É hoje. Vem aí o pandemónio das obras no Eixo Central
Os lisboetas não têm por que se queixar. Foram eles que
puseram Costa na Câmara. O homem subiu na vida e apanhámos com Medina. Tudo
legal, tudo legítimo. Que Costa seja reconhecidamente labrego e inescrupulosamente
ambicioso e Medina seja filho de um resistente do Estado Novo (não sei bem
quem, mas não interessa, está no currículo do homem e essas coisas hoje
enriquecem muito o currículo de cada qual) são um factor semelhante ao goal
average do futebol. Os portugueses urbanos gostam destas coisas e continuam a
ter uma pulsão clara pelo vocábulo socialismo. Cheira-lhes a justiça e a protecção
parental e, assim sendo, votam em tudo o que cheira a socialista.
O resultado, entre vários resultados, está aí. Desta vez tem
vindo ao de cima a clara ideia que esta gente tem do automóvel. Coisa de rico,
coisa poluente, artefacto capitalista. Daí a mexerem com tudo o que possa
complicar a vida aos carros, mesmo que nas capitais europeias o sentimento seja
o oposto, vai um salto pequeno. Com a vantagem que as pessoas (lá está) gostam,
mesmo que tenham de se apinhar cada vez mais nos meios de transporte e mesmo
que aqueles que têm de usar as suas viaturas se espremam em filas compactas de
trânsito.
É a vida, como dizia Guterres, é a vida como diz Costa. E,
sendo a vida, vêm aí, de novo, o caos, a confusão, a trapalhada e uma
possibilidade mais para este jovem socialista aumentar o seu grau de notoriedade,
já que não sabem fazer mais nada que bulir com a paciência das pessoas, em nome
das pessoas. Vamos ter mais espaço para as pessoas, mais árvores e menos espaço
para estacionarmos e menos metros para circular. Mas, repito, a culpa é nossa. E
se acaso nos indispusermos sempre que circulemos na Fontes Pereira de Melo, via
Saldanha, lembremo-nos do paternal e profundamente estúpido conselho de Costa
de que temos de nos habituar a andar de transporte público. Quando aprenderemos
a eleger os nossos mandatários e convencê-los que somos nós que os sustentamos?
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Etiquetas: Ai Portugal, Câmara Municipal de Lisboa, neo-socialistas
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