terça-feira, maio 03, 2016

É hoje. Vem aí o pandemónio das obras no Eixo Central




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Os lisboetas não têm por que se queixar. Foram eles que puseram Costa na Câmara. O homem subiu na vida e apanhámos com Medina. Tudo legal, tudo legítimo. Que Costa seja reconhecidamente labrego e inescrupulosamente ambicioso e Medina seja filho de um resistente do Estado Novo (não sei bem quem, mas não interessa, está no currículo do homem e essas coisas hoje enriquecem muito o currículo de cada qual) são um factor semelhante ao goal average do futebol. Os portugueses urbanos gostam destas coisas e continuam a ter uma pulsão clara pelo vocábulo socialismo. Cheira-lhes a justiça e a protecção parental e, assim sendo, votam em tudo o que cheira a socialista.

O resultado, entre vários resultados, está aí. Desta vez tem vindo ao de cima a clara ideia que esta gente tem do automóvel. Coisa de rico, coisa poluente, artefacto capitalista. Daí a mexerem com tudo o que possa complicar a vida aos carros, mesmo que nas capitais europeias o sentimento seja o oposto, vai um salto pequeno. Com a vantagem que as pessoas (lá está) gostam, mesmo que tenham de se apinhar cada vez mais nos meios de transporte e mesmo que aqueles que têm de usar as suas viaturas se espremam em filas compactas de trânsito.

É a vida, como dizia Guterres, é a vida como diz Costa. E, sendo a vida, vêm aí, de novo, o caos, a confusão, a trapalhada e uma possibilidade mais para este jovem socialista aumentar o seu grau de notoriedade, já que não sabem fazer mais nada que bulir com a paciência das pessoas, em nome das pessoas. Vamos ter mais espaço para as pessoas, mais árvores e menos espaço para estacionarmos e menos metros para circular. Mas, repito, a culpa é nossa. E se acaso nos indispusermos sempre que circulemos na Fontes Pereira de Melo, via Saldanha, lembremo-nos do paternal e profundamente estúpido conselho de Costa de que temos de nos habituar a andar de transporte público. Quando aprenderemos a eleger os nossos mandatários e convencê-los que somos nós que os sustentamos?


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