Rir é o melhor remédio, dizia o "Reader's"... mas pode dar úlceras, também.
A propósito do riso alarve
com que somos brindados diariamente pelo nosso primeiro-min…isso. Projecto-me nesse
riso, de patologia não inteiramente definida, muitas dezenas de vezes nos
modestos posts que vou por aqui deixando.
Este post do Alberto Gonçalves
(ainda não comprei o livro…) fala no riso com o engenho e a graça que são as
suas marcas de água, pelo que passo a “linkar”. O que me dá também a satisfação
de verificar que não sou o único a recear uma úlcera duodenal “à cause” do riso
alarve da criatura que referi. Deixo uma pequena amostra, mas ler tudo, linha a
linha, é essencial. No fim, só não acabamos a rir, porque muito provavelmente
acabaremos a chorar. De raiva e desespero.
Nota: A coisa pega-se e
torna-se uma imagem de marca. Uma tal Anabela Neves, habitualmente repórter da
SicN na AR ainda ontem não resistiu a uma espécie de riso múltiplo quando, com o
seu titubeio habitual, noticiava que o CDS pedia a demissão de dois ministros
(e aqui solta-se-lhe o riso... mas solta mesmo), mas o primeiro-ministro (nova
risada) só demitiu secretários de Estado.
E então, vejamos:
«…É natural. Já Orwell falava
no riso cruel dos ditadores. E um inglês muito antigo atribuía-lhes o “riso
artificial”, uma “mistura de hipocrisia, maldade e prazer bárbaro”. Sempre que
escorrega para o autoritarismo, ou que deriva do dito, o poder raramente evita
a troça alarve. Há anos, por acaso ou delírio, ocupei um serão na companhia da
televisão pública de Caracas. Acima da propaganda e da manipulação, o que
saltava à vista era o vasto gozo dos indivíduos que mandavam a expensas dos
indivíduos que oprimiam. Num “debate”, dois “chavistas” e o “moderador”
entretinham-se a escarnecer dos representantes da oposição (evidentemente
ausentes) – não porque estes não tivessem razão, mas porque não tinham voz. Por
mim, nunca vira em directo tamanha exibição de desumanidade. E não penso que a
natureza dos “chavistas” de cá, estimulada por sondagens e a geral
irresponsabilidade do sistema, seja essencialmente distinta…»
Etiquetas: neo-socialistas, Rir faz bem
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