1 – Um primeiro-ministro useiro e vezeiro em baixarias como
a de ontem no Parlamento, quando se lembrou de dizer que Passos Coelho procurava
objectivamente prejudicar a Grécia para que Portugal pudesse surgir melhor
colocado, só pode ser um fulano de mente obscura e formatada em sacanice, mesquinhez
e mal dizer;
2 – Não me admira, assim, que ele seja capaz de manobras mirabolantes
como promover uma reunião FINAL com o sindicato dos estivadores onde haveria
uma data limite. Mas Costa tem tanto de esquemático como de mente quadrada (pode
ser até dos tempos da Quadratura, aquilo pega-se…) e daí que fiquei logo desconfiado
quando percebi a firmeza com que ele declarou (berrou, ele não declara, não
fala, ele berra…) que o acordo teria de ser alcançado hoje (ontem);
3 – Após uma reunião de 15 horas, o acordo chegou.
Arrepio-me só de pensar sobre as vezes e a intensidade com que vou ter de ouvir Costa
e os seus rapazes afirmarem que Passos Coelho não conseguiu acordo durante 4 anos
e eles agora, de uma penada, resolvem a coisa.
4 – Não esquecer o empolamento dado pela comunicação social
aos prejuízos causados pelos estivadores e até a gravidade da coisa, usando a Madeira e Açores como arma secreta, como no futebol;
5 – Quero ver como o PSD vai agora descalçar a bota. Se e
quando um dia for governo, o sindicato (entenda-se o PCP, via CGTP) vai atacar de
novo e o povo recordará com saudade os dias em que o PS fazia reuniões de 15
horas e resolvia os problemas.
Posso até estar a fazer filmes mas, como digo no título, são
aspectos que cross my mind. O PS é capaz de tudo. O PCP ainda é capaz de mais “tudos”
que o PS. E a verdade é que sinto que estamos reféns de uma situação meticulosamente
preparada para que tudo fosse resolvido numa data limite que Costa, tonitruante,
apregoou ontem no Parlamento. Sem pejo nem vergonha em alinhar naquilo que me
parece um bem elaborado plano para que continuemos nas mãos dos últimos e
lídimos seguidores do marxismo-leninismo (Estaline já não, Nogueira diz que ele
foi um assassino) da União Soviética.
É… posso até estar a fazer filmes. Mas correu
tudo tão bem que isto só pode mesmo é acabar mal.
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Etiquetas: Ai Portugal, angústias do socialismo, porto de Lisboa