sexta-feira, julho 31, 2015

experiência

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E agora?

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quinta-feira, julho 30, 2015

Fui a correr ao espelho



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Não sou muito de confissões aqui pela net. Mas a notícia de que Mark Knopfler andava aí por Lisboa fez-me recordar o frémito que me acometia nos anos oitenta, de cada vez que ouvia os Dire  Straits. Para mim, a melhor banda de rock de sempre. Um fenómeno que, mais tarde, me provocava um verdadeiro sentimento de incredulidade quando ouvia as minhas filhas falarem de bandas cuja mera existência eu não era sequer capaz de admitir. Talvez com uma honrosa excepção dos Pearl Jam.

O problema é que deram uma imagem do famoso guitarrista. Foi o choque inesperado, já que há muito eu não via imagens de qualquer dos componentes da banda. Fui a correr ver-me ao espelho. Puxei as pálpebras, passei a mão pelo (ralo) cabelo, deitei a língua de fora, pus-me de lado para ver a barriga… resumindo devo ter feito uma triste figura. Mas também ninguém deveria ter o direito de mostrar fotos contemporâneas dos nossos ídolos de há 30 anos atrás, assim... sem avisar...




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Perguntar ao contrário


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Falando ainda de programas, ontem fui autenticamente agredido, De supetão, apanho na TV com António Costa, poucos minutos depois do programa de governo da coligação vir à estampa, afirmar que o programa era um mero saco de palavras. Esta é uma imagem de marca do PS. Não interessa o que faz, o que se diz, o que acontece O que interessa é botar abaixo seja o que for que venha dos adversários. Verdade seja dita que nunca o PS soube fazer fosse o que fosse para além disso mesmo, mas uma personagem como Costa deveria cultivar outra presença, para além da figura pesporrente, raivosa e malcriada, timbre e marcas deste PS da nossa desgraça.

Outro pormenor foi-me trazido pela TVI, onde um jornalista político (tal como foi apresentado pelo «pivot», de nome Costa Pinto) afirmou que não entendia como é que depois de tudo de mau que a coligação nos trouxe, ainda é possível equacionar as intenções de voto em pé de igualdade, a avaliar pelas sondagens. E repetiu, como é possível as pessoas ainda admitirem votar no PSD/CDS-PP, depois de tudo o que fizeram ao povo durante esta legislatura. Ninguém se lembrou de colocar a pergunta ao contrário ao dito «jornalista político», ou seja como é possível que haja ainda tanta gente que depois da tragédia que o PS fez abater sobre os portugueses, ainda há quem vote neles.

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Garotos de programa


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Havia uma expressão oriunda do Brasil mas mais ou menos consensual por onde quer que se falasse português, as garotas de programa. As garotas deveriam ter as formas sinuosas das caricaturas de Vilhena e os programas dependeriam da capacidade financeira de cada um, desde o simples cineminha com direito à mão no joelho ou, mesmo, na coxa, até ao jantar de menu sofisticado e recinto de dança. Qualquer dos programas acabava, naturalmente, num cenário de alcova. Hoje, com os ajustes da época, a coisa mantém-se mais ou menos na mesma, sendo que a qualidade do programa (e da garota) continua a depender do plafonamento (para usar uma expressão em uso) do cartão de crédito.

Mas há uma variante de tomo. Eis que os garotos de programa impõem igualmente a sua presença. Não têm decotes, saias justas ou salto-agulha, usam fatos, sapatos e gravatas de marca e, ao contrário, das garotas de programa, não cuidam da discrição. Pelo contrário, falam que não se calam e com o mento grave, severo e inspirador da seriedade dos seus intentos aproveitam todo o microfone, gravador ou celular que lhes metem à frente para falar dos seus programas. Ele é pensões, salários, medidas mirabolantes sobre o progresso e bem-estar e tudo faz parte dos seus programas. Por isso são, com propriedade, os garotos de programa. Saem é mais caro que as tais garotas. Não querem dinheiro, nem lagosta, bailarico ou mão no joelho numa sala escura de cinema. Querem um papelinho a que, prosaicamente, dão o nome de voto. E, se tiverem muitos, a coisa então fica-nos cara a valer. Locupletam-se com uma série infinda de prebendas e nós, os que lhes damos os votos, continuamos tesos, «isso»…  e mal pagos. Alguns deles vão presos (poucos), outros não. Mas os garotos de programa, ciclicamente, continuam a atacar. Como agora. É programas por todo o lado. E o dia da paga, do voto, está a chegar.

