A subir de nível
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Que me lembre, só uma vez me chamaram de besta. Uma qualquer asneira de trânsito. O rapazola olhou-me de soslaio e rangeu um “sua besta”. Ah! Também já me chamaram marreco. Atraso-me para o cinema, incomodo meia fila e oiço uma voz “rugir”, no tom rufia do lisboeta que ameaça encostar-nos o penteado ao céu da boca se nos portarmos mal, “ó marreco baixa a tola”.
Ocorre-me ainda trengo, morcão e lorpa, todos numa mesma ocasião em que a todo o custo eu tentava sair da Rotunda da Boavista, por ter deixado o carro ir para a faixa interior. É possível que aselha e nabo possam igualmente ter feito parte do meu panegírico privado e mesmo a minha santa mãezinha poderá não ter escapado ao chorrilho do meu descontentamento.
Verdade seja dita que estes nomes terão sido proferidos por gente de manga arregaçada e que muito provavelmente não usa desodorizante. Daí que ser chamado de grandessíssima besta (mesmo parafraseando Eça, o que dá uma certa patine à coisa) poderia em si não fazer grande diferença em relação ao antecedente. A diferença, essa, residirá no facto que desta vez o insulto foi pronunciado por sujeito de colarinho engomado, gel a preceito e que mesmo feiote e duvidosa telegenia tem cara de tomar banhinho todos os dias, usar desodorizante sem álcool e gozar de um inegável mediatismo. Assim vale a pena um insultozinho. Poderei dizer aos meus filhos, quiçá aos meus netos que um dia um senhor que ia muitas vezes à RTPn, e mesmo ao Prós e Contras, desceu do pedestal e chamou-me grandessíssima besta. Não se furtando a citar Eça. Aquele que já há quase um século dizia “...os homens do desporto não conseguem organizar uma corrida de cavalos, pois não há hipódromo à altura, nem cavalos, nem cavaleiros, as pessoas não vestem como o evento exigia, são feias...” (ó CAA deixe-me lá glosar o Eça também...). E direi aos meus filhos que não percebi bem porque é que fui insultado mas com gente truculenta e de mau-perder nunca se sabe, a gente diz qualquer coisa que eles não gostam e eles... pimba. Grandessíssima besta para cima.
Nota: Para os mais distraídos, este post vem a propósito deste insulto, neste post, que por sua vez se referia a este outro post onde, de resto, CAA se entretém a insultar mais gente.
Que me lembre, só uma vez me chamaram de besta. Uma qualquer asneira de trânsito. O rapazola olhou-me de soslaio e rangeu um “sua besta”. Ah! Também já me chamaram marreco. Atraso-me para o cinema, incomodo meia fila e oiço uma voz “rugir”, no tom rufia do lisboeta que ameaça encostar-nos o penteado ao céu da boca se nos portarmos mal, “ó marreco baixa a tola”.
Ocorre-me ainda trengo, morcão e lorpa, todos numa mesma ocasião em que a todo o custo eu tentava sair da Rotunda da Boavista, por ter deixado o carro ir para a faixa interior. É possível que aselha e nabo possam igualmente ter feito parte do meu panegírico privado e mesmo a minha santa mãezinha poderá não ter escapado ao chorrilho do meu descontentamento.
Verdade seja dita que estes nomes terão sido proferidos por gente de manga arregaçada e que muito provavelmente não usa desodorizante. Daí que ser chamado de grandessíssima besta (mesmo parafraseando Eça, o que dá uma certa patine à coisa) poderia em si não fazer grande diferença em relação ao antecedente. A diferença, essa, residirá no facto que desta vez o insulto foi pronunciado por sujeito de colarinho engomado, gel a preceito e que mesmo feiote e duvidosa telegenia tem cara de tomar banhinho todos os dias, usar desodorizante sem álcool e gozar de um inegável mediatismo. Assim vale a pena um insultozinho. Poderei dizer aos meus filhos, quiçá aos meus netos que um dia um senhor que ia muitas vezes à RTPn, e mesmo ao Prós e Contras, desceu do pedestal e chamou-me grandessíssima besta. Não se furtando a citar Eça. Aquele que já há quase um século dizia “...os homens do desporto não conseguem organizar uma corrida de cavalos, pois não há hipódromo à altura, nem cavalos, nem cavaleiros, as pessoas não vestem como o evento exigia, são feias...” (ó CAA deixe-me lá glosar o Eça também...). E direi aos meus filhos que não percebi bem porque é que fui insultado mas com gente truculenta e de mau-perder nunca se sabe, a gente diz qualquer coisa que eles não gostam e eles... pimba. Grandessíssima besta para cima.
Nota: Para os mais distraídos, este post vem a propósito deste insulto, neste post, que por sua vez se referia a este outro post onde, de resto, CAA se entretém a insultar mais gente.
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Etiquetas: Ai Portugal, bloggers
14 Comments:
ahahahahaahahah! ó Espumante! estou a imaginar a cena, na Rotunda da Boavista!! ahahahahaahahah!!!
ahahaaahahah!! não consigo parar de rir!
Vale a pena acompanhar o folhetim do fêquêpê lá no Blasfémias eheheh
JALG
sinapse
Long time...
espero que estejas a gozar as férias que almejaste)
Quanto à Boavista, é mesmo como te conto. Eu bem queria sair para as faixas esteriores que me permitissem virar á direita para seguir para a Baixa. Foi de loucos... :)))
Beijinhos contentes de te ver por aqui de novo
anónimo
Recomenda-se, sim!
Se já tivesem proibido o foot, como eu defendo desde há muito, nada disto acontecia.
Más educações e baixarias são intoleráveis. Mesmo sob a capa da literatura portuguesa do séc. XIX!
Bàsicamente, o problema do sr. dr. CAA é ser malcriado. Só isso.
Nunca vi o tal senhor mais gordo: vejo pouco a rtp, é do estado, logo, muito pouco liberal. E se eu realmente me achasse um puro liberal, nunca me usaria dela e dele, do estado, para tentar ser uma figura pública com ideias pretensiosamente liberais. Mas certamente que não é pago pelo erário público...
Abraço,
LISBOA PARA ESTA GENTE É INSUPORTÁVEL. VALE TUDO DESDE QUE SEJA CONTRA!
Alguém disse que esta geração estava perdida. Os investimentos na educação não chegavam.
Acho que os investimentos na educação nunca foram sérios e consistentes. Quando, no passado, houve rigor, faltou o livre acesso. Hoje o acesso é um direito mas o rigor é uma risota.
O tal CAA é fruto, simplismente, dessa falta de rigor...na escola, na família, na sociedade. Somos todos culpados. Pela geração do sr. CAA e por esta que nos rodeia.
PS:Já que se fala de futebol, questiono-me sobre o dia em que este país vai deixar de abrir telejornais a falar de futebol.
As taxas de juro estão altas? Os salários não sobem? Afinal não há 'guita'? Acordem.
carlota
Não invocar a literatura do Séc XIX en vão...
:))
beijola
anónimo das 10:00
Basicamente trata-se de intolerância e provincianismo mal disfarçado
joãog
Pois, quem paga ao senhor não sei. Sei que é truculento e quando se zanga, insulta. Pelo menos...
joãosemserdogrão
Mais ou menos isso...
muxanga do bilene
E depois desta pitada filosófica, que agradeço, fecho este assunto.
Um abraço para ti
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