Dos exames
No meu tempo havia exames da 4ª, do 1º e 2º ciclos, do 7º
ano (11ª), exames de admissão, exames de segunda época, exames de melhoria de
notas e não me lembro de ter morrido ninguém. Lembro-me de que todos nós
considerávamos os exames uma via normalizada de avaliação de conhecimentos. Mais
do que isso, instilava-se em todos nós, desde cedo, um sentimento de
responsabilidade e pro-actividade em função do curso normal da aprendizagem, nos
diferentes graus de ensino. Uma má prestação de provas resultava, no imediato, num
acesso de brio e de vontade em melhorá-las. Tal como uma boa prestação nos
enchia de satisfação e, não menos importante, de sentido de dever cumprido e do
progressivo cabimento na sociedade competitiva que nos esperava.
Agora é diferente. Grupos de expertos decidiram que
os exames são uma forma perversa de lidar com as crianças. Uma tal Mortágua, um
nome que eu julgava «arquivado» por razões que não vêm ao caso mas de que me
recordo bem, e que agora volta a estar na berra, diz mesmo que os exames tornam as crianças mais limitadas, mais angustiadas, mais formatadas e mais individualistas. Porque as provas são cegas ao contexto socioeconómico e criaram um processo de desconfiança e de desvalorização sobre o trabalho dos professores.
São observações ínvias, turvas e bem reveladoras da
mentalidade desta rapaziada que agora, conjunturalmente, nos vai pastorear. Há
ali, então, um pormenor que é uma autêntica pérola, qual seja o opróbrio do
individualismo. Mortágua não sabe o que diz, porque se de um lado acha que os
exames tornam as crianças mais formatadas, por outro torna-as mais individualistas,
o que é, no mínimo, um paradoxo grosseiro, mas isto são as minudências da Esquerda
a que temos de nos habituar.
É esta forma estrábica que a esquerda usa para analisar os
problemas que revela bem a qualidade dos analistas. Que acabam por se tornar decisores,
no mais descarado exemplo de arrogante egocentrismo, que é apanágio da Esquerda.
Exames, pois. E aguardemos, então, pelas crianças sem
limitações, menos angustiadas, menos formatadas e menos individualistas e
convenientemente integradas no nosso contexto socioeconómico. E, sobretudo,
muito menos desconfiadas em relação aos professores.
Uma última palavra de registo para o facto claramente
visível de logo no primeiro dia de actividade, se sentir que o governo é
socialista mas quem governa é o PC e o BE. E que A. Costa é o fantoche de
serviço.
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Etiquetas: exames, orgasmos múltiplos socialistas
1 Comments:
Para quê aprender, quando a ignorância é instantânea? Como ilustra as citações de alguns dos nossos excelentíssimos imbecis deputados e deputadas.
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