A fraca gente...
Não há como não ter que falar de Sócrates, de novo. A catadupa
de opiniões sobre a sua putativa condição de comentarista da RTP acabou por
misturar tudo, razões ponderáveis e inaceitáveis sobre o acontecimento,
deixando para trás, em meu entender, o essencial. Que há um grupo de pessoas
que efectivamente manejam o momento político e compõem os acontecimentos à medida
dos seus interesses, no desrespeito total pela dignidade e sensibilidade das
pessoas. No caso vertente das pessoas, e somos praticamente todos, que sofrem
na pele os efeitos de um homem virulento, manipulador, mentiroso e sem
escrúpulos, que conduziu o país à desgraça em que vivemos. E não me venham com
o argumento estafado de que não há provas, que toda a gente é inocente até
provada culpada e «berrebéubéu». Existe em relação a este homem muita matéria
factual que nos permite perceber quão prejudicial ele foi ao país e aos seus
cidadãos. De resto, por muito patéticas que tenham parecido as petições que, de
imediato, surgiram por aí, uma delas reuniu mais de 100.000 assinaturas em
poucas horas e de forma espontânea, o que, queiramos ou não, diz bem do
sentimento generalizado que grassa em relação à inenarrável pessoa de Sócrates.
Também choca e define bem a anomia de todos nós, a rapidez com
que, de supetão, o «socratismo» saiu ao terreno, com Vera Jardim, Silva Pereira
e, sobretudo, Jorge Coelho a debitarem prosa coincidente e atempada. É chocante,
imoral e desprestigiante. Quanto a Jorge Coelho, ao menos espera-se que
enquanto quadro superior da Mota-Engil ao menos tenha aprendido a enunciar o
verbo haver, que tenha suavizado os seus humores em relação àqueles que se
metem com o PS e, já agora, que tenha melhorado a sua performance a cantar o
«Only you». E, com sorte, cai por aí outra ponte qualquer para ele se demitir e
ficar lindo na fotografia.
É demais. Não há como suportar esta gente. Para não mencionar esta lastimosa sensação de fazerem de nós parvos, sempre que lhes apetece.
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Etiquetas: coisas extraordinárias, coisas tristes, socialismos, socretinos
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