terça-feira, julho 11, 2017

Ó xô guarda venha cá, venha ver o quisto é...





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Hoje há um dado adquirido de que a popularidade de um governo se faz por via de estafadas bandeiras de “esquerda”: formação de um exército tão grande quanto possível de funcionários e atribuição de aumentos ridículos de salários e pensões. Paralelamente, a demonização do patrão, a actividade privada e as grandes negociatas são igualmente imagens de marca de sistemas e regimes que devem ser postergados, mesmo correndo o risco de os eleitores percebendo que o Estado é o principal artífice desta corrupção, através dos seus mentores e, com assustadora frequência, dos seus próprios governantes.

Isto explica de algum modo que, apesar dos acontecimentos das últimas semanas, Pedrógão, Tancos e crescente número de agentes constituídos arguidos, a popularidade do governo continua em alta. Porque as pessoas estão naturalmente e sempre mais interessadas no seu benefício pessoal do que na sanitização da vida política e os seus resultados numa sociedade realmente mais justa, com menos desigualdade social e mais desenvolvimento e qualidade de vida.

Costa sabe disto. Por isso me enerva verificar como a comunicação social, amestrada e/ou castrada por uma cadeia de benefícios atribuídos e que podem ser retirados de supetão e vários outros agentes disseminadores da ideia de que Costa é um político hábil, continua a fazer escola. Porque Costa está longe de ser um político hábil. É um indivíduo grosseiro, inculto, malcriado e que não hesita em pôr em prática aquilo que mais facilmente aprendeu. Cultivar e alimentar a felicidade popular por via de medidas adequadas, basicamente referidas acima e, ainda a manutenção de clientelas (é um termo estafado, mas é o mais adequado) estabelecidas sem a menor hesitação ou decoro, como acontece na esmagadora maioria das instituições que são imediatamente inundadas de “boys”, no início de cada legislatura (o exemplo da defesa civil em Pedrógão é flagrante). Mesmo quando, como o pateta Guterres fazia simultaneamente com o aviso de que a partir dele “no jobs for the boys”, uma frase que os jornalistas aplaudiram freneticamente.

Por isso eu acho que Costa não é hábil. É esperto, o que é muito diferente. E se esperteza nem sempre é “pecado”, neste caso particular é. Porque Costa prossegue uma estratégia adequada a manter a sua popularidade, mas mantendo os eleitores num atávico estado de espírito de alegria e conforto que os conduz a uma quase permanente preferência pelo socialismo e pelos socialistas. Com as inevitáveis consequências de aviltamento e carências na maioria dos serviços públicos, dos transportes à saúde, passando pela justiça e outros. Vistas bem as coisas, nada disto é diferente daquilo que Salazar era acusado, como manter a iliteracia, o caldo verde quentinho a fumegar na tigela, o S. José de azulejo e duas rosas no jardim, orgulhosamente sós. È uma questão de adequação à época e ver o que realmente é diferente – nada. Manter as ovelhas apascentadas, agora com o auxílio dos meios modernos como as selfies e o advento de afectos cúmplices.

Costa percebe isso e não hesita em comprometer os destinos do país para regalar o corpo e o espírito com o “panache” de ser primeiro-ministro. Acolitado por um séquito de “puppies" que se lhes tirassem o tacho e tivessem de ir para o mercado de trabalho não sabiam fazer a ponta de um… isso. Por isso Costa não é apenas incompetente. É mau, também. Má índole e mau carácter. Não é pelo que aprendeu na cartilha internacionalista que ele age. É por ele. À custa de todos nós. E isso dói.

Nota: Ler aqui a Porta da Loja.


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