Não posso deixar de registar que a garota de programa dá muito mais gozo e, sobretudo, tem um capital de nobreza que os garotos de programa não têm. Não escondem nada e todos sabemos ao que vamos (os programadores e os programados). Já com os garotos…

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quarta-feira, julho 29, 2015

Para desenjoar (2). Ou a história curta de um alarme de incêndio demasiado competente


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Jantar temporão num salão às moscas de um hotel de 4 estrelas em Maputo. Era preciso jantar cedo, para dormir cedo, pra acordar ainda mais cedo na manhã seguinte para apanhar o avião para Lisboa.

Apenas quatro mastigantes na sala partilhavam um ambiente misto de calma e conforto. De repente, o inferno. Entre dois camarões grelhados, um silvo agudo exactamente por cima de mim, uma vibração como nunca sentira na minha vida, estremecem-me as meninges, as orelhas, o couro cabeludo, o corpo todo. Eu nunca sentira tal violência de som antes, não sabia, assim, exactamente, do que se tratava. Com a pele a vibrar, e protegendo as orelhas com as mãos, deixei os camarões e corri para a entrada. Como de resto, os outros três clientes. Em correria e com o olhar gazeado de quem admite até estar perante uma nova modalidade de acto terrorista.

À porta deparo com o chefe de mesa, sorridente, dizendo para termos calma. Era apenas o alarme de incêndio.

- Mas não há incêndio? Perguntei eu, gritando ao ouvido do sorridente chefe de mesa, já que o silvo continuava.

- Não. Não tem incêndio. Só que tem este alarme que é muito competente. Problema é que é competente demais e começa a apitar sem razão (estou a tentar ser literal).

- Mas como assim? Competente?

- Sim. Cada vez que uma pessoa pede bife na pedra, o bife faz fumo porque a pedra está quente. E o alarme começa o barulho. E aquele senhor ali esta a comer o bife na pedra (o comedor de bifes na pedra era um fulano de expressão inglesa a quem expliquei o que se passava, entenda-se, a culpa era dele porque tinha encomendado um bife ne pedra). Insisti:

- Mas porque é que aceitam encomendas ou põem bife na pedra no menu se sabem que o alarme dispara?

- Não tem problema, porque já cortámos a água. É só o barulho, a água de apagar não sai.

Uma lógica irrefutável que me garante que de cada vez que alguém pedir um bife na pedra naquele hotel e a geringonça disparar, pelo menos não me molho. Posso ficar com os ouvidos a zumbir durante duas horas, posso até, quem sabe… ter um ataque de coração, mas pelo menos não me molho.

Deixei os camarões e fui-me deitar.

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segunda-feira, julho 27, 2015

José Alberto Carvalhice


É «isto» o que espera os nossos emigrantes em Amsterdam. Como é que eles não hão-de querer voltar para os braços das mães deles?

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O anti-passismo, passe o neologismo mais ou menos pateta, não tem limites. Ainda há dia algumas pessoas (não muitas) se insurgiam contra a criteriosa escolha de «perguntadores» ao primeiro-ministro. Deram nas vistas alguns deles, sendo que houve um a quem foi dada a prerrogativa de fazer um comício antes da pergunta. Sendo que a pergunta era qualquer coisa como  porque é que ele nasceu do lado errado, ao contrário do primeiro-ministro que terá nascido no lado certo.

