Em rigor e em liberdade
Acho que se chama Patrícia e é suposta defender os civis. "Brifa" jornalistas... não se 1 se 100, as câmaras NUNCA mostram
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Volta e meia cruzo-me com esta senhora na TV que, aparentemente,
faz um briefing diário sobre o desenvolvimento da situação dos incêndios, em
obediência às normas emanadas da Geringonça.
Do que percebi antes, estes briefings destinam-se a formatar
e normalizar o fluxo informativo da situação (Costa dixit) e supõe-se que sejam
seguidos pela comunicação social. E digo supõe-se por NUNCA as câmaras rodarem
para mostrar os jornalistas. Não sei se a senhora fala para um, dez, cinquenta
ou nenhum jornalista. No local, continuo a ver repórteres a fazer perguntas a
populares. Perguntas capciosas e inteligentes, como: Estão, está preocupada? Ou
a presidentes de Câmara que vão dizendo qualquer coisa assim a modos que não
querem dizer nada mas lá vão dizendo qualquer coisa. Isto entre gente ilustre que
vai passando pelas objectivas como secretários de Estado e até o Presidente
Marcelo ontem sacudiu o torpor e lá foi ele a Mação dizer que antigamente, na ditadura,
que ele viveu, a informação era muito controlada. E agora, não. Era livre. Para
mim isto soou um bocado a anedota, mas posso estar a exagerar, talvez Marcelo
estivesse apenas bem disposto.
Mas desviei-me um pouco da ideia inicial. A tal senhora que aparece
todos os dias no briefing é um exemplo acabado de um tipo de informação
manipulador e, frequentemente, falso. Tudo o que acontece é grave, mas é
brando. E fofo. Os helicópteros aterram em dificuldade em vez de se
despenharem, o SIRESP falhou outra vez, mas a espaços e pontualmente (???) e
por aí fora.
Fico na dúvida se
este tipo de gente fala assim porque acha que é assim ou porque lhe dão um
papel para ler – tipo cartilha de que falam muito agora, a propósito do futebol. O que é, no mínimo, confrangedor. E ridículo. No caso do helicóptero, por exemplo,
enquanto a senhora falava, outra estação mostrava a foto de um helicóptero
despenhado e retorcido, explicando o que se passou. Felizmente, com o piloto a salvo.
Nada disto é diferente do que se passava na ditadura que
Marcelo ontem referiu. Só que dantes todos nós dávamos o desconto, sabíamos o
que a casa gastava. E agora temos uma poderosa máquina de comunicação que nos convence que esta
despudorada manipulação é feita com rigor e em liberdade.
NOTA: Não sei se ainda estou com sono ou se ouvi mesmo, ali
nas notícias, Marcelo dizer três vezes: A luta continua, a luta continua, a
luta continua. Deve ter sido sono. Meu.
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Etiquetas: incêndios, incompetência, socialismos
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