A remota esperança
O chamado socialismo democrático, uma forma espúria de
camuflar a ditadura e, em última análise, conduzir as sociedades igualmente
para a penúria, miséria e carência, tem uma característica incontornável. É
alimentado pela arrogância dos seus mentores, por uma insuportável manifestação
de superioridade moral, pela má-criação e violência e, a finalizar, uma inaceitável
e asfixiante incompetência. No caso doméstico, o nosso, são conhecidas as
consequências de um socialismo colocado no poder com uma frequência assustadora
e que ciclicamente nos mergulha na banca rota. Para depois virem outros
repará-la, até os socialistas ganharem de novo e voltarem a pôr tudo de
pantanas.
Este pequeno preâmbulo para ilustrar a ideia de que desta
vez tenho a esperança, ainda que lamentavelmente remota, de que os socialistas
não ganharão o poder. Desta vez parece haver gente com uma noção mais nítida
dos acontecimentos, há um reconhecimento mais ou menos consensual das trampolinices
e vigarices em que o socialismo medra, para o que o último consulado de
Sócrates contribuiu decisivamente, já que que era por demais evidente a torrente
de casos em que ele e os seus acólitos se viam permanentemente envolvidos. Bem assim
como a inaceitável cumplicidade ou vista larga da justiça. Por contraponto, os
portugueses percebem hoje que têm um governo com um elevado número de falhas,
mas que provou estar à altura das contrariedades, desde a recusa em aceitar a
demissão irrevogável de Portas, à tremenda onda de ataque movida pela
comunicação social e, sobretudo, isenta de casos mal cheirosos. Sente-se que o
governo é composto de gente séria e não dada à imensa lista de «casos» que
pontilharam a legislatura de Sócrates. Por junto e atacado, parece que houve um curso mal tirado e um
deputado que se demitiu e pediu isenção de imunidade parlamentar por causa dos
vistos dourados. E só não repara e valoriza este estado de coisas quem não
quer.
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