Claro que o episódio foi razoavelmente burlesco para ser levado a sério por gente de bem mas, ainda assim, não deixou de merecer reparos e José Alberto Carvalho não escapou a merecidas críticas. Mas houve um pormenor em que poucos parecem ter reparado. No fim das perguntas, José Alberto Carvalho afivelou o sorriso do repórter expedito e pediu a Passos Coelho um comentário a uma canção «muito em voga» (SIC). E a canção veio. Por acaso eu até já me tinha referido a ela há algum tempo atrás. Mas quando se goza Passos Coelho por nos ter chamado piegas (o que, de resto, não é verdade, ele não chamou piegas a ninguém, mas foi o que ficou) e se põe a rodar uma canção tenebrosa do não menos tenebroso Pedro Abrunhosa, onde se diz que a Alemanha é cinzenta, a saudade é tamanha, e o Verão que nunca mais chega e o Abrunhosa quer ir para casa, pisar a terra em brasa (o quentinho dos portugueses) e voltar para os braços da mãezinha. Para além de que o homem emigrou mas levou um pouco de terra a cheirar a pinheiro e a serra e a imagem de pombas a voar no beiral…e depois, em Amsterdam, não é que aquilo está cheio de putas, compra-se amor pelo jornal, logo ele que até tem diploma que leva na mala mas deixou o amor para trás. E em Paris? O frio que faz? Ná… ele quer é voltar para os braços da mãe. Problema é que o Passos Coelho não deixa, mandou os jovens emigrar e anda a roubar nas pensões dos pais.

Se há dúvidas na pequenez, mesquinhice e mariquice da canção e na grandeza da chico-espertice de Abrunhosa e Carvalho é ler a letra toda aqui. E quando me lembro da crítica das letras das «cançonetas» e do «nacional-cancenotismo» do Estado Novo, não posso deixar de reflectir que não só comemos daquilo que gostamos como estamos, sem dúvida, a refinar os nossos méritos. José Alberto Carvalho, a sério ou em provocação, escolheu a canção certa para pedir a opinião de Passos Coelho.

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sábado, julho 25, 2015

Quase




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Ainda não é Domingo, mas é quase. E no quase está a essência de muito ou mesmo quase tudo (la está o quase…) o que tenho na vida. Quem sabe eu deveria esperar para amanhã para colocar a Etta James no meu empobrecido blog mas se há coisa que tem acompanhado os quases da minha vida são o voluntarismo e a ânsia que me acometem e não me deixam aguardar pelos momentos exactos e, quiçá, apropriados, para fazer seja o que for.

E porque esta noite pus o sono um dia (muito estranhamente, acordei às sete, após o que voltei a adormecer até agora) e no período extra do sono sonhei um sonho estranho, um sonho de quases. Quases que me recordaram momentos de morte próxima, de amores frustres, quase riquezas, quase conseguimentos plenos, um sonho quase realidade que me fez desfilar em galeria de recordações, com impressionante nitidez e realismo, tantos quases da minha vida e agora que, após uma meia dúzia de anos, pareço ter atingido uma situação de plenos sentimentos e realização * mas, lá está, e um quase conseguimento, por força de razões exógenas à minha vontade, percebo que a vida é quase fácil, quase boa, quase bonita e só não é quase na justa medida em que merece ser vivida. Pelo menos por aqueles que, como eu, quase conseguem tudo, em plenitude, no que se metem.

Depois de um período de viagens de dezasseis dias de muita (boa) turbulência, correrias, percebi que o corpo é que manda e que me aconteceu uma coisa quase impensável. Dormir até às onze da manhã. Mas lá está, sou um homem de quases. Um dia atinjo o pleno. Pelo menos aquele que todos nós, sem excepção, mais tarde ou mais cedo atingimos.

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E é isto...


