sexta-feira, agosto 07, 2015

A remota esperança


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O chamado socialismo democrático, uma forma espúria de camuflar a ditadura e, em última análise, conduzir as sociedades igualmente para a penúria, miséria e carência, tem uma característica incontornável. É alimentado pela arrogância dos seus mentores, por uma insuportável manifestação de superioridade moral, pela má-criação e violência e, a finalizar, uma inaceitável e asfixiante incompetência. No caso doméstico, o nosso, são conhecidas as consequências de um socialismo colocado no poder com uma frequência assustadora e que ciclicamente nos mergulha na banca rota. Para depois virem outros repará-la, até os socialistas ganharem de novo e voltarem a pôr tudo de pantanas.

Este pequeno preâmbulo para ilustrar a ideia de que desta vez tenho a esperança, ainda que lamentavelmente remota, de que os socialistas não ganharão o poder. Desta vez parece haver gente com uma noção mais nítida dos acontecimentos, há um reconhecimento mais ou menos consensual das trampolinices e vigarices em que o socialismo medra, para o que o último consulado de Sócrates contribuiu decisivamente, já que que era por demais evidente a torrente de casos em que ele e os seus acólitos se viam permanentemente envolvidos. Bem assim como a inaceitável cumplicidade ou vista larga da justiça. Por contraponto, os portugueses percebem hoje que têm um governo com um elevado número de falhas, mas que provou estar à altura das contrariedades, desde a recusa em aceitar a demissão irrevogável de Portas, à tremenda onda de ataque movida pela comunicação social e, sobretudo, isenta de casos mal cheirosos. Sente-se que o governo é composto de gente séria e não dada à imensa lista de «casos» que pontilharam a legislatura de Sócrates. Por junto e atacado, parece que houve um curso mal tirado e um deputado que se demitiu e pediu isenção de imunidade parlamentar por causa dos vistos dourados. E só não repara e valoriza este estado de coisas quem não quer.

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