é que havia de deixar a terrinha, onde estão as raízes e a paz. Por isso
ele quer é voltar para os braços da mãe. Ver aqui.
Em paralelo, Pedro dá uma entrevista
onde afirma que esta canção tem a ver com as grandes dificuldades do povo português
e da sua sina em se ver obrigado a emigrar. Um acto político, pois. Só faltou
encaixar uma rima, tipo, «...estou cansado do Catroga, um pintelho. E a culpa é do
Passos Coelho...».
O pessoal vai gostar imenso e um
dia destes ele canta isto no Pavilhão Atlântico, as lágrimas rolam e à noite a
Ana Lourenço entrevista um «tudista» qualquer a falar na emigração.
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Etiquetas: Ai Portugal, nacional-cançonetismo moderno, oportunismo
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