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Este tipo de habilidades toscas da Comunicação social , (via O Insurgente) ao organizarem verdadeiros comícios sob a capa de entrevistas ou de programas de perguntas ao primeiro-ministro ou outros governantes, acaba por ser contraproducente, mas revelam bem o cariz e o carácter desta rapaziada que pulula pelas televisões, maquilhada de gente expressiva, culta e que teve a sorte de cair no goto dos portugueses. José Alberto Carvalho é um exemplo acabado desta tribo e vai levando a água ao seu moinho, mesmo dando de barato que nem ele sabe bem onde o seu moinho se encontra e se limita a seguir os rumos traçados pela sua vaidade pessoal e pelas vantagens advindas da sua exposição mediática. Mesmo que com medidas tipo «chico-esperto» como estas. No fundo estes programas não divergem muito dos fóruns populares da TSF, SIC e TVI onde se agremia um punhado de gente fácil de manipular e que dão largas à sua «fúria» e truculência.

No caso destes dois passarões que José Alberto Carvalho seleccionou, teria sido fácil desmontar o pacote de idiotia com que se apresentaram, não fosse Passos Coelho um indivíduo bem-educado e, sobretudo, manietado pelas exigências dos seu cargo que não lhe permitiriam uma resposta adequada à imbecilidade das perguntas.

Mas é descoroçoante verificar como continuamos a ser manipulados por este tipo de gente, sob a capa da democracia e da liberdade. Coisas que os Zé Albertos Carvalhos e correlativos não sabem definir exactamente como tal e em relação ao que não olham a meios para nutrir e dar seguimento à perversidade dos seus objectivos.

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sexta-feira, julho 24, 2015

Está-nos nas tripas


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Onze horas de voo sem escalas trazem-me de regresso a Portugal. E por muito que eu tentasse abstrair-me do facto, não houve como consegui-lo. Uma tripulação masculina com aquela barba que se usa agora, uma barba de cinco dias que nem é barba nem é barba por fazer e que é a imagem de marca do homem (português) novo, avisou-me que estava de volta à paróquia. Ainda fiquei à espera que a tripulação feminina usasse, pelo menos, um buço apresentável, mas não aconteceu. Tirando a barba, tenho de registar a eficiência e simpatia dos barbudos e alguma «coqueterie» delas, sempre benvinda.

Onze horas sem escala passaram com normalidade e com o conforto de poder escolher entre cerca de quarenta filmes e uma refeição sofrível mas comível. Mas a achegada a Lisboa despertou-me de novo para as realidades de um país malcriado. Na fila e guichet para apresentação dos passaportes, para aí uns quinze, subdividida em passageiros da Europa e outros, estava UM ÚNICO oficial do SEF carimbando os ditos. Naturalmente que poucos minutos depois a bicha de europeus e não europeus era uma, una e indivisível apenas desfeita de cada vez que cada uma daquelas famílias, cheias de saris e de filhos, cumpria as formalidades.

Eis que aparece um segundo oficial do SEF a quem fiz ver a inadmissibilidade de haver apenas um funcionário para toda aquela gente (cerca de 250 pessoas). O SEF respondeu-me com aquela truculência em uso nesta repartição, dizendo que a culpa não era dele. Eu que me queixasse ao primeiro-ministro. Não me contive e com a polidez que o meu pai me inculcou de pequenino, disse-lhe que lamentava este cartão de visita. Dizer alto e bom som que a culpa era de Passos Coelho. E disse-lhe mais. Que ainda que o fosse, ele tinha a responsabilidade de apresentar desculpas e reclamar lá pelas «vias competentes» (se há coisa em que somos exímios é em vias competentes) sobre fosse o que fosse que fazia com que houvesse um funcionário para uma longa lista de guichets às moscas. Disse-lhe que estava a fazer um mau serviço, sem respeito por hierarquias, sem respeito pela instituição que serve, sem respeito por aqueles que lhe pagam o salário. E, ainda, por aqueles que pagaram um bilhete e passagem aérea para serem servidos com competência e eficiência. E, já agora, com educação.

O homem surpreendeu-me, ao começar a bater a bola baixo Talvez tenha pensado que eu era alguém da «nomenklatura». O que abona a minha opinião de que somos, em geral, cobardes, apenas picados pelo vírus da truculência e do desrespeito pelas instituições. Assim «à la mode» de Soares, criatura malcriada e com imenso espírito socialista quando berrou com o polícia que pedia documentos a um viatura onde ele se encontrava.

Portugal igual a si próprio.

Nota: Episódio a 20/7/15 cerca das 18:15


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quinta-feira, julho 23, 2015

Para desenjoar...



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O meu «southing» desta vez incluiu Maputo, uma das mais belas cidades africanas, para quem não sabe.

Amigos de sempre, levaram-me a uma pescaria, recordando-me anos de cumplicidade com o Índico. E revi o perfil da cidade à medida que nos afastávamos do Clube Naval, o ruído familiar de dois Yamaha de 115 HP cada, o rasto à popa, o sol batendo de frente pouco depois de ter nascido… e a passagem por «spots» familiares como a Bóia 3, o Cockburn, a Xefina Grande, a foz do Incomáti, a Macaneta… o Catfield, o 3M e, de repente, o mar vasto, aquele em que giramos os olhos por 360 graus e não divisamos um palmo de terra. Mesmo assim, a atmosfera familiar manteve-se, à medida que apareciam as gaivotas, os albatrozes, indicando peixe nas redondezas e, acreditem ou não, o cheiro misto do barco, do combustível, do sol, da espuma, do sal e da maresia. Coisas que só mesmo quem tenha tido a ventura de ir pelo mar dentro, como fomos desta vez cerca de vinte e duas milhas náuticas (mais de quarenta quilómetros). Duas horas depois tínhamos quatro rapalas e uma pena na água e pouco demorou até um «serra» (King mackerel no Índico, Spanish mackerel no Atlântico, basicamente um tunídeo, ou uma cavala enorme, conhecidos pela luta que dão e pela excelência da sua carne) dar um formidável esticão na minha cana e pôr o molinete a «cantar». Foi um momento mágico que já alguns anos não me acontecia. E apesar de não ser dos maiores (ver a foto) era razoável para a época do ano, com águas mais frias.



Tirámos mais três serras, um xaréu e um «yellow fin» (atum). O meu serra, para pirraça aos demais, foi o campeão do tamanho, mas que não fosse, nada me retirava já a fruição do prazer de ter ido à pesca, de me sentir no mar sem ver terra, da cavaqueira óptima com amigos de sempre.

O regresso foi mágico. Sol a pôr-se, mar chão e as facilidades tropicais a proverem um marinheiro dedicado para nos retirar o barco da água à chegada, com a respectiva carreta.


E agora… sem serras, nem Índico, pouco mais fica para registar que o regresso ao patatipatatá daqueles que sabem imenso sobre a Grécia, a história da Grécia a cultura da Grécia, a democracia da Grécia e a marca do cachecol do Varoufaknão não sei das quantas. E sobre as malfeitorias dos alemães e da extrema direita finlandesa. E a Catarina Martins. A Constança. O Marques Lopes (o Marques Lopes, meu Deus…). A arquitecta Roseta da CML que quer acumular com deputada. A sexy e inteligente Mortágua. O Daniel…o Louçã, o Jerónimo, o Arménio, o Pedro Adão e Silva, o Nóvoa… a Lourenço, o A. Costa continuando a meter os pés pelas mãos e tudo o mais que me vai avivar a saudade precoce de uma pescaria na Bóia 2 Norte, ao largo da costa moçambicana.

Clicar nas fotos para ver o peixe... maior!


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terça-feira, julho 21, 2015

Back to basics


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Safe, happy and sound.

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terça-feira, julho 07, 2015

Depois dizem que a culpa é dos angolanos...


Quando chove

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Hoje conheci uma ponte que ganhou honras de nome próprio em Luanda – a Ponte Molhada. E porquê? Porque a ponte foi feita (e refeita) uma meia dúzia de vezes. Com sol, o rio passa por baixo. Quando chove o rio passa por cima. E molha a ponte. E o «camundongo», realista, aceita com resignação a engenharia civil de uma empresa de obras públicas (não, não é portuguesa) que ainda não conseguiu atinar com «a distância entre um ponto do espaço e o plano horizontal de projecção», vulgo cota (ou quota, BR), uma coisa que se aprende em geometria descritiva nos primeiros anos do secundário. E daí a adoptar a designação de Ponte Molhada com a mesma lógica com que nós chamamos Cabo Raso ao Cabo Raso foi um passo.

Hoje passei na Ponte Molhada, ou melhor, não passei… porque a empresa de engenharia está, de novo, a fazer um novo pavimento. Segundo o motorista que me transportava, com a mesma cota do anterior.



Quando faz sol

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segunda-feira, julho 06, 2015

Gone southing


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Won't be too long

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Onze anos


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O Espumadamente perfaz amanhã 11 anos de vida.

No último ano anda meio relapso e preguicento, mesmo assim produzindo um post ou outro, mesmo que longe do ritmo diário a que estava habituado durante os dez anos anteriores. Nos últimos meses, então, tem sido uma desgraça. Eu diria mesmo que ligado à máquina e suscitando em mim dúvidas atrozes entre uma reanimação eficaz ou uma piedosa eutanásia.

Por entre a escuridão da dúvida pipila e estremece entretanto uma luzinha vaidosa pela bonomia com que foi apreciada durante muitos anos *. E só por isso, o registo dos onze anos não tem a forma obituária que as circunstâncias aconselhariam mas, ainda, um repositório de esperança em dias melhores.

Mesmo assim, ligado á máquina, fica aqui, ainda, registo de um agradecimento pelos leitores fiéis que o vão lendo. E fica hoje, porque estou de viagem novamente. Por um par de semanas. Obrigado a todos.

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sábado, julho 04, 2015

Decidir que não há decisões


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Não que eu goste de Sampaio da Nóvoa. O que ele disse e me fez ouvir por via da excitação com que a comunicação social que temos chegou e bondou para que eu rapidamente concluísse o que vinha por ali. E se por um lado isso se encaixava com perfeição na noção que tenho do socialismo doméstico, nosso, por outro quedei-me resignado por ver que há coisas que por muito tempero que lhes cheguemos nunca perdem o gosto de estragado.

Afinal, as coisas conseguem ser piores do que aquilo que a nossa condescendência imagina. A. Costa deve ter concluído um competente tirocínio que lhe permite aquela centelha de fazer e desfazer com a maior naturalidade e sempre com artes de ficarmos todos a pensar que a culpa é nossa. Acossado e amedrontado, Costa escolheu «descontinuar» Sampaio da Nóvoa em favor de uma mulher que, se outros méritos não tivesse, ostenta o estandarte colorido de um célebre ministério de igualdade guterrista, uma das coisas que vêm e passam com o tempo e que depois de passarem as pessoas não se lembram mais.

Seja pelo que for, Maria de Belém está aí e Sampaio da Nóvoa fica a fazer contas de cabeça. Bem feito para Sampaio da Nóvoa, mal feito para os que continuamos à mercê dos apetites e humores destes neo-socialistas que, finalmente, parecem ter de todo perdido a noção do que andam a fazer. Que seja pelo nosso bem.

E.T. Entre o tempo de começar a escrever um post e acabá-lo, Costa decide que, afinal, não tinha decidido nada e que, decisão por decisão, há-de decidir sobre a melhor decisão a tomar. Alegre, Edite Estrela e Ana Gomes também acham que não havia decisões e que por estes dias a coisa se decide. A única pessoa que acha que o PS vai de disparate em  disparate é, esse mesmo, Alfredo Barroso, afinal aquele que sempre pareceu fazer mais disparates que os outros todos juntos.

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