A situação política em Portugal aproxima-se velozmente da bandalheira.
É uma palavra feia, eu sei, mas não me ocorre outra mais adequada.
As notícias correm céleres sobre o facto de não haver notícias
nenhumas. Leia-se não há acordo, a não ser todos terem acordado que há um
acordo que ninguém sabe qual é, desconfia-se que nem os próprios acordantes.
Entretanto vamos assistindo às diatribes de uma tal de Catarina, surgida em
palco de supetão e que vai estabelecendo as regras que ela acha que temos de
seguir. Tipo «generala» com olho de rei. Que vai ser assim, que vai ser assado,
cozido e onde não são estranhos um fabuloso aumento de duas bicas por mês nas reformas,
o que diz bem do calibre desta rapaziada que não hesita em fazer um chinfrim
danado como os fautores do aumento do salário mínimo nacional, que há-de vir aí. Já Jerónimo
mantém o mento sereno do operário que mora em Pirescoxe e que há-de mostrar aos
boçais de Cascais (palavras dele) com quantas varas se faz uma canoa. E não só.
Costa que se cuide que as coisas hão-de ser como ele quer porque ele, Jerónimo,
tem nas mãos o destino da fortuna e salvação de muitos milhões de portugueses (novamente
palavras dele, embora nem um milhão vote nele, aqueles que não se entregam à
volúpia do sexo oral, mas ele acha que tem essa, ia a dizer divina, atribuição).
Por fim, Costa mostra ser o bandalho mor. O palhaço pobre. Ou
rico, tanto faz. Por isso ri em tudo o que é fotografia disponível na CS que,
convenhamos, se tem mostrado mais reticente em lhe aparar as trafulhices e
trapalhadas do que até aqui. O homem não dorme, o homem vai de férias, o homem
marca reuniões em cima dos almoços dos dissidentes, o homem não sabe realmente
o que fazer, se é que alguma vez soube, desde os tempos em que ele achava que a
política se fazia ao ritmo de um burro a ganhar uma corrida a um Ferrari na
Calçada de Carriche, ainda que, mais tarde, tenha apurado a genialidade ao
passar por fazer acordos geniais com o genial «Zé Faz Falta» ou com a impoluta
Roseta.
À margem, a querela «facebookiana» entre a esquerda (?) e a
direita (???) vai também arrefecendo, com excepção dos puros que ainda hoje
acham que os gatos gostam de alpista.
Portugal passa, pois, por uma fase de bandalheira indesmentível.
Em poucas horas se transformou uma imagem laboriosamente edificada nos areópagos
internacionais num quadro horrendo de parolice e má catadura. Que pena.
Nota: Vale que apareceu um André preocupado com a águia
Vitória, vilmente explorada pelo gáudio dos benfiquistas de quinze em quinze dias. Eu cá organizava um grupo de «panistas» e ia libertá-la ali para... hummm... deixa cá ver... hummmm... não me ocorre, mas alguma coisa se haveria de arranjar.
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Etiquetas: Ai Portugal, bandalheira