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Dar nas vistas é um sortilégio dos medíocres. É uma consabida
verdade, pelo menos por parte daqueles que não precisam de sortilégios para nada
e se afirmam pelos seus méritos ou pela bondade das suas intenções.
Varoufakis foi um efémero sex symbol, caiu no goto de muitas
mulheres em geral e nalgumas em particular – aquelas que obtinham as sensações
múltiplas geradas pela atracção física que o homem, aparentemente, despertava e
a sua inigualável e irresistível condição de intelectual. De intelectual de esquerda,
dos verdadeiros, dos bons e do que li por aí no FB e em blogues acredito que
muitas delas se enovelaram na fantasia onírica do sentimento do gozo perfeito, da «tempestade perfeita» dos prazeres da carne e do intelecto, pelo
menos enquanto o homem pontificou.
Hoje, Varoufakis é um «flop». Não vale a camisa que veste. E
muita gente haverá que parou para pensar. Com a virtude clara de, pelo menos,
se terem calado. É confortante hoje correr o FB e observar um e-mu-de-ci-men-to súbito
do gineceu maravilhado pelo homem-maravilha. Por mim, nunca tive ilusões perante
a natureza e os objectivos da criatura. Conheci vários Varoufakis, mesmo que
não tendo a projecção mediática do artista em questão. Provavelmente também não
dispondo da mesma arrogância, má criação e total irresponsabilidade perante um
povo em trágicas dificuldades e que, em boa-fé, os elegeu. Não porque eu seja mais
inteligente que outros, apenas porque a pantomina era por demais evidente para passar
despercebia e, ainda, porque excitar-me com homens bonitos não faz verdadeiramente
a minha praia.
Hoje Varoufakis chama a atenção pelas camisas que veste.
Cada um veste aquilo que quer, dirão os puristas da liberdade e as apaixonadas
residuais que poderão haver por aí. Mas uma assembleia representativa do povo
deveria merecer, pelo menos, o respeito pela dignidade e obrigar a um
comportamento cívico que o homem, declaradamente, não tem. E não deveria ser um
circo onde de vez em quando aparece um chico esperto contente por poder fazer
de palhaço.
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Etiquetas: coisas extraordinárias