Costa, já. Rapidamente e em força.
Pessoalmente, prefiro que um governo de A. Costa seja
rapidamente indigitado pelo PR. Não que eu considere A. Costa um estadista
confiável ou que venha a chefiar um governo competente, pelo contrário, penso
que iremos esbracejar na maior confusão, que venhamos a ter consideráveis
dificuldades internacionalmente, que o nosso prestígio e respeitabilidade
voltem a ir «down the drain», mas acho que tudo isso será absolutamente
necessário, porque terapêutico, e quiçá de grande vantagem para avaliação por
parte do eleitorado num futuro próximo. Talvez que um governo de Costa ajude as
pessoas, finalmente, a perceber a monstruosidade do carácter, competência e
seriedade do governo que vem aí. Assusta-me ainda o acrescido protagonismo da
CGTP (uma Central Sindical que continua a merecer os favores da Comunicação
Social, não entendo bem porquê, ainda ontem ouvi repetidas vezes que devíamos
agradecer à CGTP (ipsis verbis) um elevado sentido de Estado por se oporem à violência,
qualquer coisa que, para mim, soa mais ou menos como alguém dizer de mim que
sou um tipo cool e mereço muito respeito porque nunca matei ninguém) mas até
isso pode funcionar a favor de alguma moralização do regime, porque não
acredito que a uma CGTP em roda livre não acabe por lhe saltar um carreto
qualquer e/ou provocar graves dificuldades às «posições conjuntas» dos Partidos
que nos vão governar.
De outro lado, teríamos um governo de gestão de Passos
Coelho que lhe produziria um grande desgaste e que acabaria por capitalizar os
méritos (???) das «posições conjunturais» de Costa. Por isso acho, mesmo arrostando com toda
a desgraça que vem por aí, que um Governo de Costa serve melhor os interesses
gerais dos portugueses. Porque tenho a certeza que a «geringonça» vai dar uma
grande baralhada e confusão, as «posições conjuntas» vão-se desconjuntar e vamos
todos para o bueiro outra vez. Isto só não aconteceria se Costa fosse realmente
um estadista a sério e conseguisse frear as excitações dos seus parceiros de posição
conjunta. Mas sabemos que Costa não é. Limita-se a ser um indivíduo complicado,
zangado com a vida e inebriado com a perspectiva de, na sua folha do FB (como
alguém já disse por ai), poder pôr a sua condição de ex-primeiro-ministro.
Depois, é apanhar os destroços, refazer tudo outra vez (de
resto tem sido sempre assim, o PS a partir loiça e o PSD a apanhar os cacos) e
aguardar, esperançosamente que os portugueses se apercebam do logro em que caíram,
quando virem o voto que deram ao Partido Socialista ter sido endossado a um
grupo de aventureiros (e aventureiras, como se diz agora).
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Etiquetas: Ai Portugal, neo-socialistas
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