À la mode de chez nous
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Almoço na Ericeira com amigos e regresso sereno e
reconciliado com um país que nos oferece este mar, a foz do Lizandro, a Adraga,
o marisco e bons amigos.
E é em pleno gozo deste conforto espiritual que me entra no habitáculo
a voz saltitante de uma apresentadora da RR que, aparentemente, tem um programa
diário no qual questiona crianças de cinco a seis anos sobre coisas da vida. E ouvi o
seguinte (nas respostas das crianças há que imaginar aquele tom e ritmo de uma
criança de 6 anos a falar):
- Então e sabes o que são os impostos?
- Sim.
- E para que servem os impostos?
- Para comprar carros e coisas.
- Olha, o governo compra muitos carros?
- Sim.
- E achas que eles deviam comprar assim tantos carros?
- Nãããão, eles não precisam de tantos carros.
- E quem paga os impostos?
- Somos nós, mas não podemos pagar tantos.
- Se fosses tu a mandar o que fazias com o dinheiro dos impostos?
- Eu não comprava tantos carros
O diálogo continuou e fico por aqui, com receio de me
enganar, por pudor e por respeito por mim próprio. Pervertendo maldosamente o poeta,
pensei e disse para mim:
- Pobres filhos que tal Pátria (não tão ditosa assim) têm.
*
*
Etiquetas: Ai Portugal, Mas as crianças Senhor